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Chargiando

Mandado pela redação





- E Caruso, é mocinho ou bandido?

- Pior, é um puxa-saco a serviço de bandidos!



Chico Caruso vira autor de desenhos para agradar os Marinhos

Chargista conseguiu provocar repúdio até entre seus fãs com charge de Dilma
por Paulo Nogueira - Diário do Centro do Mundo
O espírito da Globo
O espírito da Globo
Existe uma coisa chamada, em alemão, de Zeitgeist. Significa “o espírito do tempo”.
Grandes jornalistas – editores, colunistas, chargistas – têm isso. Eles conseguem captar os ventos que sopram no mundo, as ideias que mobilizam a sociedade, as discussões que agitam as comunidades.
Mas não é um atributo duradouro. Ou você renova a sua capacidade de enxergar as coisas ou perde o Zeitgeist.
É, então, a sua ruína. Você é uma caricatura de você mesmo. Você defende carros na era das bicicletas e coisas do gênero.
O cartunista Chico Caruso enquadra-se nesse caso. Nos anos 1980, e pelo menos em parte da década de 1990, ele foi chargista brasileiro.
Era tão surpreendente e fino que a TV Globo o colocou para fazer charges eletrônicas, algo inédito no Brasil.
Mas Chico Caruso foi perdendo a mão, e a cabeça, e o que resta dele, hoje, são ruínas.
A charge de hoje em que Dilma aparece de joelhos, prestes a ser decapitada por um extremista do Estado Islâmico, é simplesmente repulsiva.
Mereceu, nas redes sociais, um amplo, generalizado, estridente repúdio – e não apenas de petistas. Várias pessoas que se disseram fãs de Chico Caruso manifestaram sua revolta com o que viram.
Qual era o ponto? Difícil dizer. Qual era a graça? Mais difícil ainda. Qual era a raiva contra Dilma? Aí sim era fácil identificar.
Caruso, como todo humor produzido na Globo, sofre de um mal insanável. Ele não pode fazer graça com nada que comprometa os humores de seus patrões.
Bobo ele não é. Você não verá nenhuma charge sua que faça referência ao caso HSBC, por exemplo, assim como não viu nenhuma que ironizasse o aeroporto de Aécio.
E então ele vira um autor de desenhos que vão agradar os Marinhos.
Hoje, na imprensa brasileira, bater em Dilma e no PT substituiu o talento para você fazer carreira e merecer luzes.
Nulidades como Villa, Constantino, Sardenberg e tantos outros vivem de seu antipetismo ululante.
Marta Suplicy começou a atacar o PT e Dilma e veja no que deu: já é colunista da Folha. Batata. Quanto vai demorar para que a Globo lhe dê alguma coisa? E para que ela figure nas páginas amarelas da Veja?
Caruso, voltando a ele, fez uma troca lastimável. Perdeu o espírito do tempo e se embrenhou do espírito da Globo.
Caruso representa, no universo das charges, o que a Globo é fora delas: um símbolo da iniquidade, do golpismo, dos privilégios de uma casta egoísta e desonesta.
Você tem uma ideia de quanto ele está ultrapassado quando passa os olhos pelo trabalho de Latuff. É a inovação versus o atraso.
Com tantas charges esdrúxulas nos últimos anos, Caruso hoje se superou. Ele conseguiu cortar a cabeça de Dilma no Dia da Mulher.
Ele provavelmente vai receber tapinhas nas costas de seus editores e talvez até de algum Marinho.
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Mais uma do ciníco colonista Chico Caruso

O que um pena paga não faz para agradar o patrão?
Quanto a mudar de assunto, na hora que o chefe mandar!

um canalha o Caruso

morgana profana

caruso, o canalha!!!! 

Que o humor brasileiro, com raras e honrosas exceções, tem se revelado, nos últimos tempos, a celebração da burrice, do destempero e da intolerância, ninguém duvida... Não que se deva reclamar das críticas e zombarias com políticos, sejam eles quais forem, de que partido forem, sejam da oposição ou do governo...Não é nada disto... Há uma linha bem definida entre o sarcasmo e o escárnio, a ironia e a covardia... Imbecis como CQCs, Zorras e outros que tais refletem a indigência intelectual de um país que teve Chico Anísio, Oscarito e até o impagável Costinha, escatológico, mas nunca vulgar... ainda que politicamente incorreto, sempre!!! No campo da charge tivemos Péricles, Nássara, etc, dentre os recentes Anegli, Glauco, Laerte, Dalcio, Bessinha, etc... 

Não se exige um humor sempre engajado pró-esquerda, nem a falsa "neutralidade" do humor, sempre reivindicada pelos artistas com alvo certo! O problema não é ter uma posição ou preferência, mas como expô-la... 
Todos os grandes mestres, a sua maneira, acertaram em cheio na maioria das vezes, e cometeram erros em outras, afinal, não há perfeição, nem coerência eternas... 
Mas a regra era a inteligência refinada, ainda que remexessem nossos piores recalques, ou aquilo que nos era mais caro, à esquerda ou a direita, ricos, pobres ou classe mé(r)dia... 
Hoje a "combalida tradição" (com toda faslidade que termos como este carregam) do humor gráfico brasileiro sofreu mais um duro golpe, aliás, hoje não, já tem bastante tempo... 
Como inquilino do jornal mais cretino do país, Caruso poderia se dar ao luxo de ser um sopro de Democracia, um arremedo de pluralidade, mesmo que fingida... Preferiu abraçar a piada óbvia, o riso idiotizado do senso comum, escondendo seu deserto criativo atrás da ignomínia travestida de alguma "polêmica"... 
Fica a pergunta: 
  • Será que a "coragem" do Caruso o permitiria uma charge com a ex-amante de ffhhcc o consolando no velório de Dona Ruth? 
  • Ou uma charge sobre o desastre do buraco do Metrê-estação Pinheiros, com çerra, alckimin e um espectro de covas, passeando de trensalão, enquanto se mostram braços e pernas soterrados? 
  • Ou uma chage quando covas agonizava, com a legenda: "o câncer é melhor que covas, porque ao menos, evolui"???? 
  • Quem sabe uma charge do "dotô" patrão, demente nos últimos dias, como uma criança, pedindo para ver o xou da xula, e chorando com as fraldas borradas? 
Bem provável que não, e ainda bem! Não imagino que várias injustiças somadas possam construir alguma justiça. Pois bem, é dele (caruso) o atentado a dignidade de Genoíno...

Foi dele também a cusparada, o tapa na cara dos parentes e vítimas da tragédia gaúcha que chocou o país, apenas para ganhar algum ossinho ou um biscoitinho dos patrões, basta lembrar, comparar e constatar que Caruso é a prova que Darwin não estava totalmente certo, pois alguns animais tendem a involução.

Casamento político

Quando o casamento parecia a caminho de se tornar obsoleto, substituído pela coabitação sem nenhum significado maior, chegam os gays para acabar com essa pouca-vergonha.

Luis Fernando Veríssimo
e seu humor britânico