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Documentário mostra os bastidores do golpe contra Dilma Rousseff

O diretor e roteirista Douglas Duarte e sua equipe estavam na hora e no lugar certos para assistir de perto a uma das mais importantes passagens da história recente do Brasil: o processo de impeachment de Dilma Rousseff. O que era para ter sido apenas um registro do panorama político diário tornou-se o documentário “Excelentíssimos”, uma produção da Esquina Filmes exclusiva para o canal Curta!, que registrou os bastidores e o cotidiano do Congresso Nacional em momento de efervescência e extrema polarização.

As gravações se iniciaram à época da condução coercitiva do ex-presidente Lula, mas como narra o próprio diretor, “para entender 2016” foi preciso “olhar para 2014”. Assim, o filme vai refazendo o passo a passo do impeachment a partir da eleição presidencial naquele ano, em que o candidato do PSDB, Aécio Neves, foi derrotado por Dilma Rousseff.

As ações da operação Lava-Jato, a crescente crise com o PMDB, que compunha a base governista, os grampos telefônicos e o convite frustrado para que Lula assumisse a Casa Civil são as etapas que se seguem, culminando na votação do impeachment.

Duarte se preocupa em contextualizar não só as situações mostradas, como também os personagens desse jogo político, e aponta sua lente inclusive para a Esplanada dos Ministérios, onde manifestantes se reuniram para pedir a saída da presidente. O longa foi viabilizado através de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual. 
Estreia na Sexta da Sociedade, 7/06, às 21h05

Cine holliúdy 2

A chibata sideral
Resumo: Pacatuba, interior do Ceará, 1980. A popularização da TV obriga Francisgleydisson a fechar seu adorado Cine Holliúdy e ir morar na casa da sogra, ao lado da esposa Maria das Graças e do filho Francin. Após passar por uma experiência alienígena, na qual um amigo foi abduzido, ele tem a ideia de rodar um longa-metragem de ficção científica onde Lampião enfrenta os seres extraterrestres. Para tanto, consegue o apoio do prefeito Olegário e de sua esposa Justina, candidata às próximas eleições.

Claúdio Teixeira
Caricaturas

Vida que segue
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Marighella: causa polêmica

A intenção de Wagner Moura foi alcançada. O seu primeiro filme causou polêmica e agitou as redes sociais. É tudo que ele esperava, conseguiu. Veja abaixo a opinião de algumas pessoas sobre a obra:



Marighella (esq.) é negro sim, amiguinho. Vai acreditando! (Seu Jorge à dir.)

Ver imagem no Twitter
A certidão de óbito de Marighella diz que ele era branco.

Veja outros Tweets de Adriana Cothran⚓️🇧🇷🇮🇱🇺🇸
Tu deu um tiro no próprio pé Wagner Moura. Enterrou o pouco de consideração que tínhamos por sua breve carreira de "ator". O Marighella, terrorista , assassino, branco e eliminado pelos nossos heróis Militares, vai fuder com tua podre carreira. A mentira tem seu preço. Si fudeu

Quando a realidade supera a comédia

O texto acima lembra um país e governo que conheçemos, a semelhança será mera coincidência? Sei não, mas tenho a impressão que sei lá...
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Who is América: a série




Quando a realidade supera a comédia, por Wilson Ferreira 
Como fazer uma sátira política de um país que parece imitar os estereótipos que a própria mídia faz da América? Como fazer humor de um país que já teve um ex-ator de Hollywood como presidente e, o atual, um dublê de empresário e ex-apresentador de reality show de TV? Esse é o desafio do comediante Sacha Baron Cohen na série “Who is America?” (2018-): como satirizar um país no qual a realidade parece superar a comédia. Cohen interpreta cinco hilários personagens que entrevistam e fazem “pegadinhas” em norte-americanos que vão desde desconhecidos até senadores, deputados e juízes dos EUA, através de todo espectro político e cultural. Cada episódio consegue persuadir os entrevistados (seja de esquerda ou direita) a colocar para fora seus extremismos, preconceitos e qualquer coisa bizarra sugerida pelas ainda mais bizarras caricaturas de Sacha Cohen. “Who is America?” mostra que, na atualidade, estar diante de uma câmera é a nova hipnose: ajuda a revelar o pior de nós mesmos.
Desde a Segunda Guerra Mundial, a imaginação literária tem um sério concorrente: a realidade, cujos eventos cada vez mais superam a ficção em escala, efeitos e estética. Desde o Holocausto e o cogumelo nuclear que devastou cidades durante a guerra, nunca mais a ficção conseguiu superar a realidade.
Por exemplo, o escritor e poeta “maldito” norte-americano Charles Bukowski dizia que tinha que lançar mão do exagero, bizarrices e um humor corrosivo que causasse os sentimentos mais extremos (do ódio e nojo, até o amor e a paixão), para poder superar o impacto dos fatos reais que acabavam superando qualquer imaginação ficcional.
Certamente o comediante Sacha Baron Cohen tinha isso em mente ao estrelar a série Who is America? (2018), apresentada no canal norte-americano Showtime em sete episódios. A premissa da série é explícita: “explorar os diversos indivíduos, desde o infame até o desconhecido através do espectro político e cultural que habitam nossa nação única”. 
Porém, representar um país como os EUA é difícil. Principalmente porque na América estão Hollywood e a gigantesca indústria de entretenimento que irradiam imagens e sonhos para grande parte do planeta. E de tanto fabricar imagens e entretenimentos, acabou acreditando neles. Resultando num país hiper-real cuja realidade tenta imitar a ficção: cidades que viram cenografias e pessoas (políticos, subcelebridades e desconhecidos) que tentam emular clichês e personagens fílmicos e televisivos.  
Séries como a brasileira América, de João Moreira Sales e que foi ao ar pela extinta TV Manchete em 1989, já mostraram isso – representar lugares e pessoas a partir da mitologia cinematográfica do Jazz, do Blues, do automóvel e de uma arquitetura urbana que se assemelha a fachadas cenográficas – sobre a série.
Mas o propósito de Who is America? é ainda mais complicado: como fazer uma sátira política, comportamental e de costumes de uma nação que, ela própria, já é um misto e paráfrase e paródia que a própria mídia faz dos EUA?  Afinal, um ex-ator de Hollywood já foi presidente (Ronald Reagan nos anos 1980) e Donald Trump (um dublê de empresário e apresentador de reality show televisivo O Aprendiz) é o atual presidente, cuja performance diária parece a de ser uma paródia de si mesmo.
Em outras palavras: como o comediante Sacha Cohen poderia fazer uma “sátira política” se os próprios personagens do cenário político e cultural atual parecem ser eles próprios paródias de si mesmos? Como a representação cômica poderia superar uma realidade que, de início, já é tragicômica?
Esse parece ser o desafio central de Who is America? Para enfrenta-lo, em muitos momentos Sacha Cohen parte para o “politicamente incorreto” no melhor estilo Bukowski, para despertar raiva, nojo e repulsa. Ou, se é possível, explorar uma linguagem mockumentary híbrida – um mix de “media prank” (pegadinhas) com espécies de brincadeiras ou jogos em que os entrevistados parecem conscientes e aceitam – afinal, estar diante das câmeras em um show de TV é atraente para personagens hiper-reais. 
A crítica parece não ter entendido essa proposta desafiadora da série: acusam o humor “incorreto” de Sacha Cohen de repetitivo e ofensivo. Além de não entender qual o objeto da crítica. Perguntam: afinal, do que se trata Who is America? O fato é que ao longo dos sete episódios, todos os lados do espectro político são ridicularizados: dos liberais democratas “politicamente incorretos” à direita republicana bélica que inacreditavelmente leva à sério as propostas paródicas de Sacha Cohen – por exemplo, armar as crianças a partir dos três anos para enfrentar os atiradores e terroristas muçulmanos que invadem escolas... 

A Série

Como de hábito nos filmes anteriores (Borat, O Ditador, Brüno), Sacha Cohen está quase irreconhecível nas próteses e pesadas maquiagens de cinco personagens que entrevistam desde apoiadores de Trump, um DJ da Flórida, até senadores e políticos como Bernie Sanders, o republicano do Estado da Geórgia Jason Spencer e o ex-juiz do Alabama, Roy Moore.
Cohen é “Billy Wayne Ruddicj Jr. Phd”, teórico da conspiração de extrema direita que emula o conhecido jornalista conspiratório conservador Alex Jones do “Infowars.com”; “Dr. Nira Cain-N’Degeocello”, um professor de extrema-esquerda em estudos de gênero (continuamente pede desculpas por ser hetero), sua esposa chama-se Naomi e seus filhos Harvey Milk e Malala; “Rick Sherman”, um britânico ex-presidiário que tenta se lançar no mundo das artes plásticas e música pop a partir de elementos “criativos” retirados da sua vida na prisão: excrementos e fluidos corporais;
“Erran Morad”, um perito antiterrorismo israelense (que a cada episódio se apresenta como “coronel” ou “brigadeiro”, “capitão” e assim por diante) com métodos nada ortodoxos para combater o “Mal” – terroristas, pedófilos etc.; Gio Monaldo, um playboy fotógrafo de Milão que possui um programa na TV italiana chamado “La Vita Diamante di Gio”. Suas causas de caridade incluem vítimas do Ebola na África e “crianças-soldados”; e “OMGWhizzBoyOMG”, um youtuber que abre caixas de brinquedos colecionáveis enquanto faz entrevista no canal do Youtube.
No primeiro episódio Erra Morad entrevista diversos conservadores (presidente de ligas de armas, lobistas e o senador Trent Lott) defensores dos direitos das armas e da necessidade dos professores se armarem nas escolas para enfrentarem atiradores. Morad é mais radical: propõe um sistema supostamente infalível em Israel – armar e treinar crianças a partir dos três anos, mas crianças “diferenciadas e treinadas”. Phip Van Cleave, presidente da Virgínia Defence League, chega a participar de um “vídeo didático” para crianças proposto por Morad, sobre os benefícios de armas portadas nas escolas e disfarçadas de bichinhos de pelúcia...
Morad também faz uma pegadinha com três apoiadores “red necks” de Trump: como atrair imigrantes ilegais e pedófilos para prendê-los? O exército de Israel sabe como: simula-se uma “Quinceañera” (festa de quinze anos para meninas) para enganar os vilões. Morad faz os apoiadores se disfarçarem de meninas adolescentes (com direito a calcinhas de borracha com simulações de vagina para se tornarem mais atraentes aos “mexicanos pedófilos”), enquanto o terceiro se esconde dentro da piñata com uma câmera de vídeo. Até a polícia chegar e dar uma batida, confundindo os “red necks” com verdadeiros pedófilos.
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Toda democracia que o dinheiro pode comprar

Era para ser mais uma operação comercial de rotina: convencer os moradores de uma pequena cidade a venderam suas terras para uma grande corporação extrair gás natural sob a cidade, por meio de uma técnica de alto risco ambiental. Mas tudo se complica quando um professor mostra para os moradores evidências de catástrofes ambientais ocorridas anteriormente: envenenamento do gado e das águas. E para complicar, chega na cidade um ativista ambiental que rastreia as atividades escusas da empresa. Além disso, a tensão cresce com a proximidade do dia da eleição na qual os moradores devem decidir se aceitam a oferta de compra. “Terra Prometida” (Promised Land, 2012) de Gus Van Sant discute até que ponto a opinião pública se confunde com propaganda – as modernas estratégias de engenharia de opinião pública na qual as grande corporações têm gigantescos interesses financeiros. Muito dinheiro para ficarem à mercê do imponderável dos resultados eleitorais. Quanto dinheiro é necessário para simular uma discussão pública e democrática? Confrontado com a atual crise política brasileira, fruto da guerra hibrida e geopolítica do petróleo, “Terra Prometida” dá no quê pensar...

O Processo – um filme perturbador, por Rodrigo Lucheta

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Hoje assisti ao filme O Processo. É um filme perturbador. Saí do cinema perturbado porque descobri que não se trata de um filme sobre o processo de destituição da presidenta Dilma. É, antes, um filme sobre o Processo. Isso, evidentemente, não exclui o processo de impeachment, acontece que esse processo, no filme, não é essencial: o essencial é o Processo; o protagonista é o Processo. Porém, descobrir que se trata de um filme sobre o Processo não apazigua nada, a perturbação dura, porque o Processo é duplo e ao mesmo tempo é invisível. É duplo porque é um processo de destituição da Dilma (e neste sentido ele já acabou) e é também um processo de mudanças profundas na vida política, social e econômica do país – ele se desdobra nas reformas do Temer, na prisão do Lula e na fumaça preta de bombas com que o filme acaba; sem que o Processo tenha se revelado, sem que o Processo tenha chegado ao fim. O filme, portanto, não termina, porque o protagonista, o Processo, ainda não nos devolveu o país.
O Processo, além disso, é invisível. Uma das singularidades do documentário é o fato de não haver intervenções da direção em forma de perguntas ou entrevistas. Ninguém olha para a câmera durante o filme; aliás, não há tempo para isso – todos ali, acusação e defesa, aparecem em ação ou em reação (como que representando uma peça de teatro). A única passividade é a nossa diante do palco. O olho da câmera é um olho passivo, quase sempre parado. É evidente que há as escolhas do que filmar, de que ângulo filmar, de que maneira montar os pedaços filmados, etc. Mas a intenção autoral, artística, não está em intervir montando ou fazendo tomadas geniais: a intenção é mais modesta, sóbria: ela visa simplesmente olhar o teatro, o desfile, o Processo. Por que esse olho passivo? Por que se contentar em apenas olhar? É que o Processo é invisível, fugidio: não se pode invocá-lo sem que ele fuja. É preciso realmente discrição e sobriedade para vê-lo. Vê-lo, entretanto, não significa desvendá-lo. Vê-lo significa simplesmente isto: dar-se conta de que há um Processo. Maria Augusta Ramos nos ajuda nessa constatação.

"Guerra Total" na crise política com os filmes "Polícia Federal" e "Real"



(...) por Wilson Ferreira
Espera-se para esse ano o lançamento de dois filmes nacionais que aproveitam a atmosfera da atual crise política. O thriller judiciário “Polícia Federal: A Lei é Para Todos” e um “thriller econômico” - “Real: O Plano por Trás da História”, sobre o Plano Real e a derrota da hiperinflação. “Esculhambação da Polícia Federal e do Judiciário” (pelo fato da PF ter cedido equipamentos, gravações de vídeos e informações sigilosas para uma produção privada sobre uma investigação ainda em andamento) e “propaganda tucana” foram algumas reações das esquerdas. Qual é a surpresa? Como em toda a História, os conquistadores chegam ao poder determinados a exterminar os vencidos. Desde o nazi-fascismo esse extermínio tornou-se simbólico por meio da “Guerra Total”: a conquista de corações e mentes através do cinema e audiovisual. Assim como o Governo dos EUA fornece armas, aviões e soldados reais para as produções patrióticas hollywoodianas, a PF transforma sua sede de Curitiba em “laboratório de interpretação” para os atores. Dentro do espectro político, quanto mais nos dirigimos à direita vemos uma aplicação mais eficiente das armas da comunicação. Como demonstrou Donald Trump na semana passada em suas incursões pela Internet e redes sociais nas madrugadas.

Trumbo: O homem íntegro diante de um tribunal de exceção, por Léa Maria Aarão Reis*

Do blog Uma Coisa e Outra
O filme 'Trumbo', mesmo que o filme não faça justiça ao protagonista, mostra como se comporta um homem coerente diante de tribunais de exceção.
 ***
- Leia imaginando que em vez de um artista o personagem principal é um político. Então o título seria:

Dirceu, o homem íntegro diante de um tribunal de exceção. 

E o texto terminaria com a seguinte frase:

(...) Já Barbosa e Moro, bem, todos sabem, são lixos da História.
***
Nos anos 40, nos Estados Unidos, um escritor e roteirista de filmes consagrados e produzidos pela então superpoderosa máquina de Hollywood, se chamava James Dalton Trumbo. Era contratado a peso de ouro pelos grandes estúdios, possuía uma imensa capacidade de trabalho e era adorado pelo público, por conta das histórias e dos diálogos memoráveis que criou para o cinema.

A Princesa e o Plebeu, Spartacus, Exodus, O homem de Kiev, Kitty Foley, Por amor também se mata, Arenas Sangrentas, O roseiral da vida, Johnny vai à guerra (este, dirigido por ele a partir de um livro de sua autoria) foram alguns clássicos escritos com seu imenso talento. Descendente de suíços, e nascido no Colorado, Trumbo era um ídolo da inteligência nacional. Uma espécie de Chico Buarque, guardadas as diferenças de época e de cultura.

Uma noite, ao sair de uma sessão de cinema, em Los Angeles, e reconhecendo-o como a mesma pessoa que vira momentos antes, no cine jornal, sendo acusado de comunista e traidor, um agressivo midiota, perguntou: ’você é o Trumbo?’ e à afirmativa do escritor insultou-o, não o chamando de merda, como ocorreu com Chico, mas  atirando um copo cheio de bebida na sua cara.

Estava começando a temporada fascista que levou a sociedade americana ao inferno com o macartismo, e tendo como um dos seus alvos principais artistas de Hollywood. Pressionados a delatarem companheiros de trabalho filiados ao Partido Comunista e “com idéias marxistas”, dez deles se negaram a dedurar colegas, enfrentaram o temido senador Joseph McCarthy, um obcecado caçador de esquerdistas, e resistiram, durante anos, à marginalização profissional e aos preconceitos estimulados pela mídia da época. A repugnante colunista de fofocas de Los Angeles, Hedda Hopper, do influente jornal Hollywood Reporter, trabalhava nesse sentido na linha de frente – como faz a nossa mídia velha, corporativa, daqui. Era outra obcecada em manter Trumbo como um morto-vivo, sem nome e sem trabalho.
Muitos roteiristas e diretores, na época, perderam os empregos e dez deles foram incluídos na célebre Lista Negra do cinema americano. Trumbo era um deles. Em 1947 passou um ano em uma prisão federal condenado por desobediência civil. Recusou-se a delatar. Entrou na história do cinema como legenda, figura emblemática de um episódio de triste memória.

O diretor Jay Roach agora, conta, no seu filme, aspectos da vida desse que foi um dos maiores roteiristas de filmes. Faz um registro da vida dele superficial, leviano e “restrito a um drama familiar”, com assinalam, com razão, os seus admiradores apaixonados – como nós -, e desrespeitoso com um personagem histórico do cinema que foi tão coerente durante os anos sombrios da Lista Negra. Não  se detém na origem da opção ideológica dos dez da lista de McCarthy nem mostra como os seus companheiros enfrentaram os dedos-duros.”

O grande ator Edward G. Robinson foi um delator assim como os brilhantes diretores Elia Kazan e Edward Dmytrik, que ficaram estigmatizados por isto até perto do fim de suas vidas.

David Bowie - todas as cores do Camaleão


Morto aos 69 anos, o britânico David Bowie foi um dos mais originais, brilhante e criativo nomes da música, cinema e arte em geral dos últimos cinquenta anos...




Chico Buarque e o novo Brasil

Os brasileiros tem a fortuna de assistir, na mesma semana, a dois filmes espetaculares: o de Guilherme Fontes, sobre "Chatô", e "Chico, artista brasileiro", documentário de Miguel Faria Jr.
Chatô resulta mais divertido e menos safado que Roberto Marinho, a quem precedeu na luta para derrubar presidentes trabalhistas.
O Chico é impecável, irretocável, incomparável.
Miguel Faria, Lauro Escorel, Marcos Flaksman e Luiz Claudio Ramos mostram o que a  cinematografia brasileira - e  carioca ! - pode fazer.
E Chico, esse artista brasileiro, de Paratodos !
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro

Chico tem a elegância de Pixinguinha.
E, assim, nessa chave, dá um murro no estomago desses impeacheiros medíocres, que se escondem no "constitucionalismo" e na fossa do PiG.
A certa altura, Chico fala da Bossa-Nova.
E diz que a Bossa Nova só foi possível porque o Brasil era atrasado.
Só assim, atrasado, foi possível uma musica de elite, de Ipanema se impor como um cânone para o Brasil inteiro.
Um Brasil, diz ele, que não ia ao aeroporto …
Agora, não.

As mil e uma faces de James Bond

Interpretado por vários atores ao longo do tempo, o personagem criado pelo britânico Ian Fleming não perde o ar misterioso e galanteador. Permanece e rejuvenesce a cada novo filme.

Mudam-se os atores
Mudam-se os diretores
Mas a genial criação permanece

Meu nome é Bond, James Bond!

Cinema



Filme: Que horas ela volta
Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, tem tudo para se tornar um marco no cinema brasileiro contemporâneo, como foram, em outros contextos, Central do Brasil Cidade de Deus. É um filme em plena sintonia com o “pulso” do país. Encara com originalidade e coragem um momento de transformações sociais mais ou menos profundas, mais ou menos traumáticas – e, por favor, não estamos falando aqui de disputas partidárias ou programas imediatos de governo ou de oposição. 
A figura central na arquitetura narrativa do filme, como se sabe, é a da empregada doméstica, aquela trabalhadora que dorme na casa dos patrões e é como que uma descendente da mucama da época da escravidão e também do “agregado”, tão frequente na obra de Machado de Assis. É aquela que “é praticamente da família” – desde que conheça o seu lugar e se conforme com ele.
E é exatamente esse “lugar”, ou a sua redefinição em nossa época, que o filme de Anna Muylaert vai observar, com um olhar ao mesmo tempo arguto, sutil e amoroso. Quem o ocupa é a doméstica Val (Regina Casé), que mora na casa dos patrões no Morumbi e ajudou a criar o filho do casal, Fabinho (Michel Joelsas), hoje um rapagão aspirante a uma vaga na universidade.
O drama e a comédia (nos filmes da diretora, os dois vêm sempre juntos) começam quando Val recebe a visita inesperada da filha, Jéssica (Camila Márdila), que vem a São Paulo prestar vestibular para arquitetura.



Dramaturgia dos espaços
A chegada de Jéssica traz instabilidade a um terreno que parecia sólido e imutável. Os espaços ameaçam tornar-se indefinidos, confusos, inseguros. Tudo, no fundo, é uma questão de arquitetura, e por isso boa parte dessa história é contada pelos ambientes: o quartinho de Val, a cozinha, a piscina, o quarto de hóspedes, o ateliê do patrão (Lourenço Mutarelli). Cada um desses locais adquire um sentido social, cultural e dramático profundo no desenrolar da narrativa.

Cinema


O castelo de cartas

 "Acabo de assistir as três primeiras temporadas da série House of cards, com o ator Kevin Spacey interpretando um político norte americano, cuja ambição, fruto de vingança pessoal, é mais o poder e a visibilidade do cargo que pode vir a ocupar do que propriamente o dinheiro, embora esse faça parte do jogo, claro. Afinal, são os Estados Unidos da América, dirão alguns com a boca cheia. Spacey se transforma numa espécie, até certo ponto ingenua, de anti-heroi do capitalismo. A série é uma aula de como não fazer política ou, em outras palavras, um escracho sobre o que se vende por aí como serem os EUA o país onde mais a democracia funciona."



Namoro no cinema

O cara era meio tímido e resolveu convidar a paquera para ir ao cinema, pensou que ficaria mais à vontade. Chegando lá, ele nada. A garota desinibida que era, resolveu tomar a iniciativa. E com jeitinho, devagarzinho, ela foi enfiando a mão pela braguila, aquela dificuldade e nada. De repente o rapaz diz:
- Tá duro, não?
E ela:
- É...tá duro de achar!

Babaquice também deve ser compartilhada

Compartilho a babaquice abaixo como uma forma de protesto.

Oscar 2015: a festa do homem branco

by Clarice Cardoso - Carta Capital 

Estatuetas do Oscar
Em um ano, uma crônica da escravidão recebe três estatuetas. No outro, a história de Martin Luther King é esnobada
Não há nenhum acordo ou lei internacional que dite que premiações como o Oscar tenham de prezar por princípios de igualdade de gênero ou raça em suas avaliações. Seria, contudo, uma atitude louvável de uma instituição tão simbólica em Hollywood, dada a força inegável com que influi sobre a cultura mundial, inundando nossas salas de cinema e nossas conversas, restringindo nossas opções e marcando de forma tão definidora nossas representações de mundo.
Em 2015, contudo, a cerimônia da Academia de Hollywood, que tenta tão desesperadamente recuperar relevância (e audiência), voltará a ser uma grande festa do homem branco. Basta ver a lista de candidatos que, na opinião dos votantes, estão entre o que de mais valioso o cinema norte-americano produziu no ano passado. Todos os indicados nas categorias de melhor diretor, ator e ator coadjuvante são homens brancos. Não há nenhuma roteirista mulher em nenhuma das listas. Entre as indicadas para atriz e atriz coadjuvante, nenhuma é negra. Nas categorias técnicas, é visível a predominância de nomes masculinos entre os indicados.
Que a lista não insinue, jamais, que não há candidatos de igual talento e capacidade, sejam mulheres ou negros, entre as equipes dos milhares de filmes feitos todos os anos. Até outro dia, Gillian Flynn era aclamada por sua adaptação do roteiro de Garota Exemplar. Agora, perdeu espaço para seus pares do sexo oposto.
Entre os oito filmes competindo pelo título de melhor do ano, sete são dirigidos por homens brancos, menos um: Selma, de Ava DuVernay. Que é uma mulher negra e não figura na lista de concorrentes ao prêmio de diretor. Note-se que, no domingo 11, ela havia sido celebrada como a primeira afro-americana indicada na categoria no Globo de Ouro. Poderia passar como mais uma das incongruências do prêmio, mas é algo em que é difícil crer.
Em 2014, curiosamente, a situação parecia mais promissora. A começar pela lista de melhor ator, que trazia o ator negro Chiwetel Ejiofor, e Matthew McConaughey, que venceu por interpretar um portador do vírus HIV. Entre os atores coadjuvantes, estava Barkhad Abdi, ator negro e somaliano. A vencedora como melhor atriz coadjuvante foi a estreante Lupita Nyong'o, por 12 Anos de Escravidãoque levou o prêmio de melhor filme.
Em um ano, uma crônica da escravidão recebeu três estatuetas. No seguinte, a história da campanha de Martin Luther King pelo direito ao voto igualitário em 1965, aclamada pela crítica e tida como aposta certa, é esnobada. Se a indicação deste Selma, o longa de Ava DuVernay, a melhor filme do ano é indicativo de que há na produção qualidades o suficiente para justificar sua presença na premiação, ela mal está lá. A ausência, por outro lado, dá indícios de que talvez não seja essa a história que a Academia quer celebrar.