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Livre Mercado

[...] O curioso pedido de respeito

Não entendo toda essa polêmica (nota) com relação ao preço da gasolina (o combustível sobe, não sobe...). Se temos a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), basta acionar seu mecanismo de compensação. Ela foi criada exatamente para evitar altas e baixas nos preços internos dos combustíveis em conseqüência da volatilidade do petróleo internacional.
O fato é que a reação do mercado surpreende. Diante do anúncio do ministro Wagner Rossi de uma política voltada ao etanol, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos automotores (ANFAVEA), Cledorvino Belini, já apressou-se em destacar que a entidade é "a favor do livre mercado". Ele criticou a decisão do governo de intervir no álcool - decisão não tomada, ainda, e que não será intervenção propriamente. 

"O empreendedor tem que escolher onde vai colocar os recursos. Na medida que se possa interferir, nosso receio é que haja uma inibição dos investimentos na área, principalmente na expansão da produção", completou Belini.

Muito curioso...

Não é muito curioso isto? Quando vai haver qualquer ação do governo no setor, invocam o livre mercado; esquecem-se completamente dele quando querem socorro, leis e ajuda financeira. Aí não existe o livre mercado e correm atrás do Estado, BNDES, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, do Minstério de Ciência e Tecnologia, do Itamaraty...

Meus caros, não tem sentido em plena guerra comercial e cambial no contexto mundial, e frente a tanto protecionismo europeu e americano em relação aos seus produtos, ouvirmos uma entidade que representa o setor das montadoras falar de livre mercado!

E nos termos em que foi colocado pelo presidente da ANFAVEA. Como se estivéssemos no século XIX, ainda! Aliás, um setor regiamente salvo pelo governo durante a crise financeira internacional de 2008/09.

Governo Lula reduz imposto


O governo vai reduzir temporariamente a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômica (Cide) cobrada sobre a venda de gasolina. A cobrança vai diminuir dos atuais R$ 0,23 por litro para R$ 0,15 por litro do combustível.

Esse desconto vale de 5 de fevereiro até 30 de abril, segundo anunciou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Segundo ele, o impacto da medida para os cofres públicos é de uma perda de arrecadação correspondente a R$ 90 milhões. 
A medida visa compensar o possível aumento de preço do combustível decorrente da diminuição da quantidade de álcool que é adicionada à gasolina. 
O próprio Mantega estima que a redução da parcela do etanol na gasolina de 25% para 20% deva gerar um aumento de preço por volta de 4%.

O prazo do desconto da Cide acompanha o da redução dessa parcela. 
Devem ser adicionados 20% de etanol do dia 1 de fevereiro até o dia 1 de maio. 
Depois dessa data, a quantidade voltará a ser de 25%.

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