ESTRANGEIRO TRAVESTIDO DE BRASILEIRO

Marco Antônio Leite

O show do Beirut em São Paulo, na última sexta-feira, já foi bastante comentado, mas um aspecto da ótima apresentação da turma de Zach Condon no Via Funchal me chamou negativamente a atenção: o comportamento "nacionalista" do público.

O Beirut se destacou no cenário musical por duas fortes características: a opção por uma base sonora "démodé", centrada em trombone, trompete e contrabaixo, e um mix de influências regionais variadas, dos Bálcãs ao México, passando pela canção francesa, entre outros.

Desde o ano passado, Condon tem incluído no repertório de algumas apresentações a canção "Leãozinho", de Caetano Veloso. O You Tube está repleto de vídeos que expõem o jeito desengonçado, mas simpático do líder do Beirut em seu duelo com versos como "Gosto muito de você, leãozinho… Para desentristecer, leãozinho".

Assim que o Beirut pisou no palco do Via Funchal começaram o gritos de "Leãozinho". De forma insistente, no intervalo entre as músicas, fãs do grupo pediam para Condon cantar a música de Caetano Veloso. E nada do músico atender o pedido. A certa altura, tropeçando no português, ele disse que não se lembrava mais da letra, o que não diminuiu o ímpeto do público. "Leãozinho!" "Leãozinho!"

De tanto ouvir a platéia no show de Salvador gritar "toca Raul!", em homenagem a Raul Seixas, Condon passou a repetir a piada e, mais de uma vez, falou em São Paulo: "Toca Raul!"

Alguém da platéia ofereceu uma bandeira do Brasil a Condon, que educadamente a enrolou em torno do pescoço – e com ela ficou até o final, não sem antes brincar com as palavras "ordem e progresso". No final do show, o Beirut tocou, sem muito entusiasmo, uma versão em inglês de "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, para delírio do público.

Não canso de me espantar com esse comportamento. Por que alguém vai a um show de um artista estrangeiro e passa 60 minutos pedindo para ele cantar "Leãozinho"? Por que o público fica tão feliz de ver o músico repetir algumas palavras que decorou em português? Qual é a graça de ver um estrangeiro "abraçar" a bandeira do Brasil?

PROFISSÃO: PROFESSOR

Estive pensando na importância que tem algumas profissões.
E descobri que de modo muito comum, valorizar uma profissão nem sempre implica na valorização do profissional que a exerce.

Pode parecer uma coisa controversa e sem sentido. E é.
Me lembrei de quando eu era criança.
Naquele tempo o meu saudoso pai era proprietário de um caminhão.

Eu não tenho uma nítida recordação do caminhão de meu pai. Mas ele contava algumas histórias e nessas histórias, não poucas vezes, o personagem principal era o motorista do caminhão.

Depois, eu me lembro que um meu tio tinha dois caminhões. E dois motoristas.
Com o meu pai eu comecei a perceber que ser motorista naquele tempo era exercer uma profissão importante, era ser um profissional respeitado.

Com o meu tio, eu pude ter a certeza – com toda a sua clareza e evidência – que o motorista era um profisssional valorizado.
Porque não tinham tantos na praça.
Aliás, até caimnhões não haviam tantos assim...

Mas o motorista, aquele profissional devidamente habilitado, era raro.

Ele, mais do que dirigir, tinha que saber da mecânica basicamente tudo: da lavagem à lubrificação do veículo. Trocar rodas, limpar o carburador, cuidar do radiador...
O motorista tinha mesmo era que ser também um baita de um mecânico.

Hoje é fácil perceber que a profissão motorista continua tendo a sua importância. Mas com o profissional motorista poucos se importam.
Ele cumpre uma jornada de trabalho desumana que só perde em desumanidade para o salário que recebe.

Aí, me lembrei de uma outra importante profissão. Daquela que, por acaso, a exerci e da qual fui obrigado a me afastar por problemas de saúde – a de professor.
A ideia deste inútil texto surgiu e foi amadurecendo quando comecei a ver na televisão uma peça institucional do Ministério da Educação.

São ao menos três chamadas, toda enfoncando o papel e a importância do professsor.
Uma delas, fala de alguns países no mundo – a maioria localiza-se no continente europeu – que nos últimos trinta anos explodiram economicamente e hoje experimentam uma vida de riqueza, desenvolvimento e bem estar social.

Segundo o MEC, pesquisas feitas nesses países, apontam unanimemente, o professor como o principal e fundamental agente responsável pelas transformações neles ocorridas.

E as peças institucionais do MEC findam por dizer: "converse..." ou: "trabalhe com os mais interessantes e influentes profissionais que existem..."
E recomenda: "seja um professor".

Confesso que tenho pensado muito sobre isso.

O Governo acha o professor um profissional interessante. Diz que o professor faz as perguntas que ninguém pensaria fazer... que o professor é influente.

A influência do professor, ela não existe mais nem mesmo nas sindicais ou associações cujo maior sentido de sua existência era a de lutar por melhorias salariais.

Salvo as devidas exceções.

Pergunta mesmo, dessas que ninguém costuma formular, o professor deveria fazer era justamente ao MEC. Tipo assim: "você está de sacanagem com a minha cara"?

Por fim, sou obrigado a concordar. O professor é, sim, um profissional interessante...
Interessa saber por que ele ainda insiste em amar tanto a profissão que exerce sendo tão desvalorizado.

É interessante saber que o professor acredita no que faz e só não faz mais e melhor porque que lhe são negados todo os meios para tal.

Interessante não é o professor, mas a sua incrível e heróica capacidade de subsistir.

A crise obrigou Estado a assumir seu papel


A recessão mundial trouxe uma mudança profunda na conjuntura internacional. O economista Alex Araújo enumera as transformações. "Primeiro, é um mundo diferente depois da crise", dispara. "Houve uma mudança na polarização internacional: dos Estados Unidos à Ásia. Os investimentos internacionais tendem a ficar mais rigorosos. E os governos vão ter um papel mais atuante nesse novo mundo do que no passado". Um exemplo disso, segundo ele, é a criação da PetroSal, subsidiária da Petrobras que vai administrar a exploração de petróleo na camada pré-sal, assim também como a atuação dos bancos em reduzir o spread. Esse Estado novo tem papel ativo. É uma nova realidade. O Estado assume a dianteira nos investimentos. Será um cliente importante para o mercado".

Um segundo ponto, diz o economista, é a preponderância da China em relação ao mundo e ao Brasil. "A China é o principal parceiro comercial do País", afirma. "E tem capacidade suficiente de gerar oportunidades para o mundo nas próximas duas décadas. Deve fechar este ano com incremento econômico de 6% a 7%, retomar maior expansão em 2010, e induzir o crescimento do mundo. Cabe ao Brasil fazer negócios com a China".

Um terceiro fator é o posicionamento do Brasil no cenário mundial. "A perspectiva que está se colocando indica que se o País souber usar com inteligência sua participação no mercado internacional terá relativo longo prazo de crescimento sustentável e desenvolvimento com oportunidades em todas áreas", diz Araújo. As oportunidades, cita, vem com o pré-sal e produção de commodities.
CAROL CASTRO

Marketing político

Da entrevista que o especialista em marketing político, Antonio Lavareda deu a Istoé (leia Aqui), pincei esta opinião dele (abaixo), para mostrar como ele e muitos especialistas(?) estão redondamente enganados ou agindo de má-fé, a serviço da tucademopiganalha.


"A maior dificuldade de Dilma será substituir a figura do presidente no imaginário do eleitorado da base lulista. Terá Dilma a capacidade de empolgar os eleitores, substituindo uma figura com a dimensão mítica do presidente? É uma tarefa de vulto".


Será que eles realmente pensam que nós (povo) votamos apenas na figura mítica do candidato? E mesmo assim se fosse como ele pensa, qual seria a mítica do candidato da oposição que faria nós votarmos nele?


 Eles não tem argumentos, não tem explicações para os disparates que dizem e outros publicam.


A não ser...que recebam e muito bem para agradar a corja.