Está nas ruas da cidade
Junto à criminalidade,
É culpa única do estado?
Também é da sociedade,
Que ao eleger um político
Não usa seu senso crítico
Pra votar com seriedade.
Ainda que certo o escolhido
Ele sempre, muito esquecido,
Não gosta de ser lembrado.
Do discurso de campanha
Ao se cobrar, ele estranha,
Mesmo se tendo gravado.
Segurança é o que queremos,
Porém, todo dia, bem cedo,
Sempre saimos com medo
Sem saber se voltaremos.
E o fim de semana esperado
Pra muito lazer e cerveja
Peço a Deus que me proteja
De ser novamente assaltado.
Do solto que já foi preso
Nem prefeito escapa ileso
Mesmo em carros blindados.
Por bandidos reincidentes
Armados até os dentes
Dois já foram assassinados.
Hoje em toda a cidade
A prostituição se revela
Não só na pobre favela
Mas também na sociedade.
Ainda na tenra idade
As meninas de programa
Levam homens pra cama
Pra pagar a faculdade.
Pior ainda é o deputado
Que se prostitui calado
E renega o seu estado.
Vende a alma pro diabo
E, liso como um quiabo,
Ainda cobra adiantado.
A falta de boas escolas
De norte a sul do Brasil
Transformam o ócio infantil
Em pedidos de esmolas.
E antes a cola da escola
Que se cola na cadeira
Do que a cola que se cheira
Depois de ganhar esmola.
Mas o colar mais viciado
É do membro do senado
Que não tem opinião.
Fica olhando parado
O seu colega do lado
E aperta o mesmo botão.
E por último, a corrupção,
Um problema tão sério
Que já, desde o império,
Impera em nossa nação.
A pessoa, mesmo séria,
Cobra como descarada,
E ao ser desmascarada
Diz ser vítima da miséria.
Mas a pior corrupção
Que causa preocupação
E rola, não só em Brasília...
É a do parlamentar
Que já, antes de entrar,
Emprega toda a família.
RSanchez
(7/3/2002)