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Vem aí o "Vale do Sul-lício"

Junte uma empresa brasileira (HT Micron(link is external)), uma coreana (Hana Micron(link is external)), uma universidade (Unisinos(link is external)), o governo gaúcho(link is external), o governo federal(link is external) e o governo municipal(link is external). A parceria entre todas é bem fértil: rendeu, em São Leopoldo (RS), a maior fábrica de encapsulamento e testes de semicondutores do Hemisfério Sul(link is external), que já recebeu R$ 120 milhões dos R$ 200 milhões previstos até 2019, recursos vindos do Badesul, Banrisul, Finep e BNDES, além de incentivos fiscais do Governo do Estado e município.
Durante a inauguração da unidade fabril, este fim de semana, a presidenta Dilma chamou a região de “Vale do Sul-lício”, em referência ao vale californiano(link is external) com grande concentração de empresas de tecnologia eletrônica. A presidenta foi mais além, ao declarar que “Aqui podemos de fato estar estruturando o vale do silício brasileiro”. O governador Tarso Genro destacou a parceria entre União, Estado, município e academia para a concretização do empreendimento.
Dilma também lembrou da importância da educação para a consolidação dos avanços sociais ocorridos no Brasil nos últimos anos, e ainda destacou que a transferência de tecnologia será um marco para a indústria brasileira que vai propiciar desenvolvimento de novos produtos e processos, além da formação de pesquisadores e de trabalhadores. Em 2013, o orçamento do ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação foi de mais de R$ 1,8 bilhão.
“Cada vez mais nós precisaremos também nos dedicar ao outro processo simultâneo que a educação permite, que é a formação educacional de cientistas, de pesquisadores, de técnicos, para que nós possamos entrar em definitivo na economia do conhecimento e tratar a questão da inovação como a questão central do nosso país.”
A unidade fabril da HT Mícron tem 10 mil metros quadrados de área, incluindo uma sala limpa (livre de sujeiras, poeiras e micro-organismos) de 7,5 mil m2. No auge da produção, a fábrica pode alcançar a marca de 360 milhões de chips por ano. Isso significa a geração de cerca de 800 empregos diretos em até quatro anos.

Quem disse que precisa estar na academia pra produzir ciência?

Adoro esses tapas na cara da arrogância dos "donos do saber"... 


Pois é, depois da linda história do menino africano autodidata, que fez moinhos de vento com lixo e levou energia para sua comunidade. Apresento seu Alfredo Moser, que criou uma lampada a custo zero, e está sendo chamado pela BBC de "Thomas Edison dos dias de hoje"

Sua invenção está se espalhando rapidamente pelo mundo e ajudando literalmente a iluminar a vida de milhões de pessoas em comunidades pobres e sem nade de patentes e royalties... E promovendo um modo sustentável de gerar energia. 

A ciência deve estar a serviço disso, promoção da dignidade e da felicidade! Ver essas histórias nos faz bem! :o)

Dilma: Sem ciência, tecnologia e inovação, nós não seremos essa nação desenvolvida

Hoje a presidente Dilma Rousseff, destacou a importância do investimento em educação, ciência, tecnologia e inovação, durante entrega da XXVI Edição do Prêmio Jovem Cientista, no Palácio do Planalto. Para Dilma, sem o desenvolvimento dessas áreas, o Brasil não será um país desenvolvido, que superou a pobreza e a miséria.
“Nós estamos diante da possibilidade de dar o grande salto na qualidade da inovação e da ciência no nosso país. Salto fundamental parra elevar a competitividade da nossa economia. Mas também para assegurar que o Brasil tenha, de fato, na década que estamos vivendo e nas seguintes, condições para nos tornarmos uma grande nação de classe média. Sem ciência, tecnologia e inovação, nós não seremos essa nação desenvolvida, e esse país que sepultou em definitivo a pobreza extrema e a pobreza”, disse Dilma.
Dilma afirmou que o país continuará investindo para estimular o desenvolvimento da ciência e tecnologia, e citou iniciativas como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec); a expansão do acesso ao ensino superior, com o crescimento da rede federal de universidades, do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Programa de Financiamento Estudantil (Fies); e o Programa Ciência Sem Fronteiras, que oferece a oportunidade de estudo nas melhores universidades do mundo.

Para o ministro Marco Antonio Raupp, da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a XXVI Edição do Prêmio Jovem Cientista ser dedicada ao tema “Inovação Tecnológica nos Esportes” mostra que o investimento em inovação feito pelo governo acontece de maneira transversal, em contato com outras pastas. Raupp afirmou que os trabalhos inscritos serão repassados ao Ministério do Esporte, para que sejam aproveitados.

Cientistas criam bateria spray


Spray
Pesquisadores do laboratório da Universidade Rice, em Houston (Estados Unidos), desenvolveram uma tinta spray capaz de armazenar e fornecer energia elétrica. Segundo a Reuters, trata-se de uma bateria de íon-lítio, as mesmas usadas em celulares e laptops, que pode ser borrifada sobre qualquer superfície, desde ladrilhos de banheiro a uma caneca de chope. A invenção pode revolucionar o padrão atual de baterias que alimentam nossos gadgets e, assim, criar equipamentos mais finos e leves. Continua>>>

A chave para o desenvolvimento


Educação, Ciência e Tecnologia são as chaves que podem abrir as portas para o nosso desenvolvimento e transformar o Brasil em uma potência mundial competitiva no cenário internacional, capaz de superar definitivamente a pobreza e diminuir as desigualdades.

Enfrentar a dependência tecnológica e o incipiente nível de inovação de nossas empresas —maiores obstáculos à sustentação do nosso crescimento—, por meio de investimentos nessas três áreas, é o principal desafio que temos no horizonte.
Nosso país reúne condições muito favoráveis para se tornar uma potência global nas áreas energética, alimentar e ambiental. Já somos o segundo maior produtor de alimentos do mundo, possuímos uma das matrizes energéticas mais limpas, comparativamente às das outras nações, e um patrimônio de biodiversidade que pode nos alçar também à condição de potência ambiental, desde que consigamos direcionar nossos investimentos a um modelo de desenvolvimento sustentável. Mas isso só será possível se dermos um salto tecnológico consistente.
A distância que ainda nos separa das nações desenvolvidas na produção de Ciência e Tecnologia é imensa. Prova disso é que na relação das 100 empresas mundiais que mais fornecem tecnologias especializadas não consta nenhuma brasileira. Continua>>>

BioBrasil a superfarmacêutica

Aché, EMS, União Química e a Companhia Hypermarcas irão anunciar na próxima semana, a criação da BioBrasil, a "superfarmacêutica brasileira", com apoio financeiro do BNDESPar, braço do BNDES. 

As 4 empresas vão formar uma joint venture para a criação do laboratório, que será voltado a medicamentos biológicos (desenvolvidos a partir de células vivas).

A BioBrasil terá um aporte de capital de R$ 400 milhões, dos quais 50% será financiada pelo BNDES e o restante, pelas quatro companhias. 

A superfarmacêutica terá laboratório próprio. 

Os Estados do Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina estão na disputa para abrigar a nova empresa. 

O executivo Odnir Finotti, presidente da Pró Genéricos, está cotado para presidir a nova companhia, que deverá entrar em operação nos primeiros meses de 2013, quando tiver sua 1ª patente de medicamento registrada.

Petrobrás financia pesquisas em cinco universidades para reduzir a margem de erro na exploração de petróleo na costa brasileira



Os alunos da Poli Guilherme e Ana no TPN, laboratório financiado pela Galileu - Leonardo Soares/AE
Os alunos da Poli Guilherme e Ana no TPN, laboratório financiado pela Galileu
Carlos Lordelo,
Qual a melhor maneira de transportar o gás natural produzido nos campos do pré-sal para o continente? Como perfurar um poço de petróleo a sete quilômetros de profundidade sem que as brocas sejam danificadas? É possível garantir a estabilidade de tubulações em condições extremas de pressão?
Não se trata de questões de vestibular ou de provas de Engenharia. É que, antes de se lançar ao mar na atividade de exploração de petróleo e gás, a Petrobrás realiza milhares de simulações computacionais para responder a perguntas como essas. A avaliação de diferentes cenários permite à estatal reduzir a possibilidade de erros numa operação em que qualquer falha pode significar desastres ambientais e até mortes.
Nessa tentativa de planejar o futuro, a empresa conta com uma infraestrutura própria de pesquisas e também financia laboratórios de escolas de Engenharia do País. A iniciativa ganhou reforço em 2006 com a criação da Rede Galileu, um consórcio de faculdades conectado por um parque de computadores capaz de fazer 140 trilhões de operações por segundo (teraflops).
Só para fazer uma comparação, enquanto um cluster de 20 teraflops roda 30 mil simulações em três meses, um PC comum levaria pelo menos 15 anos.
Integram a rede USP, ITA, PUC-Rio e as Federais de Alagoas e do Rio de Janeiro. Ao todo, a Petrobrás repassou R$ 32 milhões para essas universidades construírem novas sedes para os laboratórios – até o momento, só ficaram prontas as da USP e da Ufal. A estatal investiu outros R$ 20 milhões na compra dos clusters e todos, exceto o do ITA, já estão em funcionamento.
Mais oito instituições completam o projeto como satélites e receberam R$ 21 milhões para efetuar melhorias na estrutura física.
Os dados que chegam aos laboratórios são coletados pelos funcionários de campo da Petrobrás. As simulações mais sofisticadas rodam nos clusters, enquanto os pesquisadores se reúnem em salas de visualização para checar a representação precisa dos diferentes cenários em programas de realidade virtual.
Estão à frente do projeto alunos da graduação ao pós-doutorado, sob a supervisão de professores. A remuneração desse pessoal varia: há desde bolsistas das próprias universidades até pesquisadores contratados pela estatal que recebem por meio de fundações de apoio. Sem contar o ITA, cujos laboratório e cluster ainda não foram entregues, a Petrobrás já destinou R$ 40 milhões para custear as pesquisas. Novos contratos devem ser assinados neste ano.
“A rede permite que se mobilize toda a capacidade da engenharia nacional com rapidez”, afirma Luiz Augusto Levy, gerente de Métodos Científicos do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobrás. Segundo ele, em termos de simulação computacional, o País está pronto para encarar os desafios da exploração do pré-sal.
O Cenpes é vizinho do principal nó da Galileu, o Instituto de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da UFRJ, na Ilha do Fundão. Tradicional parceiro da Petrobrás, o Coppe opera o maior cluster do projeto, de 80 teraflops – os outros três aglomerados de computadores têm 20 teraflops cada. Até o fim do ano, os dois laboratórios do instituto financiados pela estatal deverão ser entregues.
Na PUC-Rio, onde há 50 anos foi instalado o primeiro supercomputador do Brasil, os benefícios de integrar a rede vão além das melhorias na infraestrutura. Segundo o professor Marcelo Gattass, responsável pelo cluster da universidade, desvelou-se um novo rumo para as pesquisas desenvolvidas na pós-graduação. “Os alunos passaram a ter uma formação mais próxima do que é usado na prática.”
Se no Rio o ponto forte das universidades é a simulação computacional, a USP se destaca na rede pelos trabalhos em Engenharia Oceânica. “A intenção da Petrobrás é que exista transferência de tecnologia entre os participantes da Galileu”, diz o professor da Poli Kazuo Nishimoto, coordenador do Tanque de Provas Numérico (TPN). O laboratório nasceu em 2002 com 100 metros quadrados e hoje, no novo prédio, ocupa um espaço 17 vezes maior.
A moderna sala de visualização do TPN chamou a atenção da aluna de Engenharia Mecânica Ana Grassi, de 22 anos, quando ela esteve no laboratório pela primeira vez. A convite de um professor, a estudante do 5.º ano da Poli faz estágio no local há um ano. “Trabalhar aqui foi bom porque descobri uma nova área, a naval, da qual acabei gostando bastante”, conta. No momento, ela está desenvolvendo um projeto que simula o transporte de etanol por um comboio de barcos pela Hidrovia Tietê-Paraná. Ana diz que vai usar o que aprendeu no estágio em seu TCC e pensa em fazer mestrado para aprofundar os conhecimentos no software que utiliza no TPN.
Já Guilherme Goraieb, de 22, não pretende seguir a carreira acadêmica. Aluno do 5.º ano de Engenharia Naval, ele quer aproveitar o aquecimento do mercado para se lançar consultor da indústria offshore. “No estágio, aprendi a trabalhar com softwares diferentes dos que usamos em sala de aula”, afirma o estudante, que faz iniciação científica no TPN desde julho. Guilherme já projetou 11 navios em 3D para avaliar a estabilidade deles em diversas condições de carregamento. “Quis a vaga por ser uma oportunidade de lidar com uma coisa prática e conhecer melhor a área.”

Agradeço aos leitores que compartilharem minhas postagens, seja no Google + 1, no Twitter, Facebook ou qualquer outra rede social. Obrigado!!!

Ciência sem Fronteira: Mais de 500 em universidade do Canadá





Entre os editais lançados hoje pelo programa Ciência sem Fronteiras, 
um deles prevê a concessão de 500 bolsas de estudo para alunos da 
Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica do Brasil. Eles 
passarão um ano nas universidades tecnológicas do Canadá para 
aperfeiçoamento do idioma, aulas na área específica do estudante e 
estágio. Com isso, chega a 13 mil o número de bolsas do programa 
Ciência sem Fronteira nesta primeira fase.

Na chamada pública Curso Superior de Tecnologia Sanduíche no Canadá
(Tecnólogo Sanduíche), a seleção dos alunos será feita pelas instituições 
de destino. O candidato, depois de pré-selecionado pela instituição, 
deverá se inscrever no site do Programa Ciência sem Fronteiras, por meio 
do formulário on line disponível no site www.cienciasemfronteiras.gov.br.
"No Ciência sem Fronteiras, a relação é direta com o estudante. Isso
a presidenta desde o início estabeleceu com muito rigor. Nós queremos
os melhores estudantes do Brasil", disse o ministro da Ciência, Tecnologia
e Inovação, Aloizio Mercadante.
As inscrições para os tecnólogos interessados em estudar no Canadá estarão 
disponíveis entre os dias 2 e 30 de janeiro de 2012 para dez áreas: controle e 
processo industriais, informação e comunicação, produção industrial, 
infraestrutura, tecnologia de defesa, produção alimentícia, design de produto, 
recursos naturais, tecnologia de segurança pública e saúde. O resultado do 
processo de seleção será divulgado em 17 de abril e as aulas de aperfeiçoamento 
do idioma começam em junho. Mais informações podem ser obtidas pelo email
tecnologo.canada@cienciasemfronteiras.gov.br 



O estudante também pode telefonar para 0800 616161.


Os outros editais lançados pela presidenta Dilma vão beneficiar 12,5 mil estudantes 
de graduação com bolsas de estudo na modalidade "sanduíche", quando o aluno 
retoma os estudos na sua universidade de origem um ano depois de cursá-lo em 
uma instituição de ensino do exterior. As oportunidades previstas nesses editais têm 
como destino universidades dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália e 
França. No total, o Ciência sem Fronteiras vai oferecer, até 2014, 101 mil bolsas para 
que estudantes e pesquisadores possam aprimorar seus conhecimentos nas melhores universidades do mundo.



Laboratórios farmacêuticos

Em parceria com as universidades, FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos -, MCT  - Ministério da Ciência e Tecnologia - e o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - investem em pesquisa e inovação para a produção de novos remédios no país. 

Laboratórios como Cristália, Biolab e Libbs, entre outros, investem de 2% a 8% de seus faturamentos em pesquisa de longo prazo (7 e 10 anos).  É bom lembrar que este é um setor em que o risco de qualquer investimento é particularmente alto. Ou seja, boa parte desses recursos redunda em becos sem saída, sem aplicação clínica. Por outro lado, as iniciativas de sucesso levam a descobertas que impulsionam e diferenciam as empresas que as bancaram.

Embora a maior parte desses estudos seja para melhorar remédios que já existem, alguns se debruçam na criação de medicamentos e poderão dar origem a patentes. É importante frisar que 90% dos medicamentos que consumimos são importados, ou meramente "montados" no Brasil. Continua>>>

Inovação e tecnologia

Aplaudimos a iniciativa de laboratórios farmacêuticos que - em parceria com as universidades, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - investem em pesquisa e inovação para a produção de novos remédios no país. 

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, laboratórios como Cristália, Biolab e Libbs, entre outros, investem de 2% a 8% de seus faturamentos em pesquisa de longo prazo (7 e 10 anos).  É bom lembrar que este é um setor em que o risco de qualquer investimento é particularmente alto. Ou seja, boa parte desses recursos redunda em becos sem saída, sem aplicação clínica. Por outro lado, as iniciativas de sucesso levam a descobertas que impulsionam e diferenciam as empresas que as bancaram.

Embora a maior parte desses estudos seja para melhorar remédios que já existem, alguns se debruçam na criação de medicamentos e poderão dar origem a patentes. É importante frisar que 90% dos medicamentos que consumimos são importados, ou meramente "montados" no Brasil.

Política de inovação

Temos de investir no setor e divulgar o pedido dos nove laborátorios que demandam uma política de inovação na área, hoje estratégica e de alta tecnologia.

Nove laboratórios integram a FarmaBrasil - e respondem por 75% do faturamento da indústria nacional. Eles buscam apoio institucional para estimular hospitais (públicos e privados) e universidades a investirem em centros de pesquisa com testes em animais e humanos.

O problema, segundo Josimar Henrique da Silva, presidente da FarmaBrasil, é que essas pesquisas ainda são feitas no exterior. "Se tivéssemos centro habilitados e qualificados, poderíamos realizar pesquisas para outros países também, atraindo divisas", explica. Ele também lembra que "somos um país com quase 200 milhões de habitantes que não fabrica insulina, antibiótico ou hormônio".

TI - Tecnologia da Informação

[...] o desafio no Brasil

No ano passado, o setor de TI (Tecnologia da Informação) faturou US$ 81 bilhões no país, equivalente a 4% do PIB e representando o sexto ou sétimo mercado mundial. Não entraram nessa conta o setor de telecomunicações e de datacenter.

Desse total, foram exportados US$ 2,5 bi, enorme avanço perto de exportações zero quatro anos atrás, mas quase nada perto dos US$ 60 bi exportados pela Índia.

Quando Dilma Rousseff foi à China, foi solicitado à Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) um estudo com subsídios para alterar o desenho do comércio bilateral – muito focado em exportações de commodities pelo Brasil e de manufaturas pela China.
***
Os números levantados são portentosos. O mercado brasileiro já é enorme, cresce a 12% ao ano, emprega 1,2 milhão de profissionais com salário médio 2,5 vezes a média nacional.
Nos próximos dois anos, Brasil será quinta economia do mundo, metade do PIB mundial será dos BRICs, tem uma demografia favorável, em comparação com Estados Unidos, Japão e Europa – com População Economicamente Ativa declinante.
Apenas devido ao bônus demográfico, os emergentes jogarão 300 milhões de consumidores no mercado, demandando serviços de TI em saúde, educação, sistema bancário, áreas onde o Brasil é competitivo.
Para 2020, estima-se um mercado global de TI na casa dos US$ 3 trilhões, dos quais US$ 900 bi serão dessas tecnologias nas quais o Brasil é candidato natural.
***
A partir daí, aparecem os entraves a serem trabalhados.
Custo de mão de obra. Devido aos encargos trabalhistas, é a mais cara do mundo. Foi proposto para o Ministro da Fazenda Guido Mantega e para o Secretário Executivo Nelson Barbosa trocar os 20% do INSS por um percentual entre 2,7% a 3,2% do faturamento. Essa troca evitará perdas de arrecadação, mesmo sem contar o chamado bônus da formalização: os funcionários que hoje trabalham em regime de Pessoa Jurídica.

Formação de mão de obra. Até 2020, só para atendimento de desenvolvimento de software, hardware e serviços, o setor necessitará de 770 mil trabalhadores a mais. Hoje em dia, à falta de técnicos de informática, o setor tem contratado pessoas com maior especialização (e maior salário) para serviços menores. Além disso, há um enorme conjunto de buracos, de especializações não atendidas pela oferta de mão de obra. No caso de engenheiros de software, por exemplo, praticamente toda a mão de obra formada é contratada pela Petrobras, Embraer e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Segundo Gil, a grande saída será o Pronatec (Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica). Se funcionar conforme o planejado, diz Gil, permitirá formar pelo menos 400 mil alunos/ano para o setor. Outro avanço é a ampliação para 75 mil bolsas de nível superior para cursar no exterior.

Infraestrutura de TI. Brasscom contratou um estudo da A.T.Kearney que estimou que para a Copa e as Olimpíadas serão transmitidas 36 bilhões e imagens. Não há infra para tanto.
Em 2020, o mercado interno brasileiro será de US$ 200 bi. As exportações poderão chegar a US$ 20 bi. Mas, antes, há esses desafios a serem enfrentados.

Ciência

Uma nova: Análise do Ciclo de Vida (ACV)

 A busca de um bem viver mais generalizado e o cuidado para com a situação global da Terra está aprofundando cada vez mais a nossa consciência ecológica. Agora se impõe analisar o rastro de carbono, de toxinas, de químicas pesadas, presentes nos produtos industriais que usamos no nosso dia-a-dia.
Desta preocupação está nascendo uma verdadeira ciência nova que vem sob o nome de ACV: Análise do Ciclo de Vida. Monitoram-se os impactos sobre a biosfera, sobre a sociedade e sobre a saúde em cada etapa do produto, começando pela sua extração, sua produção, sua distribuição, seu consumo e seu descarte.
Demos um exemplo: na confecção de um vaso de vidro de um kg entram, espantosamente, 659 ingredientes diferentes nas várias etapas até a sua produção final. Quais deles nos são prejudiciais?
A Análise do Ciclo de Vida visa a identificá-los. Ela se aplica também aos produtos ditos verdes ou ecologicamente limpos. A maioria é apenas verde no fim ou limpos só na sua utilização terminal como é o caso do etanol.
Sendo realistas, devemos admitir que toda a produção industrial deixa sempre um rastro de toxinas, por mínimo que seja. Nada é totalmente verde ou limpo. Apenas relativamente ecoamigável. continua>>>

Simpósios

Desde 1965, a Fundação Nobel realiza os Simpósios Nobel. Afora os prêmios anuais, são o evento mais importante da instituição. São dedicados às áreas da ciência onde avanços estão ocorrendo. Mais de uma centena já aconteceu.
O de 2011 acontecerá em Estocolmo, Suécia, de 26 a 29 de maio. Chama-se 3M:  Mente, Máquinas e Moléculas.
Terá duas novidades. Uma: será multidisciplinar, até 2010, era por áreas, Física, Química, Fisiologia ou Medicina. A outra: pela primeira vez, um cientista brasileiro estará entre os conferencistas convidados. É o neurocientista Miguel Nicolelis. Formado em Medicina pela USP, ele está há 22 anos nos Estados Unidos, onde é professor e pesquisador na Universidade Duke. É co-fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lilly Safra.
“A ideia do simpósio 3M surgiu da constatação do progresso espetacular nos dispositivos de interface cérebro-máquina, tocando as fronteiras entre Física e Medicina. Após a adição de moléculas de Química e extensão de todos os aspectos, chegamos ao  simpósio 3M”, explica Jonna Petterson, da Fundação Nobel, ao Viomundo. “Temas como base molecular da transmissão neural, redes neuronais, interfaces cérebro-máquina, cognição e neurodegeneração serão abordados por palestrantes das esferas de Física, Química e Fisiologia ou Medicina.”
A palestra de Miguel Nicolelis será no dia 27 de maio: Princípios da Fisiologia do conjunto de neurônios e como podem ser usados ​​para libertar o cérebro.
Nicolelis já ganhou 38 prêmios internacionais por suas pesquisas. Dois deles, em 2010, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos. Hoje cedo foi comunicado pelo mesmo NIH que ganhou mais um. Desta vez de U$ 3 milhões para pesquisar como as populações de neurônios (células do cérebro) usam o tempo para apresentar a informação. Em tempos de cortes de verbas nos EUA, uma façanha.
por Conceição Lemes

O Código Florestal e a Ciência

Os doze "çabios"
A tentativa de alguns membros da sbpc e da abc, duas instituições que reúnem os cientistas brasileiros, em impedir a votação do relatório do novo código florestal brasileiro, de autoria do deputado Aldo Rebelo (PCdoB), é apenas uma forma de evitar a derrota dos defensores dos interesses agrícolas dos países ricos, e nesta prorrogação burlarem os interesses nacionais. Estão tentando utilizar uma pseudo autoridade científica para fraudar decisões políticas. Não custa nada relembrar que a autoridade científica, em momentos anteriores da história humana, foi a responsável pelo estabelecimento das teorias que pregavam a eugenia e o racismo. Durante décadas inúmeros doutores afirmaram a supremacia da raça branca sobre as demais e a dos anglos-saxões acima dos demais caucasianos. Isto mediante "estudos" acadêmicos nas mais prestigiadas universidades da América do Norte e da Europa. Felizmente estas teorias caíram por não resistirem aos fatos.
Em O Código Florestal e a Ciência - contribuições para o diálogo estão relacionados os dozeçábios. São Eles: Antonio Donato NobreCarlos Alfredo JolyCarlos Afonso NobreCelso Vainer ManzattoElíbio Leopoldo Rech FilhoJosé Antonio Aleixo da SilvaLadislau Araújo Skorupa Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha Peter Herman May Ricardo Ribeiro Rodrigues Sérgio Ahrens Tatiane Deane de Abreu Sá Logo no início do texto ficamos sabendo que de acordo com o último censo agropecuário as propriedades rurais brasileiras ocupam 329,9 milhões de hectares, como o território nacional se estende por 851,4 milhões de hectares, logo 521,5 milhões de hectares não estão sujeitos a nenhuma alteração legal em sua cobertura vegetal. É um volume de terras maior que a Europa inteira, onde qualquer alteração no código florestal em nada influirá em sua conservação. Dentro da área privada 218,6 milhões de hectares são utilizados pela agricultura e pecuária. Vejam só os ogros após mais de quinhentos anos ainda não devastaram 111,3 milhões de hectares de que detêm o domínio, ou seja, mais de 1/3 dos sítios e fazendas encontram-se preservados. Porém eles reclamam que 83 milhões de hectares são indevidamente utilizados por serem áreas de proteção. Somando-se a área não utilizada veremos que dos 329,9 milhões eles querem esterelizar mais de 58% do espaço destinado a totalidade da produção agro-pecuária brasileira. Destaco um trecho do "documento" para vermos que tipo de interesse norteia este "estudo":
"Em recente estudo promovido pelo Banco Mundial com o objetivo de dar suporte aos esforços do Brasil para identificar oportunidades para reduzir as suas emissões de GEE e ao mesmo tempo promover o desenvolvimento econômico, Gouvello et al. (2010) modelaram a demanda futura por terras para a agricultura e as emissões geradas pelas mudanças de uso da terra de acordo com vários cenários, considerando critérios como aptidão das terras para a agricultura, distância até as rodovias, concentração urbana, custo do transporte até os portos, declividade e distância até áreas convertidas."
(...) No Cenário de Baixo Carbono na Agricultura construído pelo estudo, a quantidade de terras adicionais necessárias para a mitigação das emissões e para a remoção de carbono chega a mais de 53 milhões de hectares. Dessa quantidade, mais de 44 milhões de ha – mais do que o dobro da expansão de terra projetada no Cenário de Referência – seriam destinados à recuperação de florestas."(...)
"Como signatário da Convenção de RAMSAR (ratificada pelo governo federal no Decreto
1.905/1996), o Brasil se comprometeu com o desenvolvimento de uma política especial de proteção das zonas úmidas. A retirada da condição de APP das várzeas contraria diretamente esse compromisso assumido nacional e internacionalmente, reiterado na Declaração de Cuiabá em 2008 (INTECOL WETLAND WORKING GROUP, 2008). A legislação ambiental deveria incentivar a recuperação destas áreas ao invés de reduzir sua proteção e torná-las mais frágeis e vulneráveis."

É ou não uma intromissão de poderes externos em nossa soberania com o apoio de quinta-colunas? Entre os parlamentares é fácil identificar os traidores, a quase totalidade é petista ou tucana!
O "documento" possui cento e vinte e quatro páginas. Também misturam a ocupação urbana com a rural. Só que neste caso quem fixa os critérios são os municípios. Misturar estas duas formas é simplesmente para confundir e protelar a derrota iminente.
Passando para os autores, qualquer busca no google, mostra que os doze são "militantes" comprometidos com a causa "ambientalista". Alguns estão envolvidos com ongs como a sos mata atlântica, religion science and the environment (rse) ou a International Society for Ecological Economics (ISEE), ou então deixam transparecer o caráter totalmente ideológico do posicionamento que possuem sobre o assunto. Continua... 

Tecnologia

As estrelas brasileiras do Vale do Silício

Conheça a história de empreendedores que deixaram o País em busca de sucesso no berço da tecnologia nos Estados Unidos. Um deles é Michel Krieger, o criador do Instagram, um programa para iPhone que é fenômeno mundial

Por Bruno Galo e Clayton Melo

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Confira entrevista com o repórter de tecnologia da DINHEIRO, Bruno Galo

O aplicativo Instagram, que permite a qualquer usuário de iPhone inserir efeitos visuais em fotos digitais e compartilhá-las na internet, foi lançado em outubro de 2010, nos Estados Unidos. O sucesso foi instantâneo. Em uma semana, ele já contava com 100 mil usuários, marca que o microblog Twitter levou dois anos para alcançar. Atualmente, mais de três milhões de pessoas em todo o mundo utilizam o programa, o que também é uma façanha: o poderoso Facebook, a maior rede social do mundo, demorou um ano para chegar a essa marca. 
Depois de virar febre na internet, o Instagram foi tema de reportagens da badalada revista de tecnologia Wired e de diários, como o inglês The Guardian e o americano The New York Times. O que confere um sabor especial a essa história é que por trás do mais novo fenômeno mundial da internet está um brasileiro: Michel Krieger, 24 anos. Ele criou o Instagram junto com o americano Kevin Systrom no Vale do Silício, o polo tecnológico situado ao sul da Baía de São Francisco, na Califórnia, de onde nascem as inovações que determinam os rumos do mercado internacional de tecnologia. Ter o próprio negócio faz parte da cultura do Vale do Silício, disse Krieger à DINHEIRO.
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O Instagram recebeu em fevereiro um investimento de US$ 7 milhões, liderado por peixes graúdos do Vale, como Marc Andreensen, criador do Netscape, o primeiro navegador da internet,  Matt Cohler, conselheiro do Facebook e sócio do fundo Benchmark Capital,  e Jack Dorsey, fundador e presidente do conselho de administração do Twitter. Com o aporte, o Instagram está avaliado hoje em US$ 70 milhões
O sucesso de Michel Krieger, que ao se mudar para os EUA adotou como seu primeiro nome Mike, é o mais comentado caso de brasileiro que está bombando no Vale do Silício, mas não é o único. Movidos pelo sonho de brilhar no berço da tecnologia mundial e quem sabe se tornar o próximo Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook, outros empreendedores nascidos no Brasil desenvolvem projetos lá.
Os negócios ligados à internet, como redes sociais, jogos virtuais e mobilidade, estão entre as áreas nas quais eles mais empreendem. Alguns, como Krieger, trocaram o Brasil por São Francisco com o objetivo de estudar e acabaram se envolvendo em projetos de startups, o modo como são chamadas as empresas iniciantes geridas por pequenos empresários.
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Isso acontece porque as universidades americanas não só estimulam o empreendedorismo como também fornecem o ambiente ideal para a criação de companhias,  por intermédio de programas que auxiliam no desenvolvimento de negócios. Para completar o quadro, as principais empresas de venture capital, como a Sequoia Capital, assim como os investidores-anjo, que costumam dar o primeiro empurrão financeiro para as startups tecnológicas, estão baseadas na região do Vale do Silício. 
Há ainda mais um ingrediente importante: compartilhar planos com outros empreendedores, colhendo conselhos, faz parte do jeito de ser no Vale do Silício. É comum o surgimento de parcerias a partir de conversas mantidas em cafés ou happy hours, o que também viabiliza o encontro com investidores. A experiência de ter cursado a universidade foi importante, pois lá conheci outras pessoas que também queriam montar o próprio negócio, afirma Krieger. Mas todo o ambiente do Vale é estimulante e facilita a vida de quem deseja viabilizar seus projetos.
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O caminho percorrido até se tornar um empreendedor permitiu a Krieger se preparar bem para a entrada no mercado digital americano. Paulistano, ele passou boa parte da vida em São Paulo, mas, como o pai é executivo com carreira em multinacionais,  morou também em Lisboa, Miami e Buenos Aires. Em 2004, desembarcou na cidade de Palo Alto, na Califórnia, a fim de fazer ciências da computação na prestigiada Universidade Stanford, que fica na região. 
Foi lá que surgiu o interesse por novas tecnologias. Ainda na faculdade, ele participou de um programa para jovens empreendedores. Denominado Mayfield Fellows, o curso durava nove meses e previa um breve estágio em uma startup no caso de Krieger, a oportunidade surgida foi numa companhia chamada Foxmarks, que criava aplicativos para sincronizar os conteúdos favoritos entre diferentes navegadores e computadores. 
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Em seguida, ele foi contratado pela Meebo, uma startup que desenvolvia simuladores de comunicadores instantâneos, como o MSN, da Microsoft, para PCs e smartphones. Em um ano e meio como funcionário da Meebo cuja sede fica na cidade de Montain View, também na Califórnia, a mesma do Google, Krieger atuou como designer digital e elaborou recursos para incrementar o site. O convívio com os fundadores, Seth Sternberg e Elaine Wherry, algo comum entre as startups, possibilitou a ele entender as etapas para a criação de uma pequena empresa. 
Com essas experiências na bagagem, Krieger não titubeou quando Systron o convidou para participar do desenvolvimento do Burbn, um aplicativo que permitia às pessoas postar fotos e vídeos e indicar sua localização pelo GPS ou smartphone. Depois de se juntar ao amigo, o programa foi reformulado e manteve apenas o recurso para compartilhamento de fotos. 
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Nascia ali o Instagram. O Burbn era muito confuso e complexo. Por isso tornamos o aplicativo mais simples, uma qualidade fundamental na internet, diz Krieger. Um dos segredos do sucesso do Instagram é que foi pensado para a era da internet móvel. A mudança dos hábitos das pessoas, que usam menos a web via computador e navegam mais pelo celular, abriu uma imensa gama de oportunidades.
Ron Czerny, da PlayPhone
Essa capacidade para identificar novos nichos num mercado em fase de profundas transformações também foi fundamental para o paranaense Ron Czerny, de 43 anos, fixar-se como um importante empresário no berço mundial da tecnologia. Ainda jovem, Czerny foi estudar na San Jose State University e, como jogava tênis muito bem, passou a representar a instituição em competições esportivas. 
Mas, como se tornar um astro das quadras não estava escrito em seu destino, ele voltou os olhos para o setor tecnológico e farejou, no início da década passada, que o futuro estaria na telefonia móvel. Assim, criou em 2003 a PlayPhone, empresa focada em conteúdo e entretenimento para celulares. Por se tratar de um mercado muito novo na ocasião, a companhia só engrenou mesmo a partir de 2005.
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Primeira empresa dos EUA a vender conteúdos para celular diretamente ao consumidor, sem a participação das operadoras, a PlayPhone firmou parcerias com grandes produtoras de conteúdo, como a Cartoon Network e a Sony Music. Hoje, ela é uma das maiores do mundo no campo do entretenimento para celulares, com atuação em 25 países e 120 funcionários. Harvest Moon, que é similar ao Farmville, Máfia II e 24 Horas são alguns de seus jogos mais populares. Em 2009, alcançou uma receita de US$ 100 milhões. O balanço de 2010 ainda não foi fechado, mas Ron não espera um grande crescimento. 
Isso porque o conteúdo de diversão está migrando dos celulares tradicionais, foco da PlayPhone, para os smartphones. Por isso, a empresa concentrou esforços em 2010 no desenvolvimento de uma plataforma própria de games para redes sociais nos celulares inteligentes. A estratégia contempla também o lançamento, neste ano, de seus jogos em aparelhos que rodam com sistema operacional Android, do Google, além do próprio iPhone. Estamos fazendo os ajustes no momento certo. A área de games sociais é a bola da vez no mercado de entretenimento móvel, diz Czerny.
João Lima, da Coffee Bean
Se é verdade que o faro para descobrir tendências pode marcar a diferença entre o sucesso e o fracasso, não se pode esquecer da sorte como parte importante do jogo. O potiguar João Lima, 54 anos, que o diga. Em 2006, ele e seu sócio paulista Daniel Dalarossa venderam a Cyclades, fabricante de equipamentos de redes de informática, para a americana Avocent, por US$ 90 milhões. Fundada em 1989, no Brasil, a Cyclades não obteve um retorno financeiro imediato. 
Após se instalar em Fremont, no Vale do Silício, em 1991, Lima percebeu que não teria condições de enfrentar muitos dos concorrentes, todos de maior porte, que já estavam estabelecidos na região. Sem  ter conseguido receber aportes de investidores, a empresa apostou, então, em uma estratégia de preços agressiva e adaptou seus produtos para o sistema operacional Linux. O  salto, no entanto, se deu com o repentino boom da internet, a partir de meados dos anos 1990, nos EUA, que depois se estendeu para outros mercados, inclusive o brasileiro. De repente, as placas da Cyclades começaram a vender como água. A empresa chegou a 320 funcionários e abriu escritórios em 16 países.
Com a venda da Cyclades, Lima ficou milionário e voltou a empreender novamente. Sua atual companhia, a Coffee Bean, fundada em 2007, presta serviço para cerca de 20 clientes especialmente agências de marketing digital do Brasil e dos EUA de gerenciamento de relações com clientes integrado às redes sociais. É uma modalidade nova de negócios, que ainda não movimenta grande volume de dinheiro, mas se mostra muito promissora. 
Rede sociais
Lima diz ter abraçado esse segmento porque as empresas, a cada dia, se interessam mais em entender como transformar as informações geradas nas mídias sociais em base para ações de marketing com os consumidores. O objetivo do software que desenvolvemos é permitir que os clientes descubram oportunidades de vendas com os usuários de redes sociais, diz Lima. O nome da companhia é uma homenagem ao negócio de café que o pai, com quem teve suas primeiras aulas de empreendedorismo, começou, há mais de quatro décadas, no Nordeste. 
No embalo, Lima resolveu mudar seu prenome. Adotei o John em minha assinatura porque os clientes não conseguiam nem falar meu nome de batismo, João, que dirá fechar um negócio comigo, afirma. À primeira vista, a questão da identidade soa como capricho, mas não é. Tudo o que puder ser feito para estabelecer boas relações com a comunidade local de negócios é bem-vindo. Afinal, os investidores americanos dão um extremo valor à biografia de um possível empreendedor. Querem conhecer seu passado e ter uma relação franca e aberta com o candidato a receber investimentos. Muitas vezes, investe-se na pessoa, no time, e não na ideia, diz o brasileiro Patrick Kann, que trabalha como investidor no fundo Idealab, no Vale.  
André Leb, da CompassLabs
Formado em economia pela Universidade da Califórnia (UCLA), o paulistano André Leb conhece bem essa realidade. Fundador do PreçoMania, site comparador de preços, lançado no início da década passada no Brasil, ele hoje é sócio e vice-presidente da CompassLabs, uma plataforma de publicidade segmentada e direcionada nas mídias sociais, avaliada em US$ 50 milhões. Em ambos os projetos, Leb diz ter aprendido que se cercar de profissionais qualificados, desde o início, é essencial para atrair investimentos. A solidez da sua equipe é que vai garantir o resultado final, afirma Leb, que mora em  Los Angeles com a família. 
Ele se tornou sócio da CompassLabs, cuja sede fica na cidade de San Jose, também na Califórnia, poucos meses depois da criação da companhia, em maio de 2010. Até o momento, a empresa recebeu aportes que totalizam US$ 6 milhões, feitos por fundos, como o New Enterprise Associaton (NEA), e investidores destacados de tecnologia, como Mike Ramsey,  cofundador e ex-CEO da companhia americana TiVO. A CompassLabs já fez campanhas para clientes como Coca-Cola e o grupo de comércio eletrônico eBay. 
Hélcio Nobre e Guilherme Bastos, do Muzambo
Há negócios de brasileiros no centro tecnológico do planeta que ainda se encontram em estágios bem iniciais. Entre esses exemplos está o Muzambo, site de comércio eletrônico sediado em Sunnyvale, na Califórnia, especializado na exportação  para o Brasil de produtos ainda não lançados no mercado nacional. Entre os itens comercializados estão desde equipamentos de computação, como o iPad, até videogames, passando por smartphones e artigos para cozinha, como batedeiras.  
O projeto está no ar desde outubro de 2010 e foi idealizado pelo mineiro Hélcio Nobre e pelo curitibano Guilherme Bastos. Nobre conta que o desejo de empreender o levou a escolher os EUA para morar, há dez anos, quando foi cursar MBA na Universidade Stanford. Ele foi um dos responsáveis diretos pela abertura do escritório no Brasil, em 2010, da PayPal, empresa de pagamentos online, enquanto Bastos trabalhou no eBay. Na hora de decidir em que setor investir, não houve dúvidas. Focamos na área em que nossas competências poderiam se complementar, ou seja, o comércio eletrônico, diz Nobre. 
Adriano Blanaru, da Clipik
A exemplo do Muzambo, a Clipik, de Adriano Blanaru,  32 anos, nascido em São Paulo, também dá agora os seus primeiros passos. Plataforma de edição de vídeos pessoais, a Clipik nasceu no ano passado enquanto ele cursava seu MBA na Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, instituição na qual se matriculou depois de abandonar uma carreira de dez anos no mercado financeiro no Brasil. 
Durante o tempo livre entre uma aula e outra, Blanaru  e alguns colegas se encontravam em um café para discutir a possibilidade de criação de um negócio, até que tiveram o estalo: Todas as pessoas têm fotos e vídeos digitais feitos durante uma festa ou viagem, esperando por uma edição mais caprichada, diz Blanaru. O que fizemos foi elaborar uma forma  de facilitar isso para o público leigo. O fôlego para sustentar a empreitada enquanto o negócio ganha corpo está garantido. Baseada em São Francisco, a Clipik recebeu apoio financeiro, de valor não revelado, do fundo americano Valhalla Partners.    
Além do financiamento de risco mais abundante, os empreendedores brasileiros que começam a se projetar no Vale do Silício contam com uma vantagem adicional na facilidade e na simplicidade para se abrir um negócio nos Estados Unidos,  mercadorias ainda escassas no Brasil.
Paulo Lerner, da Frugar
No caso do carioca Paulo Lerner, 29 anos, a facilidade jurídica foi um estímulo a mais para uma jornada no Vale. Lerner é CEO da Kleintech, empresa que mantém a Frugar, uma rede social de opiniões sobre produtos. Dos trâmites burocráticos para locação de salas ao registro da futura companhia, tudo é descomplicado, o que faz com que o empreendedor possa se concentrar em questões relacionadas ao negócio. O marco regulatório aqui é muito propício, diz Lerner. 
Frugar faz parte de uma tendência que os americanos chamam de social shopping. A novidade pode ser descrita como a aproximação das compras online um negócio que fatura anualmente quase US$ 200 bilhões apenas nos EUA das redes sociais, como o Twitter, e até mesmo os sites de compras coletivas. Para entender melhor o conceito, pense numa plataforma digital que reúna transações virtuais e permita a interação entre usuários nas mídias sociais. Lerner já levantou US$ 2 milhões em investimentos e soma mais de 100 mil usuários de seu serviço, que ainda está em fase de testes.
Reinaldo Normand
Daqui a alguns meses, quem também passará por testes é uma nova empresa de um brasileiro que já é veterano no Vale. O mineiro Reinaldo Normand está envolvido na criação da startup 2 Mundos, do setor de videogames, cujos detalhes ele prefere ainda não revelar. Diz apenas que ela conta com investidores brasileiros e americanos, terá sede no Vale do Silício e atuará no Brasil. Será um empreendimento relacionado à área de games para redes sociais, afirma. 
Nascido em Belo Horizonte, Normand  se estabeleceu há pouco menos de seis meses na Califórnia, depois de retornar de uma temporada na China, no ano passado. Sua relação com a Meca da tecnologia da informação, no entanto, existe há mais de uma década, pois morou muitos anos em San Diego, cidade californiana próxima ao burburinho high tech. Normand é um dos  fundadores do Zeebo, o primeiro videogame a fazer downloads de jogos via rede 3G. Esse projeto foi lançado, em 2009, junto com a brasileira Tectoy e companhias de sete países, entre os quais Estados Unidos,  China e Japão. 
Normand vendeu sua parte no projeto no ano passado e agora quer se dedicar, além da nova empresa, à formação de uma rede internacional de mentores do Vale. Trata-se de um grupo composto por investidores e pessoas experientes na formulação de startups, que terá o objetivo de ajudar jovens empreendedores. Por meio de encontros no Brasil e nos EUA, esse núcleo pretende colocar gestores americanos de venture capital frente a frente com os brasileiros, abrindo a possibilidade de multiplicar o número de estrelas nacionais que brilham lá fora. Sei de muitos investidores que se interessam em fazer negócios na área digital no Brasil, mas não o fazem porque não conhecem ninguém aí, diz. É preciso conectar o País ao Vale do Silício.
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Eduardo Saverin e o Facebook
A história de brasileiros no Vale do Silício é em grande parte feita de jovens que se fixaram lá para estudar e que, depois de formarem suas redes de contatos, fundaram empresas.  O caso do paulistano Eduardo Saverin, no entanto, tem peculiaridades que o diferenciam dos demais. Em primeiro lugar, ele se mudou com a família para Miami quando ainda era criança e depois se naturalizou americano. Mas a principal diferença é que nenhum outro conterrâneo alcançou tamanha fama e riqueza. 
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Eduardo Saverin
A razão para o estrelato é que Saverin financiou os primeiros US$ 1 mil para que o Facebook começasse a funcionar. O projeto surgiu quando ele e Mark Zuckerberg, o criador do site, estudavam na Universidade Harvard, em Cambridge, nos Estados Unidos. Quando a empresa foi transferida para Palo Alto, no Vale, ele foi afastado da operação, o que motivou uma longa batalha judicial. Resolvidas as pendengas, hoje Saverin detém 5% do Facebook e uma fortuna avaliada em US$ 2,5 bilhões. 
          
A relação do paulistano com o Vale do Silício não se limita ao Facebook. Ele liderou investimentos superiores a US$ 15 milhões em startups, como o Qwiki, uma espécie de Wikipédia multimídia. Como é avesso a entrevistas, não se sabe ao certo onde mora hoje, mas acredita-se que viva a maior parte de seu tempo em Cingapura. 

Multimídia



As estrelas brasileiras do Vale do Silício
Conheça a história dos empreendedores que estão fazendo sucesso no berço da tecnologia nos Estados Unidos, na entrevista com o repórter de tecnologia da DINHEIRO, Bruno Galo.