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Louca por você


Beija minha boca
Rasgue minhas roupas
Sussurre ao meu ouvido
Me deixa louca
Me faça enlouquecer
Morda meu pescoço
Puxe meu cabelo
Arranhe minha costa
Eu enlouqueço
Eu fico louca
Molhada
Cheia de paixão
Pronta pra você
Me ponha de quatro
Me de prazer
Quero ouvir você gemer
Me deixe louca
Me faça enlouquecer


2011 o que nos espera

Ou... desespera
A esquerda brasileira deve se preparar para uma luta titânica nos próximos meses e anos vindouros. A calmaria atual, só perturbada pelas conjeturas em torno do novo governo, é só a bonança que antecede a tempestade.

Quando José Serra decidiu não enfrentar Lula diretamente na eleição de 2010, ele traçou o destino de sua campanha. Esta só poderia se dar pela desqualificação da candidata da situação, Dilma Roussef. De si mesmo, Serra não podia mostrar muita coisa, pois não queria exibir o anti-Lula que, na verdade, era. Das duas, ambas só poderia, portanto, ou se afirmar esvaziando Dilma, ou preenchendo o perfil desta de coisas negativas.

Esvaziar Dilma, embora tentado, mostrou-se difícil. As insinuações de que ela seria um “poste”, de que seria apenas uma “sombra” do presidente Lula, etc., esbarraram no crescimento pessoal da candidata que foi ganhando, ainda que de forma lenta, gradual, e não muito segura, cada vez mais personalidade e luz própria na disputa.

Restou, portanto, como mais tentador e promissor, o caminho do ataque cada vez mais indiscriminado contra tudo e contra todos que pudessem ajudar Dilma, inclusive, ela própria. Desse caminho pedregoso escolhido por Serra e seu marketing, saíram “achados” como os de acusar Evo Morales de subserviência, senão cumplicidade, com o narcotráfico, e as pesadas pedradas (essas sim não eram bolinhas de papel) do aborto, da corrupção em seu gabinete, etc.

Serra teve ajuda nisso: a mídia sempre-alerta se encarregou de começar a caça a algo no passado de Dilma que lhe sujasse as mãos, de sangue, ou de dinheiro subtraído a bancos, ou de outras fontes, durante a ditadura militar. Isso também não deu em nada. Nem mesmo os papéis revelados pelo Wikileaks, onde antigo embaixador dos EUA levanta suspeitas sobre a participação de Dilma no “planejamento de assaltos a banco” e ao famoso “cofre do Ademar” chegam a levantar qualquer acusação digna de ser levada a sério.

Por outro lado, a “candidata terceira-via”, Marina da Silva, e a CNBB, adotaram a política de maior inspiração em Pôncio Pilatos do que no Cristo, lavando vergonhosamente as mãos diante da enxurrada de acusações e assacações que começaram a se avolumar, uma, na esperança de captar votos que de Dilma emigrassem por questões religiosas, outra no propósito de manter cativo seu rebanho em sua histórica disputa com o Estado secular, coisa que no Brasil remonta ao século XIX.

Foi este conjunto de fatores, com raiz na escolha do candidato Serra quanto ao estilo de sua campanha, que escancarou a porta para a participação cada vez mais intensa da extrema direita na campanha eleitoral, com um espaço que antes era mais restrito. Essa participação se deu em três frentes: a dos viúvos da ditadura, a da Opus Dei concentrada entre bispos da CNBB/São Paulo, e a daqueles que se sentem ameaçados em seus privilégios por verem pobres ou ex-pobres comprando/passeando em shopping-centers ou viajando de avião.

Isso deu à campanha de 2010 o tom odioso, vulgar baixo que ela teve, da direita para a esquerda, não o contrário. Além das filipetas derramadas a partir dos púlpitos religiosos que estavam em conluio com esse verdadeiro pacto demoníaco de extrema-direita, esta descobriu de imediato a internet como veículo de difamação. Enquanto isso, boa parte da nossa esquerda titubeava no partidor, como costuma fazer quanto às comunicações. O que salvou um pouco do espaço foi a comunidade dos que chamo blogueiramente de “os irregulares de Baker Street”, lembrando os jovens de rua que ajudavam o famoso detetive de Conan Doyle em suas investigações.

A questão é que essa direita, desperta de sua letargia, veio para ficar, e vai entrar no espaço político sempre que estiver disposta a desqualificá’-lo, como tentou fazer em 2010. Bom, deve-se reconhecer que, como os adeptos do Tea Party em relação ao Partido Republicano tradicional, eles podem tanto ajudar como atrapalhar seus aliados, por não terem, no fundo, compromisso com eles nem com o seu espaço político. Mas certamente estarão, sempre que puderem, envenenando o espaço político geral com a sanha de seus preconceitos. Com relação a Dilma, estarão naquela palavra de ordem antigamente lançada contra Juscelino: não deve se candidatar; se candidata, etc. até o se empossada, não deve governar.

Assim sendo, a esquerda deve se preparar para uma luta titânica nos próximos meses e anos vindouros. A calmaria atual, só perturbada pelas conjeturas em torno do novo governo, é só a bonança que antecede a tempestade. O arco contra Dilma reuniu uma frente que vai dos liberais do The Economist e do Financial Times, passando pelo Papa e pelos reacionários de Wall Street, até os porões ainda vivos da ditadura.

Souberam mobilizar as frentes comunicativas ao seu dispor, coisa em que a esquerda claudica tradicionalmente. Estão vivos: esse é o perigo que nos aguarda. Mas sabemos que a vida é um combate, etc. Vamos a ele, assim como viemos até aqui.

Às leitoras e aos leitores que nos acompanharam até aqui em 2010, desejamos um Feliz Natal e um Ano Novo recheado do bom combate. Até o ano.

Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.
L3R ? 3NT40 CL1K4 N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

LER É COMO BEBER UM BOM VINHO

Ler é um hábito tão saudável e cativante o quanto escrever.
Identificar qual dos dois mais me fascina não é tarefa nada fácil.
Mas a leitura sempre me tomou o tempo e marcou sobremaneira a minha vida.
Desde quando vi os primeiros rótulos das embalagens e dos produtos alimentícios trazidos por papai para o nosso consumo ou para revenda – já que ele comerciante.
As placas – de veículos, de sinalização ou de anúncios – também tiveram sua importância e muito contribuíram na minha iniciação no mundo da leitura.
Não havia nada formado por letras e que simbolizasse um nome ou uma palavra que não me chamasse a atenção.

Assim, quando me levaram à escola pela primeira vez, a professora me dispensou da famosa “Carta” uns dois meses depois.
As “Cartilhas” passaram por mim tão rapidamente o quanto foi a minha passagem por elas.
E veio logo o maravilhoso livro da Primeira Série. Antes que terminasse o primeiro ano.
Aquilo era um acontecimento fantástico.
Fazer o quê se eu não tinha dificuldade no domínio das palavras? Não era necessário cumprir o formalismo de passar um, dois anos a soletrar letras para “descobrir” o som que elas produzem e as palavras que “escondem”.

Os livros sempre me fizeram um imenso bem.
Por isso eu os trato com elevado carinho.
Ao pegar um para lê-lo, custo a soltá-lo. Porque o leio sem pressa, à cassa de encontrar o que as suas entrelinhas tem para me revelar.
Neste primogênito dia de 2010, me presentearam com um belíssimo vinho.

Longe de ser um enólogo, sei que um bom vinho deve ser sorvido aos poucos, a cada gole, sentindo seu cheiro, sua viscosidade e textura, expondo-a à todas as papilas gustativas da boca.
Foi aí que encontrei semelahanças para com a leitura.
Nunca se deve pegar um livro e devorá-lo de sofreguidão.

Sou habituado a conhecer um pouco a editora antecipadamente e, sobretudo, o autor. É com ele que vou manter uma inter-relação e interação, sem que necessariamente seja obrigado a concordar com o enredo final, por exemplo.

Degusto cada palavra e absorvo lentamente as ideias. São elas, muitas vezes, que contextualizam a história.
Não podemos ler uma história sem contextualizá-la, nos apossar dela e relacioná-la à nossa própria história. E por que não?!
O livros não são feitos a penas para serem lidos.

O livro deve ser sorvido, degustado e suas propriedades inaladas pelo cerébro a ponto de aguçar a imaginação.
O livro que não te faz "viajar" revela uma leitura disperdiçada.

É um vinho apodrecido.

O terceiro mandato tem nome

Poucos companheiros poderão exprimir tão bem o PT quando o ex-ministro José Dirceu. Apesar de afastado do Congresso e do ministério, o ex-chefe da Casa Civil dedica-se com força total ao diálogo com os principais líderes do partido, percorrendo permanentemente os estados. Este ano já esteve em vinte deles, alguns por quatro ou cinco vezes.

Pois é de José Dirceu a observação definitiva a respeito da sucessão presidencial: “o terceiro mandato chama-se Dilma Rousseff. Não há hipótese da continuação do presidente Lula no governo, até porque ele rejeita qualquer articulação nesse sentido. Muito menos haverá prorrogação de mandatos.”

Outra afirmação dele é de que se por acaso José Serra for eleito, coisa em que não acredita, o PT e o presidente Lula passarão sem qualquer trauma o poder, como já aconteceu em alguns estados e prefeituras de capital. A democracia está consolidada no país, completamente afastada a possibilidade de golpes ou sucedâneos.

Dilma Rousseff vence as etapas necessárias à sua candidatura, acrescenta Dirceu, informando que no segundo semestre ela deverá apresentar seu plano de governo, exprimindo continuidade. Continuísmo, jamais. A chefe da Casa Civil surpreendeu, antecipando percentuais de apoio, nas pesquisas, que se imaginava só se registrariam no final do ano.

O presidente Lula, para seu antigo auxiliar, é maior do que o PT, na medida em que aglutina outros partidos. Sua popularidade ultrapassa a de qualquer de seus antecessores porque governa para a sociedade, priorizando os mais pobres sem esquecer as elites. Assim, supõe que o empresariado ficará com Dilma, nas eleições de 2010, assim como a imensa maioria das massas.

A existência de montes de grupos e alas no PT, com denominações específicas, é considerada natural, por José Dirceu, evidência da democracia interna. O importante é que depois dos debates e discussões, tomada a decisão, todos se unem em torno dela. Dois movimentos que não de conformaram com essa diretriz acabaram saindo, até porque seriam expulsos. No caso, formaram o Psol e o PT do B.
Carlos Chagas

Aécio Neves bate em FHC e cúpula tucana

Deixando de lado sua costumeira diplomacia, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), fez duras críticas ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e à cúpula do partido por sua discordância na realização de prévias pela legenda para a escolha do candidato que vai disputar a Presidência em 2010. 

‘‘Não se constrói um projeto para o país de alguns gabinetes ou da avenida Paulista. Se constrói caminhando pelo país. E é o que eu estou me dispondo a fazer, sempre com o sentido da unidade’’, disse Aécio, que já tem viagem marcada para Pernambuco na próxima semana.

A declaração foi feita um dia após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticar a campanha pela realização de prévias no partido para escolha do candidato do PSDB à sucessão do presidente Lula. Segundo o ex-presidente, os governadores ‘‘têm que trabalhar’’ ao invés de viajar pelo país em pré-campanha.

‘‘Talvez não tenham passado para ele (FHC) com clareza a minha proposta. Seria importante que nos fins de semana nós pudéssemos andar pelo país. Porque, além das nossas tarefas administrativas, nós temos também responsabilidades políticas na construção de um partido, na construção de propostas’’, afirmou Aécio.

Analistas acreditam que Aécio tem mais chances de obter a indicação do partido por meio de prévias, enquanto o outro candidato, o governador de São Paulo, José Serra, tem a simpatia da cúpula tucana.

‘‘E acho, inclusive, que o presidente Fernando Henrique seria uma figura muito importante nessas viagens. No seu caso, talvez ele possa até viajar além dos finais de semana. Não há divergência ente nós’’, completou o governado mineiro.

Aécio Neves bate em FHC e cúpula tucana

Deixando de lado sua costumeira diplomacia, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), fez duras críticas ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e à cúpula do partido por sua discordância na realização de prévias pela legenda para a escolha do candidato que vai disputar a Presidência em 2010. 

‘‘Não se constrói um projeto para o país de alguns gabinetes ou da avenida Paulista. Se constrói caminhando pelo país. E é o que eu estou me dispondo a fazer, sempre com o sentido da unidade’’, disse Aécio, que já tem viagem marcada para Pernambuco na próxima semana.

A declaração foi feita um dia após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticar a campanha pela realização de prévias no partido para escolha do candidato do PSDB à sucessão do presidente Lula. Segundo o ex-presidente, os governadores ‘‘têm que trabalhar’’ ao invés de viajar pelo país em pré-campanha.

‘‘Talvez não tenham passado para ele (FHC) com clareza a minha proposta. Seria importante que nos fins de semana nós pudéssemos andar pelo país. Porque, além das nossas tarefas administrativas, nós temos também responsabilidades políticas na construção de um partido, na construção de propostas’’, afirmou Aécio.

Analistas acreditam que Aécio tem mais chances de obter a indicação do partido por meio de prévias, enquanto o outro candidato, o governador de São Paulo, José Serra, tem a simpatia da cúpula tucana.

‘‘E acho, inclusive, que o presidente Fernando Henrique seria uma figura muito importante nessas viagens. No seu caso, talvez ele possa até viajar além dos finais de semana. Não há divergência ente nós’’, completou o governado mineiro.

Ciro bate em Serra

"Como diria a negrada da Praça do Ferreira, tô ficando é velho e não doido!", afirmou, nesta segunda-feira, 9, o deputado federal Ciro Gomes (PSB), ao ser indagado se endossaria uma aproximação do PSB com o pré-candidato a presidente da República pelo PSDB em 2010, o governador de São Paulo José Serra. Para ele, esse tipo de informação é "fruto da indústria do fuxico" tocada pela imprensa sulista. 

"Quem se atravessar no caminho do Serra paga caro. O que está em jogo em 2010 é o futuro do Brasil. Avançamos muito, mas com a crise o País perdeu e temos que estar vigilantes para essa turma do Serra não voltar", declarou Ciro durante entrevista ao programa Fala Ceará, da TV Cidade. 

Sobre o PSB passar por cima de sua pré-candidatura e busca uma união com José Serra, o parlamentar disse que esse fato é mais uma informação criada pela mídia sulista. Deu o recado: "Ninguém precisa passar por cima de mim. Se a maioria vencer, arranje outro." 
Ciro Gomes, que já foi candidato a presidente da Republica duas vezes, adiantou que pode ser novamente candidato, mas que a hora não é para discutir esse assunto. 

Com relação à pré-candidatura da ministra Dilma Roussef (Casa Civil) e a informação dando conta de que teria criticado Lula por estar apostando só nessa opção, explicou: "Jamais fiz critica ao presidente por quem tenho estima grande e amizade". Complementou: "O que eu disse é uma análise. Não é crítica ao Governo Lula, mas as forças progressistas tentam construir um falso consenso. 

"Hoje, por necessidade da governabilidade, o presidente Lula se sustenta com o PMDB e o PT e isso não tem sido bom para o Brasil. Essa aliança tem feito muito mal ao Brasil e ainda vai dar grandes sustos ao presidente Lula", alertou. 

Ciro confirmou que não vai disputar cadeira de deputado federal em 2010 e que não pensa em se aposentar da política: "Aposentar jamais. Tenho 51 anos e vou continuar trabalhando pelo Ceará. O que eu não aceito é ser deputado federal. A mecânica de lá me tira a paciência. Horas de discurso e não se produz nada.". Ele também culpou a aliança PMDB-PT pelos entraves do Congresso. 

Eliomar de Lima

Ciro bate em Serra

"Como diria a negrada da Praça do Ferreira, tô ficando é velho e não doido!", afirmou, nesta segunda-feira, 9, o deputado federal Ciro Gomes (PSB), ao ser indagado se endossaria uma aproximação do PSB com o pré-candidato a presidente da República pelo PSDB em 2010, o governador de São Paulo José Serra. Para ele, esse tipo de informação é "fruto da indústria do fuxico" tocada pela imprensa sulista. 

"Quem se atravessar no caminho do Serra paga caro. O que está em jogo em 2010 é o futuro do Brasil. Avançamos muito, mas com a crise o País perdeu e temos que estar vigilantes para essa turma do Serra não voltar", declarou Ciro durante entrevista ao programa Fala Ceará, da TV Cidade. 

Sobre o PSB passar por cima de sua pré-candidatura e busca uma união com José Serra, o parlamentar disse que esse fato é mais uma informação criada pela mídia sulista. Deu o recado: "Ninguém precisa passar por cima de mim. Se a maioria vencer, arranje outro." 
Ciro Gomes, que já foi candidato a presidente da Republica duas vezes, adiantou que pode ser novamente candidato, mas que a hora não é para discutir esse assunto. 

Com relação à pré-candidatura da ministra Dilma Roussef (Casa Civil) e a informação dando conta de que teria criticado Lula por estar apostando só nessa opção, explicou: "Jamais fiz critica ao presidente por quem tenho estima grande e amizade". Complementou: "O que eu disse é uma análise. Não é crítica ao Governo Lula, mas as forças progressistas tentam construir um falso consenso. 

"Hoje, por necessidade da governabilidade, o presidente Lula se sustenta com o PMDB e o PT e isso não tem sido bom para o Brasil. Essa aliança tem feito muito mal ao Brasil e ainda vai dar grandes sustos ao presidente Lula", alertou. 

Ciro confirmou que não vai disputar cadeira de deputado federal em 2010 e que não pensa em se aposentar da política: "Aposentar jamais. Tenho 51 anos e vou continuar trabalhando pelo Ceará. O que eu não aceito é ser deputado federal. A mecânica de lá me tira a paciência. Horas de discurso e não se produz nada.". Ele também culpou a aliança PMDB-PT pelos entraves do Congresso. 

Eliomar de Lima

PT recorre contra ‘propaganda eleitoreira’ de Serra

Antecipada em mais de dois anos, a refrega eleitoral de 2010 achega-se aos escaninhos da Justiça.

 

Dias depois, a oposição informou que questionará no TSE o uso da máquina governamental como alavanva promocional de Dilma Roussef.

 

Nesta terça (17), o PT foi à forra. Líder petista na Assembléia Legislativa de São Paulo, o deputado Roberto Felício foi ao Ministério Público contra o tucano José Serra.

 

Felício questiona a legalidade de uma propaganda televisiva da Sabesp, estatal paulista de água e esgoto. A peça foi levada ao ar em âmbito nacional.

 

Por que diabos uma estatal de São Paulo paga pela veiculação de uma peça publicitária em outros Estados?

 

A finalidade é “eleitoreira”, acusa o líder do PT. Há publicidade tem a "nítida intenção" de favorecer o governador Serra, presidenciável do PSDB.

 

O petismo não está só. O TRE do Rio, uma das praças brindadas com o comercial da Sabesp, já requisitara informações às emissoras Globo e Bandeirantes.

 

Munido dos dados, o tribunal analisará se a estatal foi ou não utilizada com o propósito de promover eleitoralmente o pré-candidato Serra.

 

A Sabesp expediu uma nota. Anota, entre outras coisas, que um par de leis estaduais autoriza a veiculação de propagandas em âmbito regional, nacional e até interncional.

 

"Ou seja, a empresa está legalmente amparada para prestar seus serviços em outros Estados e países". Beleza.

 

Se tomado ao pé da letra, esse lero-lero pseudolegalista justificaria até a veiculação de peças da Sabesp nos EUA, na China, no inferno.

 

Bóia no ar a pergunta: Por que o contribuinte de São Paulo, que não deseja da Sabesp senão água na torneira e esgoto na porta, deve financiar tais extravagâncias?

 

Embora procurado, Serra não disse palavra. Ruim, muito ruim, péssimo. A platéia mereceria meia dúzia de palavras do governador-candidato.

Josias de Souza

PT recorre contra ‘propaganda eleitoreira’ de Serra

Antecipada em mais de dois anos, a refrega eleitoral de 2010 achega-se aos escaninhos da Justiça.

 

Dias depois, a oposição informou que questionará no TSE o uso da máquina governamental como alavanva promocional de Dilma Roussef.

 

Nesta terça (17), o PT foi à forra. Líder petista na Assembléia Legislativa de São Paulo, o deputado Roberto Felício foi ao Ministério Público contra o tucano José Serra.

 

Felício questiona a legalidade de uma propaganda televisiva da Sabesp, estatal paulista de água e esgoto. A peça foi levada ao ar em âmbito nacional.

 

Por que diabos uma estatal de São Paulo paga pela veiculação de uma peça publicitária em outros Estados?

 

A finalidade é “eleitoreira”, acusa o líder do PT. Há publicidade tem a "nítida intenção" de favorecer o governador Serra, presidenciável do PSDB.

 

O petismo não está só. O TRE do Rio, uma das praças brindadas com o comercial da Sabesp, já requisitara informações às emissoras Globo e Bandeirantes.

 

Munido dos dados, o tribunal analisará se a estatal foi ou não utilizada com o propósito de promover eleitoralmente o pré-candidato Serra.

 

A Sabesp expediu uma nota. Anota, entre outras coisas, que um par de leis estaduais autoriza a veiculação de propagandas em âmbito regional, nacional e até interncional.

 

"Ou seja, a empresa está legalmente amparada para prestar seus serviços em outros Estados e países". Beleza.

 

Se tomado ao pé da letra, esse lero-lero pseudolegalista justificaria até a veiculação de peças da Sabesp nos EUA, na China, no inferno.

 

Bóia no ar a pergunta: Por que o contribuinte de São Paulo, que não deseja da Sabesp senão água na torneira e esgoto na porta, deve financiar tais extravagâncias?

 

Embora procurado, Serra não disse palavra. Ruim, muito ruim, péssimo. A platéia mereceria meia dúzia de palavras do governador-candidato.

Josias de Souza

2010 está muito longe

Um forasteiro que chegasse ao Brasil na semana passada poderia pensar que a eleição presidencial por aqui vai acontecer no próximo domingo e se limitará à disputa entre Serra e Dilma. Calma, pessoal, que 2010 ainda está muito longe.

Faltam ainda 19 meses e meio para o povo ir às urnas. Muita água vai correr por baixo da ponte, sem falar nesta tal crise economica, que não é mais marolinha, nem tsunami ainda, pelo menos por aqui, e ninguém sabe que bicho vai dar, mas certamente vai influir no ânimo dos eleitores na hora de votar no ano que vem.

Escrevi aqui mesmo no Balaio, no começo do ano: a julgar pelo cenário atual, teremos mais um confronto entre PT e PSDB, como vem acontecendo faz 15 anos, com os dois partidos se alternando no poder central.

Mas, mesmo este quadro, que hoje parece consolidado, pode mudar no longo período que nos separa da eleição de 2010, na medida em que o componente novo e inesperado da crise econômica mundial faz todo mundo rever seus planos e esperar para ver o que vai acontecer, incluindo aí os políticos e seus partidos.

O PT saiu na frente, com o presidente Lula colocando o bloco de Dilma Roussef na rua antes mesmo do carnaval, levando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a exigir que o PSDB faça logo o mesmo, ou seja, lançando já a candidatura do governador José Serra.

O problema é que no meio do caminho tem um outro governador, o mineiro Aécio Neves, que também postula a candidatura tucana e não abre mão das prévias no partido para a escolha do nome do PSDB.

Se Dilma já pode se apresentar nos palanques como a candidata de Lula _ e agora também do PT, que se rendeu à vontade do presidente com 84% de aprovação popular, como vimos em vários eventos da semana passada _, Serra não pode fazer o mesmo. Não pode sair por aí agora como candidato dele mesmo, ou de FHC, embora favorito nas pesquisas. 

O governador de São Paulo vive um dilema, no momento em que a última pesquisa Sensus mostrou um vigoroso crescimento de Dilma, pela primeira vez com dois dígitos, e leve queda nas suas intenções de voto, o que talvez tenha animado o PT a antecipar a campanha eleitoral.

Ao atrair o dissidente Geraldo Alckmin para seu governo, num lance ousado para unir o PSDB em São Paulo, que parecia fortalecer sua candidatura presidencial, ao mesmo tempo Serra deixou Aécio solto no espaço, livre para outros vôos, amuado com o prato feito oferecido pelos tucanos paulistas.

Este é apenas um dado para ninguém se precipitar nas análises feitas agora com vistas a uma eleição ainda tão distante. Basta lembrar que, um ano antes das eleições, ninguém apostava um dólar furado na candidatura de Fernando Collor, em 1989, nem na de Fernando Henrique Cardoso, em 1994.

Os dois entraram tardiamente na campanha e, em poucos meses, foram ultrapassando os favoritos, levados por uma série de circunstâncias favoráveis que mobilizaram o eleitorado a seu favor.

Isto vale também para o presidente Lula, que até o final do ano passado nadava de braçada, praticamente sem oposição, com seus índices de aprovação crescendo na mesma proporção do aumento de emprego e renda no país, no embalo do crescimento econômico.

Agora tudo mudou. Pode não ser o fim do mundo, há meses anunciado por setores da imprensa, mas também não há mais clima para muita festa e rompantes de palanque, no momento em que cresce o número de desempregados no país e se discute de quanto vai ser a queda do PIB este ano.  

Talvez seja o momento de Lula viajar menos e falar menos, dedicando-se mais em Brasília à administração dos efeitos da crise, depois de uma superexposição precoce com sua candidata Dilma, que pode começar a apanhar antes da hora, queimando seu filme de administradora austera.

De outro lado, é mais uma bobagem da oposição recorrer à Justiça para acusar o PT de fazer campanha antes do previsto no calendário eleitoral, na mesma semana em que Serra sobe em trator numa feira de máquinas agrícolas em Cascavel, no Paraná, e seu governo gasta bom dinheiro com propaganda na televisão em outros Estados.

Está na hora de baixar a bola dos dois lados.

Lula e Dilma farão melhor para a campanha dela se cuidarem de governar bem, tomando as medidas necessárias na hora certa para garantir emprego e renda, que é o que vai valer na hora do voto. Quem elege candidato do governo é um bom governo e dinheiro no bolso, mais do que uma boa campanha, por mais brilhantes que sejam os marqueteiros da hora. 

Serra e os tucanos paulistas vão ter que arrumar a casa primeiro, acertar-se com Aécio e com possíveis aliados para 2010, antes de qualquer outra coisa. Quem elege candidato da oposição é governo ruim, também é verdade, mas é preciso apresentar na campanha uma proposta, um projeto qualquer para melhorar o país, que o PSDB ainda não tem.   

Ricardo Kotscho

2010 está muito longe

Um forasteiro que chegasse ao Brasil na semana passada poderia pensar que a eleição presidencial por aqui vai acontecer no próximo domingo e se limitará à disputa entre Serra e Dilma. Calma, pessoal, que 2010 ainda está muito longe.

Faltam ainda 19 meses e meio para o povo ir às urnas. Muita água vai correr por baixo da ponte, sem falar nesta tal crise economica, que não é mais marolinha, nem tsunami ainda, pelo menos por aqui, e ninguém sabe que bicho vai dar, mas certamente vai influir no ânimo dos eleitores na hora de votar no ano que vem.

Escrevi aqui mesmo no Balaio, no começo do ano: a julgar pelo cenário atual, teremos mais um confronto entre PT e PSDB, como vem acontecendo faz 15 anos, com os dois partidos se alternando no poder central.

Mas, mesmo este quadro, que hoje parece consolidado, pode mudar no longo período que nos separa da eleição de 2010, na medida em que o componente novo e inesperado da crise econômica mundial faz todo mundo rever seus planos e esperar para ver o que vai acontecer, incluindo aí os políticos e seus partidos.

O PT saiu na frente, com o presidente Lula colocando o bloco de Dilma Roussef na rua antes mesmo do carnaval, levando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a exigir que o PSDB faça logo o mesmo, ou seja, lançando já a candidatura do governador José Serra.

O problema é que no meio do caminho tem um outro governador, o mineiro Aécio Neves, que também postula a candidatura tucana e não abre mão das prévias no partido para a escolha do nome do PSDB.

Se Dilma já pode se apresentar nos palanques como a candidata de Lula _ e agora também do PT, que se rendeu à vontade do presidente com 84% de aprovação popular, como vimos em vários eventos da semana passada _, Serra não pode fazer o mesmo. Não pode sair por aí agora como candidato dele mesmo, ou de FHC, embora favorito nas pesquisas. 

O governador de São Paulo vive um dilema, no momento em que a última pesquisa Sensus mostrou um vigoroso crescimento de Dilma, pela primeira vez com dois dígitos, e leve queda nas suas intenções de voto, o que talvez tenha animado o PT a antecipar a campanha eleitoral.

Ao atrair o dissidente Geraldo Alckmin para seu governo, num lance ousado para unir o PSDB em São Paulo, que parecia fortalecer sua candidatura presidencial, ao mesmo tempo Serra deixou Aécio solto no espaço, livre para outros vôos, amuado com o prato feito oferecido pelos tucanos paulistas.

Este é apenas um dado para ninguém se precipitar nas análises feitas agora com vistas a uma eleição ainda tão distante. Basta lembrar que, um ano antes das eleições, ninguém apostava um dólar furado na candidatura de Fernando Collor, em 1989, nem na de Fernando Henrique Cardoso, em 1994.

Os dois entraram tardiamente na campanha e, em poucos meses, foram ultrapassando os favoritos, levados por uma série de circunstâncias favoráveis que mobilizaram o eleitorado a seu favor.

Isto vale também para o presidente Lula, que até o final do ano passado nadava de braçada, praticamente sem oposição, com seus índices de aprovação crescendo na mesma proporção do aumento de emprego e renda no país, no embalo do crescimento econômico.

Agora tudo mudou. Pode não ser o fim do mundo, há meses anunciado por setores da imprensa, mas também não há mais clima para muita festa e rompantes de palanque, no momento em que cresce o número de desempregados no país e se discute de quanto vai ser a queda do PIB este ano.  

Talvez seja o momento de Lula viajar menos e falar menos, dedicando-se mais em Brasília à administração dos efeitos da crise, depois de uma superexposição precoce com sua candidata Dilma, que pode começar a apanhar antes da hora, queimando seu filme de administradora austera.

De outro lado, é mais uma bobagem da oposição recorrer à Justiça para acusar o PT de fazer campanha antes do previsto no calendário eleitoral, na mesma semana em que Serra sobe em trator numa feira de máquinas agrícolas em Cascavel, no Paraná, e seu governo gasta bom dinheiro com propaganda na televisão em outros Estados.

Está na hora de baixar a bola dos dois lados.

Lula e Dilma farão melhor para a campanha dela se cuidarem de governar bem, tomando as medidas necessárias na hora certa para garantir emprego e renda, que é o que vai valer na hora do voto. Quem elege candidato do governo é um bom governo e dinheiro no bolso, mais do que uma boa campanha, por mais brilhantes que sejam os marqueteiros da hora. 

Serra e os tucanos paulistas vão ter que arrumar a casa primeiro, acertar-se com Aécio e com possíveis aliados para 2010, antes de qualquer outra coisa. Quem elege candidato da oposição é governo ruim, também é verdade, mas é preciso apresentar na campanha uma proposta, um projeto qualquer para melhorar o país, que o PSDB ainda não tem.   

Ricardo Kotscho

Tucademos farão reavaliam planos para 2010


As cúpulas do PSDB e do DEMO marcaram para depois do Carnaval um encontro de cúpula. Deve ocorrer no dia 5 de março, em São Paulo.

 

Vão à mesa os planos para a sucessão presidencial de 2010. Pretende-se reavaliar a estratégia, apressando o passo.

 

Tucanos e ‘demos’ tentam reagir à movimentação “prematura” de Lula. Estão inquietos com a súbita conversão de Dilma Rousseff de ministra em candidata.

 

Com dois postulantes ao Palácio do Planalto –José Serra e Aécio Neves—, a oposição assiste à ocupação solitária do noticiário por Dilma. Daí o incômodo.

 

A necessidade de estabelecer um contraponto à candidata de Lula faz crescer o movimento pela precipitação do desfecho da disputa entre Serra e Aécio.

 

Há nítida preferência no andar de cima das duas legendas pelo nome de Serra, mais bem-posto nas pesquisas.

 

Mas todos, a começar de Serra, parecem já ter compreendido os recados de Aécio: o governador de Minas precisa ser convencido, não vencido.

 

Avalia-se que, se for à disputa sem Aécio, um governador aprovado por cerca de 80% do segundo maior colégio eleitoral do país, Serra será um candidato à derrota.

 

Aécio bate o pé. Quer que a definição do PSDB se dê por meio de prévias. Serra e seus aliados torcem o nariz.

 

Mas à falta de um entendimento, mesmo os políticos pró-Serra do DEM começam a se conformar com a necessidade das prévias.

 

Inicialmente, trabalhava-se com a idéia de cozinhar a escolha do candidato em banho-maria até o final de 2009.

 

Porém, a movimentação de Lula faz ferver a mistura da oposição. E já há gente pregando que as prévias, se inevitáveis, devem ser feitas ainda no primeiro semestre.

 

Deve-se o agendamento do encontro de São Paulo a uma iniciativa do DEM. A legenda decidiu reunir o seu conselho político.

 

Trata-se de uma instância partidária presidida pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab. Congrega do presidente de honra Jorge Bornhausen aos líderes no Congresso.

 

No mesmo dia, os ‘demos’ irão ao encontro do grão-tucanato: FHC, presidente de honra do PSDB; Sérgio Guerra, presidente nacional; e outras lideranças.

 

Inicialmente, apenas o presidenciável José Serra participaria desse convescote tucano-democrata. Para não envenenar o pudim, planeja-se agora endereçar um convite a Aécio.

 

O governador mineiro terá de ser persuadido também da conveniência de antecipar os planos da oposição.

 

Em privado, Aécio diz que o PSDB erra ao condicionar sua estratégia ao vaivém de Lula e Dilma.

 

Para Aécio, a simples definição das regras das prévias, algo que lhe foi prometido para março, acomodaria a disputa que o opõe a Serra num leito de normalidade.

 

De resto, Aécio acha que a campanha interna, com a eventual realização de debates entre ele e Serra, surtirá dois efeitos benfazejos.

 

Primeiro, evitará os acertos de cúpula que fizeram desandar as candidaturas tucanas em 2002 e 2006.

 

Depois, levará a oposição a ocupar as manchetes da forma correta, pendurando nas manchetes não as picuinhas internas, mas as propostas alternativas ao projeto representado por Dilma.

 

O diabo é que, por ora, o tucanato não foi capaz nem sequer de esboçar essa pretensa alternativa. Serra e Aécio, aliás, têm cara de muita coisa, menos de oposicionistas.

por Josias de Souza

Tucademos farão reavaliam planos para 2010


As cúpulas do PSDB e do DEMO marcaram para depois do Carnaval um encontro de cúpula. Deve ocorrer no dia 5 de março, em São Paulo.

 

Vão à mesa os planos para a sucessão presidencial de 2010. Pretende-se reavaliar a estratégia, apressando o passo.

 

Tucanos e ‘demos’ tentam reagir à movimentação “prematura” de Lula. Estão inquietos com a súbita conversão de Dilma Rousseff de ministra em candidata.

 

Com dois postulantes ao Palácio do Planalto –José Serra e Aécio Neves—, a oposição assiste à ocupação solitária do noticiário por Dilma. Daí o incômodo.

 

A necessidade de estabelecer um contraponto à candidata de Lula faz crescer o movimento pela precipitação do desfecho da disputa entre Serra e Aécio.

 

Há nítida preferência no andar de cima das duas legendas pelo nome de Serra, mais bem-posto nas pesquisas.

 

Mas todos, a começar de Serra, parecem já ter compreendido os recados de Aécio: o governador de Minas precisa ser convencido, não vencido.

 

Avalia-se que, se for à disputa sem Aécio, um governador aprovado por cerca de 80% do segundo maior colégio eleitoral do país, Serra será um candidato à derrota.

 

Aécio bate o pé. Quer que a definição do PSDB se dê por meio de prévias. Serra e seus aliados torcem o nariz.

 

Mas à falta de um entendimento, mesmo os políticos pró-Serra do DEM começam a se conformar com a necessidade das prévias.

 

Inicialmente, trabalhava-se com a idéia de cozinhar a escolha do candidato em banho-maria até o final de 2009.

 

Porém, a movimentação de Lula faz ferver a mistura da oposição. E já há gente pregando que as prévias, se inevitáveis, devem ser feitas ainda no primeiro semestre.

 

Deve-se o agendamento do encontro de São Paulo a uma iniciativa do DEM. A legenda decidiu reunir o seu conselho político.

 

Trata-se de uma instância partidária presidida pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab. Congrega do presidente de honra Jorge Bornhausen aos líderes no Congresso.

 

No mesmo dia, os ‘demos’ irão ao encontro do grão-tucanato: FHC, presidente de honra do PSDB; Sérgio Guerra, presidente nacional; e outras lideranças.

 

Inicialmente, apenas o presidenciável José Serra participaria desse convescote tucano-democrata. Para não envenenar o pudim, planeja-se agora endereçar um convite a Aécio.

 

O governador mineiro terá de ser persuadido também da conveniência de antecipar os planos da oposição.

 

Em privado, Aécio diz que o PSDB erra ao condicionar sua estratégia ao vaivém de Lula e Dilma.

 

Para Aécio, a simples definição das regras das prévias, algo que lhe foi prometido para março, acomodaria a disputa que o opõe a Serra num leito de normalidade.

 

De resto, Aécio acha que a campanha interna, com a eventual realização de debates entre ele e Serra, surtirá dois efeitos benfazejos.

 

Primeiro, evitará os acertos de cúpula que fizeram desandar as candidaturas tucanas em 2002 e 2006.

 

Depois, levará a oposição a ocupar as manchetes da forma correta, pendurando nas manchetes não as picuinhas internas, mas as propostas alternativas ao projeto representado por Dilma.

 

O diabo é que, por ora, o tucanato não foi capaz nem sequer de esboçar essa pretensa alternativa. Serra e Aécio, aliás, têm cara de muita coisa, menos de oposicionistas.

por Josias de Souza

O verdadeiro palanque de Dilma Rousseff

Gilson Caroni Filho

Se na vida pessoal é importante parar para refletir como estamos nos relacionando com nossas ambições e quais são as reais motivações que nos movem, na vida política é preciso atentar para os torneios lingüísticos cheios de subentendidos da oposição brasileira. Nos dois casos, os jogos de aparência não costumam resistir por muito tempo. 

Buscar conhecer bem os percalços, intimidades e armadilhas de discursos que, de tão repetidos, se incorporaram à rotina da pequena política, nos leva a enxergar melhor como a sabotagem institucional é, desde sempre, imperativo de sobrevivência da direita brasileira. 

Quando dirigentes do PSDB e do DEMO anunciam que entrarão com consulta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ”pedindo que sejam estabelecidos limites para a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em atos políticos junto com a ministra Dilma Rousseff", o motivo não é, como alegam, indignação com campanha antecipada ou uso de máquina pública em favor de uma provável candidatura governista. A questão é mais prosaica e revela apenas o pânico que vai na alma das elites oligárquicas.

Os verdadeiros ”palanques" da ministra não são montados em encontros com prefeitos ou em inaugurações de obras do Plano de Aceleração do Crescimento ( PAC). Com tábuas e ferragens de boa qualidade, suas estruturas não comportam madeiras apodrecidas que podem ameaçar a estrutura. É um serviço de palco com indubitável qualidade de material como demonstra o estudo do professor Marcelo Cortes Neri, intitulado “Crônica de uma crise anunciada – choques externos e a nova classe média”.

Impressiona saber como na mais grave crise do capitalismo internacional, a economia brasileira mantém dinamismo, assegurando, através do Bolsa Família e outros programas sociais, renda aos mais pobres e um invejável quadro de mobilidade social.

Sobre o PAC, Neri é categórico: ”é um plano que talvez não fizesse muito sentido quando ele foi lançado como um plano de aceleração do crescimento, porque a economia estava muito aquecida, e hoje em dia é visto quase como um New Deal americano numa época em que comparações com a grande depressão americana começam a se tornar mais comuns. Então, é meio como se o Brasil criasse um New Deal antes que a depressão fosse anunciada. Aqueles que acham que o Brasil estava com sorte, alguns anos atrás , que sorte temos agora, porque é como se tivéssemos um bilhete de loteria, um seguro que não sabíamos que tínhamos (...)”.

Quadro muito distinto do que vimos nos oito anos do consórcio PSDB/PFL. A política econômica produzia desemprego e subemprego em massa. Salários irrisórios não permitiam que as famílias pudessem ter uma vida decente. Ajoelhado diante dos interesses predominantes do capitalismo central, o bloco de poder aceitava de bom grado um ajustamento passivo às exigências do credo neoliberal. Via com bons olhos a liquidação de boa parte da indústria nacional e incentivava um processo de desnacionalização crescente. Esse era o palanque de Serra, em 2002.

A partir da eleição de Lula, a estratégia de desenvolvimento econômico e social teve outro norte: reorientação dos recursos produtivos para satisfazer as necessidades de um amplo exército de excluídos; uma política de redistribuição de rendas e da riqueza, baseada na elevação do patamar de salários e em projetos nas áreas de educação, saúde, habitação, transporte e meio ambiente que, simultaneamente, melhoraram as condições de vida, proporcionando emprego à população.

Acrescente-se, ainda, políticas industriais e tecnológicas voltadas para a reestruturação do parque produtivo brasileiro, respondendo aos desafios impostos pela conjuntura internacional e às exigências de um sólido mercado doméstico. Apesar de concessões ao agronegócio, não se descuidou de uma política agrícola voltada para o mercado interno.

Dialogando com movimentos sociais, foi rompida a tradição brasileira de definição e encaminhamento das questões políticas de forma elitista, autoritária e paternalista. Os partidos políticos de cunho progressista puderam, como instâncias de mediação de interesses conflitantes, apresentar projetos globais de desenvolvimento social.

Seria interessante perguntar a alguns ministros do STF em que governo o Poder Judiciário gozou de tanta autonomia como neste? Quando, na nossa rala história republicana, o Executivo foi tão pouco prepotente face ao Judiciário e ao Legislativo?

O verdadeiro ”palanque" de Dilma Rousseff tem, portando, dimensão e legitimidade para abrigar muita gente. Pode ser vistoriado por todos os ângulos. No campo dos direitos eleitorais expressa a supressão de todos os obstáculos ao pleno exercício da cidadania. Não cabem recursos de afogadilho. Muito menos petições de uma ética de algibeira.


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Observatório da Imprensa.


O verdadeiro palanque de Dilma Rousseff

Gilson Caroni Filho

Se na vida pessoal é importante parar para refletir como estamos nos relacionando com nossas ambições e quais são as reais motivações que nos movem, na vida política é preciso atentar para os torneios lingüísticos cheios de subentendidos da oposição brasileira. Nos dois casos, os jogos de aparência não costumam resistir por muito tempo. 

Buscar conhecer bem os percalços, intimidades e armadilhas de discursos que, de tão repetidos, se incorporaram à rotina da pequena política, nos leva a enxergar melhor como a sabotagem institucional é, desde sempre, imperativo de sobrevivência da direita brasileira. 

Quando dirigentes do PSDB e do DEMO anunciam que entrarão com consulta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ”pedindo que sejam estabelecidos limites para a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em atos políticos junto com a ministra Dilma Rousseff", o motivo não é, como alegam, indignação com campanha antecipada ou uso de máquina pública em favor de uma provável candidatura governista. A questão é mais prosaica e revela apenas o pânico que vai na alma das elites oligárquicas.

Os verdadeiros ”palanques" da ministra não são montados em encontros com prefeitos ou em inaugurações de obras do Plano de Aceleração do Crescimento ( PAC). Com tábuas e ferragens de boa qualidade, suas estruturas não comportam madeiras apodrecidas que podem ameaçar a estrutura. É um serviço de palco com indubitável qualidade de material como demonstra o estudo do professor Marcelo Cortes Neri, intitulado “Crônica de uma crise anunciada – choques externos e a nova classe média”.

Impressiona saber como na mais grave crise do capitalismo internacional, a economia brasileira mantém dinamismo, assegurando, através do Bolsa Família e outros programas sociais, renda aos mais pobres e um invejável quadro de mobilidade social.

Sobre o PAC, Neri é categórico: ”é um plano que talvez não fizesse muito sentido quando ele foi lançado como um plano de aceleração do crescimento, porque a economia estava muito aquecida, e hoje em dia é visto quase como um New Deal americano numa época em que comparações com a grande depressão americana começam a se tornar mais comuns. Então, é meio como se o Brasil criasse um New Deal antes que a depressão fosse anunciada. Aqueles que acham que o Brasil estava com sorte, alguns anos atrás , que sorte temos agora, porque é como se tivéssemos um bilhete de loteria, um seguro que não sabíamos que tínhamos (...)”.

Quadro muito distinto do que vimos nos oito anos do consórcio PSDB/PFL. A política econômica produzia desemprego e subemprego em massa. Salários irrisórios não permitiam que as famílias pudessem ter uma vida decente. Ajoelhado diante dos interesses predominantes do capitalismo central, o bloco de poder aceitava de bom grado um ajustamento passivo às exigências do credo neoliberal. Via com bons olhos a liquidação de boa parte da indústria nacional e incentivava um processo de desnacionalização crescente. Esse era o palanque de Serra, em 2002.

A partir da eleição de Lula, a estratégia de desenvolvimento econômico e social teve outro norte: reorientação dos recursos produtivos para satisfazer as necessidades de um amplo exército de excluídos; uma política de redistribuição de rendas e da riqueza, baseada na elevação do patamar de salários e em projetos nas áreas de educação, saúde, habitação, transporte e meio ambiente que, simultaneamente, melhoraram as condições de vida, proporcionando emprego à população.

Acrescente-se, ainda, políticas industriais e tecnológicas voltadas para a reestruturação do parque produtivo brasileiro, respondendo aos desafios impostos pela conjuntura internacional e às exigências de um sólido mercado doméstico. Apesar de concessões ao agronegócio, não se descuidou de uma política agrícola voltada para o mercado interno.

Dialogando com movimentos sociais, foi rompida a tradição brasileira de definição e encaminhamento das questões políticas de forma elitista, autoritária e paternalista. Os partidos políticos de cunho progressista puderam, como instâncias de mediação de interesses conflitantes, apresentar projetos globais de desenvolvimento social.

Seria interessante perguntar a alguns ministros do STF em que governo o Poder Judiciário gozou de tanta autonomia como neste? Quando, na nossa rala história republicana, o Executivo foi tão pouco prepotente face ao Judiciário e ao Legislativo?

O verdadeiro ”palanque" de Dilma Rousseff tem, portando, dimensão e legitimidade para abrigar muita gente. Pode ser vistoriado por todos os ângulos. No campo dos direitos eleitorais expressa a supressão de todos os obstáculos ao pleno exercício da cidadania. Não cabem recursos de afogadilho. Muito menos petições de uma ética de algibeira.


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Observatório da Imprensa.