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Ingenuidade

A minha colaboração para prejudicar o GAFE - Globo, Abril, Folha, Estadão -?...
Bem simples, tipo o beija-flor que jogava um pingo de água - trazido no bico - para apagar o incêndio na floresta...
Tou navegando na net vejo um anúncio de algum deles...
Pimba, cliko imediatamente.
Pois é, faço eles pagarem por uma propaganda que não me interesso, capicce?
Você também faz isso?...
Pois comece a fazer. Seja mais um beija-flor contribuindo para apagar o fogo que consome a floresta da boa informação.

Luis Nassiff: A nova mídia


Ponto central dessas mudanças é o crescimento da Internet e dos diversos polos de irradiação de opinião. A democracia se acelera quando os diversos grupos de interesse têm acesso aos mesmos meios de disseminação das suas bandeiras. No pós-redemocratização, o jogo político foi dominado pela presença avassaladora das mídias paulista e carioca pautando as políticas públicas e definindo um conjunto restrito de atores.
A nova mídia – 2
Nesse jogo, apenas o mercado financeiro tinha voz permanente. Nem industriais, nem ruralistas, muito menos movimentos sociais, estados fora do eixo, tinham voz. Temas centrais de modernização – como inovação, gestão, políticas de segurança – passaram ao largo das grandes discussões midiáticas. E criaram-se imagens totalmente dissociadas da realidade, como a de um José Serra gestor competente.
A nova mídia – 3
A Internet passa a ser a mesma plataforma por onda transitam tanto as informações dos grandes grupos como dos blogs mais distantes. Mas um bom argumento tem condições de se espalhar através de redes sociais, permitindo o surgimento de novos veículos fazendo o contraponto. Muitos se assustam com o caos atual da Internet, com milhares de informações circulando, grupos se digladiando.
A nova mídia – 4
Os cientistas sociais sustentam que o excesso de manifestações políticas, longe de prenunciar o caos, na verdade amplia a democracia, ao permitir um debate mais rico e com mais personagens. O mesmo acontecerá com a Internet. A grande quantidade de informações permite o aparecimento de novos veículos, cujo diferencial será o de agregar as informações existentes e fomentar a participação dos leitores.
A nova mídia – 5
Hoje em dia, um fato só se torna notícia depois que um jornalista entrevista um personagem e escreve ao seu modo. Nesse modelo de produção, o jornal (e o jornalista) são não apenas os intermediários, mas os donos da informação. Eles podem selecionar quais informações dar, quais as que jogará fora, quais aqueles que irá valorizar. No novo tempo, as informações serão construídas colaborativamente.
A nova mídia – 6
Grupos especializados montarão suas redes, para discussões amplas; governos, empresas, ONGs, associações, se prepararão para gerar suas próprias notícias. Não haverá mais a necessidade de se ouvir uma fonte e colocar uma declaração em aspas – muitas vezes fora do contexto – para levantar a opinião de uma empresa sobre determinado tema. A posição estará em notícias publicadas em seus próprios sites.

Que venha a História, que venha logo, porque o jornalismo não tá dando conta


Faz algum tempo vem ganhando contraste, as cores de nossos grandes do jornalismo em descompasso com a realidade das ruas. E antes que possam questionar o que vou escrever, ainda antes de escrever, gostaria de propor um teste muito simples:
Saia pela periferia da sua cidade, seja ela qual for, e procure pelos personagens e fatos de onde você vive em qualquer veículo de comunicação.
Se encontrar algum que seja mais que uma caricatura num grande jornal, aguardo o comentário no final desta página.
A explicação é simples:
Concentração, monopólio, manipulação.
Para constatar, conte quantos jornais tem circulação nacional e quantos existem na sua cidade. Quantos canais de tv tem alcance nacional e quantos cobrem a sua região desde onde você está. Quantas estações de rádio estão nas mãos de quem e quantos são esses felizes proprietários.
Nossos arautos nem sequer disfarçam a vontade que tem de voltar com os tapumes de antes da internet e tornar a ditar realidade ao invés de cumprirem seu papel, e dar voz aos mesmos personagens da rua que você e eu não encontramos mais, ou melhor dizendo, raramente vemos ou vimos nestes mesmos veículos.
Desgraçadamente, este comportamento não é novo, nem exclusivo de nosso jornalismo pátrio. É fenômeno do mundo e da História. Já aconteceu no passado, e até bem recentemente se tem notícia de redações fechadas por dispensarem a Ética e por terem sido achadas em falta com a utilidade pública a que em tese, se prestam.
Nossos arautos nem disfarçam a contradição de entortar com palavras, os números dos seus próprios institutos de pesquisas.
Estamos outra vez num ponto em que precisamos optar pelo que nos serve como sociedade e descartar o peso morto, ou morrer junto com ele. Morremos a Democracia?
Pode apostar!
Recentemente com o julgamento do chamado ‘Mensalão’, ficou ainda mais claro que não estão dispostos a cobrir a História de um país em busca de estancar o sangrar de alguma chaga, mas a derrocada de quem se oponha no seu caminho rumo ao poder. E poder sem responsabilidade.
Pouco ou nada se compromete este tipo de noticiário com a cidadania, senão reforça as raízes mais profundas da segregação social. A mesma segregação banida do primeiro mundo, lugar que no imaginário dessa gente, é onde vale a pena estar. Naquele mesmo primeiro mundo, observa-se exatamente o contrário, a cidadania conquistada vai se perdendo pela força do dinheiro. Aqui, pelo mesmo dinheiro e a concentração exagerada dele, tornam iguais em superiores e ou inferiores faz tempo demais.
A imprensa é a primeira memória de qualquer sociedade. É ela quem aponta o que as pessoas lembram, debatem e opinam todos os dias. Mas isso acontece pela credibilidade que constrói ou não, posto que não tem fé pública.
Vou repetir um comentário a respeito de recentes declarações de um condenado na mesma ação penal que citei e que não é meu: 
“Nada mudou. Nada passou a ser verdade depois que o Valério falou, ou nada deixou de ser verdade depois que o Valério falou. Tudo ainda é embate político…” 
Pra mim, é mais impressionante perceber o quanto do nosso achar e pensar é decidido pela mídia, do que o que ela publica. Neste caso específico, ela está editando isso há um mês. Por outro lado, o Cachoeira percebeu que, enquanto ele entregar apenas Demóstenes e tucanos, tá ferrado. Por isso saiu hoje dizendo que é o “garganta profunda” do PT. Ele sabe quem é o público dele…”
O pior que pode acontecer para um veículo de comunicação, é perder a credibilidade e ficar falando para as paredes. 
É quando começam a aparecer nas pesquisas de opinião justamente o contrario de tudo que eles pregam. 
Daí passam a desdenhar da capacidade que a sociedade tem de decidir seus próprios caminhos, e trocam a História por propaganda. Mas propaganda não subsiste a História. E a sociedade não escreve propaganda. A História é segunda memória, a mais importante e duradoura. Mas demora um pouco mais que a propaganda para se estabelecer, ainda que sempre venha.
Quem viver, verá não ser mais possível afirmar que uma mentira dita mil vezes, torna-se em verdade.
Nem nunca foi por que mentira sempre será mentira. Mesmo repetida mil vezes, basta que a verdade seja dita uma vez apenas e o engodo estará desfeito.
Opiniões todos temos. Podemos e devemos debatê-las a exaustão. Mas opiniões estão para notícias como suposição está para jornalismo bem feito.
Se não é possível que jornalistas sérios e comprometidos com sua gente possam trabalhar para noticiar e construir a memória em cada rincão, que não desçam os grandes a desqualificá-la e ao debate neste espaço democrático que se abre para nós.
Que venha a História, e que venha logo.
*Sérgio Mendes é professor de inglês e escritor. Colabora com o Quem tem medo da democracia?, onde mantém a coluna “De olho na História”. http://quemtemmedodademocracia.com/de-olho-na-historia-2/
=> A charge é do cartunista Carlos Latuff.

Bernardo Kuscinski: macartismo à brasileira

Estamos assistindo ao surgimento de um macartismo à brasileira.
 A  Ação Penal 470  transformou-se em um julgamento político contra o PT.  O que se acusa como crime são as mesmas práticas reputadas apenas como ilícito eleitoral quando se trata do PSDB, que desfruta de todos os atenuantes  daí decorrentes. É indecoroso. São absolutamente idênticas. Só as distingue  o tratamento político diferenciado  do STF, que alimenta assim a espiral macartista. O mesmo viés se insinua com relação  à mídia progressista. A publicidade federal quando dirigida a ela é catalogada pelo macartismo  brasileiro como suspeita e ilegítima.Dá-se a isso ares de grave denúncia. Quando é destinada à mídia conservadora , trata-se como norma.  O governo erra ao se render a esse ardil.  Deveria, ao contrário, definir políticas explícitas de apoio e incentivo aos veículos que ampliam a pluralidade  de visões da sociedade  brasileira sobre ela mesma.  Sufocar economicamente e segregar politicamente a imprensa alternativa é abrir espaço ao macartismo à brasileira”.

Tucademos: O Estado-anunciante e a liberdade suja


A representação do PSDB ao Procurador Geral Eleitoral contra blogs que criticam suas lideranças e agenda partidária, é um pastel revelador. O recheio exala as prendas do quituteiro; a oleosidade da fritura qualifica o estado geral da cozinha. Na primeira mordida fica explícito que a referência de 'bom' jornalismo do PSDB é a revista VEJA, uma ferradura editorial adestrada para escoicear três dimensões da sociedade: agendas progressistas; lideranças que as representem; governos que lhes sejam receptivos. Leia mais>>>

Eles podem falar, nós não

A mídia está superdimensionando um ato público de protesto, de rotina, programado para hoje à noite no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de S.Paulo. A manifestação é organizada por partidos políticos, centrais sindicais de trabalhadores, sindicatos, entidades de direitos humanos e ONGs para marcar posição contra a forma da cobertura da sucessão presidencial pela imprensa (engajada, dirigida em favor de um candidato). É, também, para denunciar  e a tentativa de um "golpe midiático" para tentar mudar na marra a preferência do eleitorado nacional pró-candidatura de Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados). 

Apavorado o Estadão chega ao ponto de dar uma chamada - com direito a título e texto - na 1ª página para um ato que ainda vai se realizar, fato raro em sua linha editorial. Periga amanhã os jornalões desconvidarem, fazerem um apelo à população para que não compareça à manifestação. Ou seja, o oposto do que nós bloqgueiros costumamos fazer. 

Já arrumaram todos aqueles fregueses de sempre - OAB nacional, ANJ, ABERT, SIP, etc - todos se manfiestando na mesma linha de que o ato é contra a democracia e atentado á liberdade de imprensa. Até a vice-presidente nacional do PSDB, senadora Marisa Serrano (MS) veio a campo associar o ato ao que o presidente Hugo Chávez faz na Venezuela (???).

Censor em pele de cordeiro defende liberdade
As declarações de Marisa Serrano são compreensíveis. Ela é uma senadora da oposição. Agora o presidente da OAB nacional, Ophir Cavalcante querer censurar o presidente da República por declarações relativas à imprensa, francamente...Além de extrapolar seu papel na direção da OAB ele, na verdade, está tomando partido em nome da entidade na eleição presidencial da República. 

Com toda esta campanha que deflagraram contra manifestações do Presidente Lula e contra o ato de amanhã, o que querem, de fato,  é cercear o chefe do governo que tem todo o direito de fazer suas críticas. Querer calá-lo já é demais. Isto não tem nada a ver com liberdade de imprensa. Tem sim a ver com o papel da mídia na eleição, abusando de suas prerrogativas a favor de uma candidatura (José Serra), o que a lei probibe expressamente.

Não bastasse o exagero e o clima que criam, ainda temos o presidenciável José Serra (PSDB-DEM-PPS) hoje, no Bom Dia Brasil da Rede Globo, arvorando-se em defensor da liberdade de imprensa. "Queria dizer que sou um defensor da liberdade da nossa imprensa. Inclusive da de vocês.Hoje nós temos uma chantagem sobre a imprensa brasileira." Mas José Serra estava até ontem em aberta campanha como censor da internet, paladino da censura à blogosfera, ao que chama de "blogs sujos".OU seja, a todos aqueles que não o apoiam!

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Blogosfera - As propostas do Sergio Telles

Propostas que o blogueiro Sergio Telles apresentou, em seu espaço, para o Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas:
– Profissionalização, integração com a universidade e organização da mídia alternativa: as iniciativas amadoras e espontâneas são importantíssimas, mas temos que pensar em mecanismos que possam fazer a mídia alternativa ser viável economicamente sem perda de qualidade e sem passar a ter rabo preso com anunciantes ou com governos.
– Para isso, uma das propostas, que já falei anteriormente aqui no blog, é tentar conquistar junto ao Ministério da Cultura que a mídia alternativa seja considerada um patrimônio cultural imaterial do Brasil e da democracia brasileira, pois a atividade que exercemos, sem dúvida, tem total característica cultural, são milhares de internautas que diariamente executam hábitos similares e produzem conteúdo alternativo.
– Com esse reconhecimento, outros editais da área de cultura como um que já foi lançado ano passado serão mais frequentes, beneficiando a quem procurar se organizar em instituições privadas sem fins lucrativos, que podem ser premiadas por concursos com recursos públicos ou mesmo privados, com patrocínio de empresas que estarão apoiando a cultura e utilizando os benefícios das respectivas leis do setor. Essa é uma forma de injeção de recursos que organiza, por meio de instituições, a produção de mídia alternativa, sem prejudicar ou enviezar o conteúdo em benefício de quem patrocina ou apóia.
– Outro caminho é por meio da Ciência e Tecnologia, reconhecendo que produzimos inovação na comunicação. Recursos dos fundos setoriais de telecomunicações podem estabelecer parcerias entre as instituições privadas sem fins lucrativos que produzem mídia alternativa e as universidades, especialmente as faculdades de comunicação e outras faculdades de áreas sociais, visando a estruturação e programação inovadora, a produção de conteúdos alternativos em novas mídias, o enriquecimento da formação dos universitários e também a colaboração destes com a propagação do conteúdo alternativo.
– Que o Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, ou outra instituição que tenha o reconhecimento e a credibilidade da mídia alternativa, crie mecanismos de agregação de valor e credibilidade de quem produz conteúdo alternativo. Isso é uma discussão extremamente complexa, parece a princípio tirar a liberdade, mas a questão da credibilidade é essencial em relação a informação, seria interessante que houvesse de alguma forma um reconhecimento de credibilidade de quem produz a mídia alternativa, através de um selo ou coisa parecida. Como disse, é polêmico, eu acho interessante existir, inclusive algum local comum em que existam comentários e recomendações sobre os conteúdos, certamente há diversas formas de se dar mais confiança ou se levar a sério quem publica uma notícia, ou ainda de se descobrir que o site que estamos lendo não é pra ser levado a sério, até porque às vezes é de humor escrachado mesmo. (os “estagiários” da grande mídia às vezes caem nessas pegadinhas, inclusive!)
– Numa mesma linha, seria interessante existir algo como uma Ouvidoria, ou algum lugar que fosse possível trocar idéias, tal como uma mediação de comunidades de Orkut, ou de fóruns. Ter um local em que algumas pessoas que possuem reconhecido respeito de toda a mídia alternativa pudessem receber colaborações, críticas, sugestões ou denúncias seria muito bom, além de ser mais um bom caminho para receber “material de qualidade” vindo da grande mídia, a maioria dos produtores de conteúdo sabem que o feedback dos leitores e comentaristas é tão importante quanto o próprio conteúdo que produzem, a dinâmica torna cada assunto abordado praticamente um tópico de discussão, um fórum, um debate aberto.
– Lutar para permitir que os blogs da mídia alternativa passem a ser permitidos em empresas, pois a maioria dos sistemas de bloqueio impedem esse acesso. Há como acessar via leitores de RSS, mas é precário. A mídia alternativa já é principal fonte de informação de considerável grupo de pessoas. O tema da certificação também ajuda nesse aspecto, até para definir quais seriam os blogs e outras ferramentas que poderiam ser agrupados dessa forma.
– Essa é pra galera do software livre, sugiro que se construa gadgets que possam com poucos cliques acessar o conteúdo da mídia alternativa, que seja algo facilmente multiplicável e instalável em qualquer computador, que uma pessoa leiga possa ter acesso a esse conteúdo sem grande dificuldade.
– Como já existem bons sites divulgando a mídia alternativa, ou a replicando, minha velha idéia da existência de um grande portal que fosse referência para todos, parece envelhecida mesmo, e esse gadget sugerido no tópico anterior parece atender suficientemente.
– No Twitter, que exista uma lista de usuários vinculados à produção de mídia alternativa, que esteja disponível para todos e que seja constantemente atualizada. E que claro, também realizemos uma rede social e uma lista de discussão, todos esses importantes mecanismos de pré-produção de conteúdos para a mídia alternativa.
– Que os futuros encontros de mídia alternativa sejam precedidos de encontros locais (quando o caso), estaduais, regionais e depois um nacional. A produção local e regional é um foco bastante importante da mídia alternativa e uma lacuna da mídia tradicional, que só preocupa-se com áreas nobres e esquece das periferias, do restante do país, que só é lembrado com notícias ruins. Valorizar e integrar a divulgação regional é importante para o próprio avanço e ganho de credibilidade da mídia alternativa.

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