O porque do ódio

#ForaDilma gritaram os irritados!!!!

"Dilma melou o esquema de Furnas (irritou Cunha e Aécio).
Dilma baixou a taxa de juros (irritou os rentistas).
Dilma colocou Graça Foster na Petrobras (irritou os partidos).
Dilma vetou reajuste de 70% no salário do Poder Judiciário (irritou os marajás da Justiça).
Dilma vetou a Reforma Trabalhista e a aprovação da Lei da Terceirização (irritou os empresários e a Fiesp).
Dilma vetou o financiamento privado de campanha eleitoral (irritou os propineiros).
Dilma deu liberdade à Polícia Federal e não interferiu nas investigações (irritou os corruptos Deputados e Senadores). Dilma recusou negociar com Cunha (irritou os 200 deputados que ele sustenta).
Dilma não aceitou entregar o petróleo brasileiro para os estrangeiros (irritou os EUA).
Dilma não aceitou privatizar o pouco que ainda resta do patrimônio público brasileiro (irritou os donos do poder econômico que têm apoio da direita neoliberal).
Dilma não aceitou perdoar a dívida de 2 bilhões dos planos de saúde com o Governo (irritou os poderosos do setor de seguro de saúde privada).
Dilma não aceitou perdoar a dívida que os clubes de futebol têm com o governo (irritou a CBF).
Dilma não aceitou perdoar a dívida milionária que os canais de TV, em especial a Globo, têm com o Governo (irritou os barões da mídia, em especial a família Marinho)...

Entendeu onde nasceu e onde mora o ódio?"
por Sérgio Maia Dias

A gente vai embora

A única certeza que temos é que um dia a gente vai embora...

Bom dia...
*A GENTE VAI EMBORA*  e fica tudo aí,
os planos a longo prazo e as tarefas de casa, 
as dívidas com o banco,
as parcelas do carro novo que a gente comprou pra ter status.

*A GENTE VAI EMBORA*  sem sequer guardar as comidas na geladeira,
tudo apodrece, a roupa fica no varal.

*A GENTE VAI EMBORA*, se dissolve e some toda a importância que pensávamos que tínhamos,
a vida continua, as pessoas superam e seguem suas rotinas normalmente. 

*A GENTE VAI EMBORA*  as brigas, as grosserias, a impaciência, serviram para nos afastar de quem nos trazia felicidade e amor.

*A GENTE VAI EMBORA*  e todos os grandes problemas que achávamos que tínhamos se transformam em um imenso vazio, não existem problemas. 
Os problemas moram dentro de nós. 
As coisas têm a energia que colocamos nelas e exercem em nós a influência que permitimos.

*A GENTE VAI EMBORA*  e o mundo continua caótico, como se a nossa presença ou ausência não fizesse a menor diferença.
Na verdade, não faz.
Somos pequenos, porém, prepotentes. Vivemos nos esquecendo de que a morte anda sempre à espreita.

*A GENTE VAI EMBORA*, pois é.
É bem assim: Piscou, a vida se vai.. .
O cachorro é doado e se apega aos novos donos.

Os viúvos se casam novamente, andam de mãos dadas e vão ao cinema.

*A GENTE VAI EMBORA*  e somos rapidamente substituídos no cargo que ocupávamos na empresa. 

As coisas que sequer emprestávamos são doadas, algumas jogadas fora.

Quando menos se espera, *A GENTE VAI EMBORA*. Aliás, quem espera morrer?
Se a gente esperasse pela morte, talvez a gente vivesse melhor.
Talvez a gente colocasse nossa melhor roupa hoje, 
talvez a gente comesse a sobremesa antes do almoço.
Talvez a gente esperasse menos dos outros,
Se a gente esperasse pela morte, talvez perdoasse mais, risse mais, saísse à tarde para ver o mar, talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro.

Quem sabe, a gente entendesse que não vale a pena se entristecer com as coisas banais,
ouvisse mais música e dançasse mesmo sem saber.

O tempo voa. 
A partir do momento que a gente nasce,
começa a viagem veloz com destino ao fim - e ainda há aqueles que vivem com pressa! 
Sem se dar o presente de reparar que cada dia a mais é um dia a menos, porque *A GENTE VAI EMBORA*  o tempo todo, aos poucos e um pouco mais a cada segundo que passa.

O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM O POUCO TEMPO que lhe resta?!

Que possamos ser cada dia melhores e que saibamos reconhecer o que realmente importa nessa passagem pela Terra!!!

Até porque, *A GENTE VAI EMBORA*...

A.D

Crônica da tarde, por Ropespierre Amarante

A BOLINHA

Fortaleza amanheceu sob pingos de chuva, e eu acompanhei a sinfonia da água na calha, deitado na minha rede de estimação, a quem pela familiaridade chamo de tipóia!

Não só os pingos de chuva chegavam aos meus ouvidos. Ouvia também um leve ganido na parte externa da porta que dá pro hall.

Repetiu-se por mais alguns instantes, e não sei se pelo o aumento da intensidade da chuva, silenciou!

Tudo bem!

Um pouco mais de costados na rede até levantar-me, já na intenção de preparar o fumegante e forte café Santa Clara, reserva de família.

Café, pão, banana, o suficiente até que bata-me a vontade de um iogurte grego sabor maracujá.

Resolvo abrir a porta, dar uma olhada na nesga de mundo que ainda se mostra disponível a quem mora na selva de pedra.

Ao lado, há uma grade que dá acesso a uma pequena área de serviço que batizei de quintalzinho, pois sou morador do térreo.

Apuro o olhar e diviso a uns dois metros após a grade, um singular objeto branco, uma bolinha tamanho semelhante à de tênis.

Veio de imediato o som daquele ganido em meio aos pingos de chuva, era um cãozinho na tentativa de alcançar a bolinha.

Um cãozinho novato, assim igual é também novato, o morador seu tutor.

Ainda não mantive contacto com nenhum dos dois, cãozinho e novo morador.

Mas desconfio que a bolinha branca vai ajudar a quebrar o gelo que separa os viventes desses novos tempos.

Robespierre Amarante

O Tabuleiro das Eleições de 2020, por Ricardo Cappelli

Quais as eleições municipais mais importantes? Qual será o impacto das novas regras? Qual a influência dos resultados na corrida para 2022?
Dados históricos indicam que as eleições municipais influenciam pouco as eleições  de governadores e do presidente da República.
Mesmo assim, elas sempre enviam sinais para o mundo político.
Todos que sonham com a cadeira presidencial se preocuparão em "fazer bonito" em suas bases.
Engana-se quem pensa que as disputas serão apenas entre a direita e a esquerda. A eleição de Bolsonaro iniciou uma reorganização nos campos políticos. Dos dois lados, veremos tentativas de afirmação de hegemonias.
Neste cenário, um bom conselho é prestar bastante atenção numa velha máxima da política: nunca fique tão amigo de um aliado que ele não possa virar adversário; e nunca vire tão inimigo de um adversário que ele não possa virar aliado.
Em São Paulo e no Rio, Bolsonaro e os pré-candidatos ao Planalto, Doria e Witzel, duelarão pela hegemonia na direita. O primeiro objetivo de cada um é vencer. O segundo será derrotar seu adversário de campo ideológico.
Se o candidato de Doria naufragar e tivermos um segundo turno na capital paulista entre um Bolsonarista e alguém da esquerda, quem vocês acham que o governador apoiará por debaixo dos panos? Uma vitória do presidente na capital paulista sepultaria as pretensões do João.
Não seria surpresa também ver Witzel apoiando "discretamente" um nome da esquerda no segundo turno contra um candidato Bolsonarista. O Capitão vai tentar ganhar, se não der, seu objetivo será derrotar Witzel.
No nordeste, Recife jogará um papel diferenciado. O desfecho das alianças na esquerda já passou por Pernambuco em 2018, selando a neutralidade do PSB e o apoio do PCdoB ao PT.
O PSB mantém aceso um namoro com o PDT ao mesmo tempo em que tenta construir um caminho próprio para 2022. Recife é sua jóia da coroa. Qual será a aposta do PT? Lançar Marília Arraes contra João Campos? Sacrificar novamente a petista para não romper com os socialistas? Tentar impor pela força sua hegemonia?
No sul, o destaque será Porto Alegre. Manuela lidera as pesquisas. Pode receber o apoio do PT e do PSOL. Uma vitória da esquerda num reduto "azul" reforçaria os argumentos dos que apostam na possibilidade de uma guinada à esquerda em 2022.
Além destas cidades, será importante observar se as articulações em torno de futuros blocos ficarão de pé. PDT, PSB, Rede e PV caminharão juntos? O PDT e o DEM definirão movimentos em comum? O que o PT exigirá de PCdoB e PSOL para apoiar Manuela e Freixo?
O "Centro" vai finalmente sair dos vídeos promocionais e desfilar na avenida? Com que roupa? Lula e Bolsonaro reafirmarão suas posições de grandes cabos eleitorais? Moro vai entrar em campo?
Será a reafirmação da renovação, com candidatos "outsiders" por legendas de pouca expressão triunfando novamente ou a política tradicional retomará o seu lugar?
Alianças inimagináveis, luta por hegemonia, corrida desesperada pela sobrevivência e outros ingredientes farão parte do cardápio da eleição que tem tudo para ser a mais fragmentada, difícil e imprevisível da história.

Educação x combustíveis

O demagogo que preside o país faz demagogia propondo zerar os impostos dos combustíveis, pergunto: por que não zerar os impostos dos remédios?

Outra coisa, por que não estabelecer o piso salarial dos professores igual ao do Maranhão  (quase o dobro do nacional)?

Patrões, empregados e a enrabada, por Luiz Carlos

PATRÕES, EMPREGADOS E A ENRABADA.

- Tu é burro, pra caralho.

- Burro é você, viado.

( os palavrões entre os dois senhores me chamou atenção. Mas ouvir esses xingamentos homofobicos são um saco.)

- Você não entendeu essa merda. E eu sou burro?

- Então, explica porra.

(E a curiosidade pela conversa dos dois senhores é tão grande que deixo minha leitura de lado para ouvi-los)

 - Vou te explicar.

- Então, explica, caralho.

- Durante anos, teu patrão te enrabou, sem você perceber que estava sendo enrabado. Um dia seu patrão te manda embora, e você percebe que foi enrabado durante anos, e só agora percebeu que ficou  com o rabo doendo. E resolve dar uma enrabada no seu patrão. 

(Eu teria usado uma linguagem sem palavrões para explicar a REFORMA TRABALHISTA que destrói os direitos do trabalhador. Mas a forma dele explicar chama mais atenção.) 

- Porra, todo mundo enraba o patrão quando é sacaneado.

- Só que não vai poder mais enrabar o patrão.

- Por que?

- Por que a porra da lei não vai valer mais, e o que você e o patrão resolverem, é o que vai valer. Ou seja, para você ter trabalho, você vai aceitar ser enrabado pelo patrão. E ficar com o cú doendo. E mesmo que você entre na justiça, não vai dar em nada. Você ainda acabar sendo enrabado pelo juiz.

(Apesar das palavras chulas que eu não usaria. Ele consegue explicar de um forma vulgar a perda dos direitos trabalhistas)

- A gente só se fode nesse governo.

- E ai preparado para ser enrabado e sorrir.

- Não fode...

(O colega desde senhor parece tomou consciência dos direitos trabalhistas que ele perdeu. Apesar da forma de explicação que foi usada.)

Baseado em um diálogo que ouvi dentro do ônibus.