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Charge do dia

Enquanto isso a corja que colocou o Traíra no Planalto mantém Lula preso, por que?...
Sabem que ele será eleito com um pés nas costas.


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Marcos Coimbra

Sobre popularidade



Analisar a evolução da popularidade de Fernando Henrique Cardoso ao longo de seu segundo mandato contribui para a discussão das perspectivas da relação entre Dilma Rousseff e a opinião pública até o fim de 2018. A razão é simples: apesar das grandes diferenças entre os presidentes e seus governos, há semelhanças entre eles.
O elemento comum fundamental, do ponto de vista da opinião pública, é que os dois iniciaram o segundo governo frustrando expectativas da sociedade. Cada um a seu modo, FHC e Dilma prometeram algo que não conseguiram entregar.
O compromisso do tucano em sua campanha estava expresso em aforismo enxuto: “O homem que derrotou a inflação vai derrotar o desemprego”. A frase era boa e soou verdadeira, pois os eleitores acreditavam que a inflação fora vencida com o Plano Real. Quando veio a crise cambial em janeiro de 1999 e a inflação foi multiplicada por dez, ficaram perplexos com o tamanho da mentira engolida. De quebra, perceberam que o compromisso com o fim próximo do desemprego era outra balela.
Para a vasta maioria dos eleitores de Dilma em outubro passado, a ideia de continuidade com mudança foi decisiva. A petista, acreditou a maioria do eleitorado, era a garantia de que não haveria retrocesso nos avanços sociais iniciados por Lula em 2003 e que o edifício de políticas públicas favoráveis aos mais pobres seria mantido. E aceitaram sua promessa de estar disposta a responder às novas demandas de participação e transparência.
Ninguém imagina que o discurso de um presidente em campanha seja de franqueza total, nem na identificação dos problemas do País nem na formulação de promessas factíveis. O cidadão comum nem sequer presta atenção nos números que embalam os diagnósticos ou no porte das obras prometidas. Mas há algumas (poucas) expectativas fundamentais cujo descumprimento é pecado grave.
Para a maioria que reelegeu FHC e Dilma (aliás, de tamanho quase idêntico, pois ele teve 53% dos votos e ela 52% e é irrelevante se no primeiro ou no segundo turno), a frustração terá sido grande. O efeito é o mesmo para quem não votou neles, mas saiu da eleição sem mágoas, como costumam sair os cidadãos comuns.
No gráfico abaixo podemos ver a oscilação da desaprovação a FHC até o fim de seu governo. Ela começa com dados de dezembro de 1998. A campanha havia sido benéfica para o tucano. Ela elevou sua avaliação positiva em quase 20 pontos porcentuais entre maio e novembro , índice semelhante ao obtido por Dilma depois do início da propaganda eleitoral no ano passado.
Ou seja: o governante vai para a televisão com amplo tempo de exposição, consegue lustrar sua imagem, convence o eleitorado e vence a eleição. Fica, no entanto, mais exposto à crítica caso surjam problemas no início do segundo mandato.
A avaliação negativa de FHC teve uma forte elevação durante 1999, ultrapassou 65% na soma de “ruim” e “péssimo” em setembro, mas arrefeceu em 2000. Em setembro daquele ano, no período da eleição municipal, retrocedeu a 39%, nível acima, mas não muito, do que havia sido típico do primeiro mandato, ainda sob influência do lançamento do real.
Em abril de 2001,  FHC parecia haver resolvido seus problemas de imagem. Com 28% de avaliação negativa (e 33% de positiva), não era impossível que viesse a terminar bem, depois dos tropeços do começo. Mas aí aconteceu o apagão elétrico, que funcionou como um atestado de radical incompetência para um governo cuja imagem ainda estava em recuperação. Com o racionamento, o tucano tornou-se o que é.
À medida que os eleitores se desinteressaram de FHC e o desejo de mudança aumentava, a eleição de 2002 ficou cada dia mais distante do PSDB.
Começar com problemas de popularidade é ruim, mas não fatal para Dilma e seu governo. O tempo é seu aliado, aceita a premissa de que ela não vai repetir os muitos erros que o tucano cometeu.
Gráfico

Quanto o Diário capta a voz rouca das ruas?


É possível que uma pista para a resposta esteja na enquete que promovemos ao longo de uma semana para ver qual era a Personalidade do Ano na avaliação de nossos leitores.
Tivemos o cuidado de abrir as escolhas com Joaquim Barbosa, pelo desempenho no Mensalão. O Supremo, como um todo, foi também apareceu como uma opção.
Mas o resultado final foi o mesmo que a recente pesquisa do Datafolha apontou: Lula e Dilma estão, pelo menos até aqui, sobrando.
Lula ficou na ponta, com 40% dos votos. Dilma veio em segundo, com 25%. Joaquim Barbosa terminou em terceiro, com 22% das preferências, à frente do técnico Tite, campeão mundial, e do próprio Supremo.
Estão abertas as especulações.
Lula candidato a governador de São Paulo em 2014? JB tentando a presidência? Dilma para mais um mandato, ou Lula em seu lugar?
Abro aqui meu palpite. A lógica sugere que Dilma seja a candidata do PT. Lula só entraria em ação, a meu ver, caso houvesse uma candidatura perigosa na oposição. Não parece ser o caso: nem Aécio e nem Eduardo Campos parecem ser ameaçadores.
Imagino que será tentado a concorrer. E pensará com carinho. Mas minha intuição diz que ele não vai correr o risco de se expor a um provável vexame que o transformaria de Batman em Recruta Zero.
Como Serra, Barbosa tem o defeito da antipatia, cujos estragos num político são multiplicados. Sua fala é pedante e, em muitos momentos, incompreensível. Se quiser falar a linguagem do povo, vai parecer tão artificial quanto Serra comendo pastel na feira ao lado de populares. Os eleitores que vêem nele um herói têm perdido as eleições presidenciais, e ele sabe disso.
E principalmente: quem se projetou condenando sempre vai refletir muito antes de se expor, publicamente, à retaliação dos que se sentiram injustiçados.
Barbosa não parece um homem dado a riscos. Melhor a realidade limitada da presidência do Supremo do que o sonho virtualmente impossível da presidência do Brasil.  Barbosa não parece tolo o suficiente para acreditar que seus principais cabos eleitorais – a mídia – sejam capazes de elegê-lo.
A não ser que haja uma grande surpresa, Dilma ruma para um segundo mandato. E, no terreno das probabilidades, não parecem pequenas as chances de Lula mirar no Palácio dos Bandeirantes.
Tudo bem: ele já foi duas vezes presidente, e o governo de São Paulo poderia parecer um retrocesso. Mas, do ponto de vista de seu partido, faria todo o sentido. Se Lula joga para o time, é uma missão que, teoricamente, não deveria ser recusada.
A oposição real ao PT só surgirá, é a convicção do Diário, quando aparecer um grupo que convença a voz rouca das ruas de que tem um projeto melhor para combater a maior calamidade nacional: a desigualdade social.
Enquanto a oposição defender o Brasil do 1%, enquanto estiver mais interessada no bem estar da família Marinho e amigos do que no bem estar dos 99%, a vida do PT tende a ficar fácil. 
Paulo Nogueira +Cezar Canducho