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Política

Observações sobre a Câmara, o Senado e a oposição, por Zé Dirceu

No complexo cenário institucional que vivemos, salta à vista o descompasso e mesmo antagonismo entre a Câmara e o Senado. Esse descompasso refelte as divergências entre as bancadas do PMDB e suas lideranças nas duas Casas do Congresso a respeito das matérias mais importantes em discussão (reforma política, ajuste fiscal e maioridade penal).
Isso chega ao ponto do presidente da Câmara afirmar que o Senado, para o qual o voto é majoritário, não tem que opinar sobre parte da reforma política e do sistema eleitoral que diz respeito ao voto proporcional, apesar da Câmara ter aprovado a mudança no tempo de mandato dos senadores. Ontem, o Senado proibiu, na prática, as coligações proporcionais e caminha para aprovar uma reforma política na contramão da Câmara.



Pior é a oposição
. Totalmente sem rumo, derrotada na tese do impeachment, vai à Procuradoria Geral da República denunciar a presidente por crime de extorsão, com base na delação premiada de Ricardo Pessoa. Agora, pede sua renúncia no Senado, com senadores e deputados também denunciados por Ricardo Pessoa. A oposição, o DEM e o PSDB, na verdade cria factóides para fugir de uma explicação pública sobre as denúncias que a atingem.


Luis Nassif - a disputa mídia x política

E o poder libertador do voto

Historicamente políticos e jornais sempre disputaram quem era mais autorizado a falar pela opinião pública.  É essa competição que explica os conflitos reiterados entre ambos.
Ambos têm interesses próprios – legítimos ou ilegítimos – e lutam com garras e dentes para preservá-los. Ambos dependem de financiadores privados; ambos disputam recursos públicos.
Mas existem diferenças.
Os grupos de mídia buscam o público escolarizado, bancarizado e consumidor, que garante os patrocínios comerciais – porque consumidores – e a influência política – porque abarcando setores influentes da sociedade.
Já para os políticos, cada cidadão é um voto. Portanto, seu público é universal, distribuído por todos os cantos do país.
***
Tem mais.
A governança de grupos de mídia é autocrática, anacrônica, pré-mercado de capitais.
As grandes sociedades anônimas, embora sob comando de grupos de controle, são obrigadas a prestar contas de seus atos a acionistas minoritários, a autoridades reguladoras do mercado de capitais, do direito econômico. Independentemente do tamanho, os grupos de mídia são fundamentalmente familiares. O processo de decisão é solitário, monárquico.
No Congresso, a governança é negociada. São deputados de todas as partes do país, precisando prestar contas aos seus eleitores (em alguns casos, aos seus financiadores), mas tendo de convencer seus pares. Mesmo os lobistas têm que legitimar publicamente seus argumentos.
***
No parlamento prevalece a democracia (cada voto um voto) e a ampla discussão; nos grupos de mídia, as decisões individuais e o cuidado de não chocar os leitores – o que os torna agentes do status quo.
Esta semana, o presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Alves, ocupou rede nacional para uma prestação de contas. Mereceu notas pequenas nos jornais.
No balanço do ano, Alves divulgou as seguintes votações que representaram avanços civilizatórios importantes:
1. Criação do Plano Nacional de Educação, obrigando o governo federal a destinar 10% do orçamento para a área.
2. Votação do Marco Civil da Internet, assegurando a neutralidade da rede, dificultando a formação de novos monopólios, como existe hoje em dia na radiodifusão.
3. Prorrogação por quinze anos dos incentivos para a indústria de informática.
4. Aprovação das cotas raciais nos concursos para o serviço público.
5. Instituição do piso de R$ 1.014,00 para agentes comunitários de saúde e endemias.
6. Aprovação da Lei Menino Bernardo, para coibir violência doméstica contra crianças.
7. Votação de emenda constitucional que obriga a União, estados e Distrito Federal a garantir a presença de defensores públicos em todas as comarcas.
8. Aprovação do Código de Processo Civil.
***
Em relação a esses temas  , dentre os quatro grandes grupos de mídia, prevalece o entendimento de que qualquer gasto aplicado na melhoria das condições de vida da população subverte as contas fiscais. E que qualquer política que melhore a vida dos excluídos é eleitoreira.
Aí acertaram. Não fosse o interesse eleitoral pelo voto, não fosse o papel libertador do voto, não fosse o direito de voto estendido a analfabetos, esse país ainda seria uma grande fazenda.

Frase do dia

[...] — Eu não acho isso bom. Mas está na Constituição. De modo que eu lamento que tenha essa disposição. Mas a Constituição não é o que eu quero e o que se pode fazer dela.
Luis Roberto Barroso - Ministro do STF sobre a cassação do parlamentar ser prerrogativa do Congresso

Congresso e a reforma partidária em causa própria

Joaquim Falcão

Existem duas maneiras de fechar o Congresso. A primeira é pela força. Getulio Vargas fez em 1937. Militares em 1966.

A segunda é o próprio Congresso se auto paralisando. É o que parece acontecer diante da reforma partidária.
Nos governos de Fernando Henrique, Lula e Dilma, todos os partidos foram e são a favor de uma reforma partidária para consolidar o estado democrático de direito.
Por que então há tanto se deseja, e há tanto não se vota?
Uma das possíveis razões é o simples cálculo de custo-benefício que cada congressista faz sobre sua própria elegibilidade.
Não importa o caminho legal da reforma – plebiscito, emenda constitucional, constituinte, lei ordinária - os congressistas sabem que chegarão a eles, por bem ou por mal, e que serão eles que decidirão a reforma partidária.
Aí terão diante de si duas opções, grosso modo. Ou decidem por um novo sistema partidário que aumentará a incerteza política de sua reeleição e prejudicará os interesses de sua base eleitoral. Ou optam por um sistema que aumentará as chances de reeleição e favorecerá os interesses de sua base eleitoral.

 

A primeira opção significa aumentar a incerteza de sua reeleição. É trocar o certo pelo duvidoso. Eles sabem ganhar eleição com as atuais regras. Por que então arriscar?
Se optam por um sistema que favorecerá a si e a suas bases, o Supremo não permite. Vigia para que o Congresso não use de seu poder de legislar para interesse próprio. Que provoque concorrência desleal.
Isto fere a democracia. É o que poderá ocorrer se o Congresso insistir na aprovação da lei que cria restrições para criação de novos partidos políticos (PLC 14/13, em tramitação no Senado).
Aprisionado por este dilema, o Congresso se imobiliza. Surge uma crise de legitimidade. O eleitor desacredita do congressista. Descrê que ele possa ir além de suas circunstâncias eleitorais. Como sair dessa paralisia?
Talvez votar uma reforma que não entre em vigor na eleição imediata à votação. Permitir que ela seja, pelo menos a curto prazo, mais neutra em relação aos benefícios ou prejuízos futuros que tragam aos congressistas atuais.
Ou seja, estabelecer uma regra temporal e material de transição.
Ou mais difícil, tornar inelegíveis congressistas que votem a reforma. Inviabilizar a análise custo benefício.
Uma constituinte exclusiva teria que ter congressistas exclusivos. Para afastar de vez o fantasma que vai se beneficiar da reforma.
Enfrentar este problema – do risco da legislação em causa própria - é fundamental. Mais do que discutir plebiscito, constituinte ou emenda.
O Congresso está fechado para reforma partidária. Precisa se auto abrir.

Inês Nassif: Quem está ameaçando quem?

A reação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de parlamentares oposicionistas à aprovação da admissibilidade da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de número 33, que define poder recursal do Congresso a leis declaradas inconstitucionais pelo STF, pode ser tirada da catalogação de fato político e inserida na lista de manipulação de informação. Com toda certeza, os ministros que estão reagindo desproporcionalmente a uma tramitação absolutamente trivial de uma emenda constitucional no Congresso, e os parlamentares que entraram com um mandato de segurança para a Câmara interromper uma tramitação de matéria constitucional, estão fazendo uso político desses fatos. Vamos a eles:

  1. A emenda tramita desde 2011. Foi proposta pelo deputado Nazareno Fontelenes (PT-PI) em 25 de maio do ano passado e encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça em 06 de junho. O relator da matéria é o deputado João Campos (PSDB-GO) – um parlamentar da oposição. Não existe hipótese de a emenda ter sido uma armação de parlamentares governistas como uma retaliação ao Supremo, que condenou dois deputados que integram a CCJ e, na última semana, suspendeu a tramitação de um projeto que limita a criação de partidos no Senado. Deixando claro: os parlamentares da CCJ não tiraram uma emenda da cartola para aborrecer o STF nesse período em que se constrói um clima de conflito permanente entre Congresso e STF para validar decisões questionáveis daquela corte em assuntos de competência exclusiva do Legislativo – como a liminar dada pelo ministro Gilmar Mendes a uma ação do PSB, suspendendo a tramitação de uma lei no Senado, também na quarta-feira.
  2. Aliás, o fato de José Genoíno (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP) terem se tornado personagens dessa história comprova o uso político desse episódio. No ano passado, quando a emenda foi apresentada, Genoino sequer tinha mandato parlamentar. Ele e Cunha apenas a votaram, como os demais integrantes da Comissão: não pediram a palavra, não defenderam a aprovação, nada. Apenas votaram a favor de um parecer de um parlamentar da oposição.
  3. A PEC estava na agenda de votação da CCJ desde o início dos trabalhos legislativos, em fevereiro deste ano. Não foi agendada numa semana de conflito entre Congresso e Supremo para retaliar o Poder Judiciário simplesmente porque esperava a votação desde fevereiro.
  4. A votação de admissibilidade de uma proposta de emenda constitucional, ou mesmo de lei, pela CCJ, não é uma apreciação de mérito. Quando o plenário da CCJ vota a favor da admissibilidade, não quer dizer que a maioria da Comissão concordou que essa emenda deve se tornar uma norma constitucional. Quando aprova a admissibilidade, a CCJ está dizendo que aquela proposta cumpre os requisitos de constitucionalidade para continuar a tramitação até chegar ao plenário da Câmara – onde, aí sim, o mérito da proposta será analisado, em dois turnos, para depois cumprir dois turnos no Senado. E apenas com três quintos do quórum de cada casa. Isto é: o primeiro passo da tramitação da PEC 33 foi dado na quarta-feira. Daí, dizer que o Congresso estava prestes a aprovar a proposta para retaliar o STF só pode ser piada, ou manipulação da informação.
  5. Ainda assim, se uma Comissão Especial, lá na frente (se o STF não usar a força contra o Congresso para sustar a tramitação da matéria), resolver aprovar o mérito, e os plenários da Câmara e o Senado entenderem que é bom para a democracia brasileira estabelecer um filtro parlamentar para as decisões de inconstitucionalidade do STF, essa decisão apenas cumpriria preceitos constitucionais (embora Constituição esteja numa fase de livre interpretação pelos ministros da mais alta corte). Não precisa ser jurista para entender que a proposta tem respaldo na Constituição. Foi com base em dois artigos da Carta de 1988 que os parlamentares votaram pela admissibilidade da PEC. O artigo 52, que fala da competência exclusiva do Senado Federal, diz, em seu inciso X, que o Senado pode "suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal". No artigo 49, determina que é da competência do Congresso Nacional "zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes".
  6. Diante dessas evidências constitucionais e da história da tramitação da PEC na Câmara, fica a pergunta: quem está ameaçando quem? É o Congresso que investiu contra o STF, ou o contrário?

Congresso Nacional porá o STF no seu devido lugar

Henrique Alves (PMDB-RN) provável próximo presidente da Câmara em entrevista a Folha de São Paulo deixou bem claro que o Parlamento não se curvará ao STF.

Confira abaixo o que pensa e defende o deputado:
  • O Congresso não abrirá mão da prerrogativa de dar a palavra final. Isso inclui votação secreta no plenário da Casa, onde uma cassação só ocorre com o apoio de pelo menos 257 dos 513 deputados
  • Constituição é clara e, portanto, cada Poder deve ficar no seu pedaço
  • Não abrimos mão de decidir. Nem o Judiciário vai querer que isso aconteça. Na hora em que um Poder se fragiliza ou se diminui, não é bom para a democracia
  • Algum mais desavisado pode ter esquecido, mas a Constituição de 1988 foi elaborada pelos congressistas
  • Cada palavra, vírgula e ponto ali foram colocados por nós. Então, temos absoluta consciência de nossos direitos, deveres, limites e prerrogativas. A questão da declaração da perda do mandato é inequívoca que é do Parlamento
  • Cabe, realmente, ao Poder Legislativo a declaração da perda do mandato.,Todo o rito de um processo de cassação tem de ser aplicado

O Parlamento não se intimida

"Isso não existe. É uma tentativa, na minha avaliação, de tentar intimidar a Câmara, de tentar intimidar o Parlamento brasileiro. Ninguém intimida o Parlamento. Quem faz as leis é o Parlamento, quem escolhe os ministros é o Senado, quem define as regras de como deve funcionar o Poder Público é o Parlamento. Então, não cabe intimidação ao Parlamento brasileiro".
Marco Maia

A disputa pelos royalties do petróleo


Congresso mostra que não se submete a outro Poder
O presidente do Congresso, senador José Sarney, convocou sessão para analisar, de uma só vez, 3 mil vetos presidenciais

Bancada do Rio promete recorrer novamente ao Supremo se veto de Dilma for derrubado

Numa reação à altura, o Congresso manobrou e aprovou requerimento convocando para hoje sessão que analisará 3.060 vetos presidenciais que tramitavam há 12 anos. 


O objetivo é derrubar o veto de Dilma à nova distribuição dos royalties. 

O presidente do Senado, José Sarney, em recurso ao STF, disse que a decisão do ministro Luiz Fux, que anulou sessão anterior do Congresso, pretendia deixar o Legislativo de joelhos, e o Legislativo não fica de joelhos para nenhum outro Poder.

Eles não passarão

No presente o blogueiro Briguilino reconhece hoje, 17 de Dezembro de 2012 como o dia da vergonha do Supremo Tribunal Federal.

Cinco mininistros fuxlecos, ínfimos, cínicos e irresponsáveis rasgaram a Constituição Federal, usurparam o poder dos constituintes de definir lei e abriram caminho para o golpe. 

A assinatura final desse episódio vergonhoso foi de Celso de Mello.

Atualização de postagem de Luis Nassiff. Leiam o original Aqui

Twitteiros a favor da Democracia


Parlamentares de TODOS os partidos têm o dever de ficar ao lado de Marco Maia em sua decisão de zelar pela Constituição. Democracia em jogo.

Celso de Mello, juiz de merda (segundo seu padrinho) foi promovido: Agora é um golpista de bosta!

STF cassa a Constituição Federal e ainda ameaça o Presidente da Câmara dos Deputados 

Parlamentares se unem para combater ditador Joaquim Barbosa. Ministro cria crise entre STF e Câmara dos deputados.

Se STF desconsiderou a Constituição para cassar mandatos políticos, que a Câmara reaja à altura. Democracia prevê destituição de ministros.

O golpe do STF nos ajudará a conferir a estatura do Poder Legislativo que nos representa.

Os 5 fuxlecos q imaginam poder rasgar Constituição vão receber resposta digna do Congresso eleito democraticamente 

Celso rasga a Constituição. Maia, resista ! | Conversa Afiada

Nao houve proclamação final do resultado da AP 470. JB meteu os pés pelas mãos. STF nao mais interpreta, ele a recria conforme conveniência.

Acho que a possibilidade de impeachment é clara. entre as atribuições de ministro do STF está proteger constituição que 5 ministros rasgaram


Vejamos então quem defenderá a "Casa do Povo", acima de qualquer diferença política; e quem endossará o golpe contra a Constituição.

Os com voz e sem votos fomentam crise entre Legislativo e Judiciário


Podemos observar várias reações diante do julgamento do mensalão. Empolgados com as penas duríssimas, que atingem um partido que desde 2002 não conseguem vencer pelo voto, políticos conservadores querem superfaturar a vitória. Não basta, para eles, a decisão do STF.
Torcem para que o Supremo tome decisões radicais e até grotescas. Uma delas é mandar prender os condenados antes da pena transitar em julgado.  A ideia é a execração pública. Consiste em demonstrar que os condenados  não merecem sequer o respeito que a lei garante a cada um dos brasileiros.
Na mesma linha, pretende-se que o Supremo determine a cassação dos mandatos dos três deputados condenados, quando se sabe que o artigo 55 da Constituição define que esta é uma prerrogativa da Câmara e do Senado. Pede-se um ato de brutalidade, ilegal, como prova de força. Em vez de discutir e deliberar – ou não – pela perda de mandato, quer-se transformar o Congresso num poder subordinado ao STF.
É uma postura vergonhosa, de quem conta com a Justiça para obter vantagens que não conseguiu obter nas urnas.
Você acha que esse pessoal estaria tão nervoso se Fernando Haddad tivesse sido derrotado em São Paulo?  Ou se o PT não tivesse crescido tanto num pleito ocorrido em pleno julgamento, na semana em que dirigentes e líderes do partido foram condenados em transmissão ao vivo pela TV? Quem  disse que seria “saudável” se o julgamento se refletisse nas urnas? Leia mais>>>

Grotescos e malandros alimentam crie entre STF e Congresso

por Paulo Moreira Leite 

Podemos observar várias reações diante do julgamento do mensalão. Empolgados com as penas duríssimas, que atingem um partido que desde 2002 não conseguem vencer pelo voto, políticos conservadores querem superfaturar a vitória. Não basta, para eles, a decisão do STF.
Torcem para que o Supremo tome decisões radicais e até grotescas. Uma delas é mandar prender os condenados antes da pena transitar em julgado.  A ideia é a execração pública. Consiste em demonstrar que os condenados  não merecem sequer o respeito que a lei garante a cada um dos brasileiros.
Na mesma linha, pretende-se que o Supremo determine a cassação dos mandatos dos três deputados condenados, quando se sabe que o artigo 55 da Constituição define que esta é uma prerrogativa da Câmara e do Senado. Pede-se um ato de brutalidade, ilegal, como prova de força. Em vez de discutir e deliberar – ou não – pela perda de mandato, quer-se transformar o Congresso num poder subordinado ao STF.
É uma postura vergonhosa, de quem conta com a Justiça para obter vantagens que não conseguiu obter nas urnas.
Você acha que esse pessoal estaria tão nervoso se Fernando Haddad tivesse sido derrotado em São Paulo?  Ou se o PT não tivesse crescido tanto num pleito ocorrido em pleno julgamento, na semana em que dirigentes e líderes do partido foram condenados em transmissão ao vivo pela TV? Quem  disse que seria “saudável” se o julgamento se refletisse nas urnas?
A segunda postura é do silêncio. Respalda-se medidas anti-democráticas, porque elas podem trazer vantagens no futuro. Teme-se, no entanto, ficar contaminado com um serviço que pode manchar tantas reputações com colarinhos tão brancos, causar denúncias e prejuízos a imagem no futuro, quem sabe numa Comissão da Verdade dos anos 2020.
A atitude é típica de malandros, embora a maioria desse povo viva no asfalto e nã0 no morro. Evita críticas ao que está acontecendo.  A atitude  é: se der certo, está tudo bem. Mas se não der, não me comprometa!
A única postura coerente, numa hora que pode tornar-se grave, começa pela leitura do artigo 1 da Constituição: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
Não se trata, é claro, de um palavrório vazio. A noção de que o “todo poder emana do povo”  percorre toda a Carta, inclusive naquele momento em que os “representantes eleitos” podem perder seu mandato.
Em 1988, quando se escreveu a Constituição em vigor, o país saía de uma ditadura, onde os generais cassaram 176 mandatos parlamentares sem prestar contas a ninguém.
Em 1968, o regime exigiu que a Câmara de Deputados cassasse o mandato de Márcio Moreira Alves. Os parlamentares se recusaram e o governo militar fechou o Congresso. Em 1976, o deputado Chico Pinto fez um discurso onde chamava Augusto Pinochet, general que governava o Chile de forma tenebrosa, de ditador. Foi cassado. Quem fez o serviço desta vez foi o STF.
A ideia básica, em 1988,  era assegurar que apenas representantes eleitos pudessem cassar representantes eleitos. Esta era a distinção entre uma democracia e uma ditadura.
A Constituição assume, de cara, o princípio de que não se deve cassar representantes eleitos. A ideia, essencial, é que serão protegidos sempre. O artigo 15 fala até que a cassação “é vedada.” Este é o espírito da coisa. Admite-se exceções, contudo.
Mas sempre se deixa claro quem pode fazer isso. Não é o Executivo nem o Judiciário.
Está explícito no parágrafo 3o,  artigo 55, que repito a seguir só para destacar:
“a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.”
E aqui chegamos ao ponto essencial do debate: “voto secreto e maioria absoluta, assegurada ampla defesa.” O que se quer é que o Congresso fique menor, diminuído, que aceite que lhe digam o que pode e o que não pode fazer. Embora sejam representantes eleitos pelo povo, não podem ser soberanos. Será que isso tem a ver com a hemorragia eleitoral das grandes esperanças conservadoras? Até Gilberto Kassab está negociando uma vaga no imenso Aero-Dilma, não é?
Será que essa gente anda triste por que não consegue ganhar uma eleição há muito tempo?
Não vou retomar as sentenças do mensalão. Cada um tem uma opinião a respeito. Mas é consenso que  os ministros aceitaram noções que prejudicaram os réus. A ideia de que era possível flexibilizar provas  foi anunciada sem maiores ressalvas. A noção básica de direito penal, de que todo réu é inocente até que se prove o contrário foi colocada em questão desde o primeiro dia, pelo método do fatiamento, altamente favorável a acusação. No debate sobre as penas, ficou clara a preocupação em garantir de todas as maneiras que elas fossem longas para impedir casos em que pudesse haver prescrição. Ou seja: mais do que a pena correta, fosse qual fosse, tentou-se garantir a mais  dura.
Você pode até achar que isso era necessário, que a política “não tem jeito” e os políticos “são todos ladrões…” Mas aí estamos fazendo um julgamento político de um grupo político, correto?
Também pode fazer cara de inteligente e pensar assim: agora vamos ao mensalão do PSDB-MG e ao mensalão do DEM-DF. Aí vai ficar claro que o país está mudando e essas críticas ao julgamento é coisa de quem enxerga conspiração em tudo.
É bom estar preparado. Não haverá reprise neste show. A sociedade do espetáculo tem dono. Tanto que nenhum empresário que poderia ser enquadrado como corruptor privado foi para o banco dos réus, numa tradição que também havia ocorrido no julgamento do esquema de Collor.
Os dois mensalões seguintes foram desmembrados e vão seguir seu curso, vagaroso, na Justiça comum. Os réus terão direito a um segundo julgamento, o que foi negado aos 35 condenados do mensalão Delúbio-Marcos Valério. Isenção? Só se o julgamento fosse remembrado, o que eu acho sinceramente que seria um erro.
Resta, então, entender o debate sobre as cassações.
Muitas pessoas tem dito que é esquisito imaginar um político condenado – e até preso – que foi capaz de preservar seu mandato. Vai votar por email? Por telefone?
Terá autorização da direção do presídio para dar comparecer a uma votação mais importante?
Poderá usar celulares do PCC? (Aí depende da polícia do Alckmin, né…Piadinha, piadinha…)
Minha visão é que isso não é o mais importante. Nem é tão estranho assim, na verdade. Em 1992, o Congresso votou o impeachment de Fernando Collor, que renunciou antes de ser condenado. O Senado cassou seus direitos políticos por oito anos. Sim. O Congresso.
Em 1994, o Supremo absolveu o ex-presidente por falta de provas válidas. Estranho? Anormal? Ninguém achou. Era normal considerar que o julgamento político de Collor fora feito no Congresso e o criminal, no Supremo. As atribuições estavam claríssimas e ninguém precisou debater o artigo 55…
O estranho, o esquisito, o delirante, o vergonhoso, é desrespeitar a Constituição. O resto se explica e se entende, pois tem a legitimidade de nossa democracia.
E aí chegamos a um ponto essencial. Ninguém pode prever, agora, qual será o voto dos deputados no julgamento dos colegas condenados pelo Supremo.  Em 2005, Dirceu, Jefferson e Pedro Correa foram cassados por votação ampla. O que pode acontecer em 2012?
Ninguém sabe. Vai depender, essencialmente, do ambiente político da época. Para começar, muito possivelmente a Câmara terá um novo presidente, Henrique Alves, do PMDB, no lugar de Marco Maia, do PT. Este é o acordo entre os maiores partidos da casa. O que isso muda na ordem das coisas? Ninguém pode antecipar.
O certo é que os parlamentares condenados têm direito constitucional a uma “ampla defesa”. Isso quer dizer que poderão subir a tribuna e dar sua versão dessa história. Negar este direito é assumir, descaradamente, que se quer diminuir o artigo 1 da Constituição, que diz que “todo poder emana do povo, que o exerce através de representantes eleitos.”
Como explica Luiz Moreira Junior, doutor em Direito pela UFMG e diretor acadêmico da Faculdade de Direito de Contagem, é possível cassar o mandato de um político mas para isso  é preciso “autorização do Congresso. Ele foi investido de poder pelo povo, só o povo pode tirar. Se a gente relativiza isso, relativiza a própria democracia.”
Nos sabemos quem gostava de democracia relativa. Era aquele general que prendeu Chico Pinto e mandou o STF cassar seu mandato.

Só o Parlamento pode cassar mandato popular

Parlamentares de todas as matizes partidárias afirmam que que a palavra final sobre a perda do mandato dos parlamentares condenados pelo STF - Supremo Tribunal Federal - é deles. Afirmam que a Constituição Brasileira lhes dá essa prerrogativa, conforme estabelecido pelo parágrafo 2º do inciso 6º do artigo 55.
"Eu não estou comentando qualquer voto do Supremo. Estou falando sobre o que a Constituição determina. Quem faz o ato da perda do mandato é a Câmara, no caso dos deputados, e o Senado, no caso de senadores. Isso está muito claro", disse o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

A quem interessa enfraquecer o Poder Legislativo?


Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal dedicar-se-á a uma questão simples do ponto de vista jurídico, mas altamente complexa para a democracia brasileira. Trata-se da disposição do STF em declarar a perda imediata de mandatos de Deputados Federais sem a observância dos dispositivos constitucionais que regem a espécie. O caso é simples: o STF obedecerá à Constituição da República ou desbordará de suas competências, invadindo as prerrogativas da Câmara dos Deputados?
Neste cenário, o Presidente Marco Maia, da Câmara dos Deputados, já se posicionou afirmando que deliberar sobre perdas de mandatos de Deputados Federais é matéria que cabe exclusivamente ao Plenário da Câmara dos Deputados, que a apreciará em votação secreta, cuja maioria é a absoluta, ou seja, para haver cassação é necessário o assentimento de 257 Deputados Federais.
O Presidente Marco Maia se baseia em entendimento juridicamente pacífico, por se tratar de competência expressamente prevista na Constituição da República. E o faz por dois motivos: primeiro, trata-se de regra elementar da hermenêutica jurídica que a interpretação é regida imediatamente pela norma específica do caso e só mediatamente por normas secundárias. No caso, a cassação de mandatos de deputados segue os estritos limites prescritos pelo art. 55, da Constituição da República. Segundo, as hipóteses constitucionais de cassação de mandato são aquelas atinentes à perda dos direitos políticos (arts. 15, III e 55, IV), mas para isso se faz necessária que a condenação criminal não admita mais recursos, ou seja, que a condenação criminal tenha “transitado em julgado” (art. 55, VI). Portanto, como nos casos em exame na Ação Penal 470 não houve ainda sequer a publicação do Acórdão, ocasião em que se abrirá a oportunidade para as defesas dos Deputados Federais, e dos demais réus, apresentarem os embargos de declaração e os embargos infringentes, juridicamente é prematura a discussão, uma vez que somente depois de transcorrida essa etapa, que é uma exigência constitucional, é que a questão poderá ser apresentada à Câmara. Leia mais>>>

Presidente Dilma Rousseff faz seu discurso de posse no Congresso Nacional.


Posse
A alegria e o orgulho de ser mulher foram ressaltados pela presidente da República, Dilma Rousseff, em seu primeiro discurso após diplomação no cargo, realizado neste sábado (1/1) no Congresso Nacional, em Brasília (DF). Dilma reafirmou que, antes de mais nada, veio para dar continuidade “ao maior processo de afirmação que este País já viveu”.

A nova presidente brasileira afirmou ainda que, com o presidente Lula, viveu a mais vigorosa experiência política de sua vida e o privilégio de servir o País. Acrescentou que consolidará a obra transformadora de Lula, o presidente que mudou a forma de governar e que levou o povo brasileiro a confiar ainda mais em si mesmo e no futuro do Brasil.
“A maior homenagem que posso prestar a ele é ampliar e avançar as conquistas do seu governo. Reconhecer, acreditar e investir na força do povo foi a maior lição que o presidente Lula deixa para todos nós. Sob sua liderança, o povo brasileiro fez a travessia para uma outra margem da nossa história.”
Ouça aqui a íntegra do discurso da presidente Dilma:
Clique aqui para ler a transcrição do discurso.

A presidente homenageou ainda o vice-presidente da República, José Alencar, a quem definiu como um grande brasileiro e incansável lutador, e disse que ela e seu vice, Michel Temer, assumem um Brasil em que milhões de empregos estão sendo criados; que a taxa de crescimento mais que dobrou; que não depende mais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e que reduziu a histórica dívida social, “resgatando milhões de brasileiros da tragédia da miséria e ajudando outros milhões a alcançarem a classe média”.
“Mas em um país com a complexidade do nosso, é preciso sempre querer mais, descobrir mais, inovar caminhos e buscar sempre novas soluções (…). Para enfrentar esse grandes desafios é preciso manter os fundamentos que nos garantiram chegar até aqui. Mas, igualmente, agregar novas ferramentas e valores.”

Parlamentos da Europa confirmam interesse em Romário

romario parlamento Parlamentos da Europa confirmam interesse em RomárioPoucos dias após confirmar sua contratação pelo Congresso Brasileiro, o atacante Romário declarou que já foi sondado para uma possível transferência a parlamentos da Europa.
O desempenho de Romário nas urnas despertou o interesse de alguns congressos no exterior. Parlamentos da Itália e da Inglaterra devem fazer propostas agressivas para ter o baixinho em seus plenários já na temporada 2011-2012.
Durante a campanha eleitoral, Romário descartou ida à política estrangeira, mas as negociações nos bastidores ocorrem a todo vapor.
Os maiores interessados seriam os membros da Câmara dos Lordes na Inglaterra. Olheiros do parlamento britânico devem vir ao país no começo do próximo ano para acompanhar algumas sessões de Romário da Câmara.
Romário, cujo passe pertence hoje ao PSB, disse que fica até 2014 no Brasil.
“O parlamentarismo na Inglaterra é sem duvida o mais rico e desenvolvido do mundo, seria uma prazer atuar lá”, afirmou Romário. “Mas eu acabei de chegar a Brasília e pretendo dar o melhor de si até o final do mandato”.
Segundo o presidente do PSB, a meta do partido é manter o elenco reforçado visando a próxima temporada.
“Queremos que ele continue até o fim do mandato, em dezembro de 2014. Mas, se algum parlamento pagar a multa rescisória, não tem jeito e ele vai embora mesmo”, declarou o presidente do partido.

Neste ano, o partido de Romário conquistou 34 cadeiras no Congresso e também assegurou presença na próxima edição das Eleições Municipais.
Analistas políticos consideram que será difícil segurar Romário no Congresso Nacional.
“Cedo ou tarde ele atuará como Parlamentar na Europa. É inevitável e bom para sua carreira”, comentou Calixto de Paiva, professor de Ciência Política da Universidade de São Paulo. “Meu palpite é que ele legislará por vários anos no exterior, para depois encerrar carreira na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro como ele sempre sonhou”.

por Francisco Faria Nunes, da Agência Barrelas
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Esquerda pode eleger maior bancada da história

por Rodrigo Vianna
Câmara vai refletir avanço eleitoral da esquerda?
De forma discreta, a “Folha” publicou dia desses reportagem mostrando que o PT pode eleger a maior bancada da história para a Câmara dos Deputados. O motivo: a legenda  voltou a crescer na preferência popular. O Partido dos Trabalhadores é o preferido de 25% dos eleitores. Segundo a reportagem assinada por Mauricio Puls (meticuloso jornalista com quem trabalhei no início dos anos 90), no caso específico do PT há uma relação direta entre preferência partidária e tamanho de bancada (é o que mostram os números dos últimos 20 anos). Isso quer dizer que o partido tem chance de eleger mais de 100 deputados na eleição de outubro.

Partidos aliados, como PCdoB, PSB e PDT, também devem crescer. O que isso quer dizer? Pela primeira vez, as legendas de centro-esquerda podem eleger cerca de 200 deputados federais. Fato inédito no Brasil. 

Muita gente me escreve perguntando sobre a eleição para o Congresso, que fica escondida diante do debate presidencial. O PT adotou a estratégia (inteligente) de abrir mão de disputas para governos estaduais, a fim de centrar esforços na eleição de uma bancada grande no Senado. Sobre isso escreverei em outra oportunidade.

Mas e a eleição para a Cãmara dos Deputados? Em quem votar? Quem são os nomes fortes que podem comandar esse grande bloco de centro-esquerda a partir do ano que vem?

Depois da crise do “Mensalão”, a esquerda (em especial o PT) perdeu o chamado “voto de opinião”: aquele eleitorado difuso, que acaba escolhendo candidatos que não dependem de uma categoria profissional ou de uma região específica para se eleger. A esquerda, em parte, se refugiou no voto corporativo e regional – que tem seu valor e sua importância, sem dúvida! Mas para travar os grandes debates, é preciso eleger também congressistas com uma visão geral, que não dependam de uma categoria, ou que não foquem sua atuação em um único tema.

Sem nenhuma pretensão, esse Escrevinhador apresenta a seguir uma pequena lista (supra-partidária e absolutamente pessoal) de candidatos que podem cumprir essa função. 

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Cardápios frágeis

Pergunte aos candidatos a presidente sobre como melhorar o desempenho do Congresso Nacional e eles responderão com citações a respeito da reforma política. Não convencem. Uma eventual mudança só valeria para mandatos parlamentares a partir de 2015, ou mais adiante. E nada garante que as duas diretrizes até agora badaladas, o voto distrital ou o voto em lista preordenada (com financiamento exclusivamente público), trariam a Brasília um Congresso diferente. 

O voto em lista com o veto ao financiamento privado, casado à fidelidade partidária, tem potencial para gerar a desejada (no Executivo) paz dos cemitérios no centro da Praça dos Três Poderes. Só que é ainda teoria, a checar. A inércia é elemento poderoso. No Brasil, poderosíssimo. 

O cálculo eleitoral dos governistas é eleger amplas maiorias na Câmara e no Senado, para oferecer apoio confortável a Dilma Rousseff, se ela ganhar a corrida. Já entre os oposicionistas as contas são pragmáticas. 

Mesmo sem uma maioria imediata, José Serra no Planalto teria a força política e orçamentária para neutralizar eventuais turbulências. E Marina Silva? Ela enfrentaria dificuldades, à medida que o tempo fosse correndo. 

Como formar maiorias eficazes no Congresso Nacional do Brasil é uma dúvida acomodada no rol dos mistérios (quase) insolúveis. E mais um parêntese. O leitor perguntará “eficazes para quê?”. Boa pergunta. 

Fernando Collor foi o último presidente a tentar governar em minoria. Luiz Inácio Lula da Silva ensaiou algo assim, mas desistiu (ou foi desistido) a tempo de salvar o próprio pescoço. 

Desde o impeachment de Collor, todos os presidentes governaram (ou acabaram tendo que governar) com maiorias amplas. Ainda na esfera das teorias, teriam tido portanto as melhores condições para impulsionar suas respectivas agendas. Mas não se deu. 

As maiorias, ao fim e ao cabo, serviram apenas para evitar mais dores de cabeça do que seria saudável. 

E doravante? Dificilmente haverá um presidente tão popular quanto Lula (talvez o próprio, num eventual retorno). Por que Dilma, Serra ou mesmo Marina teriam condições melhores para governar do que as dadas ao presidente que sai? Dilma parece buscar a fórmula pelo caminho mais ortodoxo. Acomodar bem os aliados em postos-chave da administração orçamentária (o pão será partilhado), mas governar de fato com um núcleo reduzido de seus. 

Serra afirma que não precisará lotear a máquina, deseja obter uma maioria estável no Congresso atendendo adequadamente as bases eleitorais dos parlamentares.E Marina diz estar tarimbada para fazer um diálogo congressual em alto nível. 

Tudo no plano das boas intenções. Mas o que diz mesmo sobre a dúvida de cada um a respeito do Congresso é a frugalidade dos respectivos cardápios legislativos. Falta ambição, talvez por sobrar realismo. 

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