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A Globo tem licença para sonegar?

por Emanuel Cancella*, via e-mail
A TV Globo sonegou o imposto de renda na transmissão da Copa do Mundo de 2002.
O cidadão comum cai na malha fina, muitas vezes por um erro fortuito na declaração. Já a maior emissora do país faz contrato em paraíso fiscal, para fugir das responsabilidades sociais, se apropriando de recursos públicos que iriam para a educação, saúde e obras de infra-estrutura.
Enquanto lesa os cofres públicos, a Globo entulha a mente dos brasileiros de porcarias e, como se fosse pouco, ainda torce contra o time da casa. Tem semeado o pânico e enfatizado notícias sobre investidores norte-americanos que vêm entrando com processos na Justiça contra a Petrobrás.
A última delas foi uma ação coletiva, por iniciativa de moradores da cidade de Provance, que se sentiram lesados na compra das ações da empresa brasileira. No entanto, a queda no valor das ações de petróleo não está atingindo apenas a Petrobrás. Shell, Chevron, Total, Gasprom e as demais estão tendo prejuízos imensos, com a queda do valor do barril de petróleo no mercado internacional.
Que tal se nós, cidadãos e contribuintes brasileiros, a exemplo dos cidadãos norte-americanos, também iniciássemos um amplo movimento, por nos sentirmos lesados diante da sonegação fiscal das Organizações Globo?
Ou a Justiça cobra da Globo o que nos deve, com juros e correção monetária, ou vamos recorrer junto à Receita Federal exigindo isenção do pagamento do Imposto de Renda. Por que só a trilionária Rede Globo pode sonegar?
A sonegação é a maior de todas as formas de corrupção. Trata-se da apropriação indevida de dinheiro que deveria ser destinado ao financiamento de escolas, hospitais públicos, creches, estradas, saneamento.
O Globo faz lobby em favor das empreiteiras de petróleo norte-americanas, alegando que as prestadoras de serviço brasileiras estariam sem moral para tocar nossas obras. O problema é trocar seis por meia dúzia. As multi do setor petróleo dos Estados Unidos são consideradas as mais sujas do mundo, inclusive responsáveis pelo maior vazamento de óleo do planeta, no Golfo do México.
A Globo estimula os acionistas da Petrobrás a entrarem na Justiça, usando como exemplo os investidores de Nova Iorque, e parece muito pouco preocupada com as consequências disso. De fato, age como se fizesse parte do time das petrolíferas e demais empresas estrangeiras, prontas para se abanquetar, também, com as riquezas nacionais.
Ir à Justiça e defender seus direitos é prerrogativa de qualquer cidadão, no Brasil e no mundo. Mas, no caso da Globo, não existe inocência entre intenção e gesto. Há uma estreita conexão entre a intenção de destruir a Petrobrás e as notícias divulgadas.
A Globo diz que já teria pago os impostos pela transmissão da Copa de 2002. Mas, cadê o Darf – recibo de pagamento? Já houve manifestação na porta da emissora cobrando que exibisse o comprovante, mas os donos da empresa desconversam.
Que moral tem as Organizações Globo para incentivar a entrega do nosso petróleo às empresas estrangeiras, escorada na crise que abala a Petrobrás, se ela própria entulha porcarias na cabeça do povo e sonega impostos?
Ou a Receita Federal estende o direito a sonegação ao cidadão comum ou cobra de quem deve, e muito, a cada um de nós. O pau que dá em Chico, também dá em Francisco.
*O autor é diretor do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
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A inédita passagem de executivos das maiores empreiteiras do país pela carceragem da Polícia Federal está prestes a produzir uma revolução nos costumes político-empresariais do país. Gigante do setor da construção pesada, a Camargo Corrêa negocia com o Ministério Público Federal os termos de um acordo de leniência, como são chamadas as delações premiadas de empresas. Significa dizer que o bloco

Na arquitetura política do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff primeiro puxou o centro e, agora, irá compensar a esquerda

É o que informa Tereza Cruvinel, em sua nova coluna no 247.
"Nesta segunda-feira, 29, a presidente Dilma pode concluir as mudanças no ministério com que começará a cumprir o segundo mandato. Os 13 novos nomes anunciados na terça-feira passada agregam densidade e musculatura política: são nomes mais expressivos e com mais lastro partidário, que podem contribuir com avanços na gestão e também na governabilidade", diz ela. "Compensações à esquerda ela fará se confirmar Ricardo Berzoini nas Comunicações e Patrus Ananias na Reforma Agrária, por exemplo".
Uma indicação que pode mudar, diz ela, é a de Pepe Vargas para a secretaria de Relações Institucionais. "E não apenas porque sua escolha significaria uma super-representação da tendência minoritária Democracia Socialista (DS), mas por conta de seu próprio perfil", diz ela. "Na Câmara, ele não é visto como dos mais hábeis e credenciados representantes da bancada petista para negociar com os demais partidos da coalizão. Os nomes de maior peso na bancada, hoje, são Arlindo Chinaglia, Marco Maia, José Guimarães, Paulo Teixeira, e Cândido Vacarezza, além do líder do governo Henrique Fontana, também da DS. Nenhum deles, entretanto, chegou a ser cotado para a vaga."
Tereza informa ainda que Celso Amorim no Itamaraty não é mais uma certeza. "Um nome que desponta é o do atual embaixador na Argentina, Everton Vieira Vargas, ex-embaixador na Alemanha. Tem 59 anos e é gaúcho, se é que isso quer dizer alguma coisa para Dilma", diz ela.

PT tem os melhores parlamentares

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Nota zero para Aécio Neves, pior senador em ranking de 2014, não deve esconder quem saiu-se bem em levantamento de respeitado institudo de Ciência Política
Alvo de pancadas permanentes desde 2005, quando Roberto Jefferson fez a denúncia da AP 470, o desempenho do PT no Congresso brasileiro é pouco estudado pelo cidadão comum. Lamentável.
Conforme levantamento do Núcleo de Estudos sobre o Congresso, do  Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Rio de Janeiro, um dos mais respeitados do país,  o Partido dos Trabalhadores foi a legenda que teve o maior número de parlamentares classificados entre os 10 melhores da Camara de Deputados e do Senado Federal.
Está lá,na revista: entre os senadores, os petistas classificaram 3 entre os melhores, marca que nenhuma legenda atingiu: Lindenberg Farias, que ficou em 2o; Anibal Diniz, que foi o 4o; e Gleisi Hoffmann, em 10o.
Entre os deputados foram cinco sobre dez. Gabriel Guimarães, Angelo Venhoni, Alessandro Molon, Claudio Puty e Amaury Teixeira. Para usar uma expressão típica dos campos de futebol, o Partido fez barba e cabelo no ranking.
Considerando o tratamento cotidiano que o PT costuma receber dos principais veículos de comunicação — a começar pela própria VEJA — esses números são uma nova comprovação do caráter seletivo e tendencioso da cobertura política oferecida aos leitores brasileiros. Aposto que você nunca tinha ouvido falar de muitos desses deputados. Também tenho certeza de que em alguns casos, você até tinha ouvido falar — porque são nomes incluídos em escândalos, nos quais sua culpa nunca foi demonstrada com consistência.
Nem vou discutir os critérios que levaram a este resultado, que envolvem 9 eixos de atuação definidos pela revista.  É possível, até, discordar de alguns desses critérios, coerentes com o ideário da revista. Mas é obrigatório concordar com o professor Fabiano Santos, coordendar do estudo, colunista regular do Valor Econômico e um dos mais aplicados estudiosos do Legislativo no país, quando ele escreve que “de posse desses dados é possivel analisar comparativamente  a atividade de deputados e senadores.”
Para Fabiano, os dados permitem ao eleitor ” avaliar em que medida os parlamentares se aproximam — ou se afastam — de seus pontos de vista.”
Esses dados são acima de tudo a demonstração, num patamar que chega ao escândalo, do desserviço que a mídia presta ao regime democrático.
Se é correto cobrir as notícias ruins — obviamente — também é necessário olhar para outros aspectos da atividade política, que envolvem o interesse direto do eleitor. O olhar enviesado é uma forma de enfraquecer e sabotar o funcionamento da democracia, ensina um dos principais estudiosos da midia nos EUA, James Fallows. Cria mitos e lendas que só ajudam a criminalizar a atividade política. Afasta o leitor dos temas de interesse público para favorecer questões de interesse privado.
E agora nós podemos falar da nota zero de Aécio Neves. Quem acredita que ele foi considerado o pior senador de 2014 porque estava ocupado na campanha presidencial deve recordar que vários senadores bem classificados tiveram de enfrentar campanhas duríssimas em seus Estados — e foram capazes de cuidar das obrigações do mandato, sem prejuízo da campanha.
Cabe lembrar que a classificação de Aécio no ranking — 74o lugar — não foi divulgada pela edição impressa da revista. É vergonhoso,  considerando sua estatura de candidato presidencial, o que tornava a divulgação de uma informação dessa relevância uma decisão obrigatória.  Alguém pode imaginar  que o desempenho de Aécio como senador não interessava a seus leitores?
Surpresa? Nem tanto. É mais um caso de antológico de jornalismo pautado pelo mandamento de um inesquecível ministro do PSDB: “O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde.”

Doze widgets do Android que o iPhone não tem

Um dos pontos mais elogiados do Android é a sua flexibilidade. O sistema operacional permite que o usuário personalize como preferir temas e widgets, ícones interativos que ficam na tela inicial do seu telefone e mostram informações sem a necessidade de abrir os aplicativos correspondentes a eles.

Recentemente a Apple lançou uma funcionalidade parecida no iPhone com o iOS 8, mas o recurso só funciona com um número limitado de apps.

Confira abaixo 12 widgets úteis do Android que o sistema da Apple não possui:

1. 1Weather

O 1Weather permite ao usuário escolher entre seis tipos de widgets para sua tela inicial. O design do aplicativo em si é limpo e claro e oferece previsões de um período de 10 dias. Ele ainda traz diversas informações como temperatura, chuvas, sensação térmica e muito mais.

2. Google Keep

Com esse widget o usuário pode ver as notas recentes, lista de afazeres, gravações e fotos sem ter de abrir o app correspondente.

3. Contatos favoritos

É possível criar atalhos para contatos favoritos na tela inicial. Basta abrir o contato que deseja adicionar, pressionar o botão de menu e, em seguida, “Adicionar atalho”.

4. Beautiful Widgets

Com Beautiful Widgets é possível criar seus próprios widgets personalizados para indicar data, hora e tempo. O usuário consegue misturar e combinar diferentes estilos e escolher a partir de diferentes tamanhos para se ajustar a várias telas.

5. ESPN SportsCenter

O SportsCenter da ESPN torna fácil manter o controle de resultados e notícias de seus times favoritos sem ter que abrir o app.

6. DigiCal + Calendar e Widgets

O DigiCal + Calendar e Widgets armazena as informações do Google Calendar e oferece diferentes maneiras para visualizá-lo, dependendo da sua preferência. Há diversas opções de cores e temas para escolher.

7. Evernote

Existem três estilos de widget para escolher: grande, pequeno, e lista. O widget de lista, como o próprio nome indica, exibe suas notas recentes e lembretes em uma lista. O pequeno widget permite criar notas, arquivos de áudio e fotos, enquanto o widget maior também mostra trechos de notas vistos recentemente.

8. DashClock

O DashClock Widget permite personalizar a tela de bloqueio do dispositivo Android adicionando elementos como clima, próximo compromisso do calendário, e muito mais. As notificações do Gmail são particularmente úteis - o widget informa quantas mensagens não lidas existem.

9. Slider

O widget permite controlar o brilho e volume na tela inicial e vem em quatro tamanhos diferentes. Ele também permite que o usuário acesse as notificações, chamadas e mídia.

10. Gmail

Com Widget do Google Gmail é possível visualizar e-mails mais recentes sem a necessidade de abrir o app.

11. Feedly

O Feedly mostra as noticias mais recentes de sites selecionados pelo usuário na tela inicial do Android. Basta tocar a manchete e o widget lança o artigo completo.

12. Jack Music

O Jack Music permite controlar serviços de streaming de música como Spotify, Pandora, SoundCloud e Google Play Music da tela inicial do smartphone. O widget permite pausar ou reproduzir música, exibe a arte do álbum e permite que o usuário escolha a partir de diferentes temas.

Via Business Insider


Ciro Gomes explica o novo governo de Dilma Rousseff

Ambicioso?

Eu só quero ganhar sozinho a mega da virada, isso é ser ambicioso?...
Acho que não.


Belluzzo: tem gente interessada na crise da Petrobras

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Papo de homem

Um poeta português disse que as cartas de amor são ridículas. Mas mais ridículo ainda é não escrever cartas de amor. Tenho um acréscimo à voz do poeta: algumas cartas de amor ultrapassam os limites do ridículo. São pomposas, verborrágicas, exageradas. A grande carta de amor é necessariamente simples e objetiva. Assim como a grande declaração de amor. A simplicidade é bela ao falar e ao escrever. Uma pessoa afetada na forma de se comunicar com as demais é afetada em outras esferas. “A verdade tem que falar uma linguagem simples, sem artifícios”, escreveu um filósofo da Antigüidade. O amor também. Isto é, se for verdadeiro.

As virtudes da economia ao se expressar têm notáveis exemplos históricos. Conta-se que os embaixadores de uma cidade grega tentavam convencer o rei de Esparta a aderir a uma esforço de guerra. O espartano deixou-os falar longamente. Depois disse: “Não lembro do começo nem do meio da argumentação de vocês. Quanto à conclusão, simplesmente não me interessa”.

Num outro caso, dois arquitetos atenienses disputavam a honra de construir um grande edifício. A platéia à qual cabia a escolha ouviu um extenso discurso do primeiro arquiteto. As pessoas já se inclinavam por ele quando o segundo disse apenas: “Senhores atenienses, o que este acaba de dizer eu vou fazer”. Para o pensador romano Sêneca, nos grandes arroubos da eloqüência há mais ruído que sentido”.

Os espartanos serão eternamente reverenciados pela simplicidade com que viviam e se expressavam. Uma vez perguntaram a uma autoridade de Esparta por que os espartanos não colocavam por escrito as regras da valentia para que os jovens pudessem lê-las. A resposta foi que os espartanos queriam acostumar seus jovens aos feitos e não às palavras. “O mundo é apenas tagarelice e nunca vi homem que não dissesse antes mais do que menos do que devia”, escreveu o filósofo francês Montaigne.

(Realmente sinto que estou exagerando nas citações. Deus, pareço um almanaque. Mas olho para trás e tento cortar algumas citações, e não consigo, não por mérito meu, mas dos donos das frases. Dá para deletar a seguinte reflexão do escritor e historiador Plutarco? Disse ele: “A palavra expõe-nos, como nos ensina o divino Platão, aos mais pesados castigos que deuses e homens podem infligir. Mas o silêncio jamais tem contas a dar. Não só não causa sede como confere um traço de nobreza”.)

Também no amor, há mais “ruído que sentido” nas frases espalhafatosas ditas ou escritas. A mais genuína, a mais poderosa declaração de amor é, muitas vezes, o olhar silencioso, o gesto mudo, e, no entanto, estamos quase sempre inclinados a berrar nossa paixão. Na cama, sobretudo, trava-se muitas vezes uma competição para ver quem gritar mais alto, um torneio de gemidos geralmente insinceros e ensurdecedores que cada parceiro acredita, numa mistura de ignorância e ingenuidade, serem excitantes. O berro amoroso incomoda o ouvido e dificilmente chega ao coração. E provoca não orgasmos maravilhosos, não maratonas sexuais inacreditáveis, mas simplesmente sede.

por Fábio Hernandez

O ponto onde convergem Venina e o MH17 derrubado na Ucrânia

J. Carlos de Assis

Há uma coisa em comum entre a denúncia norte-americana de que o voo MH17 da Malásia foi derrubado por insurgentes ucranianos ligados a Moscou e a denúncia de Venina de que a presidente da Petrobras, Graça Foster, não deu ouvidos a suas denúncias de irregularidades na empresa: nos dois casos, a uma campanha maciça da imprensa para validar as denúncias sucedeu, em poucos dias, o mais estrondoso silêncio. No caso de Venina, só falam agora no assunto os que a ridiculizam, com razão. No caso do MH17, o silêncio é total.

Esses dois casos ilustram muito bem o papel que a “liberdade” de imprensa vem exercendo em nosso tempo. É um instrumento sobretudo de manipulação da opinião pública. Os manipuladores contam com a falta de espírito crítico da sociedade, o que, por sua vez, justifica-se exatamente pela ausência de noticiário imparcial sobre acontecimentos com valor político e estratégico. Sabe-se agora, com certeza, que o MH17 foi derrubado por forças de Kiev. Sabe-se agora que Venina, antes de ser denunciante, foi ela própria denunciada.

A ausência recente na imprensa ocidental de notícias sobre o monstruoso ataque ao MH17, um avião civil derrubado provavelmente por um míssil ou por um caça de Kiev sobre o Leste da Ucrânia, é a maior evidência do esgotamento da estratégia de exaustão de uma versão destinada a cobrir os fatos reais com uma máscara favorável. Eu costumava ouvir de um grande manipulador da imprensa brasileira a observação de que “o importante é a versão, não o fato”. Assim, para “plantar uma versão”, era necessário divulgá-la antes dos fatos.

Putin atribuiu formalmente a Kiev a responsabilidade pelo crime numa reunião com personalidades estrangeiras na Rússia, mas a imprensa ocidental praticamente o ignorou. Uma vez estabelecida a versão é extremamente difícil retificá-la. Mesmo porque, no caso do MH17, estão envolvidos aspectos técnicos de difícil aferição por internautas. Os internautas, que são hoje a consciência crítica da grande mídia, não tem como penetrar em alguns de seus segredos, exceto numa situação em que interfere o gênio de um Wikileaks.

O desmascaramento de Venina tem sido uma operação relativamente mais fácil. Os internautas se lançaram a investigações próprias, independentes dos grandes jornais e tevês, para descobrir que a moça estava sendo processada pela Petrobras por incompetência ou má fé no acompanhamento de contratos na construção de Abreu e Lima; que tinha feito contratos sem licitação com o então marido ou namorado, algo que nem o jornal Valor, nem a TV Globo cuidaram de revelar em suas bombásticas entrevistas na versão original.

Sim, houve uma denúncia de Venina fundamentada. Relacionava-se com contratos superfaturados na área de comunicação, mas em 2008. A denúncia gerou uma comissão de inquérito da qual resultou a comprovação do superfaturamento e a demissão do responsável. Na interpretação de um jornalista da Globo, isso lhe dava credibilidade para fazer as outras denúncias. Mas quais denúncias? Tudo o que ela disse no Valor, e repetido na Globo, eram ilações vagas, inclusive a alegação de que exortara Graça Foster das irregularidades.

Se a Lava Jato seguir o curso retilíneo que vem seguindo até aqui, não se admirem se Venina vier a ser condenada por irregularidades na Abreu e Lima, das quais há indícios fortes no relatório da comissão de inquérito da própria Petrobras sobre o assunto, já entregue ao Ministério Público. Ela disse insistentemente que ia “até o fim”. Estamos aguardando que fim é esse. O fato é que até mesmo os jornalões e a Globo perceberam que deram um tiro na água. Daí seu significativo silêncio. Não é nada diferente do silêncio da imprensa ocidental sobre o avião derrubado no Leste da Ucrânia. E esse é o preço que a gente tem que pagar pelo valor supremo da liberdade de imprensa, agora felizmente vigiado pelos internautas.

J. Carlos de Assis - Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB.