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Hoje na coluna da Leitoa

 Grupo de transição descobriu:
  •  desgoverno Bolsonaro deixou remédios e vacinas vencidas no valor de mais de 2 bilhões de reais
  • Corte de 97,5% na verba para construção de creches
  • Merenda escolar sem reajuste a 4 anos
  • Redução de 90% na verba de combate a violência contra as mulheres
Autocrítica por apoiar a política econômica do traíra Temer e o verme Bolsonaro? Nem pensar. E vem cobrar autocrítica do PT? 
VTNkool

Paulo Henrique Amorim: os candidatos são Urubológa, Ataulfo e Sardenberg

Lula e Dilma ocuparam o espaço político de forma ampla, geral e irrestrita.

Da esquerda à centro-direita.

Só sobrou um pedacinho de chão para os vandaleiros, lá e cá.

O PT , Lula e Dilma chuparam o oxigênio dos projetos políticos que faz o Brasil dar o salto irreversível na direção de uma sociedade desenvolvida e justa.

A Direita não tem o que dizer.

Esgotada as forças do neolibelismo, a Direita morreu pra dentro.

Faltam dez dias para o horario eleitoral, quando Dilma tem o dobro do tempo dos outros dois, e eles não conseguiram oferecer uma migalha ao debate de ideias.

Requentaram o Consenso de Washington, revisto e ampliado pelo Farol de Alexandria.

E recorreram ao velho Golpe de sempre, desde Vargas: o Golpe da Corrupção.

Entrou a areia.

O Aecioporto, o trensalão, o arquivamento do mensalão dos tucanos … tudo isso tirou a máscara dos fariseus.

Até o dos múltiplos chapéus diz hoje (10/08) na Fel-lha (*) e no Globo que Dudu e Aecioporto não tem o que declarar.

É preciso receber essa inédita – é um prodíjio ! – observação com grãos de sal.

Como se sabe, o dos múltiplos chapéus é o único interlocutor a que o Padim Pade Cerra dá atenção.

(Insones, de madrugada eles trocam receitas de veneno.)

Portanto, trata-se de uma revelação também nada original: o Cerra vai cristianizar  o Aecioporto.

O PT, o Lula e a Dilma esvaziaram a Casa Grande faz tempo.

A Judith Brito, inesquecivel presidente da global Associação Nacional dos Jornais (sic) já tinha dito que o PiG (**) é a verdadeira oposição.

Por essa ousada declaração, o Barão de Itararé lhe ofereceu o Prêmio “O Corvo”, e ela nunca foi buscar.

Uma ingrata !

Agora, se aprofunda a dependencia da Casa Grande ao PiG.

Criou-se esse factóide da mudança do perfil da Urubóloga na Wikepédia.

Uma hecatombe universal !

O Globo Overseas, em todas as suas nefandas manifestações, se estrebucha de ódio !

Até o Globo Rural entrevista a Urubóloga !

Liberdade de imprensa, a violação do sagrado direito de informar !

Balela !

Primeiro, que os perfis da Wikepédia não são as Tábuas da Lei.

Acredita neles quem quer.

Aquilo é uma bagunça 

Qualquer um mexe, modifica, adultera.

E tem até uns espertalhões – nos Estados Unidos – que cobram US$ 10 mil para alterar o que você quiser…

E se algum pilantra, funcionário do Palácio do Planalto, usou o computador do Palácio para dizer que a Urubóloga defendeu o banqueiro imaculado Daniel Dantas com unhas e dentes – e se isso for mentira ! – (leia “em tempo”) – é muito simples.

Apanhados o IP e o espertalhão, rua com ele,  e implacável processo administrativo.

E chega de bulha.

Porque a Urubóloga não imagina que o Mercadante, a Presidenta, ou o Thomas Traumann se dessem ao trabalho de interromper seus afazeres para “editar” o perfil dela na Wikepédia.

Nem a ególatra mais alucinada imaginaria tal desvio de função.

E a biografia dela já está escrita.

Neste domingo de sol – e sem água, em São Paulo – lê-se na colona (***) do Ataulfo (****) Merval que ele também teve a biografia adulterada na Wikepédia.

Um absurdo !

É preciso chamar a Embaixada Americana e exigir que os drones do Iraque despejem armas mortíferas sobre os que usam o Wi-Fi do Palácio do Planalto !

O episódio tem relevância próxima de zero.

Tem o nível do volume morto do Alckmin.

Porém, ele revela um traço central dessa eleição.

Assim como o PiG é a Oposição, a Urubóloga e o Ataulfo são os verdadeiros candidatos.

Os colonistas do PiG se projetaram de tal forma, assumiram tal notoriedade  e relevância que eles mesmos e sua notoria parcialidade encarnam o sentimento de Oposição e de ódio ao PT,  muito mais do que esses anódinos Aecioporto e Dudu.

A Urubóloga e o Ataulfo, sim, são o arsenal capaz de enfrentar a Dilma – e, não, os candidatos registrados no TSE.

Revela-se, assim, uma singularidade do processo politico e eleitoral do Brasil.

Os candidatos não são o Gilmar Dantas (*****) ou o Joaquim Barbosa, que tentaram, mas sem os cacoetes e a esperteza necessarias naufragaram antes do tempo.

Um foi para o twitter e o outro para os plantões.

Sobraram os mais loquazes, os mais expostos agentes do PiG.

Eles, sim, são o rosto e o cérebro da turma do camarote do Itaúúú.

Se não estavam lá, seriam benvindos.

Muito mais até que o Farol de Alexandria, que se apagou no terremoto chamado Lula e cuja validade vendeu.

O que sobrou da Oposição foi isso: a Urubóloga e o Ataulfo.

Melancolicamente.

Enfim, ficou claro !

O Brasil é como no Rio Grande: o candidato a Governador da Direita é uma “analista” da RBS, a Globo de lá – que começou a decepar jornalistas.

Com a eleição da Dilma no primeiro turno, segundo o Datafalha e o Globope, quem encarnará os principios e os fins da Casa Grande em 2018 ?

E até lá, a Globo já terá morrido gorda, como prevêem este ansioso blogueiro e os midias das agências de publicidade – em off…

É possível que a Casa Grande tenha que recorrer, de novo, ao Padim Pade Cerra (de que vive ele ?)

Já que o projeto vencedor há quatro eleições já tem o seu candidato: Lula.

Em tempo: de fato, o ansioso blogueiro não tem noticia de que a Urubóloga tenha falado bem do imaculado banqueiro. E também não tem noticia de que tenha falado mal …

Em tempo2: o PiG tem tanto medo do imaculado banqueiro, que a Fel-lha de SP (o mau, hálito se acentua com a proximidade da eleição), ao dedicar uma pagina inteira ao factoide da Wikepédia, se esqueceu de dizer que uma das adultareções assacadas contra a Urubologa foi … defender o imaculado banqueiro. Ele é um santinho do pau oco – no PiG e no Supremo … A Fel-lha, então, morre de medo dele.

Clique aqui para ver a reportagem que a Globo censurou e mostra o que Gilmar Dantas – num plantão !!! – ignorou para dar o segundo HC Canguru ao imaculado.

Paulo Henrique Amorim

Henrique Meirelles vê risco de bolha nos ativos e excesso de crédito


Cynthia Decloedt, da Agência Estado

FRANKURT – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ter visto “algum risco” de bolha no preço dos ativos e excesso de liquidez no crédito, em consequência do fluxo de entrada de capital. “Estamos tratando de tais questões vigorosamente para evitar desequilíbrios domésticos e bolhas de ativos”, disse.

Meirelles previu ainda que o déficit em conta corrente do Brasil poderá ampliar-se fortemente para US$ 67 bilhões no próximo ano, de cerca de US$ 39 bilhões este ano. O comentário foi feito durante a 6ª Conferência de Bancos Centrais em Frankfurt.












Navalha
Essas declarações podem ser lidas assim:
Se eu sair, a vaca vai para o brejo.
Segundo a abalizada opinião do Globo, na primeira página de hoje, Meirelles diz que só fica se tiver autonomia.
O que é uma trapaça dele ou do Globo.
Se Meirelles ficar, a Dilma fica fraca.
Se sair, fica fraco o substituto.
Ministra, Dilma foi contra o “jurismo” do Meirelles.
Mantega sempre divergiu do Meirelles.
Logo, é possível que Meirelles dance.
E começa aqui, em Frankfurt, a carreira de colonista (*) do PiG (**).
Carreira que perseguem vários ex-diretores do Banco Central do Meireles: servem ao Governo Lula, arrumam um bom emprego nos bancos e se tornam críticos ferozes da política do Governo Lula que recém ajudaram a formular.
Viva o Brasil !
Hoje, em Frankfurt, Meirelles pode ter começado a carreira de colonista (*) do Globo.
Outro que nos agredirá com um português de Word.
Na companhia da urubóloga Miriam Leitão e do medalhão Antonio Palocci.
Clique aqui para ler “Gilmar, Gaspari e Palocci, outro medalhão”.


Paulo Henrique Amorim


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Afirmo e reafirmo

Carta que Sérgio Gabrielle [presidente da petrobras enviou a Miriam Leitoa]

Miriam,


Respeito profundamente o direito de opinião, divergências e controvérsias. Justamente por isso, em relação à sua coluna de hoje, em que sou chamado de lunático e negligente com as funções de Presidente da Petrobras, acusando-me de atuar exclusivamente de forma política eleitoral, gostaria de convidá-la para um debate dos méritos de minhas afirmações, além dos adjetivos.


Vamos aos fatos:


Afirmei que a área exploratória da Petrobras estava sendo reduzida por limitações na ação da empresa na aquisição de novos blocos de exploração e que isso seria mortal para uma empresa que vive do crescimento orgânico de suas reservas, principalmente através de novas descobertas. Disse e reafirmo que isso mataria a Companhia por inanição se essa política não fosse revertida, como o CA e a Diretoria da empresa assim o fizeram a partir de 2003.


Afirmei e reafirmo que os investimentos em refino estavam limitados por decisões estratégicas à época do presidente FHC. Considerado negócio de baixa rentabilidade, o refino no governo FHC teve estímulo para parcerias para ser desmembrado para potencial venda de suas partes. Essa visão foi revertida com o presidente Lula. Consideramos que a integração da produção de petróleo e o refino é fundamental para o fortalecimento da Petrobras, que tem mais de 85% de suas receitas provenientes das vendas de derivados de petróleo ao mercado brasileiro. No sistema integrado, a maior parte do refino pertence à Petrobras e, portanto, o crescimento desse mercado é estratégico para o desenvolvimento e sustentabilidade da própria Companhia. Revertemos o ciclo de estagnação do investimento em refino e planejamos construir cinco novas refinarias nos próximo s anos.


Afirmei e reafirmo que a Engenharia e o sistema de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa (principalmente o Cenpes) estavam inibidos no seu crescimento por uma falsa ilusão de que o mercado poderia fornecer as soluções tecnológicas necessárias para enfrentar os desafios de uma atividade como a nossa, na qual o conhecimento é vital para a sustentabilidade do crescimento. Felizmente, essa política também foi revertida desde os tempos de José Eduardo Dutra na Presidência da Petrobras, com o reerguimento da importância da engenharia e da pesquisa desenvolvidos internamente, o que impediu a continuidade de mais um elemento da morte por inanição que a orientação da DE anterior levaria a empresa.


Afirmei e reafirmo que parte dos programas de termoelétricas era extremamente nocivo à Petrobras. Inquestionável que todos os ônus ficavam com a Petrobras e os benefícios eram repassados para os sócios privados. A Diretoria dos últimos oito anos reverteu esse processo e as termoelétricas hoje apresentam riscos e benefícios justos para a empresa que investiu na construção de um importante parque gerador no País.


Afirmei e reafirmo a ausência da Petrobras na área dos biocombustíveis. A Petrobras Biocombustível é a prova do sucesso da reversão dessa política.


Afirmei e reafirmo que a exacerbação do conceito de unidades de negócio, como forma básica de organização da empresa, levaria a uma perda de sinergia do sistema corporativo, fragmentando sua ação, criando condições para a repartição do sistema em unidades isoladas mais facilmente privatizáveis. A Diretoria da Petrobras nos últimos oito anos fortaleceu o sistema, em lugar das partes, enfatizou a atuação sistêmica e agora avança na separação das unidades de operação dos ativos em relação às unidades que são responsáveis pela implantação dos novos projetos, uma vez que a empresa aumentou exponencialmente seus investimentos.


Afirmei e reafirmo que o regime de concessões aplicado a áreas de baixo risco exploratório, como é o Pré-Sal brasileiro, implica maior parcela da renda petroleira às empresas que aí investirem. Defendo que o regime de partilha de produção para esses casos permite uma melhor repartição dessa renda futura com o Estado e, portanto, é socialmente mais justa. Nesse sentido, a defesa do regime atual para as áreas do Pré-Sal é, em certa medida, a defesa de sua privatização sim.


Esses foram meus argumentos. Poderia ter falado da preparação para a privatização das fábricas de fertilizantes (Fafens), da política ofensiva aos movimentos sindicais dos petroleiros, da internacionalização equivocada, das políticas de patrocínios sociais, culturais e ambientais sem critérios e sem transparência, e outras ações que indicavam a orientação do governo do presidente FHC para preparar a privatização da empresa.


Você pode discordar de cada ponto por mim tratado, mas não pode desqualificar apenas com adjetivos e contextualização exclusivamente eleitoral. O que discuti foram pontos relevantes para a gestão da maior empresa brasileira e uma das maiores do mundo, que tem desafios gigantescos para implementar um dos maiores programas de investimento do planeta.


Miriam, a defesa do fortalecimento da Petrobras não pode ser classificado como negligência em relação às tarefas do seu presidente. Ao contrário, defender esses princípios é parte inerente e importante da função que exerço.


Muito obrigado.

Jose Sergio Gabrielli de Azevedo


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Dilma dá uma aula de política fiscal à Miriam Leitão


Alexandre Porto – Blog de Ale

Miriam Leitão – A grande dúvida a respeito da senhora é que nunca demonstrou, durante o período em que estava mais exposta na vida pública, apoiar políticas que garantiram a estabilidade da moeda, por exemplo, controle de gastos. Quando os seus colegas de partido, Antonio Palocci e Paulo Bernardo propuseram reduzir e zerar o déficit público, a senhora considerou a ideia rudimentar. E eles estavam certo. Tanto estavam certo que, de lá para cá, a dívida pública bruta subiu de R$ 1,2 trilhão para R$ 2,2 trilhões. Agora, a senhora tem defendido estabilidade da moeda, tem defendido políticas restritivas fiscais e monetárias. Quando é que a senhora mudou de ideia, que eu perdi essa parte?
Dilma Rousseff – Ô, Miriam, deixa eu te falar uma coisa. A nossa visão naquela época, de ajuste de longo prazo, ela ainda não estava completa. A questão do ajuste fiscal de longo prazo é algo que você constrói, porque implica, inclusive, relações complexas intertemporais. Exemplo: nós mantivemos sempre a trajetória e perseguimos isso. Aliás, eu queria te esclarecer, eu sou integrante, fui aliás, desculpe, da junta orçamentária. Todos os cortes de gastos aprovados por esse governo, em 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009, e início de 2010, foram aprovados com meu acordo. Todos os superávits primários e as metas de superávit primário foram aprovadas com o meu acordo. Aliás, o Programa de Aceleração do Crescimento mostra, da nossa parte, uma maturidade maior, porque eu não posso prever um plano de ajuste fiscal de longo prazo em que o PIB começa mais alto e acaba mais baixo. É o inverso, eu tenho de prever um plano de ajuste fiscal de longo prazo em que o PIB começa mais baixo e passa para um patamar mais alto. O próprio plano de ajuste fiscal é um fator de elevação do nível de crescimento da economia.
[Aqui a ministra está dizendo que não se pode fazer ajuste fiscal constrangendo o investimento e o crescimento. Ao contrário, o ajuste deve vir como consequência do crescimento, do incentivo ao crescimento.]
ML – Ministra, deixa eu interromper, porque a minha pergunta não está sendo respondida.
DR – Eu estou tentando, viu, Miriam, estou fazendo o melhor dos meus esforços para te responder. Então, no caso do PAC, por exemplo, nós trabalhamos com metas de superávit primário, de queda do déficit nominal e de taxa de juro. Tanto é assim que foi só porque o valor do PAC, vamos supor, o primeiro valor, R$ 500 bilhões e pouco, era consistente com essa trajetória que a gente queria de queda do endividamento, e você a de convir comigo, o único governo nos últimos anos que perseguiu queda sistemática do endividamento foi o governo do presidente Lula.
ML – Ministra, os números mostram o contrário. A dívida pública cresceu, ministra.
DR – Você está falando a bruta, né, Miriam?
[Só na cabela da Miriam a dívida Bruta é a mais importante que a líquida. E como se verá a seguir, não há truques contábeis, mas diferentes interpretações sobre o papel da capitalização do BNDES. A política fiscal está tão 'descuidada' que o Risco País continua caindo. Quem será que está errando? Truques contábeis é ela se referir ao valor nominal da dívida e não sua relação com o PIB.]
ML – A bruta, que é a mais importante, até porque na líquida tem alguns truques contábeis.
DR – Então, vamos discutir porque a dívida bruta cresceu.
ML – Mas deixa eu terminar a minha pergunta. Pelo contrário, o governo Lula, a partir do momento em que a senhora assume e a partir do momento em que o ministro Palocci sai, começa a aumentar muito os gastos públicos. Então, a minha pergunta é o seguinte: a senhora estava errada quando atropelou a proposta do ministro Palocci?
DR – Me desculpa, Míriam, você está falando uma coisa que não é correta.
ML – O que não é correto?
DR – No momento em que nós fizemos o maior superávit primário, tão grande que nós pudemos construir o fundo soberano, foi em 2008. Você está equivocada no que se refere a números. Além disso, Miriam, vou te falar uma coisa. Você falou em dívida bruta. Você sabe por que que a nossa dívida bruta cresceu? A dívida líquida você concorda que é cadente.
[E mais. Foi na gestão Dilma e Mantega que o Brasil elevou as reservas aos níveis que nos garantiram passar pela crise internacional com soberania. Fruto, é claro, do trabalho iniciado por Palocci e Henrique Meirelles, mas dizer que a política fiscal foi deixada de lado com Dilma na Casa Civil, é uma afirmação que não tem base real. ]
ML – Ela aumentou recentemente também.
DR – Fizemos um pequeno desvio diante da crise, muito necessário para a gente poder sair da crise sem grandes conseqüências. Aliás, o Brasil tem um dos menores déficits nominais e uma das menores dívidas/PIB.
[A dívida líquida aumentou em 2009, mas já retomou seu ritmo de queda em 2010, mesmo com algumas desonerações ainda em curso. ]
ML – A senhora estava errada quando atropelou a proposta do ministro Palocci?
DR – Miriam, me desculpa, eu acho que você está errada no conceito. Não houve essa questão. Temos perseguido e cada vez mais aprimorado nossa política de ajuste de longo prazo. Tanto é assim que, no caso da dívida bruta, as razões pelas quais ela cresce são o fato de a gente ter construído 250 bilhões de dólares de reserva. E você sabe tão bem quanto eu: se eu quiser diminuir a dívida, eu posso. As reservas têm liquidez imediata, o BC liberou R$ 100 bilhões para os bancos, diante da crise, e agora já está voltando a recompor o compulsório. Por último, transferimos R$ 180 bilhões para o BNDES, um pouco menos do que isso, a título de garantir empréstimo e investimento de longo prazo, impedir que as empresas brasileiras tivessem um enorme choque de crédito. Portanto, não se pode discutir dívida bruta no Brasil sem dizer porque ela aconteceu. Senão, é como a gente lançar plumas ao vento. Eu digo: olha, a dívida bruta subiu e não digo, por exemplo, ela é completamente diferente da dívida bruta da Grécia, que está quebrando. Nós não estamos quebrando, pelo contrário. Estamos cada dia mais robustos.
[Dívida líquida é a diferença entre o que o país deve (dívida bruta) e o que tem a receber mais as reservas. Os tais truques contábeis, citados na pergunta anterior, se baseiam na tese mercadista segundo a qual a capitaização de um banco de investimento, no caso o BNDES, deve ser computado como dívida líquida e não apenas como dívida bruta. Essa tese não leva em consideração que o banco não só tem retorno dos financiamentos que faz ao setor privado, como tem lucro. O índice de inadimplência do BNDES é muito baixo para ser considerado uma capitalização de risco. Risco seria deixar os investidores com projetos sem financiamento.]
Você está pegando uma discussão de 2005. Que era a seguinte: como faremos? Sabe como fizemos, Miriam? Colocamos o investimento na ordem do dia, mantivemos talvez nessa trajetória até 2008 a maior queda nos últimos tempos na dívida líquida/PIB e no déficit nominal. Fomos interrompidos pela crise? Fomos. Saímos de um patamar de 3,6% ou 3,3% do superávit primário, e só fizemos 2,1%. Este ano, estamos recompondo o superávit primário. A mesma coisa houve com o déficit nominal. Estávamos numa trajetória de queda no endividamento, mas sobretudo, eu acho que a grande conquista fiscal do Brasil foi desindexar a dívida interna brasileira das moedas externas, o que foi altamente relevante. Você há de convir que país nenhum tem margem de manobra fiscal se não é capaz de ter a sua gestão internacional, em termos de dívida, de endividamento, sem o dedo do Fundo Monetário. E isso, nós conseguimos.

Serra o sem propostas

Concorrente pela oposição a Presidência da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS) foi à rádio CBN (ontem) como tem ido as candidatas da situação, Dilma Rousseff (PT, governo e partidos aliados) e do PV, senadora Marina Silva (AC), mas com o tucano foi diferente: ele recebeu tratamento de candidato da casa. 


Os entrevistadores se comportaram como seus apoiadores. 


Míriam Leitão e Lúcia Hipólito estavam divinas. 


Uma não foi capaz de responder à altura ao candidato, quando ele cortou pelo meio sua pergunta, praticamente a mandou calar a boca, e classificou de "grande bobagem" o questionamento que ela levantava sobre a autonomia do Banco Central (BC). 


A outra só faltou colocar a bola na marca do pênalti para Serra chutar - mas, mesmo assim ele errou. Continua>>>