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Será que tenho *TOC

* - Transtorno Obsessivo Compulsivo -

“Olá, Fred, tudo bom?
Tenho 24 anos e acredito passar por um transtorno similar ao TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Porém, ocorre de modo diferente, como se fosse um TOC mental, não sei se esse transtorno existe com outro nome ou se é considerado mesmo um transtorno. Consigo tranquilamente lavar as mãos apenas uma vez ou mesmo passar entre calçadas e pisos que estejam em desordem, o problema é o meu pensamento.
No caso, se eu for lavar a mão, pensando em algo negativo, perturbador ou horrível que eu não quero obviamente que ocorra comigo ou com alguém próximo a mim, eu refaço o procedimento de lavar as mãos com pensamentos positivos, com coisas que gostaria que acontecesse comigo.
Ao me forçar a pensar assim, acho que acabo incentivando a minha mente (ou meu outro eu) a pensar mais coisas negativas, para que o ciclo continue. Às vezes, repito muito as minhas ações por causa disso.
Ocorre mais quando estou sozinho, mas no meio das pessoas também. Quando estou só em meus pensamentos, estou no lugar fisicamente, mas não estou mentalmente, então, se eu faço qualquer coisa pensando de forma negativa ou até mesmo pensando numa pessoa a qual eu não tenho admiração nenhuma e não quero ser igual aquela pessoa, acabo refazendo aquilo que fiz, pensando de forma inversa, pensando numa pessoa que admiro e gostaria de possuir algumas de suas virtudes, mesmo sabendo que esses pensamentos não vão transferir os defeitos ou as virtudes daquela pessoa a qual eu pensei pra mim.
Na verdade, tenho orgulho de quem e como sou, só que esse transtorno me trava, me faz perder tempo, não me deixa prosseguir como pessoa, não me deixa evoluir, sinto que estou restringindo uma boa parte do meu potencial com isso, que eu poderia ser bem mais produtivo, criativo, participativo e ativo em minha vida, do que como sou agora, de que poderia ser até bem mais interessante do que as próprias pessoas a qual eu tenho uma certa admiração.
Acho que um dos motivos de ocorrer isso, é porque eu penso demais. Estou o tempo todo pensando e pensando. Dificilmente eu esvazio a mente e, por esse motivo, acredito que “meu outro eu”, pelo fato de já ter se debatido tudo o que é importante naquele momento, “ele” começa a me perturbar com essas besteiras.
Assim, mesmo eu sabendo que são besteiras, continuo nesse ciclo vicioso. Eu gostaria de saber de você, Fred, já tinha ouvido falar de algo parecido com isso antes? É algum tipo de transtorno mesmo? Ou é outra coisa? Tem algum nome pra isso? Eu costumo chamar de mania, mas acho que esta mais para transtorno. Enfim, como eu poderia eliminar ou pelo menos amenizar isso de minha vida?


Desde já agradeço a sua atenção, B.S.”
Olá, B.S.
Não me atreverei a fazer diagnósticos virtuais. Isso deve ser feito num acompanhamento com o médico psiquiatra e um psicólogo, mas seu pedido de ajuda pode ajudar outras pessoas a terem conhecimento do que é o Transtorno Obsessivo Compulsivo.

O tipo Obsessivo

O aspecto obsessivo do TOC é a tendência aos pensamentos intrusivos carregados de emoções angustiantes e perturbadoras. Na prática, o que o ocorre é uma inconveniente tendência da mente a produzir cenários catastróficos ou moralmente perturbadores para a pessoa. Por exemplo, se alguém demora a chegar, surgem pensamentos de acidentes, assaltos ou qualquer coisa que implique perigo, risco de vida ou doença. Por conta desses pensamentos, a pessoa fica inquieta, ligando para a outra, incomodando quem puder por causa desse temor infundado, mas muito palpável para quem tem.
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Já o pensamento moralmente condenável é do tipo que faz o sujeito pensar em sexo no meio da igreja, ou evitando chegar perto do filho recém-nascido do amigo por fantasiar a cena dele sendo jogado no chão. A qualidade imoral é sempre particular para quem fantasia, o objetivo do pensamento é criar uma ansiedade crescente até que a pessoa pense em algo positivo e contrário que vise anular o pensamento “maléfico” anterior. Em muitos casos, esse pensamento oposto precisa vir associado a um comportamento estereotipado que é chamado de ritual compulsivo.
Existe um TOC com predomínio de obsessões sem as compulsões, mas também aquela que se segue da compulsão.

O tipo Compulsivo

O aspecto compulsivo do TOC é aquela dimensão comportamental, detectável por observação, com algum tipo de repetição que pode incluir checagem de objetos, limpeza do corpo, ordenação de objetos, necessidade de tocar algo, tentativa de evitar se aproximar de algum aspecto considerado repulsivo como determinada cor, lugar, tipo de piso ou cheiro.
O objetivo do ritual é, supostamente, anular o efeito pernicioso do pensamento perturbador e obsessivo. É como se a mente tentasse apagar o impulso ruim. Muitas pessoas tem esse tipo de mania quando fala alguma desgraça e bate três vezes na madeira, mas imagine isso aumentado dez vezes em intensidade e frequência.
O que caracteriza as compulsões é exatamente o quanto ela gasta de energia e toma de tempo da vida pessoal, como por exemplo, o sujeito que passava meia hora amarrando e desamarrando o cadarço antes de sair de casa.
A ideia do ritual é aliviar o desconforto que vem associada à obsessão, mas na verdade, só realimenta o ciclo.

Os tiques

Os tiques nervosos são um subtipo de TOC em que, além das obsessões e as compulsões, a pessoa fica tomada por movimentações corporais que parecem descarregar interminavelmente a tensão original.
Todo mundo em alguma medida tem um tique, seja verbal quando fala “né” ou mexe o cabelo de determinado jeito ou com algum trejeito específico. Mas o que diferencia o tique comum do nervoso é a inevitabilidade do comportamento, a frequência e a intensidade.

Uma variação curiosa: Transtorno de Personalidade Obsessivo-compulsiva

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Apesar de não ser da mesma família psicopatológica, há o Transtorno de Personalidade Obsessivo-compulsiva que, apesar de não ter os padrões de comportamento obsessivo e nem compulsivo, ainda assim causa problemas pessoais. Esse transtorno é presente na personalidade como um todo, normalmente com início na adolescência e, por isso, atrapalha a pessoa globalmente.
Ele caracteriza-se por um padrão de comportamento rígido, sentimento de dúvida sobre tudo e cautela exagerada, preocupação com seus próprios métodos e detalhismo com regras e ordem, perfeccionismo paralisante, exagerada necessidade de fazer o que é correto, justo, bom, verdadeiro à ponto de não gozar a vida, chatice, teimosia e necessidade de fazer os outros se submeterem às suas regras.
Esse transtorno é menos conhecido, mas não menos perturbador pois ele não chega a atrapalhar diretamente o funcionamento da pessoa como o TOC, já que não tem uma sintomatologia tão aparente. O problema sempre recai para quem convive com essa pessoa que acaba se mostrando difícil, moralista, crítica em excesso e cheia de opiniões extremas sobre tudo. Além disso, ela tem uma tendência a achar que seu jeito de fazer as coisas é sempre o melhor, ainda que ela própria tenha crítica sobre tudo que a cerca.

O que fazer?

O TOC pode ter várias possibilidades de intensidade e durabilidade. Há expressões contornáveis com um tipo de remodelação comportamental muito indicada para terapia cognitivo-comportamental que ajudará a pessoa a se recondicionar nos seus pensamentos obsessivos e compulsões. E existem quadros mais persistentes e enraizados que merecem atenção especial de um médico psiquiatra para ter um encaminhamento mais eficaz.
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De qualquer forma, algumas coisas ajudam a administrar o quadro:
1. Não se impressione com sua ansiedade: é muito comum identificarmos a sensação de angústia, suor frio, mãos geladas, aceleração cardíaca como se fossem sinais certeiros de infarte. Por esse motivo, criamos um circuito que se realimenta. A sensação física surge, nos impressiona emocionalmente e potencializamos o aspecto corporal que, por sua vez, aumenta o mal-estar psicológico. Você precisa se acostumar com a primeira rajada de ansiedade e repetir para si mesmo “é só uma sensação de mal-estar físico”. Com o tempo, a sensação de desconforto emocional diminuirá consideravelmente.
2. Não deixe que seus pensamentos se solidifiquem: quando um pensamento intrusivo vier em sua mente você precisará ter o mesmo ceticismo da orientação anterior “são pensamentos que querem me injetar desconforto pessoal, ele quer brincar comigo, testar meus limites morais, mas vou sorrir com essa violência ou imoralidade que ele apresenta”. Não embarque na sua própria piração.
3. Aprenda a relaxar o seu corpo: quando você vai aprender qualquer habilidade, precisa exercitá-la antes de entrar no palco. Na hora da pressão e da crise, terá menos fluência nessa habilidade se não tiver treinado. Como um aprendiz de arte marcial, você precisa treinar soco e chute exaustivamente até entender o mecanismo naturalmente. Assim, quando lutar, já estará familiarizado. Com o relaxamento também, medite como se não houvesse o amanhã.
4. Não se deixe sugestionar pelas suas emoções: do mesmo modo que nos assustamos com sensações físicas ou pensamentos imorais, precisamos nos acostumar com as aparentes bizarrices do mundo emocional. Ali é um caldeirão de inventividades, aprenda a sorrir, sem moralismo ou rigidez, para si mesmo.
5. Esteja focado na sua realização pessoal: ao invés de dedicar uma vida inteira para prevenção de catástrofes, dedique-se para a construção de algo valioso muito mais do que tentar prevenir-se de um mundo pré-apocalipse.
O TOC tem uma versão subclínica, em que as obsessões e compulsões existem mas não paralisam a pessoa, mas existe aquela que e já está bloqueando algumas áreas de vida, então é hora de procurar ajuda. B.S., se perceber que a coisa toda está atrapalhando mais do que você consegue administrar (e sempre vamos achar que tudo está sob controle) não tenha vergonha de procurar tratamento, quanto antes melhor.
* * *
Nota: A coluna ID não é terapia (que deve ser buscada em situações mais delicadas), mas um apoio, um incentivo, um caminho, uma provocação, um aconselhamento, uma proposta. Não espere precisão cirúrgica e não me condene por generalizações. Sua vida não pode ser resumida em algumas linhas, e minha resposta não abrangerá tudo.
A ideia é que possamos nos comunicar a partir de uma dimensão livre, de ferocidade saudável. Não enrole ou justifique desnecessariamente, apenas relate sua questão da forma mais honesta possível.
Antes de enviar sua pergunta olhe as outras respostas da coluna ID e veja se sua questão é parecida com a de outra pessoa e se mesmo assim achar que ela beneficiará outras pessoas envie para id@papodehomem.com.br.
Frederico Mattos

Sonhador nato, psicólogo provocador, autor dos livros "Relacionamento para Leigos" e "Como se libertar do ex". Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva a felicidade, lava pratos, medita, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida escreve no blog Sobre a vida. No twitter é @fredmattos.

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por Frederico Mattos

Humor

O homem acha que a mulher está sofrendo de algum transtorno obsessivo-compulsivo e consulta um médico. 

- Por que o senhor acha que sua mulher tem esse problema? 

- Há dez anos ela fala do mesmo assunto, sempre no mesmo dia. 

- E fala o quê? 

- Fica pedindo presente de aniversário

Eu não gosto de pessoas!

A fobia social é uma das fobias mais  comuns e também uma das menos diagnosticadas.

Clege Firmino nunca soube definir exatamente o que sentia. Para ela, se afastar das pessoas era um comportamento natural, repetido também em casa, pela mãe e pelos quatro irmãos.
“Nós não recebíamos primos, os parentes não visitavam a nossa casa”, relembra. Considerava-se apenas tímida e pouco sociável.
Em fase escolar, na hora do intervalo, preferia se trancar no banheiro a participar das brincadeiras infantis ou dividir o lanche e algum papo com os colegas. Ao ser impelida a responder alguma pergunta ela se sentia muito mal.
“Escrever na frente dos outros, então, era uma verdadeira tortura”, recorda.
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Na adolescência, quase foi atropelada ao tentar atravessar a rua. “Tinha tanta vergonha, achava que as pessoas estavam me olhando. Então, não olhava para os lados. Ficava vermelha. Quase morri ao atravessar a rua sem checar se vinha algum carro”, conta.

“Eu fazia caretas, o sorriso não saia.”
Nas tentativas – forçadas – de se aproximar de outras meninas, Clege ficava tão tensa que não conseguia sorrir.
O comportamento estranho a afastou ainda mais de outras pessoas e ela cresceu quase sem amigos e sem namorado.
“Com 21 anos decidi que ia beijar pela primeira vez. Fui a uma festa, tinha que ser ali. Sem coragem, bebi muito para poder conversar com um rapaz. Beijei, mas foi à base de muita cerveja”, lembra.
Festa de aniversário, Clege nunca teve. Ela conta que não gosta de comemorar e que fica nervosa até mesmo se outra pessoa está celebrando a data. Uma vez, ao descobrir que organizam uma festa surpresa para ela, simplesmente foi embora.
“Acho muito constrangedor e desconfortável. Eu não gosto de pessoas”, diz a funcionária pública carioca.
A solidão nunca a incomodou. Mas o suor excessivo, a taquicardia, a garganta dolorida, a boca seca e o ardor nos olhos e no rosto sim. Os sintomas, confundidos com condições como princípio de infarto ou estresse, a levaram a mais de dez médicos diferentes, sem nenhum resultado conclusivo.
Só depois dessa via-crúcis em diferentes especialidades é que foi encaminhada a um psicólogo. Clege descobriu então que todo o sofrimento não era fruto de uma simples característica pessoal, mas sim de uma doença, tratável e comum: a fobia social.
“Em geral, o paciente demora mais de 10 anos para ter um diagnóstico adequado. A procura por ajuda só acontece quando comorbidades como a depressão ou o abuso de álcool e de drogas aparecem”, relata José Alexandre Crippa, professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto.
"Alguns procuram se 'automedicar' por meio do álcool. Eu tentei. Mas, graças a Deus, não me tornei uma alcoólatra", revela Clege. Crippa confirma que a opção é realmente um recurso muito comum entre os pacientes.
O médico é autor do único estudo sobre a prevalência do transtorno de ansiedade social em universitários brasileiros – ele avaliou 2700 estudantes, de ambos os sexos e das mais diferentes graduações. A pesquisa demonstrou que 11% dos avaliados tinham o problema. Mas o mais agravante, segundo o pesquisador, foi notar que menos de 1% dos diagnosticados sabiam que tinham uma doença.
“Isso comprovou em números o quanto essa condição é subreconhecida. Por isso, também, as pessoas não buscam ajuda”, comentou.

“A própria natureza dessa condição faz com que a procura por um médico seja pequena. Os fóbicos se sentem intimidados e não vão procurar um especialista“, pondera Crippa.
Embora pouco diagnosticada, a fobia social é uma das doenças psicológicas mais comuns: a prevalência na população mundial chega a 10%, enquanto os índices do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), por exemplo, chegam a 0,8%.
Outro fator crucial é enxergar a fobia realmente como uma doença e não somente como um traço de personalidade. “Dificilmente se sabe que isso é um problema. As pessoas acham que é fraqueza de caráter e vão se sentindo piores por isso”, relata o professor da USP.
A fobia social distingue-se da simples timidez muitas vezes de maneira tênue. “A pessoa desenvolve um medo que traz prejuízos para a vida. Ela tem perdas sociais importantes e chega a apresentar sintomas físicos”, alerta Rodrigo Grassi de Oliveira, coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trauma e Estresse da PUC do Rio Grande do Sul. Os mais comuns são: taquicardia, tremores, falta de ar, suor frio ou excessivo, sensação de desmaio, gagueira, rubor facial, dores de cabeça ou de estômago e boca seca.

Clege foi atrás de sua felicidade e, com terapia e medicamentos, leva uma vida normal
“Os tímidos não têm prejuízo social. Já os fóbicos desenvolvem a ‘evitação’: eles evitam a qualquer custo entrar em contato com outras pessoas”, explica Crippa.
Clege sabe bem do que os médicos estão falando. Ao conversar com outra pessoa, sua tanto que precisa se enxugar com uma toalha. Já foi embora correndo de um encontro com uma colega, sem explicações, de tanta vergonha. Perdeu a amiga. Na primeira entrevista de emprego, não conseguiu se controlar.
“Tremia tanto que o consultor me deu um copo de café e tirou as coisas de cima da mesa para que eu não sujasse nada. Claro que não consegui o trabalho”, conta.
"Timidez é uma coisa, todos têm um pouco, mas fobia social é realmente incapacitante. E se a gente não procurar algum tipo de tratamento, passa uma vida inteira sem viver", conclui.
Consequências
Estudos já identificaram que portadores desse transtorno ganham menos do que seus pares em condições semelhantes de escolaridade e idade. A dificuldade em lidar com o outro aparece como um fator negativo determinante em um ambiente de trabalho.
A doença traz consequências sociais importantes, que vão além do ambiente corporativo. Quem tem a doença tem mais propensão ao suicídio e ao uso constante e abusivo de álcool e drogas.
A fobia social é mais comum em mulheres – na proporção de três para dois – e dá sinais significativos já no começo da infância. No entanto, fica mais evidente aos 20 ou 30 anos, quando muitos desenvolvem depressão.
“É o momento de maior exposição e a pessoa ainda está em processo de desenvolvimento. Por isso, não consegue controlar as respostas fisiológicas. É quando se depara com a doença”, aponta Grassi.
A fobia social não é hereditária, mas tem um componente genético importante, além, é claro, do padrão familiar.
“Toda criança nasce com a habilidade de se conectar com outras pessoas, só que isso precisa ser estimulado. Quando não há estímulo na família, ela pode se tornar inábil nessa área”, atesta o coordenador da PUC.
Melhorar é possível
O tratamento mais eficaz exige atenção multidisciplinar, aliando terapia cognitivo-comportamental (psicoterapia) ao uso de medicamentos (psiquiatria). De acordo com Crippa, o mais comum é o uso de antidepressivos – a médio e longo prazo – e a curto prazo remédios que possam atuar em alguma situação específica, no caso de uma exposição em público, por exemplo.
Para Clege, a medicação e a terapia trouxeram à tona o que há de melhor nela: a confiança e o respeito por si mesma.
“Acabou a tremedeira, posso comer junto com as pessoas, conversar ficou mais fácil. Sinto um alívio imenso. Quando você não se impõe, é desrespeitado. Estava paralisada e aos poucos tomo atitudes. Ainda não gosto de ir a festas, mas não perco a aula de dança de salão. Espero que as pessoas com quem convivi, que careceram do meu calor humano, entendam que minhas atitudes não foram por querer, foram realmente por incapacidade. Hoje aprendi a respeitar os meus limites e viver bem com eles”.


por Chris Bertelli no IG