Abaixo atualizei texto do compilador Ricardo Noblat, escrito em 21/10/2002. Como bem disse Cazuza: "Eu vejo o futuro repetir o passado. Eu vejo um museu de grandes novidades.
As palavras em itálico e sublinhadas são as que mudei. Para comparar como ficou o texto, leia o original aqui
O pessoal da campanha do candidato José Serra já jogou a toalha. Dá por definida a eleição presidencial em favor de Dilma Rousseff. Por pessoal da campanha de Serra, entenda-se analistas de pesquisas, publicitários e os políticos mais próximos do candidato durante o primeiro turno. Agora só resta trocar passes, evitar tomar novos gols e, se possível, diminuir o tamanho da derrota.
Algumas pessoas que estiveram com Serra nos últimos cinco dias dizem que ele é um homem inconformado com a derrota anunciada. Está arrasado. Tanto mais porque se julga, e disso faz alarde, mais capaz, mais preparado e em melhores condições para governar do que sua adversária. Perder eleição está nas contas de qualquer político, inclusive na dele. Mas perder para Dilma? Logo para quem?
Não que Serra tenha nada de pessoal contra a candidata do PT. Nunca foram amigos. Nunca estiveram juntos... ...................................................................................................................................................
Mas, foi Serra que acabou sendo escolhido para disputar com a Dilma, não Aécio Neves. E aí, caríssimos leitores, Serra é mais ele e ponto final. E era natural que fosse assim . Ele acreditou contra todas as evidências que teria tempo para consolidar a larga margem de vantagem que tinha - nas pesquisas -sobre Dilma. De resto, sempre viu em Dilma a candidata ideal para enfrentar e derrotar. E o curioso é que Dilma sempre enxergou Serra da mesma maneira.
É fácil observar a história pelo retrovisor. Por isso é fácil dizer, como digo, que Dilma estava certa ao preferir Serra como adversário, em vez de Aécio. E, naturalmente, Serra estava errado. Dilma apostou no que sugeriam todas as pesquisas de intenção de voto desde meados do ano passado: a maioria dos brasileiros queria votar no candidato que representasse a continuidade.
De sua parte, Serra não chegou a fixar uma identidade.
Primeiro, tentou ser o candidato da mudança . Como ninguém entendeu direito o que era isso, passou a disputar com Dilma a patente do candidato da continuidade que se opunha ao continuismo. Como também não deu certo, assumiu por fim o discurso do candidato quase de direita, preocupado com a iniciação sexual precoce dos jovens, a baderna do MST e os sinais do fim do mundo caso Dilma ganhe.
A biografia de Serra sairá comprometida da campanha prestes a terminar. Com certeza. Ele perdeu todos os atributos que o tornaram um líder respeitado. Na medida em que se rendeu à tentação de apelar para a baixaria pessoal contra Dilma como último e desesperado trunfo de campanha.
Mas como um político que sempre abriu seu caminho pela esquerda, e fez questão de destacar que a esquerda era ele e não Dilma, Serra não precisava ter atravessado seus últimos dias de candidato como um cristão novo da direita inconformada com a eleição de uma reles mulher, ex-guerrilheira, ex-poste de saias, admiradora de Fidel Castro e de Hugo Chaves.
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