Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa...

Mostrando postagens com marcador Antonio Lassance. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Antonio Lassance. Mostrar todas as postagens

Operação abafa está varrendo petrolão tucano para debaixo do tapete, por Antonio Lassance


As investigações da operação Lava Jato são só para petistas e, no máximo, para os peemedebistas. Para tucanos, impera a Operação Abafa.
Primeiro, foi o mensalão. Agora, é o "petrolão". Em ambos os casos, o esquema de desvio de dinheiro público foi inventado desde o governo tucano de FHC - pelo menos -, mas só descoberto quando vieram os petistas.

Estamos aguardando Aécio Neves, que além de Senador é agora comentarista político do Jornal Nacional, aparecer no estúdio para confessar que continua com a ideia fixa de que tudo o que o PT fez e ampliou começou com FHC.

Há gente muito otimista quanto ao desfecho do atual escândalo, na linha de que não sobrará pedra sobre pedra e que todos serão tratados igualmente pela Polícia Federal do Paraná, pelo Ministério Público e pela Justiça.
Poderíamos citar Dante e sua Divina Comédia para recomendar a todos que deixem a esperança na porta, ao entrar; mas a situação combina mais com o bordão do compadre Washington (aquele do "sabe de nada, inocente").

Pouco adianta a constatação do Ministério Público de que o esquema que assaltou a Petrobras existe há pelo menos 15 anos.

Se não houver a devida investigação para dar nome aos bois do período FHC, a constatação cai no vazio - ou melhor, na impunidade.

O problema não é se vai sobrar pedra sobre pedra, mas para onde serão dirigidas as pedradas, se é que alguém ainda tem alguma dúvida.

A apuração feita pela Operação Lava Jato não é neutra. Os investigadores da PF encarregados do caso não são neutros, muito pelo contrário.

A maioria é formada por um grupo de extremistas que foram flagrados em redes sociais vomitando comentários raivosos e confessando suas opções partidárias. 
Se dependermos dessa gente diferenciada, não teremos Estado de Direito, mas Estado de direita.

O Código de Ética da associação nacional dos delegados da PF proíbe a seus membros a manifestação de preconceitos de ordem política. Mas alguém acha que esses vão sofrer qualquer reprimenda?

Alguém imagina que os deslizes, considerados ao mesmo tempo graves e primários por gente séria da própria PF, terão a punição que foi aplicada ao ex-delegado Protógenes Queiroz, que cometeu o crime hediondo de prender um banqueiro?

O PSDB tem sido zelosamente preservado nessa "investigação" que deveria feita na base do doa em quem doer. Balela.

A operação Lava Jato é só para petistas e, no máximo, para os peemedebistas. Para tucanos, impera a Operação Abafa.

O senador Álvaro Dias e o deputado Luiz Carlos Hauly, ambos tucanos do Paraná, citados por delatores, até agora estão absolutamente preservados.

O nome de Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, já falecido, apareceu menos como uma revelação do que como um "boi de piranha". Guerra já não pode confessar nada nem sob tortura.

PT e PMDB têm seus operadores. O PSDB também, mas onde estará o infeliz? Certamente, por aí, limpando sua conta e seus rastros.

Quase metade da lista de políticos citados pelos delatores é formada por apoiadores da campanha de Aécio Neves em 2014 (confira aqui).

A sina persecutória dos delegados paranaenses chegou ao ponto de incriminar o atual Diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, sem qualquer prova, sem sequer testemunho. O crime do diretor estava apenas na pergunta dos investigadores.

Até mesmo um ex-diretor da PF nomeado por FHC considerou o episódio contra Consenza o cúmulo do absurdo, conforme relatado pelo jornalista Ilimar Franco em sua coluna. 

Isso não se faz, a não ser com segundas e terceiras intenções. Não foi erro material", como os investigadores alegaram, nem mera trapalhada, foi obra do comitê eleitoral da campanha tucana de terceiro turno.

As tartarugas do ministro da Justiça

Das duas tartarugas que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tinha que cuidar, uma já fugiu; a outra está escondida debaixo de seu nariz.

A defesa da autonomia da Polícia Federal, que é de uma obviedade gritante, não resolve uma dúvida crucial: a PF do Paraná tem autonomia para varrer a sujeira do PSDB para debaixo do tapete, ao sabor da preferência partidária de alguns investigadores?

Está claro que o comando da PF no Paraná tem autonomia suficiente para não ser aparelhada pelo PT, nem pelo PMDB, mas pode gozar de autonomia para ser aparelhada pelo PSDB?

Se depender do ministro Cardozo, claro que sim - é para isso que serve a autonomia - para que qualquer órgão público faça o que bem entender, com base nas conveniências de seus servidores.

Por sorte, ao alargarem o tamanho do escândalo, para que ganhasse ares superlativos - suficientes para serem aproveitados por uma oposição que, incapaz de ganhar eleições presidenciais, só vê saída no impeachment -, os investigadores cometeram um erro crasso. Comprometeram todo o sistema político. Excelente ideia.

A rigor, todo aquele que recebeu doações de qualquer dos envolvidos no escândalo deveria ter seu mandato cassado.

Considerando que a Polícia Federal paranaense chegou à conclusão de que não existe almoço grátis, de cada 10 parlamentares eleitos, pelo menos 4 deveriam ser impedidos de assumir o mandato. Agora, ou vai ou racha.

A investigação que Gilmar Mendes determinou que se faça contra as contas da campanha de Dilma, com uma força tarefa formada por TCU, Receita Federal e Banco Central, deve ter uma similar para Aécio e todos os demais candidatos, à exceção dos do PSOL, PSTU e PCO - os únicos que se livraram do pavoroso expediente de receber "doações" de empresas.

É uma pena que o anticomunismo dos investidores encarregados da operação os impeça de chegar à conclusão, em seu relatório, de quem ninguém presta na política nacional, salvo os comunistas. Todos os demais partidos, nessa lógica, estão infestados de ladrões.

Se negarem vinculação com o PSDB e continuarem a recusar simpatia aos comunistas, aos delegados paranaenses restará apenas o movimento Punk - se for essa a opção, contarão doravante com meu respeito.



*O verme saiu do STF para não cair do pedestal

por Antonio Lassance
Agência Brasil

A pergunta mais importante sobre Joaquim Barbosa é a mesma que Marx expressou em "O 18 Brumário de Luís Bonaparte": é preciso refletir sobre as circunstâncias e condições que possibilitaram a um personagem medíocre e grotesco desempenhar um papel de herói.

Joaquim Barbosa tem muito em comum com o ex-presidente Jânio Quadros.

Ambos renunciaram aos cargos que eram o ponto máximo que cada qual almejou em sua carreira. Jânio largou a Presidência da República. Barbosa abdicou de seu trono no Supremo.

Jânio fez sucesso falando em acabar com a corrupção e tratando os políticos, genericamente, como bandidos - a principal vítima foi o presidente Juscelino Kubitschek. Barbosa fez algo muito parecido. Só não empunhou a vassourinha.

Jânio isolou-se politicamente. Depois que renunciou, só se falava de quem assumiria em seu lugar. No caso, era João Goulart, tratado como um perigo.

Barbosa saiu e seu futuro substituto na presidência do STF, Ricardo Lewandowski, é alvo de mil e uma hostilidades.

Barbosa deixou o STF para não descer do pedestal. Sem o mensalão, sua vida na Suprema Corte acabou. Não tem mais razão de ser. É ladeira abaixo.

Barbosa brigou e isolou-se de praticamente todos os seus pares e de todos os seus apoiadores.

A ojeriza é seu principal currículo. A desmoralização de tudo e de todos foi seu principal discurso e uma maneira fácil de conseguir muitos adeptos.

Nunca alguém em uma posição tão qualificada foi tão bom martelo para os golpes dos que se interessam não em mudar a política, mas simplesmente em desqualificá-la.

Para juízes, advogados e membros do Ministério Público, Barbosa começou como uma boa promessa e terminou como uma grande decepção.

Eles o consideravam sangue novo no Supremo. Era alguém que poderia levar adiante causas importantes e, muitas vezes, esquecidas.

Barbosa saiu do STF virando as costas para essas grandes causas. Nem mesmo aquelas que seriam óbvias para alguém com sua origem tiveram seu entusiasmo. 

A demarcação de terras quilombolas e indígenas, por exemplo, continua intocada. É uma obra inacabada sobre a qual Barbosa não moveu uma palha. 

A demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, objeto de uma decisão do STF em 2009, só teve seu acórdão publicado quatro anos depois - mesmo assim, sem que fosse considerada como regra geral a ser aplicada a outros casos.

Tribunais de todo o país aguardam, há anos, decisões sobre um número recorde de processos que dependem do STF. Um legado da gestão Barbosa foi o de transformar o STF no gargalo supremo da Justiça brasileira.

A AP 470, considerada por alguns como seu "grande legado" e, por ele mesmo, como ponto alto da história do STF, sequer estabeleceu critérios para se tratar casos homólogos, como o mensalão do PSDB e o do DEM.

O legado da AP 470 se resume a meia dúzia de presos, e não a qualquer avanço no combate à corrupção. Sequer firmou-se um critério de julgamento para casos futuros. Portanto, não é exemplo de nada.

Barbosa tratou seus pares a pontapés; generalizou acusações contra advogados e juízes, como se todos fossem maçãs podres; mandou jornalistas chafurdarem no lixo.

Tudo isso atraiu a atenção e até o entusiasmo de quem não gosta de advogados, juízes, jornalistas e políticos. Mas o que trouxe de construtivo para o País? O que gerou de mudança? Absolutamente nada.

Barbosa é tão importante para a história do País quanto um Jânio Quadros. Arrogância, destempero verbal e o gosto por tratar quem quer que seja como corrupto podem até angariar simpatia, mas até hoje não trouxeram qualquer contribuição efetiva para mudar a política.

Pouco importa o destino de Barbosa. A única dúvida relevante que fica é a mesma que Marx expressou em "O 18 Brumário de Luís Bonaparte": é preciso refletir sobre as "circunstâncias e condições que possibilitaram a um personagem medíocre e grotesco desempenhar um papel de herói”.
*O verme é como batizei o dito sujo 

tucanos em pânico


Era uma vez um bando de tucanos - como se sabe, o coletivo de pássaros é bando. Empoleirados e empertigados, um ao lado do outro, eles se esforçaram ao máximo para demonstrar altivez, unidade e indignação.

Sua reunião mais parecia o quadro da Última Ceia, mas ainda não haviam escolhido ninguém para Cristo. Negaram três vezes que estejam metidos em maracutaias. “Não, não e não!”

Chamaram a imprensa para fazer disso uma coletiva. Como se tivessem descoberto alguma novidade, exibiram uma papelada tirada do sarcófago de uma investigação, nunca levada adiante, sobre o escândalo do trensalão do PSDB, carinhosamente apelidado de “caso Siemens”.

Provaram, por “a” mais “b”, que alguém teve o desplante de traduzir “o governo de São Paulo” por “governo do PSDB”. Onde já se viu? Onde se lê, em Inglês, “pessoas do governo”, aportuguesaram para “tucanos”. Definitivamente, alguém está querendo confundir as coisas.

Para dar mais sobriedade ao encontro, o bando colocou no meio o candidato a presidente, Aécio Neves. Alckmin e Serra não compareceram. Foi melhor. Havia o risco de levantarem a mão na hora da leitura do documento e dizerem “sou eu”.

Conforme roteiro previamente ensaiado, esses descendentes mais próximos dos dinossauros, fazendo jus à família do Tiranossauro Rex, rosnaram ameaças, rogaram pragas e abriram a torneira de palavrões tirados do Dicionário Carlos Lacerda de Golpes Abaixo da Linha de Cintura. Era para cada membro do jogral proferir apenas um despautério, mas há sempre quem quer aparecer mais que os outros. Esse, mais afoito, foi logo chamando o ministro da Justiça de vigarista, sonso e membro de quadrilha. Sempre ele, o tucano mais provocador e especialista em promover dissensões, conforme uma qualificação dada por um companheiro de partido.

Qual não foi a surpresa quando o ministro da Justiça reagiu. Fazia tempo que algo assim não acontecia. Parece, pelo menos até agora, que os petistas resolveram finalmente sair da retranca. Dizem as más línguas do jornalismo isento, aquele que se isenta de pagar impostos, que a orientação partiu da própria presidenta.

Precisávamos saber mais detalhes sobre que tipo de orientação terá sido essa. Imagino algo como: “vá lá e mostre que não temos sangue de barata”. “Chega de complexo de vira-latas”. “Manda brasa e depena esses galináceos”.

E foi isto o que o ministro fez, duas vezes. Da primeira vez, o jornalismo isento (de impostos) deve ter dormido em metade da coletiva e só acordou ao final. Perdeu e não divulgou o mais importante. No dia seguinte, o ministro teve que voltar a repetir tudo e servir café quente para aquecer as más línguas. Finalmente, eles ficaram atentos e se dignaram a dar uma declaraçãozinha mais generosa.

"O dia em que o ministro da Justiça aceitar ser chamado de vigarista, sonso - no sentido de dissimulado, ou ser chamado de membro de quadrilha e não reagir, ele não defende o seu cargo. Este é um cargo de Estado". "Quem denuncia falso crime comete outro crime". “Isso é um vil pretexto para criar uma cortina de fumaça sobre o fato de que o ministro tinha os documentos e os encaminhou para a PF" [traduzindo: Polícia Federal].

"Acho lamentável que queiram transformar quem cumpre a lei em réu apenas pelo fato de que existe uma investigação que, obviamente, existe desde 2008. A maior parte dos países em que houve esse escândalo já investigou, já puniu pessoas envolvidas. O Brasil ainda caminha lentamente"."É esse meu papel e de qualquer ministro da Justiça que não quer ser um engavetador, como no passado já houve”.

Na próxima quarta-feira (4/12), o bicho vai pegar. Cardozo vai falar em audiência pública na Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado, local certo para tratar do trensalão do PSDB. Os tucanos queriam que o ministro fosse ao Congresso, e não é que ele topou? Agora, os tucanos precisarão fazer um esforço ou tomar um Lexotan para evitar que sua irritação demonstre o pânico que transpira em bicas a cada vez que o assunto é ventilado. Vai ser necessário muito arroubo. Caramba, e como traduzirão arroubo?


por Antonio Lassance na Carta Maior