Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa...

Humor

do The i-piauí Herald

Marina defende o fim da polarização entre par e ímpar

ORION - Após lançar os alicerces da nova física ao provar que um corpo pode ficar, ao mesmo tempo, à esquerda de Dilma e à direita de Aécio, Marina Silva apresentou as bases de uma nova matemática. "Não podemos mais ficar presos a essa polarização entre par e ímpar. Essa é uma visão antiga da matemática que empobrece o debate. É preciso distensionar o Impa", ressaltou. Ao tomar conhecimento da declaração, Dilma Rousseff comparou Marina a Zélia Cardoso de Mello.

Em seguida, Marina participou de um almoço beneficente à base de soja orgânica. Na hora de pagar a conta, o garçom perguntou: "Crédito ou débito?". "É preciso acabar também com essa polarização", irritou-se Marina. Numa atitude inovadora, coçou os bolsos e sacou um talão de cheques. Ao tomar conhecimento da atitude, Dilma Rousseff comparou Marina ao Curupira. "Ela anda para a frente com os pés para trás", bufou.

Merval Pereira especula que o fim do par ou ímpar alterará drasticamente a corrida presidencial. "Trata-se de um fato novo que coloca em xeque a gestão do PT", analisou.

No final da tarde, Marina mudou de opinião: "Sempre fui ímpar", explicitou.


Livre concorrência

Cartaz na porta do comércio do Seu Cilas Malasfaia:

"IRMÃO, SE VOCÊ ESTÁ CANSADO DE PECAR, ENTRE!"




Aí alguém escreveu embaixo:

"MAS SE NÃO ESTIVER.... ME LIGUE !"

- Serviço Completo - 99315.6874
eu garanto que vai sair muito mais barato.......
e você vai se sentir bem mais animado.

Paulo Nogueira: Dilma pode levar no primeiro turno?

O momento é de Dilma.

Esta é a principal conclusão trazida pela última pesquisa Ibope.

Se este momento se prolongar até as eleições, as chances de tudo se encerrar no primeiro turno serão enormes.

Se fosse um jogo de xadrez, você diria que Dilma está numa posição em que pode dar xeque mate nos adversários.

Considere.

Marina não apenas parou de crescer como diminuiu. Nesta pesquisa, caiu dois pontos.

Sua candidatura, arrebatadora nos primeiros instantes, sofre um forte desgaste agora.

O marco zero do refluxo marinista veio com o recuo na questão LGTB depois que Malafaia tuitou ameaças tonitruantes.

Para um eleitorado de esquerda que via Marina como uma boa opção à polarização entre PT e PSDB, soaram os alarmes. Colocar na presidência alguém suscetível de pressões pelos fundamentalistas evangélicos começou a ser visto como algo realmente complicado.

Com o correr dos dias, também veio à tona a incoerência entre as falas de Marina e seu programa severo na área econômica.

Uma entrevista do mentor econômico de Marina, Eduardo Giannetti, escancarou o impasse. Segundo ele, os compromissos de Marina só serão cumpridos se os recursos para eles não comprometerem o combate à inflação e o ajuste na economia.

Isso quer dizer: os compromissos não são, na verdade, compromissos, mas uma carta vaga de intenções.

Sob a pressão dos fatos e da liderança nas pesquisas, Marina piscou. E seu momento passou.

Seu maior desafio, agora, passa a ser a estabilidade nas intenções de voto de tal forma que chegue ao segundo turno.

Para isso, Aécio não pode se esvaziar a tal ponto que vire um novo Eduardo Campos, com 7% ou 8% dos votos, porque o risco de vitória de Dilma no primeiro turno seria enorme.

Caso Dilma continue a avançar no ritmo atual, um Aécio com a votação de Campos seria a senha para a definição das eleições no primeiro turno.

Suponha que Dilma se fixe, até outubro, em 43% ou 44%. Se Aécio recuar para 10%, Marina vai ter que se segurar onde está para forçar o segundo turno.

Luciana Genro pode complicar ainda mais as coisas para Marina.

Quanto mais Luciana aparece neste final de campanha, mais ela conquista corações de jovens idealistas que nos protestos de junho de 2013 viram em Marina uma esperança de renovação.

Caso Luciana consiga 1% ou 2% dos votos, eles serão muito provavelmente subtraídos de Marina.

A maior surpresa dessas eleições é exatamente Luciana, com seu jeito gaúcho e desassombrado de chamar as coisas pelo seu nome.

O futuro da esquerda, no Brasil, se chama Luciana, com o PT no centro-esquerda e o PSDB na direita.

Para Dilma, hoje, a cena é amplamente favorável.

Os números favoráveis nas pesquisas – depois de uma situação em que ela parecia prestes a ir a pique – lhe trouxeram uma confiança que não se viu antes na campanha.

Na sabatina de hoje com colunistas do Globo, isso ficou claro.

Ricardo Noblat deu a ela, a certa altura, uma ordem: “Fale um pouquinho menos senão a gente não consegue fazer mais perguntas.”

Foi obrigado a ouvir uma resposta bem humorada que trouxe gargalhadas mesmo aos entrevistadores.

“Gente, vamos esclarecer aqui de quem que é a sabatina”, disse Dilma, rindo.

Dilma estava claramente à vontade na sabatina, muito mais que na entrevista que deu ao Jornal Nacional.

Num momento em que debates e sabatinas se sucedem, isso pode também fazer diferença.

Estas eleições serão travadas pela marca da instabilidade. Os ventos ora sopraram para um lado, ora para o outro, e em alguns instantes ficaram indefinidos.

Hoje, sexta, 12 de setembro, os ventos estão ajudando poderosamente Dilma.

Se eles não mudarem de direção, é possível – provável, talvez seja a palavra – que não haja segundo turno.


Dilma: por trás dos panos tem coisa pior que partidos políticos

Jornal GGN - Dilma Rousseff (PT) encerrou nesta sexta-feira (12) a série de sabatinas com os principais presidenciáveis promovida pelo jornal O Globo afirmando que "por trás dos panos, tem coisa pior que partidos". A declaração foi uma resposta ao discurso de Marina Silva (PSB), que defende uma "nova política" rejeitando as legendas convencionais, vibrando pelos "homens de bem". Segundo a presidente, a visão marinista de reforma beira, ingenuamente, o sentimento antidemocrático.

A petista, que lidera as pesquisas de intenções de voto, pincelou algumas propostas para economia, segurança, educação e saúde. Ela defendeu uma reforma política conduzida por um plebiscito. Rejeitou o discurso anti-política abraçado por Marina. Reafirmou uma agenda pró-LGBT com o que cabe ao Estado como prioridade: lutar pela criminalização da homofobia e garantir direitos civis.

O GGN selecionou alguns tópicos:

“O que deu de errado em seu governo, presidente?”

O colunista Artur Xexéu quis ouvir os “arrependimentos” de Dilma enquanto comandante do Palácio do Planalto. Incitou um balanço de governo com foco “no que deu de errado”. A petista disse que nenhum gestor público fica satisfeito com o que fez, porque “sempre é possível fazer mais”. Emendou com diretrizes para a saúde.

“Nós temos uma grande escala de brasileiros para atingir, e em alguns programas não estou satisfeita, precisamos aumentar a escala. Na saúde, por exemplo, acho que o Brasil ainda tem deficiência em especialistas. As pessoas ficam nas filas esperando para marcar consultas, exames. É uma área que eu atacaria num segundo mandato com o mesmo destemor que eu ataquei a falta de médicos [com o Mais Médicos]. E vou te dizer que aquilo não foi fácil. Tinham regiões no Pará que não viam médicos desde o descobrimento do Brasil!”, exclamou a presidente. Em educação, ela adiantou que acredita numa reforma do ensino médio, mas não detalhou.

Segurança: reforma federativa e ações integradas

Questionada sobre um visível enfraquecimento das instituições e políticas de segurança nas últimas décadas, Dilma disse que é consenso, em seu governo, que enquanto o crime organizado atua de maneira completamente orquestrada, falta integração às forças policiais do Estado. Ela afirmou que vai mudar isso em um possível segundo mandato, tomando como modelo os esforços para garantir a segurança da população e turistas durante a Copa do Mundo no Brasil.

“Nós achamos que temos que mudar a Constituição, porque a União tem que ser responsável pela segurança pública. Hoje, isso é atribuição dos estados, e sempre vemos a atitude de lavar as mãos. Não pode ser assim. Na Copa, não podíamos deixar essa quebra na segurança. Fizemos o Centro de Comando e Controle. Cada corporação respondia à sua própria hierarquia, mas nós conseguimos um grau de atuação integrada de alta qualidade. Não queremos que isso seja transitório, mas sim reproduzir esses Centros em todos os estados”, propôs.

Reforma política

O colunista de política Ilimar Franco puxou a pauta das manifestações de junho de 2013 e o plebiscito da reforma política como uma das repostas de Dilma à população. “Sem sucesso”, segundo ele avaliou, já que o Congresso não levou adiante. Ilimar lembrou que Marina vocaliza o sentimento “anti-política” das ruas, e perguntou qual seria a estratégia de Dilma diante disso, além de pedir detalhes sobre a reforma política proposta pela petista.

Dilma defendeu que o País avançou, nos últimos anos, na direção de uma sociedade mais inclusiva e democrática. Porém, a política continua atrasada. “O que avalio é que não vamos passar a reforma que precisamos simplesmente pela mão do Congresso [como defende Marina]. Isso foi tentado pelo Lula e não teve sustentação. Eu acredito que, de fato, a melhor ideia é fazer consulta popular. Só essa consulta vai dar legitimidade e força àquilo que a população resolver. É a população que vai votar majoritariamente por uma reforma - e eu não vou dizer qual reforma é essa, pois isso também tem que ser decidido pelo povo”, defendeu a presidente.

Leia mais: O dia em que entrevistadores se explicaram para Dilma

Ela defendeu que um plebiscito traga à tona pelo menos “cinco tópicos”. Entre eles, o financiamento público de campanha, o tempo máximo de mandato para o Executivo e a realização conjunta ou não das eleições para prefeito, governador e presidente. Os outros dois não foram explicados graças a intervenções do jornalismo de O Globo.

“Por trás do pano, tem coisa pior que partidos políticos”

Enquanto Aécio defende um referendo e Marina, uma “reforma política nas urnas”, Dilma apostou no plebiscito. E criticou o discurso da pessebista: “Dizer que vai governar com os bons não é uma proposta. Quem é que vai governar com os maus? Todo mundo quer governar com os bons! Mas só isso não resolve o problema da reforma política. Eu tenho visão diferente [de Marina]. Para mim, a democracia não pode prescindir de partidos. Toda vez que isso aconteceu, caímos na mais negra das ditaduras”, alertou.

Dilma sugeriu ainda que a população discuta o número de partidos na praça hoje. “Acho que tem partidos demais, sim, que tem alguns que são excessivos. Mas é o povo que vai dizer. Não tenho dúvida de que não se governa sem partidos. Pode esperar que por trás dos panos, tem coisa muito pior que partido. Partido pelo menos briga na luz do dia. Nós temos muito pouco tempo de democracia para correr riscos”, explanou.

Religião e agenda LGBT

Questionada sobre religião, Dilma, “na condição de cidadã”, respondeu que foi aluna de um colégio de freiras na juventude e começou a fazer política com um núcleo chamado “Grupo Gente Nova”. “Depois, em Porto Alegre, eu tive uma relação mais ou menos desse tipo com um grupo religioso. Eu sou uma pessoa que acredita nos princípios da religião católica. A religião tem uma base ética entre as pessoas. Isso, para mim é um valor”, comentou. A Dilma presidente, entretanto, pediu destaque à seguinte ressalva: “O Estado é laico, o Estado não tem religião, não deve ter. E é inconstitucional transformar qualquer religião em religião do Estado”, bradou.

Quanto à agenda LGBT, Dilma reafirmou o compromisso com a criminalização da homofobia e a garantia de direitos civis a todos os cidadãos que integram o segmento. Mas colocou um limite ao papel do gestor público.

“O Estado não tem a obrigatoriedade de impor o casamento religioso. O Estado é laico e não pode interferir nas religiões. O Estado tem obrigação, sim, de reconhecer direito de herança, adoção e todos os direitos civis que pessoas heterossexuais tenham. Essa questão foi resolvida até pelo Supremo Tribunal Federal. Isso está pacificado. A discussão central agora é sobre a homofobia. A criminalização num país como o Brasil é absolutamente necessária, assim como foi necessário criminalizar a violência contra o negro e contra a mulher.”

Independência do Banco Central

Para Dilma, a proposta de tornar o Banco Central independente, de Marina, é um “equívoco”. “A independênca do Banco Central seria um quarto poder completamente questionável”, explicou. A petista defendeu relativa autonomia da instituição, de modo que o presidente tenha autoridade para nomear e destituir dirigentes. Ela concordou com o modelo de autonomia praticado durante o governo FHC, mas questionou os interesses de Marina em tornar o BC completamente independente. “O Banco Central não é um poder, não teve presidente eleito pelo povo. Tem que ter um mandato certo”, disse.

Embate com adversários

Sobre o embate político com os adversários, Dilma disse que apenas trava batalhas com Aécio e Marina no campo das propostas e ideias. “Toda minha divergência com Marina está baseada em propostas. Ela quer diminuir o papel dos bancos públicos, e isso preciso ser discutido sim. Vai acabar com uma série de financiamentos e investimentos. Não ficará pedra sobre pedra se acabarem com a presença dos bancos públicos”, disparou.

CPI e alianças com Collor e Sarney

Sobre CPIs que não avançam no Congresso, Dilma foi cobrada por não ter determinado à base governistas que, no caso Petrobras, por exemplo, as apurações fossem conclusivas. Ela respondeu que o Congresso tem autonomia em relação ao Executivo e ainda avaliou que investigações parlamentares, principalmente contra a estatal, têm caráter político.

“Todo ano eleitoral tem CPI da Petrobras, e outras CPIs necessárias não andam. Não houve uma CPI do Metrô, com a história da Alstom e o governo do Estado de São Paulo. Não há prosseguimento ao chamado mensalão mineiro. Acho que no caso das CPIs, elas não têm tanto poder investigatório como outros órgãos [Polícia Federal, Ministério Público, etc]. Elas podem contribuir com grande papel, mas não podem fazer CPI em cima de uma reportagem de uma revista. Não há base legal, não forma prova, isso”, criticou.

Confrontada por um internauta acerca da manutenção de figuras como Sarney e Collor no arco de alianças do governo, Dilma disse que é naturalmente possível firmar alianças diversas e ainda manter sua posição integral. Ela acrescentou que respeita o ex-presidente e que não é uma “instância de poder para julgar Collor” - embora seja pressionada a fazê-lo.

Ela lembrou que quem elegeu tais parlamentares foi o povo. “O que não é possível é querer que o presidente da República casse, tire direitos políticos e afaste as pessoas”, finalizou.




Economia de defesa do Estado

Dilma pintou o contexto do cenário global com os jornalistas de O Globo para sustentar o que chamou de “política econômica defensiva” durante seu governo. Segundo ela, cobram dela e do Ministério da Fazenda uma reação de crescimento que nenhum país esboçou ainda, em função da crise internacional.

“O importante é que durante a crise nós não desempregamos, não reduzimos salário e ainda investimos em coisas que nunca se investiu antes. Onde já se viu investir bilhões em transporte de massa durante uma crise?”, indagou. “Eu assumo que tive uma política defensiva em relação à crise. Eu sei o tamanho da crise e acho que vocês também conhecem os números. Vimos a falta absoluta de políticas de austeridade, no mundo, que acabou levando à tal da geração nem-nem - nem trabalha, nem estuda. Nós precisamos, agora, de uma política ofensiva, de retomada da produtividade”, acrescentou.

Segundo ela, a base para o salto na economia foi construída, em parte, pelos investimentos em cursos profissionalizantes. Ela citou o Pronatec e a formatura de mais de 8 milhões de pessoas. Outra base citada foi a criação do Ciência Sem Fronteiras. Ela ainda reafirmou a saída do ministro Guido Mantega do primeiro escalão de um possível segundo mandato.

Briguilinks do dia

Luis Nassif: o dia em que os entrevistadores foram obrigados a se explicar para Dilma

Em geral, entrevistas com autoridades visam obrigar o entrevistado a sair da zona de conforto das afirmações não questionadas. Na entrevista de hoje, ocorreu o contrário: Dilma obrigou os colunistas do jornal a saírem da zona de conforto das afirmações reiteradas que, pela força da repetição - e da falta de contraponto -, tornaram-se verdades acabadas para seus leitores. Além disso, entrevistas

Pedro Porfírio: Declaração de voto

Votarei contra o que há de pior no país, que tenta com o retrocesso impedir o avanço que o povo quer Neste 11 de setembro, quando devemos um tributo ao grande presidente Salvador Allende, derrubado e morto pelo mais violento golpe militar da América Latina há 41 anos, declaro ter dirimido todas as dúvidas para definir o meu voto para a Presidência do Brasil nas eleições do próximo dia

A irrelevância do pool "Veja & Associados

Deu tudo ao contrário do que imaginava o "pool" formado por "Veja & Associados", na perfeita definição de Alberto Dines para a velha mídia que, no último final de semana, disparou o que seria uma "bala de prata" contra a candidatura de Dilma Rousseff, com a divulgação da "denúncia premiada", feita por um réu preso, envolvendo políticos e partidos da base aliada do governo num "propinoduto", que

É a crise: Economia cresce 1,5% em Julho

A economia do País inverteu a tendência de queda e apresentou crescimento no começo deste segundo semestre, com avanço de 1,50% em julho em relação ao mês anterior, de acordo com Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta sexta-feira (12).Esse indicador, considerado pelo mercado como espécie de 

Tracking *Ibop: votos válidos 12/09

Se a eleição fosse hoje a presidente Dilma Roussef (PT) seria reeleita no primeiro turno. Confira o resultado do tracking de hoje: Dilma Roussef (PT) 53% Marina Silva (PSB) 30% Nanicos 17% O IBOP - Instituto Briguilino de Opinião Pessoal - só divulgara a margem de erro na pesquisa de boca-de-urna. O NC - nível de confiança -

Dilma: Eu tenho lado

Minha filha, meu filho, esse povo da autonomia do Banco Central quer é o modelo anterior. Quer é (…), aumentar os juros pra danar, reduzir emprego e reduzir salário, porque emprego e salário não garantem a produtividade, segundo eles. Eu sou contra isso, eu tenho lado. 

Paulo Moreira Leite: alguns números não mentem

É bom não desprezar a importância das estratégicas de marketing numa campanha eleitoral dirigida a uma massa de mais de 100 milhões de eleitores. Convém colocar os pés na realidade, porém. Há duas semanas que os índices de intenção de voto de Dilma Rousseff estão em alta. Sobem em todos os institutos, em todos os itens, em todas comparações. Conforme os dados mais recentes, Dilma lidera a

Wagner Iglecias: Campanha presidencial: nem toda crítica é ataque

O horário eleitoral desta 5ª feira trouxe uma novidade importante: a candidata Marina Silva na defensiva. Ela posicionou-se em relação a políticas públicas tipicamente petistas, construídas ao longo dos governos Lula e Dilma: Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Pré-Sal. Prometeu manter os dois primeiros e disse que vai direcionar o dinheiro do Pré-Sal para saúde e educação, e não para a

Fernando Brito: O Brasil vale isso, se vale!

Segunda, no Rio, com Lula para defender o pré-sal. Porque a gente é brasileiro. Segunda de manhã, às 10 horas, na Cinelândia, eu vou fazer o que meu avô fez, meus pais fizeram, meus filhos e meus netos fazem e farão. Vou defender o Brasil. Porque este país precisa que, finalmente, suas riquezas sejam para seu povo. Que o nosso

Dá-lhe Dilma

"Mudar de posição de cinco em cinco minutos não é certo e acredito que é importante que a gente saiba que um presidente sofre uma pressão muito grande. Cada vez que a gente abre um debate com a candidata Marina, ela se faz de vítima e diz que estamos atacando. Candidata, debate político tem de ser feito. Ninguém está acima de qualquer suspeita. Na democracia somos todos iguais." 

Regulamentação do Marco das Organizações da Sociedade Civil trará segurança aos contratos

Governo e sociedade civil discutiram na tarde desta quinta-feira (11) a regulamentação do Marco das Organizações da Sociedade Civil, sancionado pela presidenta Dilma Rousseff em julho. O encontro ocorreu no 32º Fórum do Planalto, promovido pela Secretaria-Geral da Presidência da República (SG-PR). A ideia é tratar da implementação da lei – que começa a valer em novembro deste ano – com

Crítica de Marina é "leviana e inconsequente", diz Dilma

Dilma Rousseff considerou "leviana e inconsequente" a posição adotada pela adversária Marina Silva (PSB) nas críticas que proferiu recentemente contra o Partido dos Trabalhadores (PT). Nesta quinta-feira (11), durante entrevista à imprensa, ela afirmou que a candidata precisa se lembrar que já integrou a militância do partido e que deve a isso todos os mandatos que 

Uma presidente não pode ceder por causa de um twitter

Luis Nassif: o dia em que os entrevistadores foram obrigados a se explicar para Dilma

Em geral, entrevistas com autoridades visam obrigar o entrevistado a sair da zona de conforto das afirmações não questionadas. Na entrevista de hoje, ocorreu o contrário: Dilma obrigou os colunistas do jornal a saírem da zona de conforto das afirmações reiteradas que, pela força da repetição - e da falta de contraponto -, tornaram-se verdades acabadas para seus leitores.

Pedro Porfírio: Declaração de voto

Votarei contra o que há de pior no país, que tenta com o retrocesso impedir o avanço que o povo quer

A irrelevância do pool "Veja & Associados

Deu tudo ao contrário do que imaginava o "pool" formado por "Veja & Associados", na perfeita definição de Alberto Dines para a velha mídia que, no último final de semana, disparou o que seria uma "bala de prata" contra a candidatura de Dilma Rousseff, com a divulgação da "denúncia premiada", feita por um réu preso, envolvendo políticos e partidos da base aliada do governo num "propinoduto", que teria sido montado na administração da Petrobras. Até agora, no entanto, não apareceu nenhuma prova.

É a crise: Economia cresce 1,5% em Julho

A economia do País inverteu a tendência de queda e apresentou crescimento no começo deste segundo semestre, com avanço de 1,50% em julho em relação ao mês anterior, de acordo com Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta sexta-feira (12).
Esse indicador, considerado pelo mercado como espécie de antecedente do Produto Interno Bruto (PIB), mostra recuperação da atividade econômica no período, atingindo o maior crescimento mensal desde junho de 2008 (3,32%), pouco antes da crise financeira internacional.

Briguilinks do dia

Tracking *Ibop: votos válidos 12/09




Se a eleição fosse hoje a presidente Dilma Roussef (PT) seria reeleita no primeiro turno.

Confira o resultado do tracking de hoje:

Dilma Roussef (PT) 53%
Marina Silva (PSB) 30%
Nanicos 17%

O IBOP - Instituto Briguilino de Opinião Pessoal - só divulgara a margem de erro na pesquisa de boca-de-urna.

O NC - nível de confiança - do tracking/pesquisa é de 100%. Isso significa que se forem realizados 100 levantamentos hoje, o resultado será o mesmo.


Dilma: Eu tenho lado




Minha filha, meu filho, esse povo da autonomia do Banco Central quer é o modelo anterior. Quer é (…), aumentar os juros pra danar, reduzir emprego e reduzir salário, porque emprego e salário não garantem a produtividade, segundo eles. Eu sou contra isso, eu tenho lado.


Paulo Moreira Leite: alguns números não mentem

É bom não desprezar a importância das estratégicas de marketing numa campanha eleitoral dirigida a uma massa de mais de 100 milhões de eleitores. Convém colocar os pés na realidade, porém.

Há duas semanas que os índices de intenção de voto de Dilma Rousseff estão em alta. Sobem em todos os institutos, em todos os itens, em todas comparações. Conforme os dados mais recentes, Dilma lidera a campanha no primeiro turno e alcançou um empate técnico com Marina Silva em pesquisas para o segundo turno. Se você olhar a curva, pode até enxergar mais crescimento de Dilma pela frente. Se olhar para trás, irá lembrar que há exatamente um mês Dilma era candidata — matematicamente — a vencer a eleição no primeiro turno. O que mudou mesmo?

O que mudou foi a morte de Eduardo Campos, até então um concorrente secundário. Marina chegou com 21 pontos, o mesmo número que possuía em 2010, deslocou Aécio Neves e tornou-se a primeira desafiante real. Os números de ontem mostram que os benefícios emocionais das primeiras semanas começam a esgotar-se. O eleitor olha para a concorrente com atenção e quer saber o que ela representa como candidata. Marina foi adotada pela herdeira de um dos grandes bancos privados do país e assumiu uma proposta que o cidadão comum pode não entender — independência do Banco Central — mas compreende o que significa: deixa o controle da política econômica nas mãos do mercado, sem respeitar autoridades eleitas pelo povo. Sua assessoria econômica produz cenas frequentes de opera-bufa. Em sucessivas demonstrações de fraqueza, a candidata corrige o programa de governo depois de quatro tuítes, o que é deprimente. Depois anuncia que irá formar um comitê para recrutar “homens de bem” para formar sua equipe, o que é ridículo. Seu programa de governo não trazia uma linha sobre o pré-sal, o que surpreendeu até os adversários, pois demonstra uma dificuldade imensa para pensar seriamente o futuro do país.

Para infelicidade de quem anunciou a morte do PT em tantas oportunidades, a campanha de 2014 mostra o oposto e se move em torno do universo político nascido em torno de Luiz Inácio Lula da Silva. A soma das intenções de voto de petistas e ex-petistas — Dilma, Marina, Luciana Genro e Eduardo Jorge — se aproxima de 75% do total do eleitorado, o que é até comum em ditaduras, mas configura um recorde sob regimes democráticos. Estamos falando de um movimento político das maiorias, que nasceu ligado a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, a denúncia da má distribuição de renda, ao alargamento da democracia, questões que permanecem atuais até hoje porque refletem uma realidade de classe. A força de Dilma reside no fato de que, neste terreno, onde caminha a maioria dos brasileiros, seu governo tem o que mostrar — o que explica a dificuldade dos adversários para enfrentar um debate racional.
Não se trata de achar que o governo é bom ou ótimo, ruim ou péssimo. Mas de perguntar se o país não irá ficar pior se Dilma não for reeleita. Essa é a pergunta da campanha. A reação de aliados reticentes e distanciados, que nas últimas semanas se reagruparam em apoio ao governo, demonstra aonde está a força de gravidade e explica a retomada de Dilma nas pesquisas.




Incapaz de questionar o governo onde importa para as pessoas que vivem do próprio trabalho, a oposição dá um valor exagerado, com traços de comportamento obsessivo-compulsivo, a operações especulativas da Bolsa de Valores, que por si só não sinalizam grande coisa na economia.

A dificuldade de Aécio Neves reside aí. Ele está excluído da campanha porque foi excluído da vida real da maioria dos brasileiros. O PSDB pode reivindicar os méritos de ter derrubado a inflação em 1994, mas não participou das transformações de fundo que vieram depois, e que criaram um país onde a periferia social não se encontra no poder, mas faz-se ouvir como nunca antes em 500 anos de história. E isso é realmente novo, por mais que muita gente já esteja habituado.

Depois de tentar, inutilmente, denunciar as mudanças promovidas por Lula como manobras eleitoreiras, o PSDB acabou falando sozinho — num prenúncio da posição de Aécio no último debate.

Aécio não tem o lastro popular de Marina — comprometido agora com o apoio até de parentes do assassino de Chico Mendes — e também não tem discurso. Fez campanha como garoto mimado, lembrando sempre quem foi seu avô mas sem ter o que dizer para netos menos afortunados. Continua com muitos amigos na mídia, capazes de escrever que caiu em terceiro lugar em Minas Gerais por um “descuido” na própria estratégia de campanha. Mas sua última esperança é um lance de sorte, um evento extrapolítico.

Neste ambiente inteiramente desfavorável, os adversários do governo imaginam que será possível confundir o eleitorado, na reta final, com a produção de um escândalo político midiático em torno da delação premiada de Paulo Roberto da Costa. Não se trata de um debate ético, nem de uma discussão produtiva — quando seria mais conveniente discutir reforma política e financiamento de campanhas — mas de uma iniciativa seletiva, a mesma que produziu a AP 470 e escondeu o mensalão PSDB-MG e o propinoduto tucano do metrô paulista. Incapaz de vencer um partido nas urnas, seus adversários contam com ajuda externa para a carta da criminalização.

Ainda assim, os números traduzem uma situação clara: no debate político de 2014, a oposição está sendo vencida pela quarta vez consecutiva.


Wagner Iglecias: Campanha presidencial: nem toda crítica é ataque

O horário eleitoral desta 5ª feira trouxe uma novidade importante: a candidata Marina Silva na defensiva. Ela posicionou-se em relação a políticas públicas tipicamente petistas, construídas ao longo dos governos Lula e Dilma: Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Pré-Sal. Prometeu manter os dois primeiros e disse que vai direcionar o dinheiro do Pré-Sal para saúde e educação, e não para a corrupção. Nem poderia ser diferente, até porque já foi aprovada lei neste sentido. Tratou ainda de outro tema que lhe tem sido espinhoso nesta corrida eleitoral: a autonomia do Banco Central. Marina afirmou que sua proposta de BC independente refere-se ao fato de que com ela “nenhum partido ou político vai usar o sistema bancário para se beneficiar”. Cabe perguntar se há tantos políticos assim beneficiando-se de uma agência super insulada como o BC e, mais especificamente, do seu ultra restrito Comitê de Política Monetária (Copom), que define uma das políticas mais estratégicas do país, o preço do dinheiro na economia. A qual tem consequencias nos níveis de consumo, investimento privado, inflação, arrecadação, emprego e também no nível de lucro dos credores da dívida pública. Ou seja, em toda a economia.

Os temas que Marina tratou neste seu programa de TV são exatamente os que têm provocado mais dissabores a sua campanha. O BC com Dilma, convenhamos, é semi-independente. E os bancos e demais credores da dívida pública ganharam muito dinheiro com os governos petistas. Marina propõe, em seu programa de governo, tornar a instituição independente. O que tende a beneficiar ainda mais a eles, os credores. Já os marinistas têm demonstrado grande irritação com as críticas que têm sido dirigidas à proposta. Sim, o discurso do PT hoje rejeita o que classifica como aventura e bate bumbo em palavras de ordem como estabilidade, continuidade e segurança. Algo irreconhecível se comparado a campanhas petistas do século passado. Por outro lado, porém, político algum está acima do bem e do mal. Nem mesmo Marina Silva. Qual o problema em se levar a discussão da independência do BC para o horário eleitoral, para os debates na tv e para as ruas?




Em 1989 a campanha de Fernando Collor dizia que Lula faria o sequestro da poupança se fosse eleito. Quem fez foi Collor. Lula faria? Não se sabe, talvez fizesse, nunca saberemos. Mas efetivamente não estava escrito no programa de governo de Lula naquele ano que ele faria o enxugamento da liquidez, visando o combate à inflação, por meio do represamento dos ativos financeiros da população. Já Marina colocou em seu programa de governo que quer o BC independente. E se isso ocorrer haverá consequencias concretas na vida da população. Por que não se pode tocar neste assunto, então? E por que não se pode defender ou criticar a proposta de Marina? Ela está acima do bem e do mal? Não, definitivamente não está. Nem ela, nem Dilma, nem Aécio nem qualquer outro. Obviamente críticas que têm sido feitas a Marina que se dão no plano pessoal ou relativas a sua fé religiosa são deploráveis. Mas as propostas de governo dela podem e devem ser debatidas, criticadas ou defendidas. E as de Dilma e Aécio também. E isso, o debate sobre propostas, definitivamente não é ataque. É do jogo e é da democracia. Porém o marinismo parece vitimizar-se diante de qualquer senão que lhe é dirigido pelos adversários, jogando no mesmo balaio as críticas ao programa de governo e à candidata. Como estratégia eleitoral faz sentido. Mas o que agrega ao debate público?

A lógica da criminalização da política e dos políticos, por sua vez, não começou agora, vem já de muito tempo. Lula tem sido achincalhado por opositores há anos ou mesmo décadas. Bêbado, analfabeto e "nunca trabalhou" são alguns dos impropérios mais suaves que lhe foram dirigidos inúmeras vezes. Tem sido chamado há anos de apedeuta por um blogueiro de direita e chegou mesmo a figurar como anta no título de um livro de outro blogueiro da mesma linhagem. De Dilma fala-se até de sua sexualidade (como de resto de qualquer mulher que se "atreva" a fazer política neste país). Aécio, Serra e Alckmin também foram ou têm sido vítimas de desqualificações pessoais, cada qual a seu modo. Alguém esperava que com Marina seria diferente? Durante muito tempo a prática da desqualificação de opositores ocorreu em nossos sistema político e o que se viu foi o silêncio de muita gente séria, que achou tudo normal enquanto os alvos fossem os adversários.

A discussão das propostas dos candidatos é não somente saudável como desejável. Já acusações levianas dirigidas ao campo pessoal tornam o debate público cada vez mais envenenado. Marina, se se sente atacada no plano pessoal, deve rebater as críticas. Mas se tem suas propostas de país questionadas, deve debater as alternativas. Quem quiser acreditar em purismo dos seus e em maldade dos adversários, que acredite. Mas que as coisas são bem mais complexas do que esse bem contra o mal que virou essa campanha, com certeza são.

Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.