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Frase do dia

"O FHC não fundava banco, mas afundava plataformas"
— Paulo

Centerplex proibido de fazer venda "casada"

Independente da embalagem ou marca, os consumidores têm o direito de comprarem alimentos iguais ou similares aos vendidos em lanchonetes dos cinemas e levarem à sessão. No caso do São Luiz de Cinemas EPP (Centerplex), o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) recebeu denúncia sobre a proibição de clientes levarem seus alimentos. A juíza Carla Susiany Alves de Moura, titular da 3ª Vara Cível de Maracanaú, deferiu liminar favorável aos clientes sobre a prática abusiva, conforme publicado no Diário da Justiça Eletrônico desta segunda-feira, 14.
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O pedido de liminar foi ajuizado pelo Ministério Público do Ceará (MP/CE), que alegava que o cinema impedia o acesso dos clientes às salas de exibição com alimentos de outros locais. A medida obrigava o público a comprar os produtos vendidos na lanchonete mantida pela empresa, conforme o órgão. Além de configurar venda casada e infringir o Código de Defesa do Consumidor, a prática ficou caracterizada afronta à liberdade de escolha.
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Na contestação, o Centerplex argumentou que a conduta não é abusiva e defendeu que não ficou caracterizada afronta à liberdade de escolha, informou o TJCE. Segundo Carla Susiany, "ao compelir o consumidor a comprar no próprio cinema, a empresa dissimula uma venda casada. É aí é que está o abuso da legislação". A prática é comprovada patente quando os produtos adquiridos nas dependências são permitidos.
Além disso, a juíza determinou que a empresa não poderá afixar qualquer aviso que iniba o cliente de ingressar com produtos comprados em outros locais, sob pena de multa diária de R$ 5 mil. O POVO Online entrou em contato com o cinema Ceterplex de Maracanaú e a gerência informou que a entrada com alimentos é permitida.

Serviço
Diário de Justiça

Vóvó Briguilina -

Idiotice é a pessoa comprar o quê não precisa
Com dinheiro que não tem
Para parecer o que não é
E impressionar quem sequer conhece.

Aplaudo de pé uma frase de Lula de hoje: “Não leio FHC”

É um aplauso apartidário e apolítico. Quero com isso dizer o seguinte: aplaudiria também FHC se ele dissesse que não lê Lula.

Lula disse o que disse quando jornalistas lhe perguntaram o que achara de um artigo de FHC em que este acusava Lula de tergiversar quando o assunto é o Mensalão.

A sabedoria da resposta reside no seguinte: você não deve ler quem aborrece você.

Já escrevi sobre isso. Falei do "BIM", o Brasileiro Indignado com a Mídia. É alguém de esquerda, homem ou mulher, e que gasta o seu dia lendo os blogueiros da Veja, ouvindo os comentaristas da CBN e vendo, à noite, os telejornais da Globo.

No dia seguinte a esse massacre jornalístico, ele posta sua raiva nas redes sociais.

Não se dá conta de que está alimentando o inimigo com seu consumo indigesto de notícias, e fazendo mal a si próprio.

Reinaldo Azevedo sempre tripudia sobre os "petralhas" que o lêem. (Azevedo parece mais orgulhoso por ter criado a palavra "petralha" do que Balzac por ter criado A Comédia Humana.)

Vejo alguns BINS alegarem que é importante conhecer o pensamento dos adversários. Ora, há maneiras menos penosas de fazer isso.

Há uma triagem natural que faz com que os textos ou vídeos importantes cheguem a você na internet.

Eu, por exemplo. Não tive que ouvir Jabor todo dia para, em determinado momento, saber que ele, na CBN, avisou em maio que o Brasil daria um vexame mundial na organização da Copa.

Penso em Gandhi, e vejo nele uma ação que deveria inspirar o BIM. Num determinado momento de sua vida, Gandhi comandou um boicote de produtos dos imperialistas ingleses.

Talvez um boicote funcionasse melhor do que posts irados nas redes sociais, e o desgaste físico e emocional dos indignados seria bem menor.

Lula faz isso. Boicota os artigos de FHC. Não é a primeira vez que o vejo agir assim. Ele já contou que, num certo momento de sua gestão, parou de acompanhar a mídia, ou enlouqueceria.

É o chamado manual de sobrevivência.

Na minha carreira jornalística, deixei um dia de ler a Folha, que me fazia mal por sua arrogância e negativismo. Também deixei de ver o Jornal Nacional, por achar maçante e obcecado com más notícias.

Minha carreira não sofreu prejuízo nenhum com tais decisões. O tempo ganho ao não ler a Folha e não ver o JN acabou dedicado a coisas mais proveitosas para minha ascensão pessoal e profissional.

Eventuais – raras – coisas importantes da Folha ou JN sempre acabaram chegando até mim.

Não ler o que enraivece você é um ato filosófico.

Aplaudi Lula, e aplaudirei FHC se um dia ele disser: "Não leio o Lula".

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

As sabatinas de Aécio e Eduardo Campos

A não ser que uma grande surpresa ocorra, Dilma se reelegerá presidente em outubro, e provavelmente no primeiro turno.

Sua maior arma não é nada ligado a ela diretamente. Nestes seus anos, a economia cresceu pouco, a inflação teve alguns espasmos e o Brasil deixou de ser o menino prodígio que foi, sob Lula, aos olhos do chamado mercado internacional. Não bastasse isso, há um desgaste na própria esquerda, por conta da repressão policial em manifestações de protesto.

O grande trunfo de Dilma está na fraqueza extraordinária de seus principais adversários, Aécio e Eduardo Campos.

Nos Estados Unidos, aconteceu uma coisa semelhante nas últimas eleições presidenciais. Obama levou menos por seus méritos e mais pela ruindade extrema de seu adversário republicano, Mitt Romney.

Em sua apoteose ao contrário, Romney disse que caso se elegesse iria esquecer quase metade dos americanos, exatamente os mais necessitados.

As duas sabatinas recém-promovidas por um grupo de marcas jornalísticas estampam o deserto de ideias que são Aécio e Campos.

Vejamos, primeiro, Aécio. O maior destaque que o UOL conseguiu dar às falas de Aécio foi o compromisso de que ele manteria o Bolsa Família e o Mais Médicos.

Será que ele e equipe não têm uma única ideia de programa social para apresentar aos eleitores?

Pelo visto, não.

E a sociedade clama por fatos novos na área social, coisas que beneficiem os mais pobres e reduzam a desigualdade brutal do país.

Não é apenas a falta de novas propostas que incomoda. Aborrece também a maneira com que Aécio abraça programas que ele execrou antes, e que simplesmente não existiriam se ele tivesse poder para bloqueá-los.

O Bolsa Família era o Bolsa Esmola. E o Mais Médicos era um insulto à classe médica brasileira. Não, mais que isso: a todos nós, brasileiros, vivos e mortos.

Pois de repente o Mais Médicos fica bom, e Aécio garante sua manutenção a cada entrevista mais profunda que dá.

Eu respeitaria a mudança de opinião se ela fosse precedida de um honesto pedido de desculpas. "Amigas e amigos: errei na avaliação do Bolsa Família e do Mais Médicos. Achei que eram ruins coisas que eram boas e podem ser ainda melhores. Perdão."

Mas não. Mais um pouco e Aécio vai posar como autor das ideias.

Segundo relatos publicados no UOL, a plateia teve um papel importante na sabatina de Aécio.

Boa parte dela era composta de líderes do PSDB. Um deles era Serra, que chegou atrasado. A composição favorável da audiência levou a palmas em dose generosa. E também a comentários entre os presentes como este registrado pelo UOL: "Pena que os entrevistadores são petistas."

Pausa para rir.

Um dia antes, o sabatinado fora Eduardo Campos. Para ser mais que um figurante de olhos azuis nas eleições, Campos tem que apresentar ideias novas.

Mas de novo: quais?

A frase considerada mais importante pelos editores da sabatina dizia mais ou menos  o seguinte: "Dilma vai ser a primeira pessoa, desde a redemocratização, a entregar o país pior do que recebeu."

É a chamada platitude, chavão, lugar comum. Como não tem tanto tempo assim no programa eleitoral gratuito, Campos tem que se concentrar em suas ideias. Todos sabem – afinal ele é candidato de oposição – que ele tem má opinião sobre Dilma.

Pode e deve ganhar tempo, portanto, sem repetir o que já é de conhecimento universal.

O momento mais revelador da sabatina de Campos veio na forma de um número milionário. Ele disse que iria construir 4 milhões de casas.

Promessas desse gênero remetem a velhas campanhas, em que os candidatos pareciam acreditar poder vencer uma eleição usando um número maior do que o de seus adversários.

Ou não tão velhas assim.

É um clássico, nas eleições de 2010, a promessa de Serra de que não apenas iria manter como dobraria o Bolsa Família.

Já ali Dilma mostrava ter sorte no quesito adversários — o que é um formidável atributo para qualquer candidato.

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Na tv Dilma terá bons roteiros

Elio Gaspari, O Globo

As últimas falas da doutora Dilma, listando realizações num estilo que despreza o fim das sentenças e o encadeamento dos raciocínios, indicam que, durante a propaganda gratuita de televisão, ela estará blindada. Conseguirá despejar uma enciclopédia de números capaz de mostrar os aspectos exitosos de sua administração.

Na TV essas informações serão arrumadas por João Santana, e seus efeitos especiais — os 11 minutos e 48 segundos diários, contra 4 minutos 31 segundos e meio de Aécio Neves, e 1 minuto e 49 segundos de Eduardo Campos — farão sensível diferença. Isso no primeiro turno.

Se houver segundo turno, cada candidato terá o mesmo tempo. Pior: nele o debate pesará muito mais, pois será um mano a mano, sem candidatos fazendo perguntas teatrais. Pior ainda: os dois principais adversários da doutora falam com clareza, enquanto ela se perde em estatísticas. Aécio Neves exagera nos adjetivos grandiloquentes.

Eduardo Campos, nos adjetivos fáceis. Mesmo assim fazem mais sentido que ela. Sempre vale lembrar que na primeira campanha de Bill Clinton à Presidência dos Estados Unidos, o marqueteiro James Carville proibiu-o de pronunciar a palavra "infraestrutura". Na campanha brasileira pode-se acrescentar que "centro da meta" pode ser a marca do pênalti.

Até hoje, as propostas concretas de Aécio Neves e Eduardo Campos somam benignas platitudes. Aécio quer a "introdução de um novo conceito de cultura na política pública brasileira, com prioridade para uma visão integrada da ação cultural, abrangendo todas as instâncias governamentais e de estímulo a toda a produção cultural nacional, em todos os seus segmentos".

 Campos quer passe livre em transportes públicos para todos os estudantes. Tudo bem. Passe livre para a garotada da Escola Britânica do Rio? Lá a mensalidade vai a cerca de R$ 4.500. Será que eles precisam? Se é o caso de se prometer gratuidades, porque não entregá-las só a quem pedir? Já a doutora oferece como novidade um Brasil sem burocracia.

Logo ela, que tem 25 ministérios e 15 comissários com status de ministros. Ao contrário dos outros dois, a doutora tem o que mostrar e o êxito da Copa lustrou-lhe a imagem de gerentona. (Registre-se o surgimento de uma piada macabra: o novo 7 x 1: sete por cento de inflação e 1 por cento de crescimento. Pelo andar da carruagem, vem aí um 6 x 1.)

Não se pode saber até que ponto as tensões registradas no comissariado da campanha derivam de maus números chegados ao Planalto ou da simples autofagia petista. A doutora já sofreu um processo de corrosão com o "Volta Lula", não precisa de outro.

A temática oferecida pelas falas de Dilma sugere que sua campanha depende muito das obras e pompas do marqueteiro João Santana e de sua capacidade de administrar o capital do tempo na televisão. Essa tática poderá ser eficiente num primeiro turno. Depois, a eleição será outra.

Pelas ansiedades que se percebem no comissariado, usando-se um verbo criado pela psicóloga Maria Regina Brandão, há o risco de o PT "panicar", como panicou a turma da Granja Comary. Um PT "panicado" seria uma reedição da velha técnica de "partir pra cima", radicalizando o que for possível radicalizar.

Quem lê FHC?

Em campanha para Alexandre Padilha, o ex-presidente Lula participou de evento ao lado do prefeito de SP

– O clima entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principais cabos eleitorais de seus partidos, esquentou. Lula zombou , hoje  quarta-feira, das críticas feita a ele por Fhc em artigo publicado na terça-feira no site "Observador Político".

— Eu não leio Fernando Henrique — disse Lula após participar da inauguração da Central Mecanizada de Triagem Carolina Maria Jesus, na Zona Sul de São Paulo, ao lado do prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT).

The i-piauí Herald

PM prende preventivamente 5 técnicos de futebol que pretendiam assumir a seleção

GOTHAM CITY - Após determinar a prisão preventiva de manifestantes, ex-BBBs e comentaristas de futebol que mudaram de opinião após a derrota para a Alemanha, o Batalhão de Operações Paranormais e Intuitivas (BOPI) antecipou suas novas ações. "Recebemos mensagens psicografadas por Dona Lúcia que denunciam movimentos de técnicos brasileiros para comandar a seleção", explicou o coronel Tom Cruise do Nascimento.




Em novas ações preventivas, dezenas de policiais militares invadiram as residências de Joel Santana, Renato Gaúcho, Vanderley Luxemburgo, Leão e Lazaroni. Munidos de bombas de efeito antecipado, policiais confiscaram esquemas táticos defasados, quebraram pranchetas e salgaram suas terras. "Tudo indicava que esses elementos vandalizariam o futebol brasileiro", garantiu o porta-voz da polícia civil, Pai Xoxó.




Sentado à frente de uma mesa de tarô, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, previu uma substituição no cargo de Secretário de Segurança. "Saturno se alinhou com o sol e, como consequência, devo trocar José Mariano Beltrame pelo Carlinhos Vidente", explicou, enquanto mostrava uma nova etapa das UPPs em uma bola de cristal.

Sympathy for the Devil

Fez o que parece o rock não faz mais: deixou os pais de cabelo em pé
O mundo mudou em 1968. Nesse ano foi concentrada toda a força do caldeirão cultural que vinha sendo experimentado desde o começo dos anos 60, época em que a alegria exacerbada dos anos dourados — a década de 50 nos Estados Unidos recém vitoriosos da Segunda Guerra e podres de ricos com o que ganharam com a batalha mundial ocorrida na Europa — começava a se transformar em um tédio sem fim.

Uma década de experimentos e rupturas. Provavelmente o embate entre gerações nunca foi tão forte quanto naquele momento no mundo todo. Quanto mais forte fosse o choque dos mais velhos, mais gostoso era para os mais jovens.

E a canção “Sympathy for the Devil” caiu como uma luva para a molecada.

Em junho daquele ano, os Rolling Stones lançavam o álbum Beggars Banquet, com uma capa que mostrava desordem, desobediência, falta de higiene ou apego a tradicões. É uma privada de banheiro de inferninho, com a parede toda escrita por pessoas que qualquer um, naquela época, imaginaria como escória, pervertidas e desnaturadas.




A canção que abre o disco começa com atabaques africanos e um grito. Na voz, um homem se dizendo rico e de bom gosto, e que está há tempos zanzando pelo mundo. Inspirado pelo romance soviético O Mestre e a Margarida, da década de 20, mas traduzido para o inglês pela primeira vez em 1967, Mick Jagger escreveu a letra como se fosse o diabo conversando com o ouvinte, contando de sua vida e esperando ansiosamente que você adivinhasse quem ele era.

Era para ser uma canção folk completamente inspirada em Bob Dylan, com aquele violão e a voz rasgada. Mas Keith Richards pensou que seria muito mais interessante de o som viesse travestido de samba, como se fosse um ritual afro ou do candomblé. Daí veio a percussão repetida, catártica, hipnotizante, que não sobe e não desce, mas que permanece quente o tempo todo, deixando o couro comer, as pernas baterem umas nas outras.

Completando, um piano faz as vezes de música gospel.

O pacote completo de contravenção. Imagine só você, um pai americano ou inglês, que viu seu país vencendo o nazismo e construindo um mundo asséptico, vendo seu filho chegar com toda a empolgação em casa, com um bolachão debaixo do braço e, em seu quarto, pulando feito enfeitiçado de algum vodu ao som de batidas de macumba misturadas com o “som de deus”, enquanto o diabo lhe explica que estava perto de Jesus quando este teve dúvidas e dor. E que essa canção saiu, quase que literalmente, de dentro de um vaso sanitário?

Os pais se enfureciam. A molecada delirava de alegria.

Dava para chacoalhar o corpo todo, aquele “u-hu… u-hu” repetindo de fundo, os braços moles, os olhos fechados, os pés batendo, girando, os olhos virando, a guitarra aguda que até ardia tentava expulsar os “caretas”. Devia ter sido um belo momento para se viver.

A combinação era por demais bombástica para os pais não se abalarem.

Corta para 2014.

O rock não assusta mais os pais. A esmagadora maioria deles ouviam rock n’ roll. Grande parte dos avós de hoje viraram os olhinhos escutando “Sympathy for the Devil”. Mas eles não contavam com o Funk.

A liberdade sexual (hoje, falar de diabo não assusta mais, mas falar de peito e bunda, sim) levada a enésima potência, um som repetitivo e penetrante (sem o trocadilho), o corpo que se move como quem pede por putaria a noite toda. Bem-vindo ao rock do novo milênio.

Questões artísticas e criativas de lado. Antes, o rock é que era a música pobre, de gente sem talento e estudo.

Mas, tanto lá quanto cá, o diabo faz seu belo trabalho.




“Muito prazer. Espero que você saiba o meu nome”.

JADER PIRES
É escritor e editor do Papo de Homem. Lançou, nesse ano, seu primeiro livro de contos, o Ela Prefere as Uvas Verdes e outras histórias de perdas e encontros.

Humor

Sininho compra bomba de chocolate e é condenada a prisão perpétua

TERRA DO NUNCA - Detida por comprar fogos de artifício, a elemento Elisa Quadros, codinome Sininho, acaba de ser enquadrada em novos crimes. "Repórteres fantasiados de caipira flagraram a terrorista comprando estalinhos em uma Festa Junina", denunciou O Globo. No site do jornal, um vídeo exibia um perito da polícia demonstrando a eficiência dos explosivos atirando-os no chão. Pá, pá, pá - eram muito impressionantes as explosões. "Esses estalinhos têm alto grau de periculosidade e podem ser letais", explicou o policial, mascarado.




Em paralelo, o Serviço Nacional de Intuição (SNI) exibiu uma nota fiscal da Pane D'Oro Padaria e Confeitaria para comprovar que a vândala encomendou uma bomba de chocolate. "Com recheio extra!", bateu na mesa o major Anacleto Paranhos da Costa e Silva, e completou, enquanto encomendava 200 gramas de coxinha: "Temos provas suficientes para condená-la à prisão perpétua ou à fogueira, sem essa boiolice de julgamento".




Policiais militares fizeram uma batida na casa de Sininho e encontraram vestígios de cocada branca, um pé de moleque e artefatos para a preparação de coquetéis de morango com chantilly.

Em resposta, uma manifestação reuniria centenas de jovens na Praça Saens Peña para exigir prisão preventiva dos candidatos ao governo do Rio. Mas todos foram presos preventivamente.
do The i-piauí Herald

Zuenir Ventura

Um remédio mais radical
Pensando bem, de cabeça inchada mas fria, o contrário seria pior: ganhar dentro e perder fora de campo. Perdemos a Felicopa, mas realizamos a melhor das Copas — a Copa das Copas, como a presidente Dilma prometia e a gente ironizava. Nós, jornalistas, somos mesmo profetas do passado, quase nunca acertamos o futuro.

Esperávamos o sucesso nos gramados, e anunciávamos o caos nas ruas, aeroportos e portos. Erramos, embora se saiba que as obras ficaram inacabadas, assim como outros legados de infraestrutura.

Mas no momento o que interessa é que recebemos o elogio quase sem restrições dos colegas estrangeiros, o reconhecimento das delegações adversárias à nossa hospitalidade, à organização, à tolerância bem-humorada para com as provocações dos espaçosos hermanos, admitida até por eles mesmos.




Tudo isso foi um bálsamo para aliviar o que a psicanálise chama de “ferida narcísica”, que é quando a autoestima chega ao baixo nível a que chegou a nossa após as duas derrotas.

Contribuiu para a depressão nacional a interpretação ao pé da letra de Nelson Rodrigues. A seleção, muito menos a atual, não é a pátria de chuteiras, não representa a pátria sem chuteiras.

Isso foi uma hipérbole do genial cronista, que um dia escreveu que toda unanimidade é burra e hoje, por ironia, aceita-se unanimemente o que escreveu ou disse. Nessa linha, para quem gosta de alegorias e símbolos, a despedida dos brasileiros foi com lágrimas, enquanto a dos argentinos, sempre mais dramáticos, foi com os vômitos de Messi.




A propósito, como torci pelos alemães, fui cobrado por não ter sido movido pelas razões geopolíticas, e sim pela rivalidade futebolística. Tive que dizer que adoro o tango, reverencio Jorge Luis Borges, curti os filmes “As nove rainhas”, “O segredo dos seus olhos” e “O filho da noiva”, mas — e talvez aí esteja o principal motivo de uma certa animosidade — tenho inveja do nosso vizinho por ser apenas bicampeão do mundo em futebol, mas penta em Prêmios Nobel. Eu trocaria duas de nossas honrosas taças por pelo menos uma das cinco deles, a da Paz, já que têm duas só nessa categoria.




Enfim, depois da overdose desses últimos 30 dias, acho que vou adotar uma dieta detox, o sistema de alimentação que consiste em ajudar o corpo a eliminar toxinas. Só não recomendo o mesmo para o futebol brasileiro porque o grau de intoxicação em que se encontra o organismo em causa, a começar pela CBF, não se resolve com demissão de comissão técnica — necessita com certeza de um tratamento demorado e bem mais radical.

Zuenir Ventura é jornalista

Financiamento público de campanha

Orçadas em R$ 4,9 bilhões, eleições deste ano não sairiam por mais de R$ 1,155 bilhão, ou R$ 8,15 por eleitor

Acostumados com campanhas eleitorais cada vez mais caras, os partidos políticos terão de apertar o cinto se o financiamento público entrar em vigor nas eleições de 2016, como indicam os primeiros votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgam uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a esse respeito. Se a regra já estivesse em vigor, as campanhas deste ano para presidente, governador, senador e deputado (federal e estadual), orçadas em R$ 4,9 bilhões, teriam de ser produzidas com pouco menos de ¼ desse valor, ou R$ 1,155 bilhão.


O cálculo tem como base o Projeto de Lei do Senado 268/2011, apresentado como conclusão dos trabalhos da Comissão de Reforma Política e que serve de parâmetro para as discussões sobre o tema no Congresso. Nele, empresas estariam impedidas de doar às campanhas até 2% de seu faturamento bruto obtido no ano anterior à eleição.

Com a mudança, caberia ao Tesouro Nacional depositar os recursos em uma conta no Banco do Brasil em nome do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável por fazer a divisão do dinheiro entre os partidos de acordo com sua representação no Congresso.

Para bancar os pleitos de dois em dois anos, os parlamentares chegaram à conclusão de que R$ 7 por eleitor (valores de 2011) seriam suficientes, ou R$ 8,15 considerando a inflação do período. Multiplicado pelos 141,8 milhões de brasileiros aptos a votar, o montante resultaria em R$ 1,155 bilhão, abaixo das despesas eleitorais de 2002, na época bancada por R$ 798 milhões, ou R$ 1,6 bilhão em valores de hoje.


Esse dinheiro mal pagaria a campanha dos 85 principais candidatos a governador dos 26 Estados e do DF. De acordo com levantamento do jornal "Folha de S.Paulo", a previsão de gasto desse grupo é de R$ 2,1 bilhões este ano. Segundo o TSE, para o posto de senador, os 178 candidatos planejam desembolsar até R$ 1 bilhão, enquanto, para os cargos de deputado federal e estadual, as despesas beiram os R$ 900 milhões.

Somente os 11 presidenciáveis projetam gastar R$ 918,4 milhões em 2014, 9,6% acima dos R$ 830 milhões declarados na campanha de 2010 e o equivalente a quase tudo (79%) que estaria disponível se o financiamento público já estivesse valendo.

À frente de campanhas políticas em oito países africanos e em toda América Latina, o presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli, prevê algumas das mudanças que estão por vir quando o financiamento for público e tirar quase 80% do dinheiro hoje em circulação.

Autor de 17 livros, Manhanelli acredita que, em um cenário desses, a televisão e o rádio vão ganhar ainda mais importância. Como é hoje, diz ele, 60% do dinheiro arrecadado nas campanhas são investidos na propaganda da TV, 20% são destinados ao rádio, enquanto os 20% restantes garantem a confecção de bandeiras, santinhos, contratam cabo eleitoral, carros de som e comício, por exemplo. "Não tem jeito. A propaganda de um político funciona como a de um produto: a empresa (ou partido) diz quanto pretende gastar e nós planejamos as peças de acordo com esse valor."




Para o especialista, a alternativa para as campanhas majoritárias (presidente, governador e prefeito) será "abusar da criatividade" e transferir para a TV parte dos investimentos em comício, bandeiras, cabos eleitorais e carros de som. "É um consenso que a televisão é a grande prioridade, apesar da importância crescente das redes sociais."

Manhanelli lembra que as despesas com campanha crescem à medida que aparecem novas mídias. No final da década de 1920, por exemplo, o então governador de São Paulo, Júlio Prestes, fez a primeira inserção política brasileira no rádio. No final da década de 1950, as campanhas chegaram à TV. "E agora temos a internet. As demandas só aumentam."

Quem deve perder dinheiro e holofotes com a mudança são os candidatos a uma vaga no Parlamento. Sem espaço na televisão, o consultor sugere um estudo que radiografe as mídias mais eficazes na região em que o postulante a parlamentar pretende fazer campanha. Ele avalia que os maiores prejudicados serão os candidatos ao Senado, que precisam viajar por todo o Estado. "O jeito será colar no candidato a governador e presidente e costurar apoio com líderes regionais que falem em seu nome."

Especialista em reforma política no Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), o cientista político Antônio Augusto de Queiróz acredita que o financiamento público de campanha será mais facilmente assimilado pelos partidos se o Parlamento também aprovar o Voto em Lista, quando o eleitor vota em uma relação de candidatos indicados pelo partido e não em um candidato específico. "Ficaria muito mais barato porque a legenda focaria sua campanha em seu programa e não em cada personalidade politica. Um único marqueteiro seria suficiente para cuidar da divulgação dos compromissos da sigla e citar alguns nomes da lista.
Manhanelli concorda. "O nome do político não vai estar no foco. Então, o partido contratará uma produtora, que vai fazer a comunicação do partido como um todo e não do candidato. Em Moçambique funciona assim. Vai sair bem mais barato, sem dúvida."

A mudança nas doações pode chegar por meio de uma reforma política e até por um plebiscito, como sugere a presidente Dilma Rousseff. Mas os especialistas apostam mesmo em uma decisão do STF, que quase decidiu o assunto este ano. Já votaram favoravelmente à proibição das doações privadas o relator da ação, Luiz Fux, os ministros José Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso, além do presidente do Supremo, Joaquim Barbosa. Até agora, o único voto pelas doações foi do ministro Teori Zavascki. Embora Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski tenham antecipado seus votos em concordância com o relator, a votação foi suspensa em junho por Gilmar Mendes (que pediu vistas), e agora a alteração depende de sete votos e de toda a pressão que o Supremo vai sofrer dos parlamentares, parte deles contrária a qualquer mudança.

A novidade é menos moderna que a velharia, por Marcos Lima

Isso me assusta no renovador Aécio. Seja por um discurso que em diversas área, é indigente intelectualmente e faz pão e circo para uma classe média reacionária usando um idealismo digno da época da guerra fria, seja porque há um imenso vazio, um vácuo de qualquer idéia que não seja baseada em exemplos. Vamos aos fatos:


1) O revalida é um dos instrumentos do Conselho Federa de Medicina, usado para manter a reserva de mercado, restringindo o acesso de médicos estrangeiros ao país. Assim como a dificuldade de abrir faculdades de medicina, foi uma ferramenta para artificialmente limitar o número de médicos e aumentar o seu ganho. Aí, existem facoteóides, como se faltassem médicos no interior do Brasil, em locais distantes. Para citar: em Campinas, uma cidade de mais de 1 milhão de habitantes, há 75 km de São Paulo, uma das cidades mais ricas do país, HÁ 68 MÉDICOS DO MAIS MÉDICOS. Enfrentar o revalida foi um acerto, não um erro.

2) Como tudo que envolve Cuba, o candidato despreza números, e apela para ideologia. Primeiro, para a idéia de que relações internacionais devem se conduzir dessa forma: esmagando Cuba, ignorando seu sistema e princípios. A frente, se verá o reverso da coragem. Depois, " como financiamos o governo Cubano". Então é assim, importamos médicos somos comunistas por financiarmos o comunismo? FInanciamos o Comunismo Chinês então. Financiamos Guantánamo, afinal importamos I Phones. Enfim, é de novo meter ideologia, e ignorar os números: de novo, os números da saúde cubana e seus indicadores são invejáveis, até para nações desenvolvidas.


3) Ao contrário da coragem contra os fracos, Aécio e mais recentemente, o Armínio Fraga, defendem a fraqueza diante dos fortes. Segundo Aécio, " O Brasil se deixou conduzir por nações com pouco apreço pela democracia". Isso me preocupa, porque grava num é se essas nações são democráticas ou não, ao contrário do que sugere, mas perigoso é o Brasil de deixar conduzir por qualquer nação, ao invés de planejar sua inserção no mundo globalizado de acordo com seus interesses internos. Já Armínio, disse, e, vídeo, que o Brasil tem de deixar de lado a Venezuala, e se atrelar as " locomotivas do mundo". É de novo, uma defesa de subsmissão na política externa, que mistura de forma desonesta indigência intelectual com má fé pura. Primeiro, porque no mundo todo, o que se faz hoje em política externa, é pragmatismo. Ou seja: não é a política externa que deve servir de plataforma para projeção de ideologias e lemas, mas para defesa de seus interesses econômicos. Ou são burros os dois, Aécio e Fraga, ou são mal intencionados: veja os Estados Unidos, bastião da "Democracia" no mundo, e questionem se os EUA deixaram de se relacionar com os membros Árabes da Opep e seus sistemas ditatoriais. Portanto, há uma maldade: querer qualificar como matriz ideológica uma política que é também econômica, de inserção em mercados. Aliás: então isso quer dizer que China e Rússia, uma um país não democrático e outra uma democracia que anda migrando em direão a opressão, devem ser ignoradas? Outro ponto tosco do discuros: quem são essas locomotivas economicas e democráticas a quem vamos nos atrelar? O principal parceiro comercial brasileiro deste momento do BR é a China, que de democrática num tem nada. As democracias Européias e os EUA andam em crise faz tempo: como vão nos " rebocar"? Enfim, mais um susto: não se menciona, nesse tipo de discurso, nenhum dado concreto, por exemplo, pauta de comério e trocas com os países.




São esses, e mais, os exemplos que me deixam mais assustado. O PSDB tinha Bresser Pereira, Mendonça de Barros, já teve no passado Ciro Gomes. Me assusta o nível de indigência e pobreza intelectual que aingiu o discurso do partido, que agora nada mais é do que um pregação " Nós x o comunismo batendo na porta". Será que o PSDB emburreceu tanto assim?
Comentário sobre a frase "não vamos se submeter a Cuba dita por Aécio Neves na sabatina da Folha de São Paulo

Mais Médicos

"Não vamos nos submeter a Cuba
Afirma Aécio Neves, em sabatina no Teatro Folha - São Paulo.


Essa frase "ufanista" e "patriótica" é típica daquelas correntes de emails que os velhinhos anti PT mandam para toda a família, junto com as provas mostrando a casa da Dilma, a fazenda do Lula e a propriedade da Friboi...André Paulistano

O FMI dos BRICS

Em julho de 1944, representantes de 44 países se reuniram em um hotel em Bretton Woods, New Hampshire, Estados Unidos, para criar um novo modelo de relações comerciais e financeiras entre os principais países do mundo. Setenta anos depois, os países emergentes se cansaram de esperar uma mudança de regime das instituições financeiras internacionais que saíram daquela reunião e deram um passo à frente para mudar a ordem existente, e agora reivindicam seu novo papel na economia mundial.

Os presidentes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (que formam o acrônimo BRICS) assinam nesta terça-feira em Fortaleza, Brasil, a constituição de um banco de desenvolvimento, com um aporte inicial de 50 bilhões de dólares (cerca de 110 bilhões de reais) para formar o capital do banco e 100 bilhões (220 bilhões em reais) de capacidade de empréstimo, e um fundo de reservas de outros 100 bilhões para ajudar os países do grupo no caso de uma possível crise de liquidez, como as vividas em alguns países europeus durante a crise financeira. São 200 bilhões de dólares (moeda que será utilizada nas transações das duas organizações) para determinar o valor do grupo e dar uma demonstração de sua força econômica.


“A conclusão dessas duas iniciativas passará uma mensagem forte sobre a vontade dos BRICS de aprofundar e reforçar sua associação econômica e financeira”, destacou para a imprensa na semana passada o embaixador brasileiro José Alfredo Graça Lima. “As duas instituições financeiras criadas funcionarão de forma similar ao Banco Mundial (BM) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI)”, afirmou.

Sem dúvida, a criação do banco é um passo decisivo para a consolidação do grupo. “É importante que as maiores economias emergentes tenham sido capazes de colocar em funcionamento um projeto assim, do contrário sua credibilidade como grupo seria questionada. É um primeiro passo evidente, mas agora precisam passar para a ação”, afirma Jim O’Neill, o inventor do termo BRIC há 13 anos, quando era economista-chefe da Goldman Sachs, e atualmente pesquisador no think tank Bruegel.

A iniciativa levanta dúvidas quanto a seu alcance e sobre quão efetiva ou ineficiente será a coordenação do grupo. Sua criação demorou quase dois anos devido a divergências internas, que finalmente foram resolvidas com uma participação em partes iguais no capital, apesar da intenção inicial de que a China fosse sócia majoritária, e com a sede da entidade em Xangai.


“A verdadeira questão é para que esses países realmente querem um novo banco e o que querem apoiar com ele. Não se sabe se é um mecanismo a ser explorado no sentido de assumir uma maior responsabilidade global, algo mais fácil do que conseguir mais representação no FMI ou no BM, ou se querem financiar conjuntamente projetos de infraestrutura nos países do grupo”, aponta O’Neill. “Não estou certo, só o tempo dirá.”

Em 2010, o FMI aprovou uma reforma de suas cotas para dar mais peso às potências emergentes no órgão, sobretudo a China. Mas a reforma está emperrada no embate entre democratas e republicanos no Congresso dos Estados Unidos e, a essas alturas, a iniciativa se tornou até obsoleta. “É realmente ridículo e decepcionante que o Congresso norte-americano não tenha aprovado a mudança das cotas. Na verdade, o peso dado na época a alguns países emergentes ficou velho e é cada vez mais evidente que a governança global atual está muito longe de ser boa”, admite O’Neill.

Até agora os BRICS não se destacaram por uma grande capacidade de coordenação no cenário internacional, apesar de sua constituição oficial como grupo em 2009 em plena crise financeira, ainda que o protagonismo na época tenha se concentrado no G-20, agora também em declínio. “A intenção é que o banco dos BRICS se torne, com o tempo, uma alternativa ao Banco Mundial e ao FMI e que seja um novo jogador entre as instituições financeiras globais. É um objetivo ambicioso, que exigirá um grau de coordenação e harmonia que nem sempre vimos nesse grupo”, acrescenta de Nova Délhi Vivek Dehejia, professor de Economia da Universidade de Carleton, do Canadá.


Em vários artigos, Nicholas Stern, presidente do Grantham Research Institute da London School of Economics e da Academia Britânica, defendeu, ao lado do prêmio Nobel Joseph Stiglitz, a necessidade de um novo banco de desenvolvimento que dê respostas às necessidades urgentes dos países emergentes em termos de infraestrutura. Lord Stern afirma que o gasto com infraestrutura nesses países deve aumentar dos 800 bilhões de dólares atuais (mais de 1,7 trilhão de reais) para pelo menos 2 trilhões (4,4 trilhões de reais) na próxima década.

“Do contrário, será impossível conseguir uma redução da pobreza e um crescimento inclusivo no longo prazo”, defende Stern em sua análise. As salvaguardas impostas pelo Banco e pelo Fundo em seu funcionamento, assim como as duras condições associadas a seus empréstimos, deram eficiência ao financiamento vindo desses organismos, mas não será fácil colocar em marcha um modelo de funcionamento do zero, e os desembolsos, para Dehejia, ainda vão demorar para acontecer. “Por hora, a importância é mais por seu simbolismo geopolítico, de que os BRICS são algo mais do que um acrônimo. Representa uma promessa, mas teremos de se esperar para ver como se concretiza”, acrescenta o economista indiano.

Eduardo Campos - Oposição ou dissidência?

Criticar até não poder mais o governo da presidente Dilma, para marcar uma posição oposicionista, mas poupar o ex-presidente Lula, para não perder os votos de petistas desiludidos com o governo, pode estar dando uma caráter dúbio à candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, do PSB, mas ele está convencido de que esta é a estratégia mais adequada.

Foi bastante explícito sobre isso numa declaração à revista “Piauí”, quando afirmou que não criticava Lula porque esperava que muitos eleitores do PT o escolhessem como alternativa a Dilma.
Merval Pereira - O Globo



Ontem, em debate promovido por “Folha de S. Paulo”, UOL e rádio Jovem Pan, insistiu em que discutir com Lula era uma armadilha em que o PSDB está caindo: “Você acha que eu vou entrar nessa do PSDB, de ficar debatendo com o Lula?”, indagou. “Nós vamos ficar fazendo debate com quem não é candidato?”.

Por trás dessa tentativa de dar um ar estratégico à sua postura, o que Campos esconde é o objetivo de ser trocado por Dilma como candidato petista à Presidência, situação semelhante à que acontece hoje em São Paulo, onde o candidato petista ao governo, Alexandre Padilha, está sendo “cristianizado” em favor do candidato do PMDB, Paulo Skaf.



A diferença, além de que Dilma está na liderança nas pesquisas, e Padilha não, é que o presidente licenciado da Fiesp não quer se confundir com o PT nem com Dilma, embora evidentemente não renegue eventuais votos de petistas dissidentes.

Já Campos gostaria de ser ligado a Lula para dar efetividade a seu plano de se transformar na terceira via da eleição presidencial, mas, ligando-se indiretamente a Lula, tem perdido o caráter de oposição, papel que deixou para o candidato do PSDB Aécio Neves, para ser quase um dissidente. Opor-se ao PT e a Dilma, mas aspirar a ser um herdeiro presuntivo do lulismo, pode ser uma tarefa excessivamente sutil para o eleitorado.

Plano Diretor Estratégico de São Paulo

Um desenho para São Paulo
por Fernando Haddad - prefeito
O mercado imobiliário, que sempre elegeu o bairro da vez, é chamado a participar de um processo em que a vez é da cidade

São Paulo aprovou o mais ousado e inovador Plano Diretor Estratégico (PDE) de sua história. Pelos próximos 16 anos, conviveremos com diretrizes urbanísticas que reorientam o desenvolvimento da cidade na direção do equilíbrio socioambiental e econômico.

Desde o Renascimento, as cidades ocidentais bem-sucedidas se organizam pelo alargamento da sua dimensão pública. O encontro das pessoas para a produção de mercadorias e serviços, de cultura ou de ciência, essência da vida urbana, depende disso. Na contramão, desde Prestes Maia, a cidade de São Paulo vem sendo privatizada, ou seja, negada enquanto cidade.

A começar por sua superfície. O solo de São Paulo é privado. As ruas pertencem aos carros. As calçadas são adaptadas para que automóveis tenham acesso às garagens. Os térreos dos prédios são vestíbulos desérticos que separam os moradores das ruas ameaçadoras.

A terra nua não dá lugar a parques ou equipamentos públicos, mas é tratada como estoque especulativo de riqueza.



Tudo muda com o PDE. O solo é tornado público. As ruas dão lugar ao transporte público e às bikes por meio de faixas exclusivas e ciclovias. As calçadas terão largura mínima nos novos empreendimentos para atender aos pedestres. Os térreos ganharão vida com a ativação das fachadas e comércio de rua.

O subsolo muda com a inversão de prioridades: em vez de número mínimo de vagas de garagens, o PDE impõe número máximo.

O "sobressolo" ou solo criado é integralmente municipalizado. Os proprietários fundiários terão direito a construir o equivalente a apenas uma vez a área do terreno.

Para atingir o potencial construtivo máximo de duas vezes no miolo dos bairros (que são preservados), ou quatro vezes nos eixos de transporte público (que são adensados), os empreendedores terão de adquirir esse potencial adicional mediante o pagamento de outorga à municipalidade. Com isso, a especulação imobiliária perde sentido, e a cidade se apropria da chamada mais-valia fundiária.

A outorga paga compõe um fundo de desenvolvimento urbano. De seus recursos, 30% serão destinados à moradia popular e outros 30% ao transporte público, mediante ampliação da capacidade de suporte.


A área destinada à produção de moradia popular é duplicada, com a demarcação de novas Zonas de Interesse Social (Zeis), e são definidos alinhamentos viários que garantam recuos destinados ao transporte público, ciclovias e calçadas largas.

Como o adensamento é induzido a deixar o miolo dos bairros para os eixos estruturantes, as avenidas radiais ganham nova função. Passam a ser vetores de deslocamento do desenvolvimento no sentido centro-bairro(s). A geração de empregos e oportunidades econômicas assumirão uma distribuição mais linear e centrífuga, rompendo os muros que separam centro e periferia. Avenidas perimetrais como Jacu-Pêssego e Cupecê ganharão importância.

O mercado imobiliário, que sempre elegeu o bairro da vez, com as consequências conhecidas, é chamado a participar de um processo em que a vez é da cidade. A visão de empreendimento privado como enclave dará lugar à produção de vida urbana com equilíbrio econômico e socioambiental.

Por fim e não menos importante: os rios. O PDE se reapropria das margens dos rios e define o conjunto de arcos que dará lugar a uma nova São Paulo: os arcos Tiête, Pinheiros, Jurubatuba e Tamanduateí.

É no Arco do Futuro que ocorrerá a maior transformação de São Paulo. Delineá-la é a próxima tarefa. As diretrizes estão dadas.

Gastronomia

Restaurantes cearenses proporcionam experiências com culinária de outros países
Durante um mês, a Copa do Mundo no Brasil, encerrada no último domingo (13), atraiu turistas de diversos lugares, que trouxeram, além de torcida animada, elementos da terra natal, possibilitando que os brasileiros tivessem um contato mais próximo com a cultura de outros países. Fortaleza, uma das sedes do Mundial, recebeu mexicanos, colombianos, uruguaios, costarriquenhos, holandeses, gregos, marfinenses, alemães e ganeses que tiveram suas seleções disputando na Arena Castelão, além de estrangeiros de outras nacionalidades que vieram para a Terra da Luz a fim de aproveitarem o campeonato e os pontos turísticos do Estado.

Mesmo com o fim do Mundial, os cearenses podem continuar apreciando a cultura de outras nações aqui mesmo, por meio da culinária. Restaurantes com gastronomia internacional oferecem sabores diferenciados e decorações temáticas que conquistam, gradativamente, o público cearense. O Diário do Nordeste Plus selecionou alguns desses espaços que podem proporcionar novas experiências ao paladar.


Cozinha Espanhola

A Casa Gaudí apresenta um menu com pratos que transitam entre a cozinha regional e a espanhola. Com nome e decoração inspirados nas obras do arquiteto catalão Antoni Gaudí, o restaurante tem como carro-chefe a tradicional Paella. O prato leva frango, camarão, lula, mexilhão e cortes bovinos, refogados com verduras frescas, e arroz de consistência cremosa com leves toques de açafrão. Além da Paella, o Cozido Madrilenho, feito com fava, linguiça defumada, paio, chorizo, verduras, grão de bico, batata e ovos cozidos, e a Tosta Espanhola, com jamón espanhol e molho de tomate fresco, também fazem sucesso entre os clientes do restaurante.

Segundo o chef Javier Fernandéz, proprietário da Casa Gaudí, hoje, o cearense tem a cabeça mais aberta para aceitar novos sabores, especialmente, a nova geração, que costuma viajar mais e ter contato com culturas diversas. “A tendência cultural de Fortaleza ficou atrás da cultura de farofa e baião de dois. O Ceará não é só isso”, avalia Javier, que se divide entre a administração da Casa Gaudí e a do restaurante Velasquez 41, localizado na cidade de Vigo, na Espanha.
Serviço:
Endereço: Rua Pereira Valente, 1569 - Varjota
Telefone: (85) 2181.6605
Horário de funcionamento: Terça a Quinta: 11h - 00h; Sexta e sábado: 11h - 01h; Domingo: 11h - 18h


Cozinha Árabe

O ambiente atrai logo ao olhar para a fachada. Internamente, a beleza do espaço permanece, sendo um ambiente ideal para casais e grupos de amigos que desejam experimentar a diversificada culinária árabe em um local aconchegante. O restaurante Zahlé-Mezze Libanesa, iniciado na cozinha da descendente de libaneses Silvana Moreira e, posteriormente, ampliado devido à boa recepção dos clientes cearenses, é aberto no horário de almoço todos os dias e, às sextas e sábados, conta com a Noite Árabe, que contempla buffet árabe e contemporâneo, apresentações de dança do ventre e decoração estilizada.

“A culinária árabe no Ceará é muito, muito bem aceita. Todos os pratos são ‘carros-chefe’, o pessoal gosta de tudo”, enfatiza Silvana.

Diariamente, os clientes podem ter experiências com os mais variados pratos, como kibe frito ou cru; carneiro; arroz marroquino; e charutinho de repolho. Para a sobremesa, doces como barazi, mamuly de tâmara ou de damasco e baklava estão à espera.
Cozinha Árabe

O ambiente atrai logo ao olhar para a fachada. Internamente, a beleza do espaço permanece, sendo um ambiente ideal para casais e grupos de amigos que desejam experimentar a diversificada culinária árabe em um local aconchegante. O restaurante Zahlé-Mezze Libanesa, iniciado na cozinha da descendente de libaneses Silvana Moreira e, posteriormente, ampliado devido à boa recepção dos clientes cearenses, é aberto no horário de almoço todos os dias e, às sextas e sábados, conta com a Noite Árabe, que contempla buffet árabe e contemporâneo, apresentações de dança do ventre e decoração estilizada.

“A culinária árabe no Ceará é muito, muito bem aceita. Todos os pratos são ‘carros-chefe’, o pessoal gosta de tudo”, enfatiza Silvana.

Diariamente, os clientes podem ter experiências com os mais variados pratos, como kibe frito ou cru; carneiro; arroz marroquino; e charutinho de repolho. Para a sobremesa, doces como barazi, mamuly de tâmara ou de damasco e baklava estão à espera.



Serviço:

Zahlé-Mezze Libanesa
Endereço: Avenida Santos Dumont, 2353 - Aldeota
Telefone: (85) 3224-1204/ 3086-8029
Horário de funcionamento: Todos os dias, de 11h30 às 15h; Noite Árabe às sextas-feiras e sábados, a partir das 19h
Página: facebook.com/pages/Restaurante-Zahlé-Mezze-Libanesa
do Diário do Nordeste

Ceará - Eleição 2014

Camilo Santana (PT) quer requalificar Ronda do Quarteirão, candidato a governador do Estado, afirmou ontem em visita que fez ao Sistema Verdes Mares, que uma das medidas a serem tomadas na questão da Segurança Pública cearense (pasta que enfrenta grandes críticas com o aumento dos índices de violência no Estado) é a requalificação do programa Ronda do Quarteirão, implantado pelo Governo Cid Gomes, como uma das soluções para o problema da violência.

"A partir daquele motim que aconteceu em Fortaleza (greve da Polícia Militar em janeiro de 2012), o Ronda do Quarteirão perdeu um pouco o seu papel original, de estar mais presente nos bairros. É preciso resgatar esse programa", defendeu. "Precisamos também resgatar a hierarquia e a disciplina da Polícia, inclusive na questão salarial".

Ele propõe ainda a ampliação do efetivo da Polícia Militar e da Polícia Civil, além da integração de políticas públicas de outros setores do Governo. "Problema de violência não se resolve só com polícia", diz.

Santana ressaltou que uma das diretrizes de seu projeto é resolver o problema de infraestrutura do Estado, oportunidade em que destacou a importância da continuidade dos projetos de transposição de águas do Rio São Francisco e o do Cinturão das Águas. "São projetos estruturantes que vai resolver definitivamente o problema da Seca aqui no Ceará", afirmou.

A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), a Refinaria Premium II e a Transnordestina também foram lembradas pelo candidato como fundamentais para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) cearense. "A população cearense representa 4,5% da população do Brasil, mas apenas 2,2% do PIB do Brasil. A refinaria e a siderúrgica, só com esses dois empreendimentos, vamos dobrar o PIB do Ceará e consequentemente gerar oportunidade para o cearense", prometeu.

Camilo afirma pretender universalizar as escolas profissionalizantes em tempo integral, de forma que estejam presentes em todos os municípios, e defender a interiorização das universidades federais.

Impostos

Já o candidato ao Senado, Mauro Filho (PROS), reforçou a defesa para reduzir os impostos caso seja eleito. "O Ceará mostrou ao Brasil que é possível reduzir imposto e simultaneamente não reduzir receita, mas aumentar. Fizemos isso aqui com a tarifa do óleo diesel do transporte urbano, com o IPVA (de motocicletas até 200 cilindradas), com os alimentos, medicamentos, construção civil. Foram 186 produtos ou segmentos (com impostos reduzidos)", afirmou.

O parlamentar defendeu que, para maior aceleração da economia do Estado, é preciso atrair investimentos. "Eu defendo que todo investimento em máquinas, equipamentos e tecnologia, tanto da microempresa, como da média e da grande, pague zero (de imposto) no Brasil. Dá mais competitividade à economia brasileira, o Brasil vai poder exportar e ao expandir investimento, gera emprego. É injeção na veia", afirmou

Outro compromisso que o candidato assumiu foi o de trazer investimentos federais para garantir a universalização das escolas profissionalizantes nos municípios cearenses, além de trabalhar para que mais verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) sejam destinadas ao Estado. Ele destacou ainda a importância de lutar contra a movimentação de políticos do Sul e do Sudeste para a derrubada de incentivos dos governos estaduais para as indústrias no Nordeste e de fortalecer a política de fechamento de fronteiras para evitar a entrada de drogas no País.






Para aprender melhor

As dicas de Lewis Carroll

Há não muito tempo, comecei a ter uma preocupação maior com relação a como uso meu dia. Notei que se repetia frequentemente a sensação de chegar à noite e perceber que minhas horas foram passando, preenchidas por uma série de notificações de celular, janelas de bate-papo, e-mails e, claro, minhas obrigações com o trabalho. Assim, quando parava na cama, minha cabeça só se ocupava com preocupações a respeito de tudo o que fiz, mas principalmente, de tudo o que deixei de fazer.
Antes de seguir, é importante frisar: não me considero uma máquina de trabalho. Quando falo da impressão de deixar de fazer muita coisa, me refiro mais àquilo que considero fatores essenciais pra minha felicidade, como praticar exercícios, comer bem, meditar, ver um filme sem ter de checar o Whatsapp ou  desenhar, escrever por prazer, aprender uma coisa nova.
Meu sofrimento era sempre o de ter sido arrastado o dia inteiro, de um lado pro outro, sem ter parado pra me dedicar de verdade a nenhuma das coisas que fiz. Dia após dia.
Essa constatação me motivou a realizar algumas mudanças que têm se mostrado bem importantes. A principal, acho, é a de tentar, ao máximo possível, fazer tudo com foco, evitando distrações e interrupções. Nesse período, passei a ler e pesquisar sobre formas de melhor aproveitar esse pouco tempo que possuo e acabei chegando a um texto que vi lá no Brain Pickings, traduzi e agora compartilho.
Charles Lutwidge Dodgson foi um proeminente matemático, estudioso da lógica. Porém, é bem mais conhecido pelo livro que escreveu, inspirado por uma garotinha com quem tinha uma amizade (bastante controversa na época, mais ainda pros dias de hoje), sob o pseudônimo Lewis Carroll, chamado “Alice no País das Maravilhas“.
Esse trecho, de sua autoria, faz parte do volume publicado em 1973, “A Random Walk In Science“.  O livro é a reunião de vários pensamentos que ele tinha a respeito de seu estudo da Lógica Simbólica e oferece um precioso olhar sobre como se dedicar à leitura e ao aprendizado de uma forma que a gente está lentamente deixando de fazer.

Como aprender, por Lewis Carroll

NPG P7(26),Lewis Carroll (Charles Lutwidge Dodgson),by Lewis Carroll (Charles Lutwidge Dodgson)
“O aprendiz que quer explorar a questão completamente, quer este pequeno livro forneça os materiais para uma recreação mental mais interessante ou não, é aconselhado a adotar as seguintes regras:
1. Começar pelo começo e não permitir-se contentar com uma mera curiosidade vazia ao olhar rapidamente o livro, aqui e ali. Fazer isso provavelmente o levaria a deixar o livro de lado, com a desculpa “isso é muito difícil pra mim!”, e portanto, perdendo a chance de adicionar um item gigantesco ao seu estoque de deleites mentais.




Essa regra (de não olhar rapidamente) é bastante desejável em outros tipos de livros – como novelas, por exemplo, onde você pode estragar muito do prazer que teria com a história, olhando rapidamente no decorrer da obra, de forma que algo que o autor queria que fosse uma surpresa venha como um acidente de percurso.
Algumas pessoas, eu sei, têm uma prática de olhar o Vol. III primeiro, apenas para ver como a história termina: e talvez seja assim só pra ter certeza que tudo termine bem – que os amantes terminem juntos, que ele seja inocente do assassinato, que o primo perverso seja completamente impedido de concretizar seus planos e tenha a punição que merece e que o tio rico na Índia (Pergunta: Por que na Índia? Resposta: Porque, de alguma forma, tios nunca ficam ricos em outro lugar) morre no momento certo – antes de se dar ao trabalho de ler o Vol. I.
Isso, eu digo, só é permissível com uma novela onde o Vol. III tem um significado mesmo para aqueles que não leram as partes anteriores da história. Mas, com um livro científico, é praticamente insanidade: você vai achar as partes finais desesperadoramente ininteligíveis, se você chegar lá sem seguir o curso regular.
2. Não comece nenhum novo capítulo ou seção sem certificar-se de que entendeu completamente o que leu até aquele ponto, e que você trabalhou, corretamente, nada menos que todos os exemplos que foram sugeridos. Uma vez que você está consciente de ter conquistado absolutamente todas as terras pelas quais passou, e que não está deixando nenhuma dificuldade atrás de você que mais tarde certamente vai aparecer, seu progresso triunfal vai ser fácil e prazeroso. De outra forma, você vai perceber o seu estado de confusão ficar pior à medida que procede, até que desista em extremo desgosto.
3. Quando você chegar a qualquer passagem que não entendeu, leia de novo: se você ainda não entender, leia de novo: se você falhar, mesmo depois de três leituras, talvez seu cérebro esteja ficando cansado. Nesse caso, coloque o livro de lado e dedique-se a alguma outra ocupação, e em outro dia, quando você retomar descansado, provavelmente vai achar aquilo bastante fácil.
4. Se possível, encontre algum amigo genial, que queira ler o livro junto com você e queira falar sobre as dificuldades. Conversar é um excelente suavizador de dificuldades. Quando eu chego com algo – em lógica ou em qualquer outro assunto complicado – que me complique completamente, eu considero falar sobre isso, em voz alta, mesmo se estiver só. Uma pessoa pode explicar as coisas tão claramente para si própria! E, além disso, você sabe, uma pessoa consegue ser bastante paciente consigo própria: ninguém fica irritado com a sua própria estupidez!
Se, querido leitor, você vai observar com fé essas regras, e dar ao meu pequeno livro um julgamento realmente justo, eu prometo, com a maior confiança, que você vai achar Lógica Simbólica uma das mais, senão a mais, fascinante recreação mental.




[...]
Recreação intelectual é uma coisa que todos precisamos para a nossa saúde mental; e você vai conseguir muita diversão saudável, sem dúvidas, de jogos… mas, depois de tudo, quando se tornar campeão em qualquer desses jogos, você não terá nada real para mostrar como resultado.
Você se divertiu com o jogo e a vitória, sem dúvida, na hora: mas não tem um resultado que possa acumular e tirar um benefício real. E, enquanto isso, você esteve deixando inexplorada uma perfeita mina de riqueza.
Uma vez que domina o maquinário da Lógica Simbólica, você tem uma ocupação mental sempre à mão, de interesse contagioso, e uma que vai ser útil em qualquer assunto que você tome. Isso vai dar clareza de pensamento – a habilidade de ver através de um desafio – o hábito de organizar suas ideias em uma forma acessível – e, mais valioso que tudo, o poder de detectar falácias e de destruir argumentos ilógicos, que você vai continuamente encontrar em livros, jornais, discursos e mesmo em sermões, que tão facilmente enganam aqueles que nunca tentaram aprimorar essa fascinante arte. Tente. Isso é tudo que eu peço!”
* * *
Esse período, de mudança de chave tem se mostrado bem frutífero e sinto estar melhorando não só minha performance, como o prazer que tenho obtido ao me engajar nas mais diferentes coisas. Ver um filme, ouvir um álbum, ler um livro, assistir a uma palestra. Todas essas são coisas que deveríamos fazer por padrão com as notificações desligadas, mas não é o que acontece na prática. A cultura de relaxar, focar e se dedicar ao que se propõe a fazer está diminuindo, de forma que hoje, é necessário termos lembretes como os que existem no cinema ou textos como esse.
Claro, sigo falhando e me deixando levar por eventuais notificações do Facebook ou do celular. Ninguém aqui está pregando que sejamos ascetas, sempre seguindo estritamente essa dieta de aprofundamento intelectual. No entanto, quando quisermos, é legal termos a capacidade de fazê-lo sem que isso se torne um esforço à parte.
Por isso, pergunto, como vocês estão levando a rotina? Têm alguma preocupação com a forma como consomem leituras, filmes, músicas, etc?
Luciano Ribeiro


Editor do PapodeHomem, ex-designer de produtos, ex-vocalista da banda Tranze. Tem um amor não correspondido pela ilustração, fotografia e música. Volta e meia grava músicas pelo Na Casa de Ana. Está no Twitter,Facebook e Google+.



Outros artigos escritos por 

Paulo Moreira Leite - Pode?




Retrato com retoques

Depois de culpar Lula-Dilma por todos anunciados fiascos da Copa, oposição diz que brasileiros anônimos garantiram o sucesso. Pode?
É bom reconhecer que há poucas coisas perfeitas na vida. Uma delas é abraçar as crias depois de uma longa ausência. Outra, é almoçar na casa da mãe. Ou desfrutar da companhia de amigos verdadeiros.
Após estas considerações, cabe analisar os números finais da Copa do Mundo. Leia a opinião de 2209 visitantes estrangeiros ouvidos pelo DataFolha:
  • 92% dos visitantes elogiaram o conforto e a segurança
  • 76% aprovaram o transporte até os estádios
  • 95% disseram que a recepção foi boa ou ótima.
  • 83% elogiaram a organização

Mesmo lembrando que a Copa não foi um evento sem problemas, há outras notícias boas.
Alvo de muitos fantasmas usados para atemorizar visitantes, o Rio de Janeiro recebeu 900 000 turistas contra 90 000 previstos. Eles deixaram 4 bilhões de reais na cidade, contra 1 bi de previsão.
Obrigados a encontrar um discurso para enfrentar uma situação inesperada, nossos profetas do pessimismo completaram um ano de atividade ininterrupta, desde os protestos de junho de 2013, com sorrisos amarelos.
Passada a fase da autocrítica, é preciso explicar o que aconteceu, o por quê. Na falta de explicação melhor, a moda agora é dizer que o sucesso da Copa se deve aos “brasileiros.” Assim, no genérico. Os 200 milhões de brasileiros garantiram a Copa das Copas porque são simpáticos e acolhedores. Descobrimos essas virtudes anteontem? 
Vamos combinar: a finalidade desse discurso é fingir que não havia oposição a Copa, movimento que se expressou num esforço permanente para impedir os jogos e criar um ambiente de desordem, sufoco e desmoralização Apelos ao boicote eram ouvidos nos melhores jantares, nas melhores famílias. Inclusive em inglês com legendas.
A Copa ocorreu contra a vontade dessas pessoas. Foi fruto do esforço da grande maioria da população, que não só queria assistir aos jogos e participar de um evento que marca a cultura de nossa época. Estava decidida, acima de tudo, a defender imagem de seu país.


Foram os adversários da Copa que transformaram o Mundial numa luta política – e perderam.

Como predadores sem escrúpulo, que mudam de pele conforme a paisagem, em determinadas situações a Copa era combatida com argumentos à direita. Em outros lugares, à esquerda. O importante é que não ocorresse. Se ocorresse, teria de ser um fiasco.
Não duvide: para boa parte dessas pessoas, o desempenho fraco da Seleção nos gramados serviu de consolo – e não de tristeza. Elas não suportariam uma boa atuação. Temiam uma classificação melhor – a tal ponto que não perdiam uma oportunidade para dizer que os juízes beneficiavam o Brasil, esquecendo das inúmeras vezes em que nosso time foi prejudicado.
Se Aécio Neves não tivesse deixado tantas demonstrações escritas de seu apoio a Felipe Scolari, o esforço para transformar Dilma Rousseff em assistente técnica da derrota teria sido ainda mais descarado.
Uma copa elogiada, por baixo, por mais de 80% dos visitantes estrangeiros, não é um carnaval que caí do céu, nem um reveillon na avenida Paulista. Envolve uma ação articulada em 12 cidades e dezenas de obras de infraestrutura que, sabe-se hoje, estavam muito mais avançadas do que se anunciou – mais uma vez, para tentar afastar a população da Copa, criar desanimo e desconfiança.
O elogio aos “brasileiros,” neste genérico, também é uma tentativa bisonha de encobrir o papel do Estado brasileiro neste sucesso. Governantes e prefeitos que assumiram suas responsabilidades, muitos deles filiados a oposição, foram sacrificados na hora do reconhecimento. 
E aí está a imagem retocada da imagem que fica para a história.
Depois de culpar antecipadamente Lula-Dilma por um fiasco que anunciavam como inevitável, tenta-se fingir que eles não deram a menor contribuição para os aplausos da platéia. Pode?

Os dez modelos de smartphone mais vendidos no mundo

O iPhone 5S foi o smartphone mais vendido do mundo durante o mês de maio. 

O aparelho da Apple desbancou seu principal rival, o Galaxy S5 da Samsung. O relatório da Counterpoint, uma empresa de Hong Kong especializada em realizar pesquisas de mercado, revelou, no entanto, que a Samsung é quem possui mais aparelhos entre os 10 mais vendidos no mundo.

Essa pesquisa incluiu dados de 35 países e refere-se aos aparelhos que realmente chegaram ao consumidor final, e não aos que apenas foram enviados para as lojas.

Por oferecer diversos modelos, a Samsung sagrou-se a maior vendedora de smartphones e colocou, depois do Galaxy S5 na segunda colocação (bem atrás do iPhone 5S, diga-se de passagem), o Galaxy S4 em terceiro lugar. O Galaxy Note 3 veio na quarta colocação, o Galaxy S4 Mini no oitavo posto e o Galaxy Grand 2 como o décimo mais vendido.

Três aparelhos da Apple apareceram na lista. Além do IPhone 5S, que ocupa a liderança, a empresa da maçã colocou o iPhone 5C na quinta posição e o iPhone 4S no sexto lugar.

Além da Samsung e da Apple, a única marca que também integrou o Top 10 da Counterpoint foi a Xiaomi, que com seus modelos Mi3 e Hongmi Redrice alcançou o sétimo e nono lugares, respectivamente.

Já na lista dos 20 mais vendidos, é possível encontrar modelos como o Moto G, da Motorola, o Xperia Z1, da Sony (que quase alcançou o décimo posto), e o LG G2.
Top 10 celulares mais vendidos