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BATTISTI NAS MÃOS DE GILMAR. É O FIM

Saiu no R7:
O caso Battisti chega ao seu final.
Battisti foi cair logo nas mãos de Gilmar Mendes. E ele não perdeu tempo.
Como o placar pela extradição no STF estava empatada em 4 x 4, caberia a Gilmar o voto de desempate.
Mesmo não tendo concluído a leitura do seu voto, Gilmar Mendes já deixou claro que votará a favor da extradição.
GM ataca e contesta, por exemplo, o voto do Ministro Marco Aurélio, que em 12 de novembro votara pela não extradição.
Para GM Battisti é um criminoso comum e não um perseguido político.
Cesare Battisti foi beneficiado com a concessão de asilo político dado pelo Ministro da Justiça, Tarso Genro, em janeiro deste ano.
Ato este que irritou os italianos – governo e políticos. Daí, o argumento de que Battisti é um perseguido político.
O governo da Itália recorreu ao Supremo para obeter a extradição e assim Battisti cumpriria na Itália a pena de prisão perpétua.
A decisão de extraditar Battisti já era esperada.
O STF de Gilmar Mendes não tem como característica nem a isenção nem a imparcialidade que lhe converia ter quando sua pauta de votação se relaciona com interesse do Governo.
E o Governo do Presidente Lula entendeu que Battisti é um refugido político no Brasil, e assim lhe concedeu o direito que aqui permanecer de maneira que não poderia ser extraditado.
Vocês acham que GM iria dar esse gostinho ao Presidente Lula?
É claro que não. Gilmar Mendes é um revanchista que serve o gosto da bancada tucana – e da Globo – no Congresso.
A Globo, assim como o PSDB e o DEMO, é a favor da extradição.
Porque o Governo é contra...
O Presidente Lula ainda teria o direito de decidir, mesmo após a condenação pelo STF, se Basttiti seria ou não extraditado.
Lula já teria se manifestado que acataria a decisão do Supremo, fosse ela qual fosse.
Lula é mesmo um bom moço. Bom até demais.
Nesse caso, ele tem poderes de decidir sobre a extradição independentemente da decisão do STF.
Mas o Supremo já se prepara para decidir se cabe a ele, o próprio STF, ou ao Presidente da República a decisão final sobre se Battisti será ou não extraditado.
Gilmar Mendes, se puder, não dará esse gostinho a Lula.
E, por ora, como todo tucano... ele pode.

Para entender Dilma

FÁTIMA OLIVEIRA, n'O Tempo

A ministra Dilma Rousseff exibiu o mais cristalino estilo Maria Moura ao falar sobre o incidente elétrico (blecaute) de Itaberá. Um brilho só! Foi curta e finalizadora: "Uma coisa é blecaute. Ninguém pode prometer que não haverá interrupção. O que nós prometemos é que não haverá mais racionamento neste país". No popular: blecaute é interrupção passageira e racionamento é barbeiragem!

Todavia, foi mais educada do que aluna do Sacre Coeur. Não indagou por que o Serra não acionou o sistema anti-blecaute, de sua total responsabilidade. O que deu em Dilma para usar tanta educação desnecessariamente? São Paulo não ter ilhado o blecaute pode se revelar um tiro no pé do Serra. É só manejar bem. As hostes tucanas montaram o seu "Incidente em Antares", onde sobram mortos insepultos.

Instigada, decidi ler sobre a ministra, que ainda não ganhou o meu voto, buscando luzes sobre a personalidade que a conforma e entender por que ela foi ungida presidenciável petista por Lula, coisa que não dei conta até hoje, a despeito de um mundaréu de senões na seara petista e na base aliada. Talvez Sófocles explique.

Considerando a performance altiva e firme da ministra no incidente Itaberá, estou sendo convencida, aos poucos e aos trancos e barrancos, de que é possível que Lula tenha tido um lampejo profético. A história dirá. Um dos achados, que apreciei muito: "Além da literatura, Dilma adora artes plásticas. A ponto de dizer: ‘Só tenho uma tristeza na vida: não tenho o menor talento. Já tentei pintar, mas talento você tem ou não. E eu não tenho’". Não tem talento, mas tem sensibilidade. Copenhague dirá.

Não sei, apenas intuo. Talvez a chave para auscultar a presidenciável esteja em Filoctetes, filho do rei Peante, um dos argonautas, arqueiro grego, um dos pretendentes de Helena de Troia e personagem da "Ilíada" e de "Odisseia" que no caminho para a guerra foi picado no pé por uma cobra. A ferida infectada exalava um odor pútrido e doía muito, provocando gritos, que eram insuportáveis para seus companheiros, os aqueus, que o abandonaram na ilha de Lemnos, no Egeu Setentrional.

"Filoctetes", de Sófocles, consta de 1.471 versos que abordam "três figuras que encarnam questões morais, sociais e educativas - Filoctetes, Ulísses e Neoptólemo; o confronto entre os dois primeiros para aliciar para a sua esfera de influência o terceiro". Versa sobre "a tragédia do homem solitário que a ingratidão, a deslealdade e a injustiça lançaram numa ilha deserta e a sua perda de ternura em dez anos de solidão", demonstrando "o confronto entre três personalidades díspares, regidas por diferentes códigos morais".

"Filoctetes" é a única das conhecidas tragédias gregas sem personagens femininos. Outras singularidades de "Filoctetes": ao ser exibida pela primeira vez, ganhou o concurso de tragédias nas Dionísicas Urbanas de Atenas (ano 409) - famosa festa religiosa em homenagem ao deus Dionísio, que durava seis dias e marcava a chegada da primavera. Sófocles estava com 87 anos nessa época.

A psiquiatra Vera Stringuini, amiga da ministra, declarou: "A Dilma se apaixonou por ‘Filoctetes’, de Sófocles". A ministra disse que "A peça é uma obra-prima" e que "Filoctetes era um chato de galochas. Reclamava o tempo inteiro que a perna estava ferida. Largá-lo na ilha é uma solução dentro de uma ética que não é a judaico-cristã. A ética grega não é boazinha, não tem culpados". Em tempo: dez anos depois, Filoctetes foi um dos raros heróis que retornaram sem problemas após a queda de Troia.