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Banco Mundial e agências de risco fazem manipulação explícita, por Paulo Kliass

Acontecimentos recentes apenas confirmam que o FMI - Fundo Monetário Internacional -, BIRD - Banco Mundial - e Agências de rating são todos ele filhos bastardos e não assumidos do mesmo sistema perverso e amoral do financismo internacional. Para tais instituições o importante é perpetuar os interesses dos que lucram com as atividades dentro do mercado financeiro global. Às favas com questões "menores e inferiores" como ética, justiça social, soberania nacional, desigualdade socioeconômica ou igualdade de tratamento.

A mídia, o mercado e a blindagem do Banco Central


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As portas giratórias e a "blindagem" do Banco Central, por Bruno Lima Rocha, Luizi Ravel e Ricardo Camera
Diariamente somos bombardeados de informações supostamente “econômicas” prevendo o desastre, defendendo o congelamento das contas públicas e redução de “gastos” do governo central. Especialmente no Brasil pós-golpe (abril de 2016), a impressão levada para as grandes audiências é de um país à beira da falência. Os “especialistas” que veiculam suas versões nos conglomerados de mídia, abusam do uso do fontismo. Esta técnica jornalística trabalha com “fontes” onde, de forma oculta, e dando vez e voz ao leva e traz dos deformadores de opinião pública através da manipulação da opinião publicada, nos fazem crer em absurdos. Toda vez que um tema de governo é afirmado como pertencente ao universo da “técnica”, creiam, é porque existe uma razão indefensável e um sujeito oculto.
Os enunciados repetem como verdade “científica” e razão universal algo que pertence ao mais vulgar dos receituários do neoliberalismo: a “independência” do Banco Central, ou a ingerência “política” nas metas de gastos da União. Também faz parte do manancial de argumentos, a “necessidade de blindar” a equipe econômica. Blindar do que e de quem? Das vicissitudes e demandas paroquianas, clientelísticas e fisiológicas das elites políticas, quase todas também representantes ou intermediários profissionais dos capitais operando no país?

Ciro Gomes - hoje rentistas mandam no Brasil




Economia

Banco Central: independente para doar dinheiro aos ricos
A maior fonte de corrupção no Brasil é o Banco Central. Este mesmo ao qual o valente e honrado senador Renan Calheiros quer dar total autonomia. No ano passado, o Banco Central tirou dos bolsos do povo R$ 89,6 bilhões para distribuir gratuitamente entre os apaniguados do mercado financeiro. São os ganhadores do swap cambial. Não se preocupe em entender o que é isso. Basta saber que é um jogo entre taxa de câmbio e taxa de juros. O BC banca tudo e o mercado em geral é constantemente orientado a ganhar.
Em ocasiões muito especiais, diante da grita da sociedade contra a indecência da taxa de juros e de alguma pressão do Governo, o BC faz alguma coisa correta do ponto de vista técnico, como foi o caso de manutenção da taxa Selic em 14,25% duas semanas atrás. O mundo veio abaixo. Os especuladores, sendo os principais deles os integrantes da chamada Grande Imprensa, se enfureceram com o fato de terem perdido dinheiro nas transações bancárias de curtíssimo prazo (DI-Futuro) por causa da manutenção da taxa.
A Globo colocou no ar vários comentaristas, sem contraditório, com críticas abertas ao BC. Entretanto, a decisão era técnica. A economia vai se contrair de novo este ano, agora em torno de 3,5% segundo o FMI, depois de menos 5% em 2015, o que torna muito difícil justificar um novo aumento da taxa de juros. Entretanto, segundo os economistas da Globo, o banco errou ao não dar uma sinalização prévia de que não ia aumentar os juros (Selic). Ou seja, os ratos queriam um pré-aviso para saltarem do navio com o papo cheio da grana do povo.

Esse escândalo ninguém verá o Jornal Nacional denunciar

Orçamento federal para 2015 define R$ 266 bilhões para pagamento de juros aos rentistas; É quase a soma total dos gastos com saúde (R$ 109 bi), educação (R$ 101 bi) obras do PAC e do Minha Casa (R$ 65 bi)...Leia mais>>>

O maior escândalo da República não dá manchete nos jornais




Orçamento federal para 2015 define R$ 266 bilhões para pagamento de juros aos rentistas;
É quase a soma total dos gastos com saúde (R$ 109 bi), educação (R$ 101 bi) obras do PAC e do Minha Casa (R$ 65 bi);
Equivale ainda a oito vezes o valor destinado aos programas sociais (R$ 33 bi)
Por que será que a oposição midiasmática não denuncia esse escândalo, conivência, conveniência ou porque são beneficiados, são eles que receberão essa fortuna?



Charge do dia

Abutre
Sinônimo:
Banqueiros, Agiotas, Rentistas
Tradução:
"Mercado"




Já não se fazem mais socialistas como antigamente

Pois não é que o deputado Beto Albuquerque, líder do PSB - Partido Socialista Brasileiro - na Câmara Federal, está a defender os , agiotas, parasitas - rentistas - nacionais e internacionais?...

Vejam:

 "O Mantega versão 2014 evoluiu da contabilidade criativa para a contabilidade do calote. Não paga as contas e diz que fez superávit."

Beto Albuquerque, Deputado (RS)

IGP-M 2013, é 30% menor que o de 2012

Passamos dois terços do ano ouvindo que a inflação "estava descontrolada" e que o Brasil vivia, nas palavras de Marina Silva, o risco de "perder as conquistas do Plano Real. Aécio Neves dizia que isso fazia o Brasil chorar copiosamente de saudades de vovô FH…
Pois bem: hoje fechou-se o primeiro índice de inflação anual de 2013, o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, cuja coleta de preços encerra-se sempre por volta do dia 20.
Ele subiu 5,51%. Talvez você não se recorde, mas em 2012 o índice elevou-se 7,82%, uma queda relativa de 30%.
Agora, imagine se fosse o inverso: se os 5,51 passasse a 7,82%…
Nas manchetes: Inflação cresce 50% em um ano, diz FGV
Tudo devidamente acompanhado das caricaturas de dragões, monstros e quejandos…
Tem aí o amigo e a amiga como se faz, no jornalismo econômico o terrorismo político que a gente vem sempre apontando aqui e que levou o ex-presidente Lula a dizer que, depois que lê o jornal, nem tem vontade de sair de casa.
Não se quer dizer, é obvio, que não exista inflação e que ela não seja algo sério. É, sobretudo porque está concentrada em áreas extremamente sensíveis ao nosso povão, como os alimentos.
Mas nem mesmo aí há uma "explosão inflacionária", como tanto tempo se alardeou.
O terrorismo não conseguiu trazer de volta a inflação, mas "ordenhou" fartamente essa monstruosidade, extraindo dela o "leitinho" dos juros.
É aí, não no tomate, que está o núcleo da inflação brasileira: nossa condição de reféns do rentismo.
Que não ganha eleição, mas que está sempre no poder, quando se trata de finanças públicas.

Vandalismo econômico


Dívida publica em 15 de julho
O gráfico publicado por O Estado deS. Paulo

Por José Carlos Ruy



A principal notícia econômica de O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (15) diz, em tom de alarme e escândalo: “Despesa do governo supera inflação e passa de R$ 1 trilhão pela primeira vez”.

O jornalão paulista teria razão se, na análise da notícia, destacasse a real motivo de alarme e escândalo nela revelado: o enorme peso dos juros sobre as despesas da União, que constituem a verdadeira trava para os investimentos destinados ao desenvolvimento do país. Juros que alimentam os grandes especuladores financeiros e sugam os recursos do país em benefício da pequeniníssima parcela da população que concentra, em suas mãos, a riqueza do país,

O jornalão paulistano revela que as despesas do governo federal tiveram aumento real de 6,6% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2012, levando os desembolsos a ultrapassarem aquele valor mítico de R$ 1,01 trilhão. E gerando a dificuldades que o governo terá para realizar o almejado, pela especulação financeira, corte entre R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões de seus gastos. E constata: “o que se vê na prática, é que os investimentos estão estagnados, enquanto as demais despesas sobem”.

Quais despesas subiram? Foram os gastos sociais do governo, como o Minha Casa Minha Vida (que os conservadores consideram como custeio e não como investimento, fazendo aumentar as despesas do governo). Outros gastos cujo crescimento causa o alarme conservador são aqueles ligados ao aumento do salário mínimo, que influencia pagamentos de aposentadorias, pensões e benefícios assistenciais a idosos e deficientes físicos de baixa renda. Além disso avaliam o aumento da folha de pagamento do governo, que praticamente não cresceu neste ano (foi de meros 0,3%), revelando - diz o jornalão da famiglia Mesquita - “que há pouco espaço para cortes adicionais na rubrica. Ali, o aperto já foi feito”.

Avalia também os investimentos feitos pelo governo, no primeiro semestre, para concluir que, dos R$ 90,2 bilhões previstos, R$ 19 bilhões haviam sido empenhados até junho, sendo que apenas R$ 3,7 bilhões foram efetivamente pagos com recursos do orçamento de 2013, e outros R$ 16,8 bilhões, que foram liberados nesse período, eram verbas de orçamentos de anos anteriores - os chamados restos a pagar.

Isto é - o jornalão paulistano se alarma com a perspectiva do governo encontrar dificuldades para realizar os cortes orçamentários anunciados (que podem chegar a R$ 15 bilhões, havendo inclusive analistas conservadores que propõe R$ 25 bilhões!). Dificuldades que derivam do propósito permanentemente reafirmado pela presidenta Dilma Rousseff de não realizar cortes nos gastos sociais do governo. A União, sugere o jornalão, fica então sem alternativa...

Trata-se de uma conclusão que interessa apenas aos especuladores que ganham rios de dinheiro com a dívida pública. Alternativa existe, e ela é revelada pelo próprio gráfico que ilustra a matéria de OESP (ver acima), que mostra os gastos do governo entre 2009 e 2013.

Aqueles R$ 1,01 trilhões de reais gastos pelo governo em 2013 incluem R$ 389,1 bilhões em amortizações e refinanciamento da dívida mais R$ 66,7 bilhões em juros e encargos da dívida. Isto é, a especulação financeira abocanhou R$ 455,8 daqueles gastos, ficando com 45% do total. As despesas que permitem ao governo governar e investir no crescimento do país ficaram muito abaixo, somando R$ 20,5 bilhões no item investimentos, mais R$ 29,7 bilhões em inversões financeiras feitas pelo governo, mais R$ 108 bilhões no item pessoal e encargos, mais R$ 396,9 em despesas de custeio (que, aliás são da mesma dimensão da amortização refinanciamento da dívida: R$ 389,1 bilhões).

Os R$ 20,5 bilhões anotados como investimentos representam apenas 4,5% do total de R$ 455,8 bilhões gastos com a especulação financeira! É irrisório e indica outro caminho, real e produtivo, que permitiria cortes para dobrar os investimentos feitos: a montanha dos juros gerados pela dívida pública! Se o governo decidir dobrar os investimentos, chegando a R$ 41 bilhões, mesmo assim estará agastando apenas 9% daquilo que é abocanhado pela especulação!

Outra forma de medir o verdadeiro obstáculo que o governo enfrenta para fomentar o desenvolvimento, que é representado pela voracidade da especulação financeira, foi indicado pelo “dividometro” publicado pelo portal Auditoria Cidadã da Dívida. Ele mostra que até 1º de junho (nos cinco primeiros meses do ano, portanto) a dívida consumiu R$ 406 bilhões de reais (ao ritmo alucinante de 2,7 bilhões por dia!), representando até aquele dia 51% do gasto federal.

O país não aguenta pagar tanto juro para especuladores. Precisa trazer esses recursos para investimentos em seu desenvolvimento e não esteriliza-los aumentando as contas bancárias de uma elite voraz e improdutiva!

O Forte Apache contra Dilma

A tesouraria é o forte apache do capitalismo desregulado. E o centro logístico da oposição conservadora  no Brasil. Tesouraria é o espaço físico. O departamento que cuida de maximizar os  ganhos do capital a juro. Mas também é a palavra símbolo de uma lógica que disputa a hegemonia na política econômica.  

O conjunto movimenta riquezas apreciáveis. Fundos de aplicações financeiras registraram um giro de R$ 2,4 trilhões no Brasil em 2012. Não é um país à parte, embora se avoque mordomias e imunidades que o governo Dilma decidiu cortar para induzir um  ciclo de investimento com maior justiça social. Um país que o Brasil nunca foi de verdade. 

O que está em jogo não é algo trivial. Aconteceu antes nos anos 30/40, quase como uma revolução burguesa à revelia das elites; foi feito pela metade nos anos 50; reprimido em 64; ordenado ditatorialmente contra o povo nos anos 70 e terceirizado aos mercados nos anos 90. Trata-se de mudar as condições de financiamento da economia. E os objetivos do desenvolvimento.Por trás dos ganidos emitidos pela mídia há um cachorro grande a latir grosso: o forte apache das tesourarias. 

O mentiroso abismo fiscal do EUA

[...] a história é escrita pelos vencedores. E as últimas gerações viram os bancos e o setor financeiro vencendo. Mantendo os 99% de baixo endividados, o 1% de cima atualmente subsidia uma teoria econômica enganadora que persuade eleitores a preferirem políticos que beneficiam o setor financeiro em detrimento do setor produtivo e da democracia.

Os lobistas de Wall Street culpam o desemprego e a perda de competividade industrial decorrentes dos gastos públicos e do déficit orçamentário – principalmente os que envolvem programas sociais. O mito (talvez nós devamos chamá-lo de junk economics) diz que:
  •  (1) governos não deveriam executar déficits (não por imprimir a própria moeda, pelo menos) porque 
  • (2) a criação de dinheiro público e impostos altos aumentam preços. 
A cura para o mal-estar econômico (que a própria junk economics causou) é diminuir gastos públicos e impostos sobre ricos, que se autoproclamam “criadores de empregos”. Ao requisitarem o excedente orçamentário, os lobistas dos bancos prometem que a economia terá poder de consumo suficiente para crescer. E, se isso resulta em mais crise, eles insistem que um pouco mais do dinheiro público deve ser usado para pagar as dívidas do setor privado.

A verdade é que quando os bancos enchem a economia de dívidas, faz-se com que menos seja gasto em bens domésticos e serviços. Enquanto isso, sobe o preço da moradia (e do custo de vida) com crédito excessivo e termos de empréstimo mais folgados. E os lobistas dos bancos pedem deflação fiscal. O efeito é a ainda maior redução da demanda ao setor privado, o afundamento do mercado de trabalho e o crescimento do desemprego. Os governos caem em desespero e são advertidos a vender recursos naturais, empresas públicas e outros bens. Isso torna o mercado lucrativo para que empréstimos bancários financiem a privatização a crédito. Assim se explica o apoio dos lobistas do mercado financeiro ao direito de aumentar preços de necessidades básicas, direito que acaba por criar uma frente pela extração de renda. O efeito é o enriquecimento do 1% dono do setor financeiro às custas do endividamento de indivíduos, negócios e do próprio governo. Leia mais>>>

Roberto Toledo: viés, cada um tem o seu


O dinheiro está trocando de mãos como raramente ocorreu. No Brasil e no exterior, o rentismo deixou de ser uma opção para multiplicar o patrimônio. Ao contrário, nos países desenvolvidos a remuneração do capital financeiro é negativa. Quem vive de renda fica mais pobre. O jeito de fazer o dinheiro dar cria é investir em novos e velhos negócios, ou seja, arriscar.
O risco é a justificativa moral do capitalismo quando acelera a redistribuição do patrimônio. Alguns novos negócios vão dar certo, mas muitos vão dar errado. E o dinheiro vai trocar de mãos ainda mais rapidamente. Tudo isso provoca desconforto. Rompe estruturas seculares, desconstrói estilos de vida, revoluciona a sedimentação social.
Com juro baixo ou negativo, é mais fácil ter dívida do que patrimônio. No Brasil, esse rearranjo provoca dores de parto e reações proporcionais às perdas. O impacto varia de setor a setor. Empresas voltadas para o mercado de consumo interno estão geralmente melhor do que as dependentes da economia chinesa, que por sua vez estão melhor do que concessionárias de serviços públicos ou aquelas reguladas diretamente pelo governo.
O intervencionismo pontual do estado faz aumentar desigualdades. Beneficiários e prejudicados não são produzidos apenas pela aleatoriedade do mercado, mas pela caneta da burocracia. A grita aumenta não só por reação às injustiças, mas por ficar claro aos atores econômicos que quem não chora não mama.

Agiotas uivam lá, a camarilha late aqui


As aplicações do' Sloane Robinson', um dos dez maiores fundos hedge do mundo e dos mais antigos de Londres, vão fechar o ano com saldo de US$ 2,5 bilhões.
Em 2008, o fundo especulativo acumulava ativos de US$ 15,1 bilhões. O 'Sloane' esfarela. Sua rentabilidade despencou 17% no ano passado; afundará mais 2%  em 2012. Não é um caso isolado. Rentistas de todo o mundo sofrem os reveses  da implosão  neoliberal agravada pelo fim da farra nos países emergentes -  Brasil entre eles. Sua passagem pelo país incluía ganhos triplos: na arbitragem dos juros (maiores aqui, remunerando captações a um custo menor lá fora); na diferença cambial entre a data de ingresso e a da saída, uma vez que o próprio tsunami especulativo forçava a valorização do Real, garantindo conversões vantajosas para o dólar na despedida; e, finamente, na jogatina 'rapidinha' nas bolsas, sem nem dispor de ações próprias, alugando carteiras junto a bancos. 
A obstrução da pista principal do circuito, a dos juros, derrubados a fórceps pelo governo Dilma, melou o resto do passeio, prejudicado ainda pela queda nos mercados acionários.O rendimento médio dos fundos hedges este ano, segundo a Reuters, será 50% inferior à variação dos índices de ações dos mercados emergentes, que deve crescer apenas 5% frente a 2011, contra 450% entre 2003/2007. É quase o fim de uma era. 
É desse pano de fundo que soam os vagidos em inglês contra o governo Dilma, ecoados de gargantas midiáticas profundamente comprometidas com as finanças desreguladas.
Caso da The Economist, que pediu a cabeça do ministro Mantega, na semana passada--caninamente saudada pelos seu back vocal em português; e do Financial Times, desta semana, cujo blog faz referencias deselegantes ao país e a  sua Presidente (leia reportagem de Marcelo Justo, de Londres; nesta pág). 
Como acontece quando as matrizes entram  no cio numa matilha, os uivos locais elevaram seus decibéis na última quarta-feira. Coube  à 'Folha' cravar o latido mais alto da praça, em editorial pedindo 'reforma geral nas prioridades nacionais'.

O fim da agiotagem institucional

Nas últimas duas décadas o Brasil foi o que o economista Delfim Netto definiu como: o último pernil disponível com batatas no mundo

Título original: O fim do rentismo
por Leonardo Attuch


...Com uma política de juros absurda, atraía capitais improdutivos que vinham aqui a passeio e geravam inúmeras distorções na economia – a começar pela taxa de câmbio apreciada.

Na quinta-feira 3, o pernil foi retirado da mesa, numa decisão que poderá vir a ser lembrada como o marco inaugural do governo Dilma. Até aqui, o que se viu foi apenas a faxina. Agora, começa a construção de uma nova arquitetura macroeconômica, a partir dos seus alicerces. Ao mudar as regras da caderneta de poupança, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, criou as condições para que o Brasil, finalmente, se torne um país normal. Onde a renda advém do trabalho e não da especulação.

Equivocadamente, a decisão do governo Dilma foi interpretada por lobistas da política rentista, que vigorou no Brasil nas duas últimas décadas, como uma guerra contra o sistema financeiro. A guerra não é contra os bancos, mas contra uma postura conservadora de agentes financeiros que lucram bilhões sem assumir riscos, entesourando capital e emprestando o dinheiro dos depositantes para o governo. Na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos, existem bancos fortíssimos que ganham muito dinheiro realizando sua atividade básica, que é a de financiar o desenvolvimento. 

Aqui, alguns agentes financeiros terão que aprender a emprestar. E, se até o fim do governo Dilma o crédito saltar de 50% para 100% do PIB, o Brasil terá se aproximado do mundo desenvolvido. Quem acompanhou o movimento com um olhar pessimista preferiu destacar a queda das ações de grandes bancos na Bovespa. Do outro lado, ações de construtoras dispararam. Com juros menores, brasileiros poderão realizar o sonho da casa própria, do novo escritório, de um novo negócio e da realização pessoal. Abre-se, assim, a janela para um país de empreendedores.

Alguns dirão que o Brasil mexeu numa instituição secular, que é a caderneta de poupança. Mas estes, na verdade, não estão preocupados com o dinheiro das velhinhas. São apenas porta-vozes de uma cultura distorcida, que celebrava autoridades que jogavam juros na lua, com seus sacos de maldade, e ridicularizavam o ex-vice-presidente José Alencar, que parecia pregar no deserto contra o rentismo.
Zé tinha razão.