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Não confunda talento com tá lento

Me deu uma saudade do Patativa...resolvi publicar um trechinho de uma poesia dele para vê se engabelo esse sentimento doloroso.
Eu sô di uma terra qui u povu padece
Mais não ismorece i procura vencê
Da terra querida, qui a linda cabocla
Di riso na boca zomba no sofrê
Não negu meu sangui, não negu meu nomi
Olho pra fomi, perguntu o qui há?
Eu sô brazileiro, filhu do Nordesti
Sô cabra da pesti, sô do Ciará.
Patativa do Assaré
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A hora do recomeço, por Bráulio Bessa

Quando vẽ que tudo que construiu foi destruído
Sentir o corpo moído de tanto apanhar
Levanta a cabeça
Essa é a melhor hora para recomeçar


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Medo, por Bráulio Bessa

Um grande erro que cometemos na nossa vida é que perdemos o prazer de termos experiência simplesmente por medo de ousar



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Coração nordestino, por Bráulio Bessa


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Um cantador de viola
fazendo verso rimado,
toicinho de porco torrado
numa velha caçarola.
Um cego pedindo esmola
lamentando o seu destino.
É só mais um Severino
Que não tem o que comer.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

As conversas de calçada,
os causos de assombração.
Em riba de um caminhão,
a mudança inesperada.
Galinha bem temperada,
sem usar tempero fino.
Quebrante forte, menino,
prá benzedeira benzê.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Banho de chuva na biqueira,
dindin de coco queimado,
menino dependurado
nos braços de uma parteira,
manicure faladeira,
o gado magro e mofino.
Novenas para o divino,
pedidos para chover.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Pracinhas prá namorar,
sem pular nenhuma etapa.
Cachaça no bar da tapa,
cantadores prá rimar,
um forrozinho prá dançar
que também é nosso hino.
Quer dançar? Eu lhe ensino
Até o suor descer.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Quando a gente olha pro alto
Consegue enxergar a lua.
Caminhar no meio da rua
sem ter medo de assalto,
um terreiro sem alfalto,
sem concreto, clandestino
e um açude cristalino,
um cheiro no bem querer.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Uma poica parideira
com os doze bacurim,
gente boa e gente ruim,
zoada no fim da feira.
Arapuca, baladeira,
o chapéu de Virgulino.
Na bodega de Firmino
tem de tudo prá vender.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Um bebo toma uma cana
e cospe no pé do balcão,
a luz de um lampião
que ilumina uma cabana,
uma penca de banana
na casa de Marcolino.
Pirão grosso e caldo fino
prá mó de o cabra comer.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Uma velha na janela
reclamando de uma dor,
casinhas de toda cor:
azul, verde, amarela,
um pé de siriguela
no quintal de Marcelino,
no mobral seu Jesuíno
aprendendo a escrever.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Tem milho verde cozido,
castanha feita na brasa,
no oitão da minha casa,
um bebo véi estendido,
na outra esquina perdido,
mais um bebo dançarino,
igreja tocando o sino
no final do entardecer.

Tudo isso faz bater
o coração nordestino.

O Gibão de um vaqueiro
que é sua armadura,
engenho de rapadura
e pega-pega no terreiro,
um barrão lá no terreiro,
pra quem é chique, um suíno.
O caminhão de Faustino
cheio de manga prá vender.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

São milhões de pensamentos
que não saem da cabeça.
E antes que eu me esqueça
registro esses momentos
com poesia e sentimentos
desde os tempos de menino.
Talvez fosse o meu destino,
nascido prá escrever aquilo que faz bater um coração nordestino.

Poema singelo ao Supremo, por Alexis

É bom ser juiz do supremo e ainda ter outro emprego
Sessenta dias de férias e os salários extras que pego

A vida de hum magistrado, toda a família adora
Seja com casa ou ap em Miami e filha desembargadora

O mais belo de tudo é o quanto podemos ganhar
Recebendo acima do teto e sem ter ponto para assinar

Para conquistar vaga o candidato promete matar bola no peito
Mas uma vez dentro, só faz do seu jeito

Quando eu era moça fazia muita besteira
Hoje no judiciário, sou uma freira

É ótimo ser juiz do supremo e sair todo dia na Globo
Falamos bonito de tudo e fazemos o povo de bobo.
by Alexis
Recebido por e-mail 

O legado da Copa, por Edmar Lima Melo

Nenhum legado é da Copa
Diz Dilma em inauguração
Pois nesse caso o legado
É só da população
Não se faz aeroportos
Arena, transporte e portos
Do tipo FIFA padrão.

Aqui no meu Ceará
Está tudo preparado
Com obras da nossa arena
Bem abaixo do orçado
A mobilidade urbana
Tá uma coisa bacana
Pra jogos com feriado.

Vamos rumo a esse hexa
Mostrar que o trauma acabou
Que da Copa de cinquenta
Tudo de ruim passou
Somos o penta do mundo
E o sentimento no fundo
É que a gente já ganhou.

Complexo de vira lata
Nossa Seleção não tem
E nessa Copa do Mundo
Não vai ter para ninguém
Vamos ganhar da Espanha
Da Itália e da Alemanha
E da Argentina também.

Nesta Copa vamos ter
O Messi contra o Neymar
Nessa luta de gigantes
Vamos ver quem vai brilhar
Mas vendo por outro lado
Tem Cristiano Ronaldo
Que pode os dois superar.

Só que Neymar tem a Bruna
Como se diz “É o amor”
E isso em Copa do Mundo
É melhor que torcedor
Qualquer um apaixonado
Com sua amada de lado
Vira um goleador.

Vi a porteira do mundo entre as pernas da mulher


Caindo em sono profundo
de repente eu tive um sonho
e nesse sonho bisonho
VI A PORTEIRA DO MUNDO
e descobri num segundo
que aquilo que o homem quer
tem mistério e tem mister
mas é fácil de se achar
é somente procurar
ENTRE AS PERNAS DA MULHER.

Versos para Dilma e Barbosa

Eu vi a Dilma e Barbosa
Ambos chefes de Poder
Tentando os dois atender
Os gritos que vem da rua
E a verdade nua e crua
É que o povo acordou
E de repente notou
Que não aguenta mais
Um Congresso incapaz
De entender seu clamor.
Barbosa faz sua parte
Escancarando as mazelas
E a Dilma faz a dela
Pra consertar o errado
Mas o Congresso emperrado
Só entra em votação
Por emenda ou por pressão
Mas o cerco está fechado
E já vemos deputado
A caminho da prisão.
A salutar simbiose
Entre Dilma e o Barbosa
É que em versos ou prosa
Ambos têm seu lado duro
Mas falta descer do muro
A Câmara e o Senado
Pra junto com os aliados
Fazer reforma política
Porque como está não fica
Pois o povo está cansado.
Dilma tem cuidado bem
Do pessoal mais carente
Não favorece parente
Nem dela nem de ninguém
Não abre nem para o trem
Pra fazer a coisa certa
E quando o negócio aperta
Ela chama o “adjunto”
E os dois estudam juntos
A solução mais correta.

Resgatou dignidade
Tirou milhões da miséria
E com ela a coisa é séria
E não tem facilidade
É de pouca amizade
Não tem jogo de cintura
Enfrentou a ditadura
Amarelou Agripino
Resolve qualquer pepino
É talentosa e segura.
Barbosa do mesmo jeito
Com moral e altivez
Diz na cara do freguês
Tudo aquilo que ele pensa
E ainda chama a imprensa
Pra registrar o carão
E durante o mensalão
Disse até para um colega
Que o Supremo não é bodega
E nem protege ladrão.
E concluindo esses versos
Eu juro que quero mais
Quero segurança e paz
Bons políticos no Congresso
Eu quero mais e confesso
Cadeia para ladrão
Saúde e educação
Virando prioridade
Quero a continuidade
Com Dilma na direção.
de Edmar Melo

Poesia de Cordel sobre o BBB


BIG BROTHER BRASIL
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.
Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.
Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.
Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.
Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.
O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.
Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.
Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.
Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.
Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.
Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.
A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.
Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.
Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.
Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.
É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.
Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.
A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.
E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.
E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.
E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.
A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.
Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.
Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?
Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…
Antonio Barreto
Cordelista natural de Santa Bárbara (BA), residente em Salvador.