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A Palavra



A palavra é mais poderosa do que jamais pensamos

Ela faz um bebê sorrir
Ela faz a mãe chorar

A palavra traz aconchego
A palavra traz sossego

A palavra pode criar inimizades
Ela pode aproximar
E afastar

A palavra faz amar e faz odiar
A palavra pode levar à vitória
A palavra pode unir
A palavra pode destruir

A palavra mostra força
A ausência dela, derrostismo

A palavra boa é sinal de liderança
A palavra boa quando repetitiva é sinal de falsidade

A palavra em abundância é chata
A palavra em escassês é temerosa

Ela é a parte mais rica de um discurso
E a mais pobre de uma desculpa

É a mais alegre quando o bebê a pronuncia pela primeira vez
É a mais triste quando é a última antes de partir

Ela as vezes dá prazer
Outras dá dor...

Ainda assim, sem ela somos obscuros aos outros
E ainda assim é nossa principal expressão da alma

Quando a velhice chega

A gente adoece
O cabelo embranquece
O joelho endurece
A vista escurece
A memória esquece
A gengiva aparece
A hemorroida engrandece
A barriga cresce
A pelanca desce
O bilau amolece
O ovo padece
A mulher oferece e a gente agradece.

EUA e o contrato social

 A questão é que todos vivemos em uma sociedade maior e nos beneficiamos por fazer parte dela

Esta semana, o presidente Barack Obama disse o óbvio: que os americanos ricos, muitos dos quais pagam muito pouco em impostos, deveriam arcar com parte do custo da redução do deficit orçamentário de longo prazo. E republicanos como o deputado Paul Ryan responderam com gritos de "guerra de classes!".
Estimativas mostram que, entre 1979 e 2005, a receita (já contabilizada a inflação) das famílias na faixa do meio da distribuição de renda subiu 21%. Enquanto isso, no mesmo período, a receita dos muito ricos subiu 480%.
Os ricos lhe parecem ser vítimas de uma guerra de classes?
Para sermos justos, discute-se até que ponto políticas governamentais foram responsáveis pela espetacular disparidade de aumento de renda. O que sabemos ao certo, no entanto, é que essa política tem consistentemente beneficiado os ricos em oposição à classe média.
Alguns dos aspectos mais importantes desse viés envolveram coisas como o ataque sustentado ao movimento sindical organizado e a desregulamentação financeira, que criou fortunas enormes ao mesmo tempo em que abriu caminho para o desastre econômico. Mas foquemos hoje apenas sobre os impostos.
Uma consequência da cobrança de menos impostos sobre a riqueza e mais sobre o trabalho é a criação de muitas situações em que pessoas com rendas multimilionárias, que normalmente recebem boa parte dessa renda em ganhos de capital e outras fontes que são pouco taxadas, acabam pagando uma parcela total de impostos mais baixa que os trabalhadores de classe média.
De acordo com novas estimativas feitas pelo Centro de Política Tributária, não partidário, um quarto das pessoas com receita superior a US$ 1 milhão por ano pagam imposto de renda e salarial de 12,6% ou menos de sua receita -menos do que a porcentagem paga por muitas pessoas da classe média.
Eu sei como a direita vai responder a esses dados, oferecendo estatísticas enganosas e fazendo afirmações morais dúbias. Por outro lado, temos a alegação de que os ricos têm o direito de ficar com seu dinheiro. A questão é que todos vivemos em uma sociedade maior e nos beneficiamos por fazer parte dela.
Elizabeth Warren, a reformadora financeira que está concorrendo a uma vaga no Senado por Massachusetts, recentemente deu algumas declarações eloquentes que vêm chamando muita atenção, e com razão.
"Não há ninguém neste país que tenha enriquecido sozinho, ninguém", ela declarou, observando que os ricos só podem enriquecer graças ao "contrato social" que garante uma sociedade decente e funcional no qual possam prosperar.
Isso nos traz de volta àqueles gritos de "guerra de classes".
Os republicanos alegam estar profundamente preocupados com o deficit orçamentário. Mas eles insistem que os ricos não sejam chamados a exercer qualquer papel na defesa do país contra essa ameaça existencial.
Isso equivale a exigir que algumas poucas pessoas de muita sorte sejam isentas do contrato social que se aplica a todo o resto.
E isso, caso você esteja se perguntando, é exatamente a cara que tem a guerra de classes real.

Tradução de CLARA ALLAIN


O porque da crise econômica

Paul Krugman [ Prêmio Nobel de economia] escreve textos, artigos, livros e teses para dizer que a responsabilidade da crise americana é dos ricos que não querem pagar mais impostos...  

Os [liberais] a favor dos ricos pagarem menos impostos fazem o contrário, dizem que para resolver a crise o melhor seria diminuir os impostos...

Aí vem a velhinha Briguilina e simplifica tudo:
" Meu fi, o que acontece é que a medida do ter nunca enche. Isso vem desde que o mundo é mundo. E zé finim. 

Reforma política


A discussão sobre a reforma política se concentra em dois pontos: o financiamento de campanha e, secundariamente, o modo de eleger deputados e vereadores.

Acaba sendo um debate quase metodológico, a respeito da superioridade de alguns mecanismos sobre outros.

Deveria haver uma preliminar. “Qual é o principal desafio para democratizar ainda mais o sistema político brasileiro?”

O PT concentra fogo no financiamento, pretende convencer de que a coisa melhorará se não houver doação privada.

Um contra-argumento, exposto nesta coluna, é que impedir a sociedade de financiar os vetores políticos é restrição à democracia. É dar vantagem decisiva a quem está no governo.

A taxa de democracia é o ponto, não a eficiência tomada abstratamente. Pois o conceito de eficiência traz aqui pelo menos uma dúvida: eficiência para fazer o quê?

Não há modelo ideal. O único consenso planetário sobre sistemas político-eleitorais é que cada país está insatisfeito com o seu.

Um sistema pode ser muito eficiente e ditatorial. Não parece o fim desejado pela maioria do povo brasileiro, nas múltiplas e diversificadas manifestações deste.

Ainda que a opinião pública costume suspirar por freios que contenham a liberdade e a imprevisibilidade na política.

O eleitor parece desejar uma política mais honesta e funcional, só que democrática.

Na proposta que pretende levar a voto nos próximos dias na Câmara dos Deputados, o relator da reforma, Henrique Fontana (PT-RS), introduziu elementos que atraem pouca audiência.

Mereceriam mais. Eles atacam um nó das deformações do arcabouço político brasileiro: a ausência de democracia nos partidos.

O partido só poderia lançar candidato onde estivesse organizado em diretórios eleitos por convenções. Onde tem só comissão provisória, nomeada de cima, perderia o direito de concorrer.

No caso de governador e de presidente, o relator estuda exigir que o partido tenha realizado convenções em número suficiente de estados e municípios.

Como é hoje? Qualquer meia dúzia de prepostos da cúpula pode decidir o que fazer no município ou estado.

E quando a coisa não anda conforme a melodia vinda do alto, os comandos partidários sofrem intervenção, são dissolvidos e substituídos por gente fiel.

Que passa a deter o poder de vida e morte sobre os recursos do partido, o tempo de televisão, etc.

Quando isso se combina com os prazos de filiação e domicílio eleitoral, e com a fidelidade partidária, produz um monstro.

A completa ausência de democracia partidária é uma razão de proliferarem partidos. Não há como enfrentar o dono da sigla, democraticamente.

Acaba de acontecer com Marina Silva.

Fontana não chega a propor eleição direta para as direções partidárias, mas define que a lista de candidatos do partido seja feita por voto secreto, garantidas legalmente regras democráticas mínimas.

Haverá o voto no candidato e o voto no partido, independentes. E cada partido somará os votos da legenda e os dos candidatos para saber quantas cadeiras conseguiu no Legislativo.

Metade delas serão preenchidas pela ordem da votação dos candidatos, como é hoje. Metade, seguindo a ordem da lista pré-ordenada.

A exigência de convenções e o voto secreto para escolher candidatos são ideias interessantes, que merecem até ser olhadas como ponto de partida para uma discussão doutrinária.

Ainda que discussões doutrinárias não sejam o forte na nossa política.

por Alon Feurwerker

Mensagem do dia

Não interessa como foi o teu dia...
O importante é voltar para casa de cabeça erguida!!! 
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Artigo semanal de Delúbio Soares

DILMA FEZ HISTÓRIA NA ONU

O pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff na 66ª assembléia geral das Nações Unidas adquiriu sentido histórico. Não só pelo importantíssimo fato de, pela primeira vez, uma mulher abrir o encontro do mais alto foro internacional, mas, especialmente, pelo seu conteúdo denso, afirmativo e corajoso.

 O Brasil deixou a periferia do mundo e ocupou o lugar que lhe estava destinado há muitos anos e, por incapacidade de alguns governos, não havia sido ocupado. Esse movimento necessário, embora já tardio, foi iniciado pela política externa visionária do presidente Lula, ao colocar nossa competente diplomacia, através dos melhores esforços do Itamaraty, a serviço do estreitamento de relações mais fluídas e pragmáticas com os demais países, onde o respeito à autodeterminação dos povos e a declarada disposição de permanentes parcerias deram o tom de oito anos de avanços consideráveis em nossa política exterior.

 Agora a presidenta Dilma faz história, ao reafirmar nossa política externa independente e democrática, em pronunciamento onde a clareza da exposição não impediu uma abordagem profunda dos temas mais caros à humanidade. Se alguém tinha dúvidas acerca da firmeza com que o Brasil se colocou no cenário externo, certamente agora não alimenta qualquer questionamento. Nosso país assumiu o papel que lhe cabe como uma das maiores economias do planeta, como potência agroindustrial do século XXI, como reserva natural de um mundo novo e sustentável. O Brasil não pede mais licença: ele é um dos líderes na nova correlação de forças no cenário internacional. E a presidenta Dilma deixou isso claro ao falar com firmeza, sem qualquer arrogância, mas longe do servilismo que caracterizou os anos do tucanato, quando nossa política externa era uma sucursal dos desígnios do Departamento de Estado ou dos interesses do Departamento Comercial norte-americanos. Longe vai a cena triste de um chanceler do governo de Fernando Henrique Cardoso retirando os sapatos para ser revistado minuciosamente, tal qual um suspeito de terrorismo, no aeroporto de Washington. Desde o governo de Lula somos aplaudidos de pé.

 No momento delicado em que o mundo enfrenta uma quadra das mais duras, com o desmoronamento de sistemas econômicos como o da Grécia, e países como Itália, Espanha, Portugal e mesmo os Estados Unidos, se defrontam com questionamentos políticos, sociais e de toda ordem, Dilma fala com autoridade moral e com objetividade chama a atenção dos poderosos protagonistas da crise vivida: "Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É, permitam-me dizer, por falta de recursos políticos e algumas vezes, de clareza de idéias", afirmou Dilma sob aplausos.

 Outra afirmação, de grande impacto e veracidade, revela uma das causas, senão a principal, da grave crise enfrentada na zona do Euro e nos Estados Unidos: "Uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento. Ficam presos na armadilha que não separa interesses partidários daqueles interesses legítimos da sociedade".

 Dilma, líder de um Brasil sem desemprego, foi destemida e verdadeira, ao colocar o dedo na ferida e lembrar a chaga social do desemprego nos países ricos: "O desafio colocado pela crise é substituir teorias defasadas, de um mundo velho, por novas formulações para um mundo novo. Enquanto muitos governos se encolhem, a face mais amarga da crise – a do desemprego – se amplia. Já temos 205 milhões de desempregados no mundo. 44 milhões na Europa. 14 milhões nos Estados Unidos. É vital combater essa praga e impedir que se alastre para outras regiões do Planeta".

 A estréia da Chefe da Nação, com altivez e sem subordinação alguma à interesses externos, não poderia ter sido melhor. Dilma continua a política externa de Lula, dando a entonação de sua forte personalidade de mulher guerreira e administradora competente, falando ao mundo o que o Brasil quer falar. Dilma levou ao mais alto foro internacional a posição de um país que recuperou décadas de atraso social, superou a década infame do governo que antecedeu a administração petista, incorporou 40 milhões de compatriotas à classe média, tirando-os da pobreza e dando-lhes cidadania e angariou respeitabilidade entre as demais Nações pela competência com que cresce, se moderniza, solidifica sua democracia e melhora as condições de vida de todo o seu povo.

 Dilma não decepcionou aos que esperavam a confirmação de nossa política externa independente, apoiando a representação da Palestina na ONU, bem como reafirmando nossa total independência na condução da política exterior.

 Numa ironia do destino, coube a uma mulher a tarefa de fazer o mais corajoso e verdadeiro das dezenas de discursos que o mundo ouviu na 66ª assembléia geral da ONU. Não deixou tema importante sem ser tratado com a devida seriedade e apontando caminhos e soluções. Foi um discurso diferente dos demais: analisou o quadro internacional, descreveu as mazelas da atualidade, mas mostrou que há saídas e precisam ser partilhadas por todos os povos e seus governos.

 E a história, por seus caprichos e mistérios, nas voltas que o mundo dá, permitiu que quatro décadas depois de ser barbaramente torturada nos cárceres da ditadura militar brasileira, a mesma Dilma, sem medo e sem ódio, isenta de qualquer rancor, porém sem a complascência do esquecimento, finalizasse falando para o mundo e para a história: "Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade".

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