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Finalmente Aécio Neves e o Psdb saíram do armário assumiram ser um antro de maus perdedores. Farão convocação em favor do impeachment da presidente Dilma.

Eu acho é bom.

Vamos saber quem respeita a vontade soberana das urnas e quem não passa de hum  golpista.

E que venham quentes. Nós estamos é fervendo.

Vida de pobre é uma comédia

Fui ao banco hoje, quando ia passando na porta giratória o detector de mestais apitou. Não tinha moedas, estava sem cinto, celular ou chaves...

Resultado:

Tive que entrar descalço. Tinha esquecido o prego na minha havaiana.


Zé Dirceu -

Mais um capítulo do folhetim "Diálogo entre Lula e Fhc", publicado pela Folha
Folha de S.Paulo, em seu editorial de ontem (Acima dos Partidos), faz malabarismo para manter a versão que Lula procurou — “sinais enviados por Lula”,  segundo o jornal — Fernando Henrique Cardoso para um diálogo visando impedir o impeachment. Faz mais, pede um diálogo acima dos partidos. Como ninguém sabe, levando em conta o engajamento de FHC com o PSDB e de Lula com o PT.
Trata-se, para o jornal paulista, de cuidar do interesse nacional, dada a incapacidade do governo Dilma de lidar com a crise. Como se a oposição tivesse uma alternativa ao ajuste fiscal que tentou de toda maneira reprovar no Congresso. Mas o ajuste foi aprovado, ainda que com mudanças. Como aconteceria em qualquer governo, dada a composição da Câmara e do Senado.
O jornal fala em “concertação”  e no “papel dos governadores”, mesmo sabendo que esse papel é mínimo em se tratando da atual Câmara e da situação de penúria e de corte de gastos que vivem as administrações estaduais.
Chega a supor que o inexistente apelo de Lula foi feito como operação da dividir as hostes oposicionistas, como se o PSDB não tivesse dividido, com três candidatos a presidente. Comemora os comentários genéricos de dois ministros e do presidente do Instituto Lula, mas esconde que Lula não disse uma palavra…
A última pérola do editorial é que FHC discutiria a reforma política, por exemplo, se a agenda fosse clara e de conhecimento público. O editorial esconde que o PSDB votou totalmente a favor da contrarreforma política aprovada na Câmara, um mostrengo que o Senado está exterminando. Então agora o suposto diálogo é de interesse do Planalto e pode ser uma operação para dividir a oposição. É demais.

Pesquisa de opinião pública sobre o governo Dilma

por Fernando Drummond
Bem, já que o PSDB divulga institutos fajutos de pesquisas, resolvi fazer uma enquete sobre a avaliação do Governo Dilma, através do Instituto Datafoda-se, criado por mim. Esta pesquisa foi realizada em três dias e não está registrada em local algum, porém foi ambientada em um universo de mais de 5.000 pessoas, que compõem os meus perfis (bem mais que o dobro deles):
Os entrevistados, consideram o Governo Dilma:
42% Ótimo
26% Bom
07% Regular
10% Ruim
10% Péssimo
05% Não Souberam ou Não Quiseram Opinar
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A direita perde de ruim

"Eles [Psdb, Dem e Cia] não poderiam perder uma eleição nunca com o poder econômico e político e midiático concentrado do jeito que é. Perdem porque são ruins. Observe o que estão fazendo no plano nacional, estão se desconstruindo. O Aécio é visto hoje por muita gente boa como uma pessoa patética." 

Fernando Haddad (PT) - prefeito de São Paulo




HSBC e seus comparsas humilham cpi

por Rodrigo Martins
Hervé Falciani, o denunciante do Swissleaks, está pronto para colaborar com as autoridades do País e repassar informações sobre os 8,6 mil brasileiros com contas secretas na filial do HSBC em Genebra, cujos depósitos entre 2006 e 2007 totalizavam 7 bilhões de dólares, cerca de 19 bilhões de reais. A CartaCapital, afirmou estar disposto a vir para o Brasil, mesmo correndo risco de ser preso, em virtude da inclusão de seu nome na lista de procurados da Interpol. Ofereceu, inclusive, a correspondente Leneide Duarte-Plon, que o entrevistou, para mediar o contato com ele. A contribuição de Falciani seria inestimável para a CPI do HSBC, que patina há quatro meses sem nem mesmo saber quem são os correntistas nativos que remeteram dinheiro ilegalmente para a Suíça.
Sem acesso às informações das autoridades francesas, que investigam o caso desde 2008, a CPI do HSBC só aprovou recentemente um requerimento para ouvi-lo por teleconferência. Há tempos, o senador Randolfe Rodrigues critica a letargia dos seus colegas na comissão. Após a última audiência, realizada em 16 de julho, cogita a possibilidade de abandonar a CPI, proposta por ele mesmo. Dias após o Supremo Tribunal Federal ratificar o poder da comissão para decretar a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos investigados, os senadores decidiram “desquebrar” os sigilos de seis deles. “Foi uma das ações mais desmoralizantes e vergonhosas do Congresso. A CPI foi assassinada”, protesta Rodrigues.
No Brasil, o escândalo é tratado com desdém desde a sua origem. Em 2008, Falciani, ex-funcionário do HSBC Private Bank, começou a vazar dados de contas secretas da instituição. Ele dispõe de informações sobre mais de 106 mil correntistas de 203 países, cujos depósitos somavam 100 bilhões de dólares na filial suíça do banco, conhecido refúgio de sonegadores, corruptos e narcotraficantes de todo o mundo. Desde então, Falciani colabora com o Ministério da Justiça e magistrados da França.
Apenas em fevereiro de 2015, após o diário francês Le Monde e o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo divulgar listas parciais dos titulares das contas, o Brasil esboçou interesse pelo caso. De lá para cá, as autoridades francesas decidiram compartilhar informações com a Receita Federal, o Ministério da Justiça e a Procuradoria Geral da República. Os dados não foram, porém, cedidos à CPI do HSBC.
Logo na primeira audiência da comissão, em 24 de março, Rodrigues propôs uma diligência à França, com o duplo objetivo de coletar o depoimento de Falciani e conversar pessoalmente com autoridades francesas, para justificar a necessidade de acesso às informações. A proposta jamais foi acolhida por seus colegas. “Claramente houve falta de disposição dos parlamentares em ter acesso a esse banco de dados. Na verdade, foi uma postura reativa mesmo”, lamenta o senador do PSOL. “A resistência em ouvir Falciani parece um caso único no mundo, em que o principal denunciante se apresenta para colaborar com uma apuração, mas os investigadores se negam a ouvi-lo.”
Enquanto as autoridades brasileiras tardam a procurá-lo, Falciani mantém estreita colaboração com autoridades de diferentes nações, entre elas Islândia, Índia e Argentina. Com base em sua lista, o Parlamento argentino iniciou, em abril, a convocação das empresas que controlavam cerca de 4 mil contas secretas do HSBC na Suíça. Um mês antes, Ricardo Echegaray, chefe da Administração Federal de Receita Pública, o Fisco do nosso vizinho do Cone Sul, exigiu da instituição financeira a devolução de ao menos 3,5 bilhões de dólares, a título de reparação ao “dano causado às finanças públicas”. No Brasil, a Receita e a PGR mantém a discrição nas investigações, enquanto a apuração no Senado permanece na estaca zero.
O petista Paulo Rocha, presidente da CPI do HSBC, diz que os parlamentares optaram por não ir à França para aguardar o resultado de um pedido de compartilhamento de informações mediado pelo Ministério da Justiça e pela PGR. “Recebemos a negativa no início de julho. Se viajássemos para lá agora e voltássemos de mãos abanando, seríamos acusados de desperdiçar recursos públicos”, diz o senador, ao lembrar que o procurador-geral Rodrigo Janot comprometeu-se a enviar para a França um pedido de reconsideração. O peemedebista Ricardo Ferraço, relator da comissão, enfatiza que a lista de Falciani “foi obtida de forma ilegal”, e não teria validade jurídica no Brasil, a menos que tivesse a chancela do governo francês. “Há uma longa jurisprudência consolidada no STF, a chamada Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada, segundo a qual provas obtidas de forma ilegal ensejam a anulação de todo o processo”.
O curioso é que a lista de Falciani está na origem da quebra dos sigilos de 17 suspeitos pela CPI do HSBC. O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) confiou a relação de correntistas brasileiros a Fernando Rodrigues, do Grupo Folha. Até o momento, menos de 5% dos 8,6 mil titulares de contas secretas na Suíça foram revelados por ele. Integrante da mesma entidade desde 1997, o jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor do livro Privataria Tucana, solicitou a lista completa. Em carta endereça a Marina Guevara, vice-presidente do ICIJ, comprometeu-se a “divulgar somente as chamadas contas sujas e não declaradas ao Fisco, na íntegra, aos demais colegas da imprensa”, o que Rodrigues jamais fez. Diante da recusa, Ribeiro Jr. desfilou-se do ICIJ. Pouco depois, o jornal O Globo também teve acesso aos dados, mas manteve a política de divulgar apenas o que lhe parecia mais conveniente.
A lista parcial revelada pelos escolhidos do ICIJ, que hoje soma cerca de 400 nomes, serviu de base para os senadores requisitarem informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou movimentações atípicas de 50 brasileiros com contas no HSBC de Genebra. Desse total, 17 tiveram a quebra do sigilo aprovada pela CPI, entre eles quatro integrantes da família de Jacob Barata, o “rei do ônibus” no Rio de Janeiro. Entre os poupados, figura Benjamin Steinbruch, principal acionista da Companhia Siderúrgica Nacional, que possuía, junto com familiares, 543 milhões de dólares em contas suspeitas na Suíça.
Apesar do aval do STF, a CPI do HSBC decidiu, em 16 de julho, reconsiderar a quebra dos sigilos da família Barata, de Jacks Rabinovich, ex-proprietário do Grupo Vicunha, e de Paula Queiroz, do grupo cearense Edson Queiroz. Os pedidos de “desquebra” venceram pelo placar de 7 a 1, uma irônica coincidência. Único a votar contra, Randolfe Rodrigues afirma que emissários da família Barata o procuraram pouco antes dessa audiência, mas um assessor tratou de blindá-lo. Já o relator da CPI fala em “precipitação anterior” dos parlamentares. Segundo ele, o Coaf informou que movimentação atípica não é sinônimo de conduta delituosa, e sim um “sinal de alerta”. Os seis que tiveram a quebra de sigilo reconsiderada, emenda Ferraço, comprovaram não ser alvo de investigação pela Receita.
“Minha última esperança é ver algum resultado da investigação conduzida pelo Ministério Público Federal, porque a blindagem na CPI é evidente”, diz Rodrigues, que pretende ir ao encontro de Falciani na Europa. “Se o Senado não aprovar, vou por conta própria.”
na Carta Capital

Lula é favorito para 2018

O ex-presidente Lula continua sendo o franco favorito na disputa à presidência de 2018, afirma o presidente do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, em artigo na revista Carta Capital.

A avaliação é feita com base em uma pesquisa de seu instituto realizada em maio, da qual concluiu: "a soma daqueles que, em graus diferentes, podem ser considerados "eleitores potenciais" de Lula chega a 51% e a dos não eleitores a 42%".

"Mais relevante: essas respostas são quase idênticas àquelas obtidas há dez anos em pesquisa também realizada pelo Vox Populi", acrescenta Coimbra, sobre a mostra feita seis meses antes de Lula ter sido reeleito, em abril de 2006.

"Quem quiser se iludir com pesquisas de intenção de voto para 2018 que exibem números para Lula entre 20% e 25% que o faça. Na melhor das hipóteses, os resultados tornam conjunturais fenômenos que nada de conjuntural possuem", diz ainda.

O presidente do instituto conclui que "a próxima eleição está distante e ninguém sabe como será disputada", mas que, "de uma coisa podemos estar certos: se for candidato, Lula é favorito".

Briguilina da tarde

Não gosta de mim?...
Liga para minha preocupação para ver se ela atende.

FHC quase sempre está do lado errado da história

do Brasil 247

por Paulo Moreira Leite

Fernando Henrique Cardoso perdeu estatura política ao demonstrar desinteresse -- antes mesmo de receber um convite formal -- por um encontro com Dilma Rousseff.

"O momento não é para a busca de aproximações com o governo, mas sim com o povo," escreveu FHC em sua página no Facebook. "Qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo".

Ao sugerir que seria possível lhe atribuir a missão de salvar o governo Dilma, o ex-presidente não conseguiu evitar a lamentável manifestação de uma arrogância irrefreável em vários de nossos homens públicos -- inclusive do PT -- quando se torna evidente que os adversários atravessam uma hora difícil.

O país inteiro -- e o Planalto em primeiro lugar -- sabem muito bem que o governo Dilma será salvo pelo governo Dilma. Não se deve cultivar ilusões a esse respeito.

Cabe à presidente e aos ministros corrigir o que deve ser corrigido e esclarecer o que precisa ser explicado. Também têm o dever de controlar a incrível capacidade de errar sem necessidade, dar consistência a suas ações políticas e recuperar a confiança do eleitorado. Se há novas alianças a serem feitas, lhe cabe propor. Se há alianças que atrapalham, devem ser desfeitas.

Não há como renunciar a  esta responsabilidade, única e intransferível.

Mas cabe a um ex-presidente, que nunca foi aliado do governo -- e ninguém imagina que tenha sido cogitado a desempenhar este papel --  reconhecer a legitimidade do mandato que Dilma recebeu nas urnas de outubro de 2014, quando 53,5 milhões de brasileiros garantiram seu mandato até 2018. Todos ganham com isso, inclusive FHC.

Numa hora em que todos definem seus lugares, como se viu até no histórico diálogo entre Faustão e Marieta Severo e também na postura que separa Jô Soares e Lobão, todo mundo tem o direito de resolver como quer aparecer na foto. Não é possível afagar, pelo silêncio, Jair Bolsonaro e seus amigos, adversários da democracia antes que ela fosse conquistada luta contra a ditadura. Não é possível fingir que não há uma tentativa de ruptura em curso, ainda que ela possa vir fantasiada de arroubos juvenis.

Não é aceitável que se tente utilizar um processo judicial contra a corrupção, luta legítima e necessária, como instrumento para se atingir um governo eleito, promovendo-se um macabro terceiro turno.

Os brasileiros que lutaram pela democracia já acumularam muitos cabelos brancos, tiveram muitas perdas e ganhos. Reuniram decepções demais para deixar de reconhecer que não sobraram mocinhos nem bandidos em nossos duelos políticos, mas seres humanos de carne e osso, que atuam sob condições dadas, que todos conhecem muito bem e poderão aprimorar quando houver maioria política para isso.

Certos gestos são muito importantes mesmo quando parecem só isso. Uma foto e uma pequena legenda explicativa ajudaram, muitas vezes, a escrever a história de um país que chegou até aqui. Foi assim que se guardaram imagens da campanha de 1978, quando Fernando Henrique Cardoso foi atrás do voto popular pela primeira vez na vida, e o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva abriu as portas das fábricas e dos bairros populares de São Paulo, contribuindo para uma votação que nem os aliados mais otimistas de FHC podiam imaginar.

O mesmo se repetiu na transição de 2002-2003, que exibiu uma elegância jamais vista, produto da decisão de Lula de mandar o passivo de oito de FHC para o arquivo morto, fazendo cumprir com a energia necessária toda tentativa de olhar para trás em busca de escândalos possíveis e já identificados. (Vários membros do governo se arrependeriam dessa cortesia que jamais foi retribuída, como se veria na AP 470, mas aí estamos em outra etapa da história, que ajuda a explicar boa parte da raiva e do ressentimento que vieram depois).

Em 2011, no início de seu primeiro mandato, emissários do PSDB fizeram chegar ao Planalto a sugestão de que, macambúzio após uma terceira derrota consecutiva de sua turma naquela altura da vida, seria um belo gesto homenagear Fernando Henrique  nos 80 anos. Seria um reconhecimento. E uma forma da presidente colocar-se acima das disputas menores da política e colocar-se na História. Negociado palavra após palavra, por mãos autorizadas de um lado e de outro, chegou-se a um texto que dizia assim:

Em seus 80 anos há muitas características do senhor Fernando Henrique Cardoso a homenagear. O acadêmico inovador, o político habilidoso, o ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica. Mas quero aqui destacar também o democrata. O espírito do jovem que lutou pelos seus ideais, que perduram até os dias de hoje. Esse espírito, no homem público, traduziu-se na crença do diálogo como força motriz da política e foi essencial para a consolidação da democracia brasileira em seus oito anos de mandato.

Em 2015, não se trata obviamente de salvar um governo nem de pedir a retribuição de uma gentileza, mesmo que gestos desse tipo projetem força de caráter. A questão é mostrar apreço pelas regras da democracia, numa hora em que adversários históricos têm sido estimulados a jogar o país em aventuras que todos sabem como começam e, pela experiência, podem adivinhar aonde pretendem chegar.

A realidade é que não há caminho legal para afastar Dilma de seu posto. Não há fitas gravadas e comprometedoras, que forçaram Richard Nixon a renunciar depois do Watergate. Se você acha que um Fiat Elba é pouco para derrubar um presidente, ou apenas a pontinha de um iceberg, cabe reconhecer: não há um Fiat Elba, como aquele que se tornou a "prova material" contra Fernando Collor.

Não se pode cogitar sequer o impeachment paraguaio, que afastou Fernando Lugo do cargo a partir de uma tentativa tosca de incriminar o presidente pela morte de 17 pessoas num conflito por terra -- uma operação tão grotesca como teria sido, em 1996, acusar Fernando Henrique Cardoso e o governador tucano Almir Gabriel, no Senado, pela morte de 17 agricultores no massacre de Eldorado de Carajás. Tampouco a presidente pode ser acusada de atentar contra a Constituição, clausula previsa no artigo 86 da Carta de 1988. Foi a partir de uma interpretação interesseira da legislação local que se afastou -- por ação militar -- o presidente Manoel Zelaya da presidência de Honduras.

Em março de 2015, não existem condições para se pedir um afastamento da presidente a partir da legislação em vigor. Não se trata de tentar "salvar o que não deve ser salvo." Trata-se de reconhecer não há nada que "não deve ser salvo."

Após examinar meticulosamente as menções a Dilma nas delações da Lava Jato, o PGR Rodrigo Janot informou aos interessados que não há caminhos legais para que Dilma seja enquadrada em crime de responsabilidade, que precisa ser cometido durante o mandato presidencial. Janot assinalou que as referências a Dilma falam de seu período como ministra-chefe da Casa Civil e das Minas e Energia, envolvendo fatos que, se por acaso forem dignos de serem apurados, deverão aguardar pelo fim do mandato, em 1 de janeiro de 2019, como determina o artigo 86 da Constituição, conforme entendimento de vários ministros do Supremo.

Isso ocorre porque, num gesto de sabedoria produzido pela memória do país, os constituintes trataram de evitar que em busca de atalhos para esquentar disputas do presente, adversários de um governo eleito fossem desencavar denúncias do passado, transformando a luta política numa guerra civil de fantasmas e assombrações.

Fernando Henrique Cardoso teve um papel dirigente na Constituinte. Foi relator do regimento interno, que definiu como os trabalhos seriam organizados. Também foi líder do PMDB no Senado, quando o partido tinha a maior bancada. Como relator-adjunto da Comissão de Sistematização, cumpriu funções de titular e teve um papel decisivo na elaboração do texto final da Carta de Leis.

É nesta história que ele considera que não há "nada a ser salvo?"