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Tijolaco: embaixisburguer



Não creio que seja apenas um “balão de ensaio”, um mero factóide, a indicação de Eduardo Bolsonaro para ser o embaixador brasileiro em Washington.

Pode até ser que recue, caso realmente seja inviável que o Senado aprove o seu nome, resistência na qual não acredito nem por um minuto.

O garoto do hambúrguer é duplamente adequado – claro que não para o Brasil – para o governo Bolsonaro e para o governo Trump e desde cedo – como observa o colega Leandro Fortes no Facebook – o presidente norte-americano viu utilidade na sabujice do filho 03, tanto quanto na de seu pai.

As supostas “criticas” de Olavo de Carvalho à escolha, dizendo que melhor faria Eduardo se ficasse aqui para “combater o Foro de S. Paulo” – ou seja, os partidos e movimentos de esquerda – é apenas um despiste.

O filho presidencial, indiretamente, pode e vai contribuir para que flua o dinheiro para movimentos de direita aqui, o que, para nós, não é novidade desde os tempos do pré-64, com o Ipes e o Ibade.

Não se iludam com a ideia de que temos “um governo de malucos”, simplesmente, mesmo que haja, de fato, loucos em grande número.

É um esquema de dominação colonial que, por definição, é inspirado e tem seus cordéis presos à metrópole.

E as instituições “republicanas”, corrompidas até a medula por suas conveniências e ideologias, vão aceitar esta bofetada na diplomacia profissional que este país cultiva há mais de um século.

Pode parecer algo abjeto – e é – mas é pior que isso.


#VazaJato: a crise chega ao TRF4


---------- Forwarded message ---------
De: The Intercept Brasil <newsletter.brasil@emails.theintercept.com>
Date: sáb, 13 de jul de 2019 14:40
Subject: #VazaJato: a crise chega ao TRF4
To: <joel.leonidas@gmail.com>


Sábado, 13 de julho de 2019
#VazaJato: a crise chega ao TRF4

O maior argumento do ex-juiz Sergio Moro para defender suas sentenças de primeira instância – intoxicadas por inegáveis odores ilegais – é de que elas foram confirmadas por tribunais superiores. Moro tem repetido isso em entrevistas, e disse o mesmo quando foi tentar explicar o inexplicável no Senado e na Câmara. Mas e se os tribunais superiores estiverem, também eles, contaminados pelo relacionamento ilegal entre acusadores e juízes?

Depois de se mostrarem inconstitucionalmente íntimos de ministros do Supremo Tribunal Federal (como mostramos nos episódios "in Fux we trust" e "Aha uhu o Fachin é nosso"), nesta semana foi a vez dos chats secretos enrolarem o Tribunal Regional Federal 4, a instância que confirmou a maior parte das sentenças de Moro. Em parceria com os repórteres da revista Veja, nós abrimos mais uma janela da #VazaJato. Do outro lado está o desembargador João Pedro Gebran Neto.

Em julho de 2017, o repórter Andreas Müller escreveu sobre Gebran no site da revista piauí:

"Sua trajetória reconhecida não o poupou de polêmicas, sobretudo por um detalhe pessoal nada irrelevante entre os réus condenados na Lava Jato: Gebran é amigo de Sérgio Moro, de quem foi colega de mestrado na Universidade Federal do Paraná, no início dos anos 2000. Os dois foram orientados pelo mesmo professor, o renomado constitucionalista Clèmerson Merlin Clève.
(...)
Na seção de agradecimentos do livro A Aplicação Imediata dos Direitos e Garantias Individuais, com base na sua tese de mestrado, Gebran descreve Moro como um "homem culto e perspicaz". "Nossa afinidade e amizade só fizeram crescer nesse período, sendo certo que [Moro] colaborou decisivamente com sugestões e críticas para o resultado deste trabalho", escreveu Gebran. 
(...)
"Se sou ou não sou amigo do juiz Sérgio Moro, isso é uma questão juridicamente irrelevante", declarou Gebran, em abril, a uma emissora de tevê do Paraná."


Os chats revelados essa semana, que mostram que também o TRF4 está sob suspeição, passam longe de revelar imparcialidade apenas no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos diálogos nos quais Gebran é citado, o personagem é Adir Assad, um dos operadores de propinas da Petrobras e de governos estaduais, preso pela primeira vez em 2015. E que conversas são essas? Uma tabelinha entre o desembargador – que deveria ser independente – e o procurador, uma costura de ambos para melhor atender a seus interesses, deixando as defesas dos réus em julgamentos às cegas, destruindo assim a confiança em todo o sistema judiciário.

"Cinco meses antes do julgamento do caso em segunda instância no TRF4, o procurador Deltan Dalla­gnol, chefe da força-tarefa em Curitiba, comenta em um chat com outros colegas do MPF: "O Gebran tá fazendo o voto e acha provas de autoria fracas em relação ao Assad". O assunto é tema de outra conversa, de 5 de junho de 2017, entre Dalla­gnol e o procurador Carlos Augusto da Silva Cazarré, da força-tarefa da Procuradoria Regional da República da 4ª Região, que atua junto ao TRF4. No diálogo, ocorrido às vésperas do julgamento da apelação de Assad, Dalla­gnol mostra-se novamente preocupado com a possibilidade de Gebran absolver o condenado. Naquele momento, em paralelo, a força-tarefa negociava com o condenado um acordo de delação (esse acordo seria fechado em 21 de agosto de 2017). Daí a preocupação do MPF com a possibilidade de Assad ser absolvido e voltar atrás nas conversas sobre delação. No chat, Dallagnol aciona Cazarré, que fica em Porto Alegre, sede do TRF4. "Cazarré, tem como sondar se absolverão assad? (…) se for esse o caso, talvez fosse melhor pedir pra adiar agilizar o acordo ao máximo para garantir a manutenção da condenação…", escreve Dalla­gnol. "Olha Quando falei com ele, há uns 2 meses, não achei q fisse (sic) absolver… Acho difícil adiar", responde Cazarré. Na sequência, Dalla­gnol volta a citar Gebran: "Falei com ele umas duas vezes, em encontros fortuitos, e ele mostrou preocupação em relação à prova de autoria sobre Assad…". Dalla­gnol termina pedindo ao colega que não comente com Gebran o episódio do encontro fortuito "para evitar ruído". (leia a íntegra da reportagem na Veja, aberta para não-assinantes)

8 de fevereiro de 2017

Grupo Filhos do Januario 1

18:22:02 Deltan Tenho dúvidas. Tem que ver o que ele fala... pelo que Vc disse ele não falava nada... 

18:22:30 Deltan O Gebran tá fazendo o voto e acha provas de autoria fracas em relação ao Assad 

18:22:40 Deltan Pode ser uma solução para isso

 

5 Jun 17 

Chat ADIR ASSAD

00:14:25 Cazarre PRR4 Pessoal Terça trf4 julga apelação de adir, duque, vaccari etc 

00:14:40 Cazarre PRR4 Estarei na sessão e informo desdibramentos 

00:30:40 Deltan Cazarré, tem como sondar se absolverão assad? Parece que o Gebran tava tendendo a absolver... se for esse o caso, talvez fosse melhor pedir pra adiar agilizar o acordo ao máximo para garantir a manutenção da condenação... 

00:33:43 Cazarre PRR4 Olha Quando falei com ele, há uns 2 meses, não achei q fisse absolver... Acho difícil adiar. O processo está com ele desde fev/16 e nos últimos dias negou pedidos de afianento das defesas. Mas Vou ver o que descubro amanhã. 

00:37:11 Deltan Falei com ele umas duas vezes, em encontros fortuitos, e ele mostrou preocupação em relação à prova de autoria sobre Assad... 

00:37:34 Deltan Nova modalidade de investigação: encontro fortuito de desembargador  

00:37:47 Cazarre PRR4 Hahahaha 

00:38:09 Deltan Só não menciona que comentei, para evitar ruído... melhor perguntar se ele entende conveniente espeara em relação a Assad ou se sente seguro, dizendo que quer colocá-lo a par do andamento do acordo rs

A série jornalística publicada pelo Intercept e seus parceiros virou um escândalo global e expôs as relações íntimas entre poderes que deveriam ser independentes. O combate à corrupção não pode se valer de decisões no escuro que sejam, elas próprias, corrupções no sistema. As atitudes de Sergio Moro & Cia colocaram boa parte da Lava Jato em risco. A eles, e só a eles, cabe essa responsabilidade.

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Condenação sob encomenda

“Sequer perguntas nós podíamos fazer livremente às testemunhas, como assegura a lei. Nós éramos o tempo todo interrompidos, tratados de uma forma hostil, perguntas chegaram a ser indeferidas por antecipação, o que é algo que não poderia ter ocorrido. Diversas provas que pedimos foram indeferidas. Num processo desta complexidade os pedidos que fizemos de perícia foram negados. Há reconhecimento de supostos desvios e até mesmo de percentuais [de pagamento de propina] que foram estimados sem nenhuma perícia, com base apenas na palavra de alguns delatores, de planilhas feitas durante ou após processos de delação e que foram feitas de memória. Há muitos elementos que permitem concluir que essa condenação sempre esteve preestabelecida.”