E viver é tão maravilhoso, que a morte é que deveria ser passageira.
(Recebido por e-mail - não conheço a autoria)
STF arquiva inquérito de Serra
Não, não é notícia repetida. É que a operação salva-tucanos agora é diária...
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, acaba de acolher pedido da procuradora-geral Raquel Dodge e decretou o arquivamento de um inquérito contra o tucano José Serra no âmbito da Lava Jato.
Serra é o mesmo que é acusado de receber mais de R$ 50 milhões ilícitos. É também o mesmo cujo tesoureiro de campanhas, conhecido como Paulo Preto, tem R$ 113 milhões em contas na Suíça.
Mas é tucano de alta plumagem. Aparentemente, portanto, e na prática, inimputável.
Enquanto isso, sem contas no estrangeiro, sem grampos pedindo propina, sem bunkers ou malas de dinheiro, um cidadão é punido pela Justiça apenas porque é o líder com folga nas pesquisas. Lula, que é estrela do Jornal Nacional da Globo dia sim, dia também sim, sempre apontado como criminoso sem provas, pode ser impedido de concorrer. Se puder disputar, ganhará, até com facilidade. Por isso mesmo, está sendo punido.
O Judiciário, enquanto penaliza sem provas o presidente mais popular da história brasileira, agora deu pra arquivar processos contra tucanos toda semana. Aécio, Azeredo, FHC, Alckmin, Serra... Quem será o próximo?
Rogério Correia
A candidatura de Ciro Gomes conquistou lugar estratégico na antevéspera do desbaratamento provocado pela tragédia política de Luiz Inácio Lula da Silva. A fraternidade real das boas intenções dará lugar à virulência dos conflitos sectários. Provavelmente, a direita assistirá boquiaberta a delações gratuitas de um movimento popular contra outro, a um líder repelindo com veemência a quem, ainda ontem, era seu irmão em armas, e à transformação de amantes da humanidade em ciumentos leões de chácara de sua legenda exclusiva.
Nem Lula nem o PT têm esclarecido aos apoiadores de sua luta por justiça em que consiste esse "fim". Mantendo as forças populares em ininterrupta ansiedade, a dura verdade é que, se mal sucedida, a estratégia petista e de seu líder se encaminha para épico naufrágio: après Lula, le déluge. Depois de Lula, cada um por si. Com o passar do tempo e a multiplicação das protocandidaturas, provavelmente decrescerá o potencial de votos transferíveis por Lula para alguém por ele indicado. A falta de uma estratégia flexível durante o atual processo inviabilizará a unidade depois do "fim", seja este qual for.
Antes de tudo isso, a candidatura Ciro Gomesvenceu a intimidação do grande totem, postou-se a seu lado, solidária mas individualizada, e deu ponto de referência preciso à centro-esquerda. Outros, possivelmente, surgirão. Mas uma esquerda acaso implodida pelo malogro final da estratégia petista não estará sem norte. Na difícil peregrinação das forças populares, talvez tenha sido a decisão democrática mais delicada, inevitavelmente exposta às precipitadas excomunhões disparadas a partir de seu ventre de origem. Essencial, contudo, é que se não se vislumbra claramente o que ocorrerá com o conjunto atual da esquerda, algo já é absolutamente certo: a direita continuará à beira do abismo.
Partidos populares não podem distribuir franquias à esquerda como as cliques mafiosas vendem proteção à direita. Solidariedade ou é voluntária ou é submissão – algema desterrada pelas multidões de assalariados. O mínimo a que um partido progressista está obrigado a oferecer a um ser humano vulnerável é a liberdade de escolher em quem votar. De outro modo, seria avassalamento. Os milhões de vulneráveis brasileiros são, desde Getulio Vargas, leais, mas não vassalos.