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Bem vindo ao século XXI, por Janaína Fernandes

Bem vindo ao século XXI
Aqui o sexo é livre e o amor se tornou um bolso cheio de notas.
Onde perder o celular é pior do que perder os teus valores. Onde a moda é fumar e beber, e se não fizer isso, você está obsoleto.
Onde o banheiro se tornou estúdio para fotos e a igreja, o lugar perfeito para check in.
Século XXI, onde homens e mulheres temem uma gravidez muito mais que HIV.
Onde o serviço de entrega de pizza chega mais rápido do que a ambulância.
Onde as roupas decidem o valor de uma pessoa e ter dinheiro é mais importante do que ter amigos ou até mesmo família.
Século XXI, onde as crianças são capazes de desistir dos seus pais pelo seu amor virtual.
Onde os pais esquecem de reunir a família à mesa para um jantar harmonioso, conversando sobre o dia a dia pois estão entretidos no seu trabalho ou celular.
Onde homens e mulheres muitas vezes, só querem relacionamentos sem obrigações e seu único "compromisso" se torna posar para fotos e postar nas redes sociais jurando amor eterno.
Onde o amor se tornou público ou uma peça de teatro.
Onde o mais popular ou o mais seguido com mais curtidas em fotos é aquele que aparenta esbanjar felicidade; aquele que posta fotos em lugares legais e badalados rodeados por "amizades vazias" com "amores incertos" e "famílias desunidas". Onde as pessoas se esqueceram de cuidar do espírito, da alma vazia e resolveram cuidar e cultuar os seus corpos.
Onde vale mais uma lipoaspiração para ter o corpo desejado do "mundo artístico" do que um diploma universitário.
Onde uma foto na academia tem muito mais curtidas do que uma foto praticando boas ações.
Século XXI, aqui você só sobrevive se jogar com a "razão", e você é destruído se agir com o teu coração!

Fui, por Rodrigo Vianna

- Qual seu nome?
- Investidor internacional.
- Feliz com o Brasil do capetao? Limpamos o caminho, varremos a petralhada...
- Desculpe, mas estou partindo.
- Mas o Guedes falou que...
- Tchau, fui!!!!

Drible fiscal, por Gabriel Gatti

Todos os presidentes, anteriores à Dilma, cometeram pedalada fiscal. E era normal. Só se tornou crime com Dilma.
Agora o nome mudou. É drible. E agora pode. Não é mais crime.
Não existia prisão após 2ª instância, ´passou a surgir para prender Lula...

Corja!

Bolsonaro e Malafaia debocham dos trabalhadores

Em entrevista ao pastor Silas Malafaia, o presidente  Jair Bolsonaro debochou dos trabalhadores que estão desempregados, dizendo que no Brasil se tem muitos "privilégios" e, em tom irônico, disse que vai lançar o programa "minha primeira empresa" para quem reclama que não tem emprego.

"Eu tenho falado para o Paulo Guedes: Paulo lance o programa minha primeira empresa. O cara que reclama que não tem emprego, ele vai ter meios de abrir a empresa dele. Daí ele abre a empresa dele. Paga R$ 5 mil por mês para todo mundo, pra ninguém reclamar do salário e vai ser feliz. Vai dar certo, oh, Malafaia?", indagou, sob risos irônicos junto com o pastor.

Usando mais uma vez a metáfora do casamento, com gargalhadas de Malafaia, Bolsonaro disse que o Brasil "é um país que tem mais direitos", repetindo outro mantra de que "não adianta ter direitos, se não tem emprego".

"O que adianta dar tanto privilégio ao trabalhador para não ter emprego?", disse Malafaia, concordando com Bolsonaro, antes de ouvir o capitão, elogiar os EUA e voltar a atacar os trabalhadores brasileiros.

"Essa visão esquerdopata, de só pensar em privilégio acabou prejudicando os próprios trabalhadores. Rapaz, em que lugar é esse no mundo em que você paga multa. O cara tem fundo de garantia, todos os direitos, e ainda tem que pagar uma multa pra mandar o cara embora", disse Malafaia, corroborado por Bolsonaro. "Ninguém vai mandar embora um bom empregado. Eles mandam embora quem não tá correspondendo".

Pedro Bial em vertigem, por Pablo Villaça

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Análise de Pablo Villaça, crítico de cinema, sobre os ataques de Pedro Bial ao excelente "Democracia em Vertigem", de Petra Costa, indicado ao Oscar 2020 na categoria "Melhor Documentário":

Finalmente assisti a Democracia em Vertigem, de Petra Costa. Vou escrever sobre o filme, mesmo com atraso, mas o que quero comentar agora são as declarações de Pedro Bial sobre ela e o filme.

Em primeiro lugar, Bial diz que Democracia em Vertigem é uma obra de ficção. Desafio o jornalista a explicitar quais seriam as tais "mentiras" do filme. Não estou falando sobre suas INTERPRETAÇÕES do que é relatado, mas dos fatos em si.

A única "mentira" - com boa vontade - é a foto dos revolucionários mortos pela ditadura, que apagou armas que apareciam na imagem original. Armas que, como se descobriu depois, haviam sido PLANTADAS pelos militares. Ou seja: a foto alterada reflete mais a verdade que a original.

Aliás, até por precaução, fui buscar artigos que afirmavam apontar as "mentiras" do doc. "LISTAMOS X MENTIRAS DE DEMOCRACIA EM VERTIGEM", afirmavam. E aí você vai ler e são itens como "a eleição do PT representava a esperança do povo mais humilde - MENTIRA". Nesse nível.

Mas o que mais me incomodou - aliás, digo mais: revoltou - foi Bial dizer que "é uma menina querendo dizer para a mamãe dela que ela fez tudo direitinho, que ela está ali cumprindo as ordens de mamãe, a inspiração de mamãe". Isso, além de estúpido, é de um sexismo colossal.

Eu DUVIDO que se o filme tivesse sido dirigido por um homem, Bial tentaria atacar o realizador dessa maneira. Ele usa dois clichês misóginos ao mesmo tempo: o de que as mulheres não são capazes de pensar por conta própria e o que precisam da aprovação alheia.

É um ataque feio feito por um jornalista que há muito se tornou defensor ferrenho dos interesses dos patrões e, no processo, se esqueceu de uma lição fundamental de sua profissão: a de que os FATOS devem sempre falar mais alto do que as opiniões pessoais. É um vexame, sua fala.

O simples fato de Democracia em Vertigem ter sido distribuído (e contado com dinheiro da Netflix) é algo cujas implicações Bial ignora. Em produções do tipo, a exigência na checagem de fatos é gigante - até por autoproteção legal. A Netflix é uma empresa pública, não limitada.

E isso é um fator que diferencia um Democracia em Vertigem de um 1964: O Brasil Entre Armas e Livros, que, feito por um think tank (ou "think"), não tem a obrigação de se apegar a esse detalhe bobo que é a tal VERACIDADE FACTUAL. Outro fator é a ética dos cineastas, claro.

Vou escrever sobre o doc agora. Mas tinha que dizer esse "que vergonha, Pedro Bial" em público antes de começar. Ele devia olhar em torno de si mesmo, para seu camarim na