A cegueira das Macabéas da Polícia Federal ou E por falar em Venezuela...
As Macabéas da Polícia Federal sofrem de hipermetropia. Conseguem enxergar o que acontece na Venezuela, mas não enxergam o que acontece no Brasil. Sem apontar um só carcereiro petista na PF, diziam que o PT aparelhou a instituição. Pregavam honestidade, mas fizeram campanha para Collor, FHC, Serra, Aécio e, mais recentemente para o Bolsocoiso. Com salários congelados, recorreram à Justiça. As contribuições sindicais estão ameaçadas, podem ser atingidos pelo destroçamento da Previdência Social. Ignoram temas como Queiróz, Micheque Bozo, milícias, trambique Coaf/Moro, Fundação Casa de Mãe Joana/Dalagnol…
As coisas são jogadas na cara, mas as Macabéas não abandonam Globo, Veja, Jovem Pan, Estadão, Folha et caterva.
O que a Venezuela tem a ver com as Macabéas da PF? É que não sabem quem rouba atrás do prédio da PF, mas sabem tudo de Venezuela. Vivem me perguntando sobre a Venezuela e por que tantos de lá fogem para o Brasil. Um dia talvez eu responda, até porque o assunto é longo. Mas, poderia adiantar perguntando por que tantos deles querem ir embora, por que gente como eles foi para os EUA, Portugal etc. Eu poderia dizer que fome, sonho e ganância não têm limite, que a diferença entre Macabéas, venezuelanos e bolsopatas pode ser nenhuma. Mas, seria uma metáfora difícil para entenderem…
Muitas Macabáeas da PF nunca leram relatórios da OCDE, sequer o Diário Oficial para saberem quem assinou o melhor instrumental de combate à corrupção da história, quem lhes deu salários e equipamentos. Preocupação social zero, sem nada saber do Brasil, querem debater Venezuela. Cegas, são incapazes de ver que o Brasil dito petista, na verdade nunca chegou ao poder. Ganhou, via urnas, o direito de assinar papéis em nome do Brasil, e virou “PT de papeleta”. O poder ficou nas mãos dos de sempre – do capital especulativo e sob controle remoto das superpotências, sobretudo os Estados Unidos, que nos vigiavam noite e dia, bisbilhotando Petrobrás, Lula, Dilma, STF e roubando segredos de nossas empresas.
Para não fugir de meus chavões, insisto que a TV Globo é um crime contra a humanidade, mas elas assistem. Macabéas são seres humanos, tanto quanto os índios do presidente Bozo. Mas sou condescendente com os índios porque não fizeram faculdade nem que fosse para falar conge, conja e câmera de deputados. Precárias e chapadas, cheias de vícios elitistas maçons, são criaturas aparvoadas ao extremo, que me futucam com essa história de Venezuela.
As Macabéas da PF não sabem, fingem que não sabem ou por maldade ignoram que o Brasil é considerado “membro pleno da OCDE”, mesmo sem ser associado. Em parte porque adaptou suas leis penais aos preceitos da OCDE e não as de Cuba, Coréia do Norte ou Venezuela. Ter perdoado dívidas de países miseráveis, o que é proibido pela OCDE, é um dos motivos para o Brasil não ser membro. Mas, como qualquer evangélico bolsopata descerebrado, “O Brasil pode virar uma Venezuela”.
Esse primarismo macabéico de parte de meus colegas melhor chamar de ignorância em estado rudimentar de maledicência primata. A OCDE é formada pelos países mais ricos do mundo capitalista. Nada com socialismo, comunismo. Nos anos “papeleta do PT”, este não taxou grandes fortunas, não fez uma reforma tributária, urbana, agrária, judiciária, não tributou igrejas (sequer as que lavam dinheiro), não criou controle de mídias. Optou pelo tímido processo de inclusão social, tirando milhões de pessoas da miséria, o que fez de Lula preso político (Sejumoro e sua trupe sabem disso).
Nunca escrevi sobre Venezuela, mas as Macabéas da PF me jogam na cara esse assunto. Não escrevo nem debato por falta de estofo. Não acredito nas Organizações Globo (crime contra a humanidade), nem na mídia porca, irresponsável, vira-lata e entreguista do Brasil, que juntas apoiaram golpes contra o povo. Há uma emissora de rádio de grande alcance que faz campanha diária pró-desmonte da Previdência Social. Apresentadores de TV sentadas na bufunfa, com dinheiro até para a quinta geração, defendem o fim da previdência.
Eu não posso ser informado por essa gente, entendem? Enquanto empresas, defendem os interesses delas. Primário, não?
Se mentiram para o povo e disseminaram o ódio para ajudar o golpe no Brasil, por que falariam a verdade sobre a Venezuela? Mas, se não creio na mídia golpista nacional, nem na mídia corporativa internacional, por que iria eu acreditar messiânica e cegamente na Telesur que tem sede na Venezuela? O jogo de equilíbrio que tento fazer com essas informações é insuficiente para entender e ou debater o que se passa na Venezuela. Pelo que sei, a Venezuela é tão vítima quanto o Brasil no tabuleiro internacional, e no fundo têm os mesmos inimigos.
Mas, se querem que diga algo sobre a Venezuela, só me resta um elogio, ainda que possa ser provisório, para suas Forças Armadas. Elas sabem que o futuro do seu povo está no subsolo pátrio cheio de petróleo, de ouro e de minerais preciosos. Elas são nacionalistas e sabem que Juan Guaidó é um Juan Guiado. Já nossos militares, exceções à parte, ignoram nosso patrimônio, honra e soberania. Tenho vergonha do nacionalismo zumbaia e capacho das Forças Armadas no Brasil, sem que as exceções gritem.
Ao me expor dessa forma, as Macabéas da PF dizem que sofri lavagem cerebral. Respondo com meu chavão: o que sei de fome e necessidade eu vivi. Não aprendi em compêndios marxistas nem em Geografia da Fome de Josué de Castro. Muito cedo aprendi que 95% da riqueza do mundo estão nas mãos de poucos bilionários. Nós (Macabéas inclusas) desfrutamos dos cinco por cento do que sobra.
Uma taxa extra de apenas 0,5% sobre a riqueza dos bilionários (1% mais rico do planeta) é o suficiente para educar 262 milhões de crianças sem escola. Salvaria mais de 3 milhões de pessoas (dados da Oxfam Brasil – uma confederação global para combate à pobreza, desigualdades e injustiças no mundo).
Portanto, lavagem cerebral é ignorar esses e outros dados. É não ver que o novo mesmo, no Brasil, foi Lula, que tentou diminuir a fome no Brasil e neutralizar o complexo de vira-lata. Lavagem cerebral é não vê Lula como preso político, é discutir estultices sobre a Venezuela sem ver o que acontece(u) no Brasil.
por Armando Rodrigues Coelho Neto
Vida que segue