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Um museu de novidades

A cultura digital não é o vilão da história. Ela nos permite explorar nossa capacidade humana 
de sermos poliglotas

//Por Marisa Lajolo

Para qualquer lado que a gente olhe, a qualquer hora, tem gente teclando. Teclando celulares, teclando tablets, teclando as mais variadas engenhocas digitais. Quadradas ou retangulares, com ou sem capa, cabem no bolso e na bolsa. Na mão de gente grande e de gente pequena. Mas, antes que a gente se derreta de susto... Vamos recorrer aos belos versos de Manuel Monteiro:

Nada é novo sobre a Terra
Nem permanece hodierno
Logo fica obsoleto
O que agora é moderno
Se hoje vai sendo ontem
Só o futuro é eterno¹

O assunto do cordel de Manuel Monteiro são inscrições rupestres, isto é, desenhos em grandes rochas. O Lajedo de Pai Mateus, que o poema celebra, fica em Cabaceiras, cidade paraibana.

E são inscrições rupestres que dão o link para a cultura digital.

A cultura digital chegou para ficar. Os mais jovens que o digam, não é mesmo?

Mas não é preciso morrer de susto. Há muitos milhares de anos, a humanidade vem inventando linguagens e escritas. Umas sucedem-se às outras, e todas convivem. Se fala é voz e a voz é efêmera, a escrita almeja a permanência. Como as inscrições de Lajedo de Pai Mateus ou da Serra da Capivara (no Piauí), em que antigos habitantes de nossa terra deixaram registrados seus medos, seus sonhos, suas esperanças.²

É nessa longa trajetória de escritas e de objetos de escrita que chegam os livros eletrônicos, os blogs e sites, as redes sociais. Sorte nossa, que vivemos para ver (e viver) isso tudo...! Vivemos um tempo em que todos, particularmente crianças e jovens, escrevem e leem muito. Pudera! São usuários nativos das linguagens digitais! É na carona delas que, hoje, nossa língua escrita se renova e se redesenha.

Mas a gente às vezes desconfia: o livro vai acabar? o que vai ser 
da literatura?

Talvez a literatura infantil, gênero com o qual (como professores de crianças) temos intimidade, sugira algumas respostas. Pois a literatura infantil, mesmo quando circulando impressa em livros, é pioneira na utilização de certos traços que se intensificam na cultura digital. Como ocorre nessa, a literatura infantil articula linguagens: geralmente ilustrados, livros para crianças costumam sobrepor a linguagem verbal e a visual.

Cores, traços e formas ilustram histórias, dão visibilidade a poemas. Ou, ao contrário, a partir de imagens, palavras se articulam em enredos e em poemas. Na cultura do manuscrito, a articulação entre o verbal e o visual é simples. Nossos alunos desenham histórias e ilustram cartas que escrevem, por exemplo, a escritores. A mão que escreve é a mesma que desenha. Algumas teorias, aliás, dizem que a escrita originou-se do desenho.
Será?
Mas, se na cultura do manuscrito o verbal e o visual podem nascer do mesmo gesto, na cultura do impresso foi o desenvolvimento da tecnologia que possibilitou sofisticação cada vez maior na produção de livros. Inclusive, e talvez sobretudo, na produção de livros infantis.

Esses são alguns dos fatores que permitem ver a literatura infantil como campo privilegiado para a discussão das consequências da cultura digital na cultura do livro impresso. E ensinam que a cultura digital não é o vilão da história. Ela nos permite explorar nossa capacidade humana (inata) de sermos poliglotas.

A articulação de linguagens em livros para crianças manifesta-se com frequência no interior do próprio gênero. Faz parte das histórias.  Alice, a personagem que dá nome à obra-prima de Lewis Carroll (Aventuras de Alice no País das Maravilhas), logo no começo da história, registra a importância da ilustração em livros infantis, ao se queixar que era muito sem graça o livro que a irmã estava lendo:

"Alice estava começando a cansar-se de fıcar sentada junto à ırmã na margem do riacho, e de não ter nada para fazer. Uma ou duas vezes tinha dado uma olhada no livro que a irmã estava lendo, mas ele não tinha figura nem conversa.

– Pra que serve um livro sem figura nem conversa? – pensou Alice."³

Se vem do longínquo ano de 1865 a voz dessa encantadora inglesinha que quer livros com diálogos e figuras, opinião similar se registra em um poema brasileiro de 1910:

– P'ra mim, livro bonito
É aquele que tem figuras,
  P'ra você não é, Carlito?

Ou seja, a literatura trabalhou sempre com a simultaneidade de linguagens, responsável, tantas vezes, pela pluralidade dos sentidos daquilo que lemos.
Ou seja, a razão está mesmo é com Manuel Monteiro: Nada É Novo sobre a Terra.

1 e 2 Conheça o Enigma das Inscrições Rupestres do Lajedo de Pai Mateus. Manuel Monteiro. Campina Grande. 2002
3 Alice no País das Maravilhas, Il. Lewis Carroll. Trad. Ana Maria Machado, ilustr. Jô de Oliveira. SP: Ed. Ática.  
3ª Ed. 2000. p.  13-14
4 Páginas Infantis. Presciliana Duarte Almeida. SP: Typografia Brazil 
de Rothschild & Co.1910. p. 11-12

O real problema do PSDB

Mesmo com o apoio escancarado do baronato econômico, dos Chefões da mídia e dos EUA, o tucanato está em na lista de partidos políticos em via de extinção - DEM e PPS também  -, por que?

Porque o povo tem memória. E lembra muito bem do desgoverno FHC - a Ofélia da política brasileira -.
Simples assim.

O que resta para eles é fomentar um golpe.

Quer saber?...

Eu acho é bom que eles insistam nesse caminho. Desta forma, lhes cai a penúltima máscara que lhes resta.

Dilma invocada

A oposição torce para que o PMDB dos Cunhas - sedento de verba e cargos -, ferva e entorne o caldo.

Nós do PT, desejamos a mesma coisa.
A porta é  serventia da casa.

Que entrem em Campos os que fazem a nova política e façam bom proveito.

Copa e Olimpíadas, para quem?

Ao conquistar o direito de sediar a Copa do Mundo da Fifa, de 2014, e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, Rio/2016, o Brasil se comprometeu a realizar mais do que dois grandes eventos esportivos. Bola na rede e medalha no peito são peças de uma engrenagem maior, que vai alavancar o desenvolvimento nacional e regional, bem como melhorar a qualidade de vida do cidadão em todas as regiões do país.



Por Luis Fernandes*
O Brasil é um país em desenvolvimento de dimensões continentais, equivalente em tamanho à Europa Ocidental como um todo. Sediar em sequência os dois maiores eventos esportivos e mediáticos do planeta abre ao país uma singular e histórica janela de oportunidades para fortalecer e acelerar o seu desenvolvimento.

Enquanto os países centrais se valem de infraestrutura e serviços já montados em fases anteriores do seu desenvolvimento para servir aos grandes eventos – o papel desempenhado pelo sistema de transporte público de Londres nos Jogos Olímpicos de 2012 é um exemplo claro do caso em questão -, para o Brasil esses eventos são uma oportunidade para acelerar a montagem de infraestrutura crucial para o desenvolvimento do país, bem como fortalecer e expandir políticas públicas garantidoras de direitos de cidadania e alavancar cadeias produtivas e inovadoras, tanto no âmbito nacional quanto regional.

Visão estratégica dos legados
O reconhecimento desta oportunidade histórica nos remete para a discussão dos legados que os grandes eventos esportivos podem deixar no país. O conceito de "legados" de grandes eventos esportivos é objeto de discussão entre distintos autores e atores da área.

As entidades internacionais diretamente responsáveis pelos megaeventos esportivos também participam desta discussão conceitual. A Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) define "legados" como "o conjunto de benefícios que impactam um país direta ou indiretamente, econômica ou socialmente, resultante de ações vinculadas ao futebol e seus eventos, como a Copa do Mundo". Já o Comitê Olímpico Internacional (COI), os define como "impactos positivos, com efeito de longa duração, e que influenciam na vida e na cultura de um país e de sua população".
Sintetizando estas ideias-força, podemos definir "legados" como "resultados produzidos, direta ou indiretamente, pela realização de grandes eventos esportivos, em nível nacional e regional, tangíveis ou intangíveis, planejados ou não, que transformam de forma positiva e duradoura a sociedade que os sedia".

Cabe aqui ressaltar, uma vez mais, que Copa e Olimpíadas significam muito mais do que a construção e a modernização de estádios e ginásios, por si só um trabalho de vulto e de importância para a infraestrutura esportiva. A meta do governo federal é implantar um programa de desenvolvimento que transformará não apenas as 12 cidades-sede da Copa, mas o país inteiro. Por isso foi tomada a decisão de realizar jogos do Mundial nas cinco regiões do Brasil.

Por isso o conceito de nacionalização dos grandes eventos, com a irradiação de investimentos para além do Rio de Janeiro, no caso dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, e de 12 capitais, em se tratando de Copa do Mundo. O objetivo, no campo esportivo, é alçar o Brasil ao patamar das potências olímpicas, de forma sustentável e perene. No âmbito geral, a missão é dotar a nação de musculatura social e logística que garanta o desenvolvimento sustentável de uma economia que já faz parte da lista das dez maiores do planeta.

Na dimensão urbana, as iniciativas geradoras de legado no âmbito dos megaventos esportivos visam a garantir melhores condições de vida nas cidades, com projetos estruturantes nas áreas de mobilidade (transporte público), saneamento e habitação. Na dimensão logística e de infraestrutura, elas almejam erguer, modernizar e ampliar equipamentos e serviços que criam melhor ambiente para a realização dos eventos, mas que permanecem, sobretudo, como benefícios permanentes para a sociedade após a sua realização.

Na dimensão econômica, o fomento do crescimento econômico associado à redução de desigualdades e à criação de empregos via a geração de novos negócios e de produtos e serviços inovadores.
Na dimensão esportiva, a construção e modernização das instalações que sediarão os eventos, bem como a ampliação da infraestrutura e das políticas de fomento para a atividade esportiva em todo o país.

Na dimensão social, a ampliação dos direitos de cidadania e da qualidade dos serviços públicos nas áreas de educação, saúde, acessibilidade, segurança e defesa. Na dimensão sociocultural, a valorização da identidade e da autoestima nacionais e regionais, nas suas múltiplas e variadas expressões. Na dimensão ambiental, a incorporação do princípio da sustentabilidade ao conjunto de empreendimentos e iniciativas associados aos eventos. Na dimensão política, a consolidação de novo modelo de gestão integrada entre os três níveis de governo do Estado brasileiro e parceiros privados e da sociedade civil.

O legado em construção
No planejamento inicial para a Copa do Mundo, o Grupo Executivo da Copa (Gecopa) do governo federal estabeleceu um teto de R$ 33 bilhões para investimentos em infraestrutura. As arenas multiuso, fundamentais para a modernização do negócio futebol, são parte desse projeto, mas estão longe de ser a vertente principal. A mobilidade urbana, com obras de novos sistemas viários e de transporte público (BRT, VLT e metrô, entre outros), configura-se como o destaque de um plano que projeta no horizonte a transformação da qualidade de vida dos habitantes de nossas cidades. Os investimentos em mobilidade somam R$ 11,5 bilhões, num universo de 40 empreendimentos. Ao fim das obras, terão sido construídos ou aprimorados mais de 450 km, entre trilhos e corredores de transportes rodoviários.

Estudos de consultorias privadas estimam que a Copa e os Jogos Olímpicos agregarão R$183 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro até 2019. Somente o Mundial deve atrair 3,7 milhões de turistas, nacionais e estrangeiros, que injetarão na economia aproximadamente R$ 9,4 bilhões. Da construção civil à tecnologia de informação, dos pequenos negócios à ampliação da rede hoteleira, 700 mil empregos permanentes e temporários serão gerados.

Sob os olhares do mundo inteiro, o Brasil vai consolidar a imagem de país moderno e democrático, com diversidade cultural, atrações turísticas espalhadas por um território continental e capacidade de organização. É uma oportunidade histórica que não pode ser desperdiçada. O Mundial de futebol e as Olimpíadas não têm varinha de condão para mudar o cenário da noite para o dia, mas aceleram políticas estruturantes de desenvolvimento nacional, regional e local.

No Rio de Janeiro, sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, o projeto Porto Maravilha visa a recuperar e adensar o centro histórico da cidade, constituindo nova área marcada tanto pela beleza quanto pela funcionalidade, ao mesmo tempo residencial e comercial, doméstica e turística. Outro exemplo carioca pode ser conferido em Deodoro. Legado dos Jogos Pan-Americanos de 2007, o centro esportivo foi alçado à condição de Parque Olímpico – complementar ao complexo principal, na Barra da Tijuca – e já é responsável pela descoberta de talentos em modalidades há pouco tempo ainda desconhecidas no Brasil, como o hóquei sobre a grama, o tiro esportivo e o pentatlo moderno. O desenvolvimento do parque esportivo alavancará a região como um todo, detentora até aqui dos mais baixos indicadores de desenvolvimento humano da cidade. A comunidade de Deodoro colherá os frutos e agradecerá aos Jogos Olímpicos.

Na maior cidade da América do Sul, a bola da vez é Itaquera. O bairro paulistano com os mais baixos índices de desenvolvimento social será palco da abertura da Copa do Mundo. A nova arena impulsiona um rol de investimentos que dotará a área de universidade, conjuntos residenciais e infraestrutura urbana renovada. Pernambuco segue o mesmo caminho, ao erguer o estádio do Mundial em São Lourenço da Mata, município vizinho a Recife, com o objetivo de espalhar o crescimento econômico para além da capital. No mesmo sentido, a Copa e as Olimpíadas têm o poder de catalisar ações e projetos que já integravam o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e encontraram nos grandes eventos esportivos o ambiente ideal para sair da prancheta.

Dentro da visão estratégica do governo federal, projetos estruturantes vêm modernizando setores da economia brasileira. Os aeroportos, por exemplo, com demanda crescente graças à ascensão social de camadas beneficiadas pelo crescimento econômico e pela redução da desigualdade no país, necessitavam de ampliação e aprimoramento da gestão, independentemente da realização dos grandes eventos esportivos. O processo de concessões à iniciativa privada, que contemplou numa primeira fase os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, tem se revelado caminho certo para aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços. O mesmo ocorre com os portos, que ganham espaço e estrutura para receber cruzeiros internacionais e intensificar o turismo interno.

Nas telecomunicações, a aceleração do Programa Nacional de Banda Larga, com investimentos em infraestrutura e na aquisição de conhecimento tecnológico, mostrou resultados já na Copa das Confederações, realizada no último mês de junho. Todas as seis cidades-sede do torneio ofereceram a tecnologia 4G aos usuários de smartphones. No Mundial do ano que vem as 12 sedes serão abarcadas. Mais do que agregar confiabilidade às ligações telefônicas e velocidade aos aplicativos e down-loads executados pelos celulares, fala-se aqui em estruturar uma base tecnológica para abrir portas ao desenvolvimento econômico. O plano de banda larga diminui as distâncias físicas, amplia a oferta de oportunidades de negócio e, como consequência, atua como vetor para reduzir as desigualdades regionais. Tudo isso num cenário que apresenta importantes investimentos da iniciativa privada.

O ambiente de Copa e Olimpíadas joga luzes também sobre a base do esporte. Não se constrói uma potência olímpica – nem se democratiza o conceito de que a atividade física é primordial para a saúde e o desenvolvimento social – sem investimento no esporte educacional. E o Brasil tem uma dívida com suas escolas, em grande parte desprovidas de infraestrutura mínima para a prática esportiva. É nessa perspectiva de resgate que o governo federal está construindo 6 mil ginásios e cobrindo 4 mil quadras em escolas públicas. Parcerias do Ministério do Esporte com o MEC e as Forças Armadas – programas Segundo Tempo, Mais Educação e Forças no Esporte – podem beneficiar 7 milhões de estudantes em 2014. A valorização do professor de educação física, que passa necessariamente pelo reconhecimento da disciplina como componente curricular obrigatório, é ponto importante nesse processo de reestruturação.

O fortalecimento da escola, aliado à construção de Centros de Iniciação ao Esporte (CIEs) em todo o país, cria as condições para a revelação de talentos que serão direcionados ao alto rendimento. O ciclo esportivo se completa, da base ao topo da pirâmide. O conceito de democratização da atividade física para a construção de uma sociedade saudável chega ao nível de refinamento, com a integração de centros esportivos regionais e a consolidação de uma Rede Nacional de Treinamento. O desfile de ídolos internacionais das duas maiores competições do mundo nos próximos anos só aumenta o interesse da juventude pelas atividades esportivas. Na outra ponta, o próprio Parque Olímpico da Barra da Tijuca sediará, após o evento, a primeira Universidade do Esporte do país, agregando em rede o que há de mais avançado na produção científica e tecnológica nacional para apoiar o esporte de alto rendimento brasileiro.

O legado de gestão pública já é realidade na segurança e na saúde. Esses setores experimentam inovações administrativas em que os grandes eventos esportivos aparecem na tela como elementos de um cenário maior. Os Centros Integrados de Comando e Controle, com aparelhagem de última geração, transcendem a tecnologia ao estabelecer como conceito a integração das variadas forças de segurança, e destas com as Forças Armadas. O Novo Marco Regulatório da Saúde em Eventos de Massa, conduzido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), também aproveita a Copa e os Jogos Olímpicos para desenvolver uma política pública estruturante e duradoura.

Na área ambiental, projetos como a Copa Orgânica e Sustentável, de alavancagem da produção de alimentos orgânicos, e Parques da Copa, de modernização administrativa e renovação de equipamentos dos parques e reservas nacionais, são capítulos do mesmo livro. Na cultura, o Projeto de Infraestrutura Cultural e Legados dos Museus segue essa trilha.

Megaventos esportivos e desenvolvimento nacional
Os exemplos apresentados acima, entre milhares de outros, mostram como é equivocada a visão que supõe existir um antagonismo entre sediar os megaventos esportivos no Brasil e ampliar os investimentos em saúde e educação no país. Ao contrário, partindo de uma visão ampla dos legados que esses eventos podem deixar no país, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 nos propiciam uma oportunidade histórica para ampliar os investimentos em saúde, educação e outros serviços públicos e direitos de cidadania, alavancando o esforço contínuo empreendido pelo Brasil para superar a secular e pesada dívida social que marca a nossa sociedade.

Em junho de 2013, enquanto era disputada no Brasil a Copa das Confederações – importante teste para os megaeventos esportivos de 2014 e 2016 – centenas de milhares de brasileiros foram às ruas para reivindicar um país melhor. Transporte, segurança, saúde e educação se destacaram como temas de faixas e cartazes, numa clara demonstração de que a sociedade brasileira está cada vez mais atuante e consciente. A mensagem transmitida ao Estado é de que os indubitáveis avanços econômicos e sociais conquistados pelo Brasil nos últimos dez anos precisam ser acompanhados por melhorias na infraestrutura urbana e nos serviços oferecidos à população.
As manifestações incluíram críticas de alguns setores apontando que os investimentos associados aos grandes eventos esportivos estariam absorvendo recursos que deveriam ser investidos em setores mais importantes, teoricamente relegados a segundo plano. Tal visão, pelo que já foi exposto, é equivocada. Mais do que isso, ela tolhe a conquista das melhorias reclamadas pelos próprios manifestantes. O legado construído por todos os entes públicos e privados envolvidos no planejamento da Copa e das Olimpíadas contempla, justamente, os anseios da população brasileira ecoados pelos manifestantes. Integram este legado o rigoroso controle e fiscalização dos empreendimentos associados a esses eventos, para evitar e combater gastos excessivos, bem como o mau uso de recursos públicos.

O planejamento estratégico que orienta a ação dos poderes públicos na preparação dos megaeventos esportivos busca potencializar os resultados extracampo da Copa e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Os gols da Seleção na Copa e as medalhas verde-amarelas nos Jogos Rio/2016 certamente emocionarão e inspirarão toda a torcida brasileira. Esperamos que o Brasil que emergir dos megaeventos esportivos possa fazer nossa torcida vibrar e se orgulhar, nas ruas e nas arquibancadas, não só pelo que o seu país realizou, mas, sobretudo, pelas bases que lançou para um futuro com mais bem-estar e justiça social para o seu povo.

* Luis Fernandes é secretário executivo do Ministério do Esporte e coordenador dos Grupos Executivos da Copa e das Olimpíadas do governo federal.

Mulheres e nanquim

01
Este era para ser um texto sobre o desenhista Paolo Eleuteri Serpieri, mas não vai dar. Não vai dar porque, entre o tema e a realidade, entre o mote e a inspiração, nesse caso, está algo mais. Algo, digamos assim, intrometido. O que seria?
Bom, para esclarecer o assunto, proponho que brinquemos de charada com poeta Carlos Drummond de Andrade. Vamos lá.
O que é o que é: é engraçada, está sempre sorrindo, nunca é trágica?
Não importa o que vai pela frente, ela se basta.

2
São duas luas gêmeas, em rotundo meneio.

O jeitinho brasileiro tem seu lado bom

Para autores e estrangeiros, o jeitinho é uma ferramenta que pode ser usada a favor da criatividade e informalidade

Ter receptividade com estranhos, pensar em novas soluções para todos os tipos de problemas e até ceder um lugar na fila, por exemplo, formam o lado bom - original e ainda não compreendido - do jeitinho brasileiro. A declaração é de Fernanda Carlos Borges, autora do livro "A Filosofia do Jeito" (Summus Editorial), que reconhece no famoso “jeitinho” uma resistência brasileira aos valores da impessoalidade e formalidade. “Enquanto o mundo trata com indivíduos, o Brasil escolheu tratar com pessoas”, avalia a filósofa.





Enquanto o mundo trata com indivíduos, o Brasil escolheu tratar com pessoas
No lugar-comum, o jeitinho está ligado ao ato de se levar vantagem em tudo e, por conseguinte, associado à corrupção. Mas, segundo Fernanda, por outro lado, com ele os brasileiros mantêm viva a possibilidade de ir além da norma e assim são capazes de encontrar soluções novas para situações imprevistas. “Percebemos que essa é uma capacidade de manter a razão, o pensamento e a criatividade vivos, atuantes”, explicou em entrevista ao Delas. Tais características do jeitinho deveriam ser reconhecidas, educadas e estimuladas.
O historiador Sérgio Buarque de Holanda publicou em 1936, em "Raízes do Brasil", o perfil do "homem cordial" e sua informalidade descompromissada com a ética. Essa visão negativa sobre o que mais se aproximava do jeitinho brasileiro foi rebatida por Oswald de Andrade, por exemplo. "Na ética da nossa cultura popular não nos submetemos à ideia de democracia entre iguais. Estamos assentados na ideia da democracia entre diferentes", explica Fernanda sobre a visão de Andrade.
Já o lado positivo do jeitinho foi explorado pela antropóloga Lívia Barbosa em "O Jeitinho Brasileiro" (Ed. Campus). Para a autora, ele surgiu como uma nova identidade cultural no País, a partir de 1930, e só apareceria nos meios de comunicação mais de dez anos depois. E foi resumido assim: “Pois nada é mais importante para a sociedade brasileira moderna, individualista, industrial, do que temperar toda a impessoalidade do mundo político, econômico e empresarial com uma boa dose de intimidade.”


Vera Moutinho
Alexandra Coelho durante visita a São Paulo

“Brasileiros dão jeitinho, coisas acontecem”
Para Fernanda Borges, com a massiva presença de estrangeiros no Brasil, a Copa do Mundo surge como uma oportunidade de exportação do melhor aspecto dos brasileiros e o seu jeito. E a experiência da jornalista portuguesa Alexandra Padro Coelho confirma isso. Após 18 dias viajando entre os Estados de São Paulo, Mato Grosso e Pará, Alexandra e os colegas do sitePúblico viram seus problemas resolvidos após ouvirem de brasileiros a frase mágica: “Daremos um jeitinho, espera aí”.


Para a jornalista é interessante analisar ambiguidade da expressão, muitas vezes negativada pelos próprios brasileiros. Ela cita ainda uma comparação com os portugueses, que não são prontamente otimistas diante de um favor ou desafio. “Em Portugal é muito comum escutar que tudo vai ser difícil, quase impossível. Os brasileiros que conheci deram um jeitinho e as coisas aconteceram. A vontade de ajudar é incrível”, conclui.A experiência foi tão surpreendente que Alexandra decidiu escrever em seu blog o artigo “O jeitinho brasileiro”, onde narrou suas experiências no País. “Poderia até ter dado outro título. Algo mais para ‘eles dão um jeitinho e as coisas acontecem’. Foi realmente impressionante ver a conectividade entre brasileiros e como todos abrem suas redes de contato para nos ajudar”.


Getty Images
Vizinhos da América do Sul e outros estrangeiros veem criatividade e boa vontade no jeitinho

Práticos, espontâneos e otimistas
Dividindo um escritório em Miami (EUA) com norte-americanos, latinos e europeus, o colombiano Mauricio Garcia Quiñones, de 38 anos, que atua como diretor de logística em uma grande cervejaria, acredita que o jeitinho é responsável pela praticidade brasileira na rotina do trabalho. “Os brasileiros têm o pensamento de que alguns problemas podem ser resolvidos sem o freio da burocracia. É algo simples? Resolvem sem mandar aquele e-mail enorme. Acredito que o nível de agilidade dos brasileiros é similar ao dos norte-americanos”.
Para o mexicano Eduardo Cornejo, de 33 anos, que trabalha com brasileiros nos EUA há quatro anos, é admirável como os seus colegas do Brasil não se deixam influenciar pelo estresse do escritório e são agradáveis ainda na situação de crise. “Alemães, holandeses e franceses podem até ofender com um discurso direto com tom de superioridade, mas nunca passei por um momento difícil com os brasileiros”.
Outros estrangeiros ouvidos pelo Delas, como o economista argentino Diego B., de 30, e o francês Grégoire Delahaye, de 31, citaram a visão otimista sobre o futuro como a principal diferença ao trabalhar com os brasileiros. “O jeitinho faz com que você pense um jeito para remediar situações aparentemente sem solução. A equipe se esforça mais para pensar em outras soluções, que não são as mais óbvias”, comenta Delahaye, que é diretor de vendas de uma empresa francesa em São Paulo.
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O Brasil é o paraíso dos milionários

Pior que uma parcela da população pobre concorda e apoia os ricos, milionários e bilionários pagarem menos impostos ainda. Babacas!

por Fernando Brito no Tijolaço

Todo dia tem alguém reclamando dos altos impostos no Brasil.

E são mesmo, para a classe média e para os pobres.

Mas para os muito ricos, ah, é o paraíso.

Mas, de tanto a nossa mídia repetir,  passamos a acreditar que o imposto é alto para todo mundo.

impostos

Não adianta muito, porque tem gente tão fanatizada pelo discurso direitista que nem a gente desenhando aceita pensar, mas é interessante trazer a tabela aí de cima, publicada pelo site mundial da BBC .

Ela abrange todos os países do G-20 e foi elaborada pela Price Waterhouse Cooper, uma das mais conceituadas empresas de auditoria do mundo.

Ela trata das pessoas que recebem US$ 400 mil por ano, ou R$ 940 mil, por ano.

Em salário mensal, considerado aqui o 13°, dá R$ 72 mil mensais.

O estudo considera ainda que a pessoa seja casada e tenha  uma dívida, dedutível, de R$ 2,8 milhões  e tenha dois filhos menores.

E não ache que ninguém ganha isso.

A última Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar do IBGE apurou que a renda média do 1% dos brasileiros mais ricos é de R$ 18 mil. São dois milhões de pessoas e se imaginarmos que um em cada dez tenha renda igual ou superior à da pesquisa, serão 200 mil felizardos.

Além, é claro, de que para esta casta, os “por fora” – benefícios diversos, participação nos lucros, bonificações, etc – são frequentes e polpudos.

Se você acha que estou exagerando, dê uma  olhada num levantamento mundial da consultoria Robert Walters, que estabelece que os rendimentos anuais de diretores (com 12 anos de experiência ou mais)  de empresas de grande porte, em São Paulo, ou da indústria do petróleo no Rio fica entre  R$ 120 mil e R$ 620 mil, sem contar bônus e benefícios, o que pode dobrar ou triplicar o valor.

Nada mau, não é?

Mas, como diz O Globo, é o salário mínimo que está atrapalhando a economia brasileira e inviabilizando as empresas.

Mais um mascarado


Pena-paga

O conformista inconformado

O surgimento do PT e a vitória de um operário em 2002 e 2006, que fez a sucessora em 2010, causaram um ruído insuportável no escopo biográfico e político de FHC

 por: Saul Leblon

 Resgatar  o legado de Fernando Henrique Cardoso é tido como o  grande trunfo da campanha conservadora em 2014.
O escrutínio eleitoral desse patrimônio, como se sabe, não contabiliza  um saldo favorável.

‘Por acanhamento do próprio tucanato’ --alega o PSDB, que agora estaria disposto a redimir a herança de seu maior quadro.

Nas derrotas presidenciais de 2002, 2006 e 2010 a coalizão conservadora preferiu, ao contrário,  guardar essa carta  na manga do esquecimento.

Havia respaldo nas estatísticas sociais e econômicas, bem como nas enquetes de prestígio popular, à conveniência da decisão.

Talvez tenha chegado a hora de voltar a Fernando Henrique Cardoso, de fato,  não propriamente pelo seu legado presidencial.

Mas pela atualidade que a tensão da história latino-americana  –e brasileira, claro—veio adicionar à coerência do seu percurso intelectual, da sociologia à Presidência da República.

O próprio tucano ensaia esse aggiornamento das linhas estratégicas do projeto conservador, do qual ele se tornou uma referência.

Em artigo recente (‘Diplomacia inerte’), FHC faz a atualização do quadro analítico que desenvolveu como sociólogo, depois adotou como presidente, para responder aos desafios do desenvolvimento na periferia do capitalismo.

“(...) houve um erro estratégico desde o governo Lula na avaliação das forças que predominariam no mundo e da posição do Brasil na ordem internacional”, diz o ex-presidente.

O cabo eleitoral número um do PSDB reafirma o fatalismo implícito no festejado texto de 1967, ‘Dependência e desenvolvimento na América Latina’, escrito com Enzo Falletto, no Chile, quatro anos depois do golpe no Brasil, e publicado em 1973, ano da queda de Allende.

Os dois acontecimentos trágicos pareciam dar razão à analise sociológica sobre a inviabilidade de um modelo de desenvolvimento soberano na região.

O artigo do último domingo reitera essa inexorabilidade diante do que aponta como sendo  ‘as forças que predominariam no mundo’ na última década.

“Nossa diplomacia guiou-se pela convicção de que um novo mundo estava nascendo e levou o presidente (NR Lula), em sua natural busca de protagonismo, a ser o arauto dos novos tempos. Não me refiro ao que eu gostaria que ocorresse, mas às tendências que objetivamente se foram configurando (...)  A convicção implícita era a de que pós-Muro de Berlim, depois de breve período de quase hegemonia dos Estados Unidos, (dos) equívocos da política externa daquele país...assistiríamos a uma correção de rumos. (essa visão)  encontra eco nos sentimentos de boa parte dos brasileiros, inclusive de quem escreve este artigo. Sempre sonhamos com um mundo multipolar (...)  Nisso é que o governo Lula calculou mal.(...)  o Brasil faz reuniões com países árabes (...) abre embaixadas nas mais remotas ilhas,(enquanto) a Petrobras é expropriada pela Bolívia, interfere contra o sentimento popular em Honduras, além de calar diante de manifestações antidemocráticas quando elas ocorrem nos países de influência ‘bolivariana’. Noutros termos: escolhemos parceiros errados, embora, em si mesma a relação Sul/Sul seja desejável, e menosprezamos os atores que estão saindo da crise como principais condutores da agenda global (...)”

 Desguarnecido dos préstimos da toga colérica, que de herói da ética se confessou um delinquente jurídico ao manipular  a dosimetria na AP 470,  o conservadorismo renova  assim o martelete do suposto anacronismo geopolítico dos projetos progressistas.

A dependência é estrutural, dizia FH em 1967; a dependência é virtuosa, adicionaria FH presidente; a dependência é inexorável e o Brasil do PT perdeu seu tempo ao afrontá-la, diz o redimido patrono do PSDB.

O ponto de partida repisado no artigo de domingo encontrou suas bases empíricas em um texto que antecede o  livro de 1967 da dupla FHC/Faletto.

Em 1964, dois meses antes do golpe de Estado,  seria publicada uma pesquisa premonitória, ‘Empresário Industrial e Desenvolvimento Econômico’, coordenada pelo então sociólogo da USP.

Nela,  Fernando Henrique encontraria o fundamento da futura  visão sobre a dependência.

A pesquisa  desnuda o  equivoco de boa parte da esquerda, então, que via na burguesia nacional um aliado dos trabalhadores do campo e da cidade na luta pelo desenvolvimento industrial, contra o imperialismo e o atraso  agrário.

O levantamento coordenado por FHC não apenas desmentia o idílio.

Ele  antecipava a vontade predominante no empresariado industrial brasileiro de se aliar ao capital estrangeiro, ao largo de Jango, dos sindicatos e das reformas de base.

Em síntese, as bases burguesas do projeto nacional e popular eram tão sólidas quanto se revelaria o dispositivo militar de Jango.

O esquematismo importado das sociedades europeias viveu seu teste do pudim dois meses depois de publicado o diagnóstico e deu razão ao sociólogo.

Três anos mais tarde, com Faletto, ele ampliaria essa constatação, dando-lhe o escopo de uma matriz de validade latino-americana.

Focado na realidade efetiva dos interesses das classes dominantes, que opunha o capital às massas populares na disputa pela destinação do excedente econômico na região, ‘Dependência e Desenvolvimento na América Latina’, sinalizava a complementariedade de propósitos entre o capital local e o estrangeiro.

Tal convergência, antes de levar à estagnação pela atrofia do mercado interno, em decorrência do arquivamento das reformas de base, permitiria um padrão de desenvolvimento associado e dependente.

Ao privilegiar os conflitos de interesse no interior da sociedade à margem de idealizações ideológicas, o livro representou um avanço, sem  todavia definir um novo marco histórico.

Faltava-lhe abordar o essencial: a problematização dos conflitos inerentes à endogamia entre o capital local e o internacional  e o seu custo social.

A ausência desse olhar dialético e engajado o levaria a amplificar aquilo que corretamente criticava nos esquematismos de uma parte da esquerda: trocava-se a materialidade da luta de classes por um fatalismo alheio às contradições transformadoras do processo.

Até que ponto seria viável um desenvolvimento que alijava a grande maioria da sociedade das decisões relativas ao seu destino e à destinação do excedente econômico?

A visão de FH, de certa forma, repetia o tropeço dos que viam no desenvolvimento periférico quase que  uma atividade reflexa do centro hegemônico.

A dinâmica interna estaria assim previamente dada; independente da prática política, ela orbitaria como um lubrificante, sem nunca alterar o núcleo duro da engrenagem.

Com a exacerbação da lógica financeira, a partir da desregulação propiciada pelas derrotas da esquerda mundial nos anos 70/80, esse enredo mecanicista ganha a robustez de um sujeito histórico hegemônico.

 Os mercados autorreguláveis, seus agentes racionais e as agencias de risco assumem o rosto genérico de um interlocutor dotado de mando e ubiquidade.

Esse determinismo  inquestionável, sob a ótica conservadora,  daria estofo ao  projeto político do sociólogo que exerceu  a Presidência da República de 1995 a 2002, disposto a  personificar sua teoria.

E assim o fez.

A saber: com as privatizações, o desmonte do Estado (‘sepultar a Era Vargas’) , o descompromisso  estatal com as grandes obras de infraestrutura, a renúncia a uma política industrial, a redução do Itamaraty a um anexo do Departamento de Estado norte-americano, a desmoralização do planejamento econômico,  a terceirização do interesse público a agentes privados, a corrosão do poder aquisitivo dos trabalhadores, a desqualificação dos sindicatos e das organizações sociais, o sopão à pobreza (cuja sorte seria entregue à transição demográfica), a derrisão de tudo o que remetesse ao interesse público e, finamente, o deslumbramento constrangedor de um cosmopolitismo provinciano, festejado no Presidente que falava ‘línguas’ e era bajulado no exterior pelo bom comportamento.

Aquilo que em princípio era só  uma constatação  histórica, que desmentia o flerte da elite local com a agenda do desenvolvimento soberano,  transformar-se-ia na determinação política de fazer da servidão uma virtude.

O surgimento do PT e a vitória desconcertante do líder operário em 2002 e 2006 –que fez  a sucessora em 2010--  introduziu um ruído insuportável no escopo desse conformismo estratégico com a sorte do país e de sua gente.

Para revalidar a teoria  –e os interesses aos quais ela consagra uma dominância irreversível, era preciso desqualificar a heresia de forma exemplar.

Não apenas  derrotá-la nas urnas.

Quando a realidade teima,  a redenção requer o açoite inapelável da moral.

E parecia que Joaquim Barbosa seria o anjo negro de origem humilde, desfrutável em mais de um sentido, capaz de executar a purga saneadora  da história maculada pelo ‘voluntarismo petista’, como espicaçou FH em outro artigo (‘Estadão’, 03-03-2014).

Não foi assim que se deu.

O artigo deste domingo retoma então os marcos analíticos de uma biografia em rota de colisão com a realidade e exorta o país a aceitar o seu confinamento no tabuleiro geopolítico que os vencedores manejam à revelia das ilusões multipolares.

Como em 1967, não se cogita discutir os requisitos para disputar a hegemonia do processo.

Não há atores e interesses capacitados a operar essa difícil disputa, sugere o ex-presidente.

Nem no Brasil, nem em outras latitudes da  América Latina, onde hereges  verão  igualmente  fracassar  uma agenda social desprovida de sustentação econômica e inserção mundial.

A demonização das experiências venezuelana, boliviana e argentina faz parte desse tour de force  que transforma o noticiário internacional em uma extensão da guerra interna contra a ingerência do Estado e da democracia nas diretrizes do desenvolvimento.

FHC e assemelhados tem razão ao apontar a espiral de desequilíbrios introduzida na matriz econômica brasileira desde 2003.

De fato, mais de 50 milhões de novos consumidores aportaram no mercado em apenas dez anos; 17 milhões de empregos foram criados no período; o salário mínimo registrou um aumento real superior  a 60%.

O conjunto não apenas invadiu o mercado, mas a teoria de 1967 e com ela asfixiou o espaço politico e eleitoral d conservadorismo.

Um novo protagonista histórico, imprevisto e improvável na mecânica fatalista da dependência conservadora exige seu espaço na democracia depois de tê-lo conquistado no mercado:  o consumo das famílias brasileiras cresce ininterruptamente há 120 meses; tempo suficiente para uma geração nascer, crescer e completar dez anos.

Como devolver essa pasta de dente ao tubo estreito da dependência se a disputa se acirrou com demandas crescentes por infraestrutura, serviços de qualidade, habitação, participação, segurança, lazer etc?

O conformismo de 1967  esgotou o prazo de validade e com ele a pertinência da agenda conservadora abrigada no PSDB e assemelhados?

Não, sugere FHC, se o caos urbano --e o constrangimento externo decorrentes de desequilíbrios na capacidade de pagar importações crescentes-- fizer regredir os avanços da última década. 

Não se o torniquete financeiro internacional  –ancorado nas agencias de risco e na potencial fuga de capitais--  tanger a pasta  com a  chibata dos juros altos, o estalo do arrocho fiscal, a volta do desemprego e reversão dos ganhos salariais.

A hora do acerto de contas chegou, brada o conservadorismo latino-americano de olho na reversão do ciclo mundial de liquidez que, de fato, restringe a   margem de manobra progressista para mitigar a disputa pelo excedente.

É um pedaço da verdade. Mas a exemplo do que constatou o livro de 1967, não é toda a verdade.

O Brasil  dispõe dos requisitos objetivos para um salto industrializante que irradie a produtividade necessária aos novos avanços em direção à cidadania plena de sua gente.

A saber: 

1) as empresas instaladas no país dispõem de uma massa de capital monetário suficiente,  hoje alocado na roleta rentista (que inclui a dívida pública; e em repouso em paraísos fiscais, onde Brasil figura como o 4º país com maior volume de depósitos: US$ 520 bi, ou mais de R$ 1 trilhão, segundo a organização inglesa "Tax Justice Network);

 2) o mercado de massa brasileiro forma hoje, sozinho, o 16º maior país do mundo em movimento econômico;

3) a economia dispõe de sólidas bases de recursos naturais, incluindo-se o impulso industrializante inerente à exploração das maiores reservas de petróleo descobertas no planeta neste século. 

Falta a amarração política desses ingredientes, processo que guarda semelhança com a disputa de um gigantesco jogo de truco estratégico.

A iniciativa privada mantém o pé no freio do investimento e a emissão conservadora  exaspera a guerra de expectativas para desencorajar o capital privado a  apostar no país.

Derrotado o ‘lulopetismo’, o lucro será maior, sugere-se.

Quem pode induzir a  gigantesca escala de investimentos e o salto tecnológico que os oligopólios globais e seus associados locais – assim convertidos, como previa FHC em 1967--  se recusam a deflagrar?

Para escapar ao fatalismo conservador, e à  hipertrofia autoritária do Estado verificada  na ditadura, só existe um caminho:  encarar o fortalecimento da democracia participativa como um requisito indispensável à reordenação do desenvolvimento brasileiro.

Entenda-se por isso a criação dos instrumentos que forem necessários à ampla repactuação de metas e prazos  que tornem críveis as linhas de passagem entre as urgências da sociedade  e as possibilidades efetivas do crescimento.

Antes  que a crispação conservadora resulte em um endosso ao fatalismo embutido em ‘Dependência e Desenvolvimento na América Latina’, será preciso escrever na prática uma outra referência histórica que liberte a democracia da passividade a que foi condenada no arcabouço conservador.

 ‘Democracia Social e Desenvolvimento na América Latina’ é um bom título para esse novo período à espera do seu autor coletivo.

http://www.cartamaior.com.br/?/Editorial/O-conformista-inconformado/30397

Cantanhêde e Sheherazade: verso e reverso da insensatez, do preconceito e da fanfarronice

Quando vejo e leio informações sobre o que pensaram(?) e disseram as senhoras jornalistas Eliane Cantanhêde e Rachel Sheherazade não fico abismado e muito menos surpreso. Apenas me pergunto o porquê de um site de política tão importante como o Brasil 247 dá tanta atenção ao que afirmam duas jornalistas sem qualquer noção de civilidade e solidariedade, que vomitam seus preconceitos e perversidades, porque são simplesmente favoráveis ao fim do projeto de País do PT, partido trabalhista que apostou no crescimento do Brasil, por intermédio de pesados investimentos em programas sociais e infraestrutura. Porque, se alguém parar e pensar com clareza e de forma pontual vai perceber, quase que instantaneamente, que pessoas elitistas, preconceituosas e intolerantes como essas duas meninas já com certa idade não têm a importância política e jornalística que pensam ter e muito menos influenciam no que é relativo ao caminho que a maioria do povo brasileiro escolheu para trilhar, que se resume na busca, intermitente, do seu desenvolvimento social e econômico e da continuação de um programa de Governo apresentado há quase 12 anos à população brasileira, que hoje parte dela se mostra insatisfeita, porque teve acesso a muitas coisas até então “proibidas” e, como gostou das novas experiências, agora quer ter mais. Querer mais e reivindicar pacificamente ou violentamente, como ocorreram com as manifestações “pacíficas”, “apartidárias” e “apolíticas”, que somente a imprensa mentirosa e de negócios privados viu e ainda vê por conveniência política, ao tempo que teve que cobrir os protestos de helicóptero, porque, do contrário, apanhava nas ruas, não significa que a maioria dos brasileiros quer mudanças políticas e partidárias, como, por exemplo, colocar novamente na cadeira da Presidência da República um tucano neoliberal e que, conforme os anteriores, não tem compromisso com o povo brasileiro e, sim, com os privilegiados inquilinos da escravagista casa grande.  A verdade é que o povo pobre, os trabalhadores, a classe média que recentemente melhorou de vida sabe o que quer. Esses grupos ascenderam socialmente e passaram a ter acesso ao consumo, sendo que muitos de seus filhos ingressaram nas escolas técnicas, nas universidades públicas e, consequentemente, conquistaram melhores empregos e passaram a receber salários mais dignos, bem como perceberam que o direito de comprar, de frequentar restaurantes e shoppings, além de ocupar os saguões dos aeroportos, espaços historicamente ocupados pela burguesia, transformou-se em parte de sua rotina. Os burgueses e os pequenos burgueses que se revoltam, babam de ódio e demonstram desavergonhadamente todo o preconceito e o desprezo adquiridos durante a vida e herdados de seus ancestrais, como nos casos de Sheherazade e Cantanhêde, a primeira imbecilmente a clamar pela volta dos militares e a apoiar a Marcha da Família, prevista para ser realizada em março em São Paulo (sempre São Paulo); e a segunda, depois de fazer um passeio de madame coxinha no exterior, desembarca em aeroporto e lamenta, mais do que as obras e as reformas, a aglomeração de pessoas, a maioria de classe média e média baixa, fato este que, certamente, causa urticária, danos psicológicos e muita raiva até se transformar em ira à madame, pessoa que se acha fidalga e com trejeitos nobiliárquicos. Durma-se com um barulho desses. Cantanhêde é a Danuza Leão que não suporta ver porteiro em Nova Iorque. E a Sheherazade é a perversa elite branca do Nordeste e que vem para o “Sul Maravilha”, a convite do magnata bilionário Sílvio Santos, dar uma de paladina da moral e dos bons costumes, só que, sem entrar no mérito, comporta-se como uma cangaceira, a fomentar discórdia e a aplaudir até linchamento de ladrãozinho como ocorreu no episódio do garoto que foi preso a um poste por uma trava de segurança de automóvel. São, realmente, duas pessoas sem discernimento sobre o que acontece e o que já aconteceu no Brasil, a exemplo do golpe de 1964 e até mesmo da escravidão, como lembrou o triste e lúgubre episódio do rapaz preso ao poste. É incrível e por isso surreal que duas pessoas que tiveram todas as oportunidades para vencer na vida tenham mentalidades tão obtusas, baseadas em pseudos teorias de uma pretensa superioridade de classe, como se o mundo pertencesse apenas a algumas pessoas que se autoproclamam donos das razões e de todo dinheiro que se tem para ganhar em qualquer mercado, atividade, segmento e profissão. Em contraponto a essa farsa ou fraude que são os valores e princípios preconcebidos por gente perversa e dada à estratificação da sociedade em castas sociais, surge com força um Brasil disposto a valorizar o trabalho e a distribuir renda e riqueza ao rejeitar a antiga trapaça de que é preciso fazer crescer o bolo para depois dividi-lo. Nada disso. O Brasil cresceu economicamente e socialmente, de forma exponencial, e essa realidade foi como um soco na ponta do queixo da direita brasileira herdeira da escravidão e acostumada a dominar o poder e a ter a imprensa alienígena como porta-voz de seus interesses, que geralmente não coadunam com os do País de ser totalmente independente e com um povo definitivamente emancipado. Eliane Cantanhêde e Rachel Sheherazade são apenas marionetes replicantes de uma “elite” decadente e que quer a volta de um sistema econômico neoliberal e voltado a apenas a atender os ricos deste País e do exterior. Lutam para que o Brasil volte a ser de poucos, como se fosse um clube VIP para a burguesia se locupletar e se divertir enquanto o restante maior da população fique a ver navios e a mendigar para ter um simples emprego, como ocorreu no (des)governo de FHC — o Neoliberal I —, aquele que foi ao FMI três vezes, de joelhos e com o pires nas mãos, porque o Brasil quebrou três vezes. Quando resolvo ler alguma coisa, geralmente não muito realista e inteligente de Cantanhêde, ou ouvir, o que é muito raro, o palavreado desconexo e desconcatenado de Sheherazade, custo acreditar que essas pessoas utilizem meios de comunicação de concessão pública e fiquem a propagar a desestabilização do sistema democrático, a convocar marchas golpistas e a aprovar, por exemplo, os quebra-quebras ocorridos neste País e que culminaram com a morte do cinegrafista da Rede Band. Eliane Cantanhêde e Rachel Sheherazade são o verso e o reverso da insensatez, do preconceito e da fanfarronice.  A importância jornalística e a influência política das jornalistas é nenhuma. Apenas são provocadoras e contam com as controvérsias e os antagonismos para criarem crises e confusões artificiais, em nome do establishment e de seus patrões. É isso aí.  

Davis Sena Filho

 http://davissenafilho.blogspot.com.br/2014/03/cantanhede-e-sheherazade-verso-e.html

Cantanhêde e Sheherazade: verso e reverso da insensatez, do preconceito e da fanfarronice

Quando vejo e leio informações sobre o que pensaram(?) e disseram as senhoras jornalistas Eliane Cantanhêde e Rachel Sheherazade não fico abismado e muito menos surpreso. Apenas me pergunto o porquê de um site de política tão importante como o Brasil 247 dá tanta atenção ao que afirmam duas jornalistas sem qualquer noção de civilidade e solidariedade, que vomitam seus preconceitos e perversidades, porque são simplesmente favoráveis ao fim do projeto de País do PT, partido trabalhista que apostou no crescimento do Brasil, por intermédio de pesados investimentos em programas sociais e infraestrutura. Porque, se alguém parar e pensar com clareza e de forma pontual vai perceber, quase que instantaneamente, que pessoas elitistas, preconceituosas e intolerantes como essas duas meninas já com certa idade não têm a importância política e jornalística que pensam ter e muito menos influenciam no que é relativo ao caminho que a maioria do povo brasileiro escolheu para trilhar, que se resume na busca, intermitente, do seu desenvolvimento social e econômico e da continuação de um programa de Governo apresentado há quase 12 anos à população brasileira, que hoje parte dela se mostra insatisfeita, porque teve acesso a muitas coisas até então “proibidas” e, como gostou das novas experiências, agora quer ter mais. Querer mais e reivindicar pacificamente ou violentamente, como ocorreram com as manifestações “pacíficas”, “apartidárias” e “apolíticas”, que somente a imprensa mentirosa e de negócios privados viu e ainda vê por conveniência política, ao tempo que teve que cobrir os protestos de helicóptero, porque, do contrário, apanhava nas ruas, não significa que a maioria dos brasileiros quer mudanças políticas e partidárias, como, por exemplo, colocar novamente na cadeira da Presidência da República um tucano neoliberal e que, conforme os anteriores, não tem compromisso com o povo brasileiro e, sim, com os privilegiados inquilinos da escravagista casa grande.  A verdade é que o povo pobre, os trabalhadores, a classe média que recentemente melhorou de vida sabe o que quer. Esses grupos ascenderam socialmente e passaram a ter acesso ao consumo, sendo que muitos de seus filhos ingressaram nas escolas técnicas, nas universidades públicas e, consequentemente, conquistaram melhores empregos e passaram a receber salários mais dignos, bem como perceberam que o direito de comprar, de frequentar restaurantes e shoppings, além de ocupar os saguões dos aeroportos, espaços historicamente ocupados pela burguesia, transformou-se em parte de sua rotina. Os burgueses e os pequenos burgueses que se revoltam, babam de ódio e demonstram desavergonhadamente todo o preconceito e o desprezo adquiridos durante a vida e herdados de seus ancestrais, como nos casos de Sheherazade e Cantanhêde, a primeira imbecilmente a clamar pela volta dos militares e a apoiar a Marcha da Família, prevista para ser realizada em março em São Paulo (sempre São Paulo); e a segunda, depois de fazer um passeio de madame coxinha no exterior, desembarca em aeroporto e lamenta, mais do que as obras e as reformas, a aglomeração de pessoas, a maioria de classe média e média baixa, fato este que, certamente, causa urticária, danos psicológicos e muita raiva até se transformar em ira à madame, pessoa que se acha fidalga e com trejeitos nobiliárquicos. Durma-se com um barulho desses. Cantanhêde é a Danuza Leão que não suporta ver porteiro em Nova Iorque. E a Sheherazade é a perversa elite branca do Nordeste e que vem para o “Sul Maravilha”, a convite do magnata bilionário Sílvio Santos, dar uma de paladina da moral e dos bons costumes, só que, sem entrar no mérito, comporta-se como uma cangaceira, a fomentar discórdia e a aplaudir até linchamento de ladrãozinho como ocorreu no episódio do garoto que foi preso a um poste por uma trava de segurança de automóvel. São, realmente, duas pessoas sem discernimento sobre o que acontece e o que já aconteceu no Brasil, a exemplo do golpe de 1964 e até mesmo da escravidão, como lembrou o triste e lúgubre episódio do rapaz preso ao poste. É incrível e por isso surreal que duas pessoas que tiveram todas as oportunidades para vencer na vida tenham mentalidades tão obtusas, baseadas em pseudos teorias de uma pretensa superioridade de classe, como se o mundo pertencesse apenas a algumas pessoas que se autoproclamam donos das razões e de todo dinheiro que se tem para ganhar em qualquer mercado, atividade, segmento e profissão. Em contraponto a essa farsa ou fraude que são os valores e princípios preconcebidos por gente perversa e dada à estratificação da sociedade em castas sociais, surge com força um Brasil disposto a valorizar o trabalho e a distribuir renda e riqueza ao rejeitar a antiga trapaça de que é preciso fazer crescer o bolo para depois dividi-lo. Nada disso. O Brasil cresceu economicamente e socialmente, de forma exponencial, e essa realidade foi como um soco na ponta do queixo da direita brasileira herdeira da escravidão e acostumada a dominar o poder e a ter a imprensa alienígena como porta-voz de seus interesses, que geralmente não coadunam com os do País de ser totalmente independente e com um povo definitivamente emancipado. Eliane Cantanhêde e Rachel Sheherazade são apenas marionetes replicantes de uma “elite” decadente e que quer a volta de um sistema econômico neoliberal e voltado a apenas a atender os ricos deste País e do exterior. Lutam para que o Brasil volte a ser de poucos, como se fosse um clube VIP para a burguesia se locupletar e se divertir enquanto o restante maior da população fique a ver navios e a mendigar para ter um simples emprego, como ocorreu no (des)governo de FHC — o Neoliberal I —, aquele que foi ao FMI três vezes, de joelhos e com o pires nas mãos, porque o Brasil quebrou três vezes. Quando resolvo ler alguma coisa, geralmente não muito realista e inteligente de Cantanhêde, ou ouvir, o que é muito raro, o palavreado desconexo e desconcatenado de Sheherazade, custo acreditar que essas pessoas utilizem meios de comunicação de concessão pública e fiquem a propagar a desestabilização do sistema democrático, a convocar marchas golpistas e a aprovar, por exemplo, os quebra-quebras ocorridos neste País e que culminaram com a morte do cinegrafista da Rede Band. Eliane Cantanhêde e Rachel Sheherazade são o verso e o reverso da insensatez, do preconceito e da fanfarronice.  A importância jornalística e a influência política das jornalistas é nenhuma. Apenas são provocadoras e contam com as controvérsias e os antagonismos para criarem crises e confusões artificiais, em nome do establishment e de seus patrões. É isso aí.  

Davis Sena Filho

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