Pergunta do dia? Bandidagem
Operação cumpre 200 mandados de prisão em Fortaleza
S.O.S polícia
Não há dicotomia no PT
O presidente do PT disse ao jornal, com todas as letras, que o partido não foi o responsável pela saída do ex-ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. “O PT tem muitos líderes, figuras públicas que se manifestaram (a respeito). Mas não houve manifestação do PT, como partido, pedindo a saída do ministro”.
E, aproveito para acrescentar: nem a crise na bancada na Câmara dos Deputados é de responsabilidade do partido. Ainda assim, tudo indica que o PT precisa - respeitada a sua autonomia - unificar a bancada e superar as divergências que vêm paralisando sua atuação e impedindo que seja a bancada do governo.
Busca do entendimento
Esse passo é importante para que a bancada possa coordenar, com o líder do governo, a ação, os acordos e os consensos com a base governista. A situação atual de desentendimentos na bancada é grave e precisa ser superada, cabendo à direção nacional do PT, no caso de impasse, buscar o entendimento entre os deputados e consolidar uma direção que trabalhe de comum acordo com o líder do governo. A propósito, recomendo a leitura da entrevista de Ideli Salvatti, também em O Globo, na edição de hoje. Segundo ela, seu trabalho imediato é tentar concretizar os acordos resultantes das conversas do governo com os vários partidos.
Rui advertiu que o presidente Lula, com relação aos governadores ou ao PT, sempre teve um tratamento muito respeitoso, procurando ouvir, dialogando, nunca impôs nada. Por que agiria diferente com a presidenta?
Importância de Lula
Já disse aqui neste blog e volto a afirmar. A importância política do ex-presidente Lula não vai, nem deverá constranger a administração de Dilma Rousseff. Ele não vai participar do governo ou do dia a dia do Congresso, como fazem os ex-presidentes senadores José Sarney (PMDB/AP), Itamar Franco (PPS/MG) e Fernando Collor de Mello (PTB/AL).
O ex-presidente Lula, ao contrário, vai continuar a atuar na vida política do país e continuar exercendo sua liderança e autoridade política. Mas ele, mais do que ninguém, tem consciência de que o país tem uma presidenta que dirige, comanda e decide, lidera e tem apoio popular e na sociedade, como a pesquisa do Datafolha comprova. Ou seja, a presidenta Dilma Roussef, para tanto, tem apoio de seu partido e da base aliada.
por Zé Dirceu
Polícia e Política
Apreensões fetas pela PM no Rio
Rio de Janeiro
Os delegados paulistas recebem o pior salário do Brasil
ALOÍSIO DE TOLEDO CÉSAR
Promessa desmentida pela violência das ruas
Essa violência e a barbárie cometida pelos policiais ocupam grande espaço na imprensa e não há nada mais a ser descoberto para a conclusão óbvia: a situação calamitosa só evidencia o fracasso de 16 anos de administração tucana no Estado com relação à segurança pública e a PM. Até onde vai o poder de vida e morte que a PM tem sobre aqueles que legal ou ilegalmente prende? Quem deu esse poder aos seus soldados e oficiais?
Aquele que foi recentemente a um programa de TV de audiência popular e, em termos chulos e típicos da direita, falou de segurança como se fosse uma questão pura e simples de mais repressão e mais prisões. Quando o próprio Estado que ele governou por três anos e meio, mal tem autoridade sobre os presídios, a maioria dominada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).
A PM tem como comandante-chefe o governador do Estado. O mais recente desincompatibilizou-se. Agora, candidato da oposição pelo PSDB-DEM-PPS a Presidência da República fez da criação de um ministério da Segurança Pública, sua primeira promessa de campanha. Uma pergunta: quem governou São Paulo por três anos e meio e deixa essa situação tem autoridade para fazer esse compromisso?
Que democracia é esta?...
Onde vocês se enfiam, onde vocês se metem quando o torturado e morto é um pobre?
Quando o pobre coitado não lutou contra a ditadura?
Que democracia é esta?
"Eles ficaram batendo nele meia hora e depois o enforcaram na minha frente".
"Podiam ter prendido por desacato, mas não precisavam matar. Ele comprou a moto com tanto sacrifício e ia emplacar na terça-feira".
"Eu tentava segurar a mão do policial e pedia pelo amor de Deus para que parasse".
"Diziam que meu filho era vagabundo, e que eles podiam fazer o que quisessem porque eram policiais".
São Paulo perdeu a guerra
No calendário político, a derrota começou quando José Serra foi eleito governador.
No seu governo a policia se especializou em chantagear traficantes e bandidos.
Vale lembrar que para combater esta prática a PF entrou em campo e realizou várias operações de combate a corrupção em São Paulo.
Quando José Serra assumiu o governo, disse em particular o que não diria na televisão: "Se as favelas tomarem conta da avenida paulista, estamos perdidos. E ela vai tomar". E realmente, tomou.
O poder financeiro – e eleitoral – das favelas é tão grande que detém à bala de metralhadora (e com granadas) a policia e impede uma efetiva ação política.
A origem do poder que corrompe policiais, delegados, advogados, juízes, políticos, advém do dinheiro da droga e da incompetência do governador José Serra em combate-lo.
Inacreditável, Inaceitável, Inqualificável
Frequentemente recebo mensagens me cobrando posicionamento tão incisivo contra a ditadura e as torturas do presente quanto os que eu assumo em relação às dos anos de chumbo.
Quem viveu aquele período de arbítrio e atrocidades, sabe que a barra pesava muito, muitíssimo mais.
Mesmo assim, é chocante que, depois de tanta luta para trazermos o Brasil de volta para a civilização, o cidadão comum continue tão impotente para influir nos destinos do País, a imprensa tão blindada contra versões/interpretações alternativas e os direitos civis tão impunemente atingidos (ainda mais quando a vítima é a população carente!).
Assim, a imprensa hoje (3ª, 14) noticia que a Polícia Militar do Rio de Janeiro vai impedir pela força a realização de bailes funk nas favelas. Alega que não consegue coibir o tráfico de drogas sem pisotear o direito dos favelados ao lazer.
Como motivo imediato, apresenta um episódio que evidencia, isto sim, abuso de autoridade e incompetência criminosa de sua parte: desencadeou uma operação repressiva para prender traficantes em meio a um baile no Morro dos Macacos (lá na Vila Isabel do saudoso Noel) e acabou travando tiroteio com eles, no último sábado.
Saldo: três mortos e seis feridos. Quem não tinha culpa no cartório pegou as sobras, como sempre. Caso de uma moradora de 35 anos.
Se o preço para prender traficantes é colocar inocentes em risco, a PM jamais, JAMAIS!, deve fazer tal opção.
A intervenção policial em meio a uma multidão de civis só se justifica quando há violência sendo cometida. Meras detenções podem ser deixadas para depois, pois a vida dos inocentes é SEMPRE o valor supremo a ser respeitado.
Só autoridades extremamente tacanhas e despreparadas para atuar numa democracia podem supor que a proibição do lazer, além de juridicamente aberrante, traga algum benefício concreto.
"O que radicalizou o funk foi a proibição, nos anos 90, de os clubes terem festa. O baile foi para dentro da comunidade, e a favela passou a falar para a favela: as pessoas falam sobre o que vivem. O preconceito é com o funk, como antigamente o sambista era preso. A favela não pode se expressar", queixou-se, com inteira razão, o presidente de uma associação funkeira.
E uma ex-vereadora completou: "O que vão fazer 20 mil pessoas que não têm direito a lazer?".
Se depender da PM, ficarão escondidas em seus barracos, pisando em ovos para não despertar a ira dos fardados, exatamente como os judeus viviam nos guetos em que os nazistas os confinavam.
http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com/
Quadrilhas se uniram para roubar BB de Quixadá
A Polícia Civil - através da Delegacia de Roubos e Furtos/DRF e do Departamento de Polícia Especializada/DPE - já tem pistas para identificar a quadrilha que invadiu a agência do Banco do Brasil da cidade de Quixadá, no Sertão Central (a 154Km de Fortaleza), no último fim de semana, e furtou todo o dinheiro que havia na casa forte. Os nomes de alguns suspeitos já estão sendo investigados pelos delegados Wilder Brito e Jairo Pequeno. Assim como aconteceu no caso do furto milionário no Banco Central, em Fortaleza, em agosto de 2005 (quando foram furtados R$ 164,6 milhões), no episódio ocorrido em Quixadá, a Polícia acredita na ação de um ‘consórcio’ de duas quadrilhas, sendo uma de fora -provavelmente do Rio de Janeiro - e outra formada por bandidos que atuam no Sertão Central do Ceará. Pelo menos, três nomes estão sendo investigados, mas mantidos em sigilo pelas autoridades. Um dos suspeitos já tem uma longa ficha de crimes na região (roubos de cargas, assaltos e pistolagens). Outros, seriam componentes de um grupo criminoso baseado em Quixadá e que já praticou diversos assaltos a bancos e carros-fortes no Ceará e Estados vizinhos. Para a Polícia, a quadrilha local teria dado apoio logístico ao grupo de fora, além de fornecer informações privilegiadas acerca do BB de Quixadá, entre elas, a posição da casa forte e o tipo de segurança que existia na agência. Anteciparam Outra conclusão da Polícia revela que a quadrilha supostamente antecipou a invasão ao BB de Quixadá. O plano dos ladrões seria invadir a agência provavelmente durante o fim de semana prolongado do carnaval ou nos dias seguintes, já mais para perto do fim do mês, quando na agência estaria guardada uma quantidade de dinheiro até seis vezes maior da que foi furtada. Mas, os ladrões tiveram que se apressar diante de um ´detalhe´ que não estava em seus planos: as obras de saneamento básico que estão sendo realizadas na cidade. A chegada das obras no trecho da Rua Rodrigues Júnior (onde está situada a agência bancária) fatalmente iria levar à descoberta das escavações do túnel em direção à casa forte do BB. Também seria descoberto o fechamento - com areia e gesso - dos canos que lançam na galeria os dejetos procedentes das residências. Para poder transitar pela galeria que serviu de túnel para a retirada do dinheiro - que também absorve as águas pluviais -os ladrões vendaram todas as ligações domiciliares e também interromperam as conexões vindas da rua. Por conta disso, na semana passada houve um alagamento nas proximidades do banco após uma forte chuva que caiu em Quixadá. Aquele era um dos primeiros efeitos da ação dos criminosos no subsolo da cidade. Mesmo assim, os ladrões deram prosseguimento ao plano criminoso. Varredura Na noite passada, por volta das 20 horas, os peritos e agentes da Polícia Federal deram por concluída a varredura na escavações dentro da casa forte do BB. Eles encontraram nas escavações uma vasta quantidade de objetos usados pelos ladrões, tais como um macaco hidráulico, óculos de proteção, brocas e material de iluminação (fios e lâmpadas). Tudo foi embalado e levado para a sede da PF, nesta Capital, onde serão feitos exames comparativos com o que foi recolhido na época do furto milionário no BC. Também ontem, o delegado-regional da Polícia Civil em Quixadá, José Edilson Oliveira Sobrinho, transferiu, oficialmente, o caso para a DRF.
Fernando Ribeiro/Alex Pimentel Editor/Repórter
DIFICULDADE Peritos fazem escavações na casa forte Picareta, martelete elétrico, marrão, alicate. Todos foram instrumentos utilizados pela Polícia Federal, com o auxílio do Corpo de Bombeiros, na tentativa de ampliar a saída do túnel, na casa-forte do Banco do Brasil, para que os peritos pudessem examinar o local. A dificuldade da Polícia em atravessar os 60 centímetros de concreto armado parece não ter sido a mesma encontrada pelos bandidos. “O buraco de saída do túnel, na caixa-forte, tem apenas uns 30 centímetros de diâmetro. É difícil imaginar um homem adulto, mesmo que seja magro e de pouca estatura, passando por esse espaço para ter acesso ao dinheiro”, avaliou o major Naum Maurício, comandante da Seção do Corpo de Bombeiros do município de Quixeramobim. No local, caixas de papelão, sacos plásticos e garrafas pet foram encontradas e considerados ´vestígios´ pelos federais. Movimentação Seis peritos da Polícia Federal, entre eles, dois papiloscopistas - que coletam e examinam impressões digitais - trabalharam durante todo o dia de ontem dentro do BB, que funcionou normalmente. A PF procurava indícios de alguma relação entre este crime e o furto ao Banco Central, em Fortaleza, em 2005 (quando foram furtados R$ 164,6 milhões da casa-forte). Do lado de fora do banco, a movimentação também era grande. A cidade praticamente parou para ver o trabalho da Polícia. Por volta do meio-dia, um policial federal e um bombeiro vestiram roupas especiais, botas de borracha e máscaras de oxigênio, e desceram em dois bueiros que iam até a galeria utilizada como ´corredor´ pelos bandidos. Dezenas de sacos de areia foram deixados pela quadrilha na galeria, tendo sido utilizados para represar a água dos esgotos que saíam das casas. Enquanto isso, policiais saíam do prédio alugado pelos bandidos com sacos contendo documentos e cheques devolvidos. O material foi encontrado na entrada do túnel. Vendeu Ainda na tarde de ontem, um comerciante do ramo de material de construção (identidade preservada) foi levado pela Polícia Civil até o lava-jato. Ele confirmou ter vendido material - especialmente gesso - para a quadrilha, afirmando não saber em que o produto seria utilizado.
REPERCUSSÃO População diz que ação dos criminosos foi ´anunciada´ Na cidade de Quixadá, a opinião popular é unânime: o furto ao Banco do Brasil foi um crime ´anunciado´. “Todos que conhecem o pessoal do banco sabiam que o vigilante já tinha alarmado duas vezes, porque ouvia barulhos estranhos vindos do piso, durante à noite. Numa das ocasiões, no dia 9 de janeiro deste ano, ele escutou um barulho de serra e o fato ficou, inclusive, registrado no livro de ocorrências do plantão. Ninguém deu a devida atenção que o caso merecia”, contou um empresário da região, correntista do Banco do Brasil de Quixadá. Segundo o mesmo empresário, o vigilante ouviu também um ruído similiar a uma explosão, em outra noite, chegando a acionar a Polícia Militar para o local. “Mesmo assim, todos brincavam com ele, dizendo que estava dormindo em serviço e sonhando demais.” Emprego Algumas pessoas da cidade chegaram a ter contato com os bandidos. Um jovem desempregado, que já tinha trabalhado em lava-jato, foi até o local alugado pelos bandidos à procura de trabalho. “Soube que estavam montando um lava-jato e resolvi pedir emprego ali. O portão estava aberto e fui entrando, até que um homem veio de uma vez pra cima de mim, me empurrando, dizendo que eu não podia entrar ali daquela forma. Estranhei, mas não achei que poderia ser algo tão sério”, contou. O galpão em que o túnel começou a ser escavado tem mesmo a estrutura de um lava-jato, embora bastante precária. Nada chegou a ser instalado no local. No canto esquerdo, ao lado do portão de entrada, tábuas de madeirite escondiam o começo do túnel que levaria até a agência bancária. Bebidas Um grupo de mecânicos que trabalhava ao lado do lava-jato, e que sempre se reúne para beber, teve, no último sábado, as bebidas pagas por um dos bandidos. “Ele chegou no bar e disse que era tudo por conta dele. Ficamos animados, achando que ele estava comemorando alguma coisa”, diz um auxiliar de mecânico.
Quadrilhas se uniram para roubar BB de Quixadá
A Polícia Civil - através da Delegacia de Roubos e Furtos/DRF e do Departamento de Polícia Especializada/DPE - já tem pistas para identificar a quadrilha que invadiu a agência do Banco do Brasil da cidade de Quixadá, no Sertão Central (a 154Km de Fortaleza), no último fim de semana, e furtou todo o dinheiro que havia na casa forte. Os nomes de alguns suspeitos já estão sendo investigados pelos delegados Wilder Brito e Jairo Pequeno. Assim como aconteceu no caso do furto milionário no Banco Central, em Fortaleza, em agosto de 2005 (quando foram furtados R$ 164,6 milhões), no episódio ocorrido em Quixadá, a Polícia acredita na ação de um ‘consórcio’ de duas quadrilhas, sendo uma de fora -provavelmente do Rio de Janeiro - e outra formada por bandidos que atuam no Sertão Central do Ceará. Pelo menos, três nomes estão sendo investigados, mas mantidos em sigilo pelas autoridades. Um dos suspeitos já tem uma longa ficha de crimes na região (roubos de cargas, assaltos e pistolagens). Outros, seriam componentes de um grupo criminoso baseado em Quixadá e que já praticou diversos assaltos a bancos e carros-fortes no Ceará e Estados vizinhos. Para a Polícia, a quadrilha local teria dado apoio logístico ao grupo de fora, além de fornecer informações privilegiadas acerca do BB de Quixadá, entre elas, a posição da casa forte e o tipo de segurança que existia na agência. Anteciparam Outra conclusão da Polícia revela que a quadrilha supostamente antecipou a invasão ao BB de Quixadá. O plano dos ladrões seria invadir a agência provavelmente durante o fim de semana prolongado do carnaval ou nos dias seguintes, já mais para perto do fim do mês, quando na agência estaria guardada uma quantidade de dinheiro até seis vezes maior da que foi furtada. Mas, os ladrões tiveram que se apressar diante de um ´detalhe´ que não estava em seus planos: as obras de saneamento básico que estão sendo realizadas na cidade. A chegada das obras no trecho da Rua Rodrigues Júnior (onde está situada a agência bancária) fatalmente iria levar à descoberta das escavações do túnel em direção à casa forte do BB. Também seria descoberto o fechamento - com areia e gesso - dos canos que lançam na galeria os dejetos procedentes das residências. Para poder transitar pela galeria que serviu de túnel para a retirada do dinheiro - que também absorve as águas pluviais -os ladrões vendaram todas as ligações domiciliares e também interromperam as conexões vindas da rua. Por conta disso, na semana passada houve um alagamento nas proximidades do banco após uma forte chuva que caiu em Quixadá. Aquele era um dos primeiros efeitos da ação dos criminosos no subsolo da cidade. Mesmo assim, os ladrões deram prosseguimento ao plano criminoso. Varredura Na noite passada, por volta das 20 horas, os peritos e agentes da Polícia Federal deram por concluída a varredura na escavações dentro da casa forte do BB. Eles encontraram nas escavações uma vasta quantidade de objetos usados pelos ladrões, tais como um macaco hidráulico, óculos de proteção, brocas e material de iluminação (fios e lâmpadas). Tudo foi embalado e levado para a sede da PF, nesta Capital, onde serão feitos exames comparativos com o que foi recolhido na época do furto milionário no BC. Também ontem, o delegado-regional da Polícia Civil em Quixadá, José Edilson Oliveira Sobrinho, transferiu, oficialmente, o caso para a DRF.
Fernando Ribeiro/Alex Pimentel Editor/Repórter
DIFICULDADE Peritos fazem escavações na casa forte Picareta, martelete elétrico, marrão, alicate. Todos foram instrumentos utilizados pela Polícia Federal, com o auxílio do Corpo de Bombeiros, na tentativa de ampliar a saída do túnel, na casa-forte do Banco do Brasil, para que os peritos pudessem examinar o local. A dificuldade da Polícia em atravessar os 60 centímetros de concreto armado parece não ter sido a mesma encontrada pelos bandidos. “O buraco de saída do túnel, na caixa-forte, tem apenas uns 30 centímetros de diâmetro. É difícil imaginar um homem adulto, mesmo que seja magro e de pouca estatura, passando por esse espaço para ter acesso ao dinheiro”, avaliou o major Naum Maurício, comandante da Seção do Corpo de Bombeiros do município de Quixeramobim. No local, caixas de papelão, sacos plásticos e garrafas pet foram encontradas e considerados ´vestígios´ pelos federais. Movimentação Seis peritos da Polícia Federal, entre eles, dois papiloscopistas - que coletam e examinam impressões digitais - trabalharam durante todo o dia de ontem dentro do BB, que funcionou normalmente. A PF procurava indícios de alguma relação entre este crime e o furto ao Banco Central, em Fortaleza, em 2005 (quando foram furtados R$ 164,6 milhões da casa-forte). Do lado de fora do banco, a movimentação também era grande. A cidade praticamente parou para ver o trabalho da Polícia. Por volta do meio-dia, um policial federal e um bombeiro vestiram roupas especiais, botas de borracha e máscaras de oxigênio, e desceram em dois bueiros que iam até a galeria utilizada como ´corredor´ pelos bandidos. Dezenas de sacos de areia foram deixados pela quadrilha na galeria, tendo sido utilizados para represar a água dos esgotos que saíam das casas. Enquanto isso, policiais saíam do prédio alugado pelos bandidos com sacos contendo documentos e cheques devolvidos. O material foi encontrado na entrada do túnel. Vendeu Ainda na tarde de ontem, um comerciante do ramo de material de construção (identidade preservada) foi levado pela Polícia Civil até o lava-jato. Ele confirmou ter vendido material - especialmente gesso - para a quadrilha, afirmando não saber em que o produto seria utilizado.
REPERCUSSÃO População diz que ação dos criminosos foi ´anunciada´ Na cidade de Quixadá, a opinião popular é unânime: o furto ao Banco do Brasil foi um crime ´anunciado´. “Todos que conhecem o pessoal do banco sabiam que o vigilante já tinha alarmado duas vezes, porque ouvia barulhos estranhos vindos do piso, durante à noite. Numa das ocasiões, no dia 9 de janeiro deste ano, ele escutou um barulho de serra e o fato ficou, inclusive, registrado no livro de ocorrências do plantão. Ninguém deu a devida atenção que o caso merecia”, contou um empresário da região, correntista do Banco do Brasil de Quixadá. Segundo o mesmo empresário, o vigilante ouviu também um ruído similiar a uma explosão, em outra noite, chegando a acionar a Polícia Militar para o local. “Mesmo assim, todos brincavam com ele, dizendo que estava dormindo em serviço e sonhando demais.” Emprego Algumas pessoas da cidade chegaram a ter contato com os bandidos. Um jovem desempregado, que já tinha trabalhado em lava-jato, foi até o local alugado pelos bandidos à procura de trabalho. “Soube que estavam montando um lava-jato e resolvi pedir emprego ali. O portão estava aberto e fui entrando, até que um homem veio de uma vez pra cima de mim, me empurrando, dizendo que eu não podia entrar ali daquela forma. Estranhei, mas não achei que poderia ser algo tão sério”, contou. O galpão em que o túnel começou a ser escavado tem mesmo a estrutura de um lava-jato, embora bastante precária. Nada chegou a ser instalado no local. No canto esquerdo, ao lado do portão de entrada, tábuas de madeirite escondiam o começo do túnel que levaria até a agência bancária. Bebidas Um grupo de mecânicos que trabalhava ao lado do lava-jato, e que sempre se reúne para beber, teve, no último sábado, as bebidas pagas por um dos bandidos. “Ele chegou no bar e disse que era tudo por conta dele. Ficamos animados, achando que ele estava comemorando alguma coisa”, diz um auxiliar de mecânico.