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Jair Bolsonaro e a multiplicação do patrimônio, por Helena Stephanowitz

Deputado compra duas mansões de frente para o mar em área nobre do Rio com "descontos" graciosos sobre o valor de mercado. E declara patrimônio incompatível com sua renda
Você conseguiria comprar uma casa que custa, a preço de mercado, alguns milhões por "apenas" R$ 400 mil? O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) conseguiu esse, digamos, milagre. E recebeu a graça na compra não só de uma, mas de duas mansões. Em termos terrenos, com um abatimento de pelo menos 75% nos preços dos imóveis, foram verdadeiros negócios da China.
Para entender o caso: Jair Bolsonaro – que está em seu sexto mandato consecutivo como deputado federal – declarou à Justiça Eleitoral possuir, no ano de 2010, bens que totalizavam o valor de R$ 826.670,46. Naquele ano, os dois imóveis não constavam da declaração de patrimônio.
Quatro anos depois, nas eleições de 2014, o patrimônio declarado pulou para R$ 2.074.692,43. Façamos as contas: a variação patrimonial é maior do que a soma dos salários líquidos que ele recebeu como deputado. Significa que, mesmo se Bolsonaro não tivesse gasto um único centavo de seus salários nos quatro anos de mandato entre 2010 e 2014, ainda assim o montante acumulado não lhe permitiria chegar ao patrimônio de mais de R$ 2 milhões. A conta não fecha.
E como ele não declara, entre seus bens, ser proprietário ou sócio de nenhuma empresa, é inevitável perguntar: qual é a fonte de renda de Bolsonaro para cobrir tamanha variação patrimonial?
Mas a estranheza sobre o patrimônio não para por aí. Jair Bolsonaro continua, segundo ele mesmo declara, com todos os imóveis que tinha em 2010 e aparece em 2014 com duas mansões na Avenida Lúcio Costa, de frente para o mar da Barra da Tijuca, reduto carioca da classe média alta e de parte de sua elite.