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Agamenon Mendes Pedreira:

Enquanto blogueiro e jornalista desempregado crônico, passo os meus dias vagando pela Rua da Amargura, onde fica estacionada a minha residência, o Dodge Dart 73, enferrujado. Quando não estou curtindo o ócio sem dignidade, procuro a companhia de outros blogueiros amigos meus que também estão muito ocupados em não fazer nada. De tanto coçar o escroto (o saco e não eu), cheguei a fazer uma ferida na região testicular. Esta chaga, a céu aberto, já está me enchendo o saco, quer dizer, me inchando o saco. Pra espantar o tédio que se abate sobre a minha mente todos os dias, resolvi passar numa livraria e roubar o novo livro do Chico Buraque, O Irmão Alemão.

A princípio, achei que o novo romance do genial compositor de “Apesar do PT” era sobre a Segunda Guerra Mundial, um assunto que muito me interessa. Nunca perco a Maratona Hitler do History Channel. Mas, na verdade, Chico resolveu escrever a biografia não-autorizada do seu meio-irmão mesmo sabendo que o grupo Procure Sabesta é absolutamente contra a publicação de biografias não-remuneradas. Na década de 20, o pai de Chico, o historiador Sergio Buraque, apesar de ser de Hollanda, estava na Alemanha e resolveu, enquanto “homem cordial”, mostrar as “Raízes do Brasil” para uma criatura alemã. No original. Não se sabe exatamente, qual foi a raiz que o priápico intelectual botou pra fora. Pode ter sido a mandioca, o nabo, o cará ou até mesmo o mastruço. O fato é que a meia-mãe do Chico Buraque engravidou e deu à luz  um menino, que foi batizado de Franz Büracken von Holland.


Confirmando a genética darwinista, esse meio-irmão de Chico Buarque, teve uma vida muito semelhante ao original brasileiro. O irmão de Chico era artista de televisão, cantor e compôs várias músicas louvando o socialismo. Igualzinho ao Chico. Assim como seu irmão tupiniquim, Franz Büraken era um sujeito boa-pinta e, com seus olhos cor de ardósia, deixava as mulheres loucas e ele aproveitava para passar o rodo. Igualzinho ao Chico. Franz Büraken viveu a vida inteira na Alemanha Oriental e apoiava o governo. Igualzinho ao Chico. Por uma coincidência do destino, Franz Büraken também era um ídolo da MPB (Música Prussiana da Bavária) e seu primeiro grande sucesso foi a marchinha “Das Bündchen”. A única diferença é que Franz Büraken von Holland nunca saiu da RDA e Chico Buraque, sempre coerente, prefere praticar o comunismo de esquerda em Paris, que é muito melhor.

Fechando a conta

Crônica de A. Capibaribe Neto

Nem lembro a razão de haver guardado a conta de um jantar que coloquei junto com as nossas últimas fotos e outros pequenos registros de uma história de amor que se aquietou na gaveta das melhores saudades, mas quando olhei no verso do comprovante lá estava o motivo: havia um coração desenhado e um "eu te amo" confessado. O "para sempre" estivera implícito nos olhares cúmplices que se misturaram com o vermelho do vinho em comemoração a mais um ano juntos. Pelo registro do tíquete da conta passamos mais de duas horas à mesa, um de frente para o outro, lembrando das coisas boas vividas até ali. Procurei, entre as lembranças que não tive coragem de jogar fora, outro registro depois daquela noite. Não encontrei. Não havia mais nada depois daquele dia, hora e minutos constante do registro detalhado, como o número de pessoas e quanto seria para cada um no caso de dividir o total. Voltei no tempo e procurei lembrar o que havia acontecido depois para explicar a ausência de datas guardadas. É bem verdade que havia jogado fora, num ímpeto de emoções precipitadas, as mais belas passagens e capítulos de uma história que escrevemos juntos acreditando que havia um lugar especial na eternidade para cada "para sempre" que encerrava todas as dedicatórias em cartões, bilhetinhos deixados sobre a mesa de cabeceira e fotografias antes desses selfies aborrecidos.


O passar do tempo já se impôs. Não como um remédio, uma solução ou um bálsamo para os arrependimentos tardios, mas pelo seu próprio passar que foi aumentando as distâncias entre o último "para sempre" e a realidade. Naquela noite, brindamos aos bons momentos, às dificuldades decorrentes do começo tumultuado, confuso, mas também e principalmente à força e determinação com que nos demos as mãos e mergulhamos nos braços que nos tornavam fortes, invencíveis, sem medo de ser feliz. O hiato que aconteceu entre aquele comprovante de conta com o coração desenhado e a promessa que não foi cumprida muita coisa aconteceu. Vez por outra uns flashes mostram detalhes nítidos das partes desgastadas da complexa engrenagem de uma convivência. Os sons das mesmas vozes ternas e quase sussurradas nos abraços que misturavam as peles, os cheiros, os arrepios, apareceram alterados, ríspidos, como nas disputas por razões ou confissões de culpas sem sentido. O que se ganha com a culpa do outro? O que fazer com a razão que não tem lugar dentro do perdão? O pior é quando a lembrança mais nítida é de uma chave partida ao meio, jogada sobre uma cama e o orgulho desnecessário a bater uma porta que se fechou de vez. No comprovante da conta estava descrito o prato que pedimos e o bom vinho que atiçou o desejo que nunca arrefeceu durante anos de cumplicidade, e não havia, naquele momento mágico a mais leve sombra de bruxas que se arrastam pelas escadas com suas vassouras agourentas assustando a felicidade alheia. Depois do último gole da última taça do vinho - com um olhar transbordante de desejo a escorrer pelo rosto insinuante, ela falou com uma voz morna: "vamos embora daqui... Quero te beijar muito, fazer muito amor contigo..." A rosa vermelha que dei a ela ainda sobreviveu vários dias ao lado da cama sempre cúmplice, testemunha dos aconchegos e dos diminutivos que me acompanham em silêncio, me acordam no meio da noite e me levam à janela para contemplar as mesmas estrelas que curtíamos juntos da janela que não existe mais... Em algum lugar de um "para sempre" mágico, alguém pediu a conta de uma história de amor único e ela foi fechada para sempre...

Briguilina do Dia

"Tenha certeza de que os tucanos farão sempre a coisa certa
Isso depois de terem esgotado todas as outras possibilidades"...

Rir é o melhor remédio

No almoço dominical, a família toda reunida, a madame grita para empregada:

- Mariaaa, esta comida está horrível!
- Marido tenta acalma-la, porém ela insiste:
- Tenho certeza que cozinho melhor do que isso, sou melhor que você na cozinha.
- Na cozinha pode ser. Mas, fique sabendo que na cama sou bem melhor que a senhora.
- O que???Vira para o marido e: Seu cachorro, não acredito que você...
- Calma madame. Quem me disse isso foi o motorista!

Zé Dirceu: economistas agem como fossem professores de Deus

O tempo passa e as certezas econômicas se esvaem. Começando pela decantada defasagem de preços da gasolina e do óleo diesel baratos -  ontem uma realidade, hoje passado.
Com a queda do preço do petróleo no mercado internacional nossa gasolina ficou mais cara e nosso óleo diesel idem. A Petrobras, que antes perdia, agora ganha bilhões ao mês.
Nesse quadro um  pouco de humildade faria bem aos economistas e articulistas de nossa mídia. Portam-se – e escrevem – geralmente como se fossem professores de Deus. Particularmente os que escrevem sobre economia, sejam economistas ou não. O ex-ministro e ex-deputado Delfim Neto é uma das poucas exceções, ao lado dos economistas Luiz Gonzaga Belluzzo e Amir Khair.
Agora a moda é desenhar um futuro sombrio, começando por 2015, para nossa economia. Demoraram mas hoje não tem mais como esconder a grave situação da economia mundial. Reconhecem que até a América Latina vai mal das pernas, como não podia deixar de ser com a maioria dos seus países dependendo de duas ou quatro matérias primas; muitos de apenas duas; e alguns exclusivamente do turismo e do envio de dólares dos imigrantes.
Muitas certezas e incertezas no mundo
Há muita incertezas no mundo mas, também, algumas certezas. Uma economia como a nossa, que depende apenas 14% do comércio exterior – aliás, como a dos Estados Unidos – pode e deve buscar exportar mais. Principalmente capital, tecnologia e serviços.
Mas, seria uma estultice apostar nosso crescimento apenas no comércio mundial. Outra coisa é priorizar a integração regional onde temos todas as vantagens comparativas e um mercado igual ao nosso (pelo menos em população, 200 milhões de habitantes), próximo de nós e ávido para crescer e se integrar com nossa economia e investimentos.
Mas, falta audácia e prioridade. Falta-nos um banco para financiar os avanços na integração regional, industrial e econômica em geral. Integração que para se dar pode e deve começar pela legislação tributária e ambiental.
É em nosso mercado interno e nos investimentos na infraestrutura econômica e social, então, que devemos apostar: nos investimentos em energia, petróleo e gás; na distribuição de renda; nas reformas tributária e urbana; nas reformas política e do Estado; numa revolução educacional e científica; e no aumento geral de nossa produtividade e competitividade.
Só aqui querem reduzir papel dos bancos públicos
Fazê-lo apoiados em políticas ativas como a cambial e a comercial. Conscientes de que somos parte de um mundo onde impera o protecionismo e a administração do câmbio e  onde os governos e bancos centrais emitem moeda aos trilhões para salvar seus bancos e empresas.
Só aqui querem reduzir o papel dos bancos públicos – começando pelo BNDES – e se escandalizam com o superávit zero esse ano.
Nossos economistas e articulistas agem – e escrevem – como se no mundo todo os governos não operassem com déficits e fazendo jorrar dólares aos trilhões para desesperadamente evitar a estagflação que os apavora.
Economistas e articulistas tupiniquins passam ao largo do fato de que governos em toda parte desvalorizam suas moedas e se protegem, controlam os organismos internacionais e as finanças com as quais procuram determinar e controlar as políticas de desenvolvimento de todos países sem exceção – inclusive as do Brasil.
Um pouco de humildade e realismo, sem esse pessimismo mórbido, faria bem ao debate das saídas e dos desafios do pais nos próximos anos.

Santander quer dar calote de mais de quinhentos milhões

Como já foi dito: 
"O melhor negócio do mundo é um banco. E dando calote nos outros, melhor ainda" 

Do Brasil 247
Empresário pediu empréstimos para a construção do porto de Açu; banco espanhol no Brasil foi o fiador, mas não quis pagar Caixa Econômica Federal diante de inadimplência de Eike Batista; Santander obteve liminar, mas Caixa recorre para recebeu meio bilhão de reais
Em 2012, quando ainda desfrutava de prestígio no mercado, o empresário Eike Batista bateu às portas da Caixa Econômica Federal para obter um empréstimo para obras da construção do porto de Açu. Ele dava com garantia uma carta de fiança do banco Santander. A Caixa concedeu o empréstimo, mas quando Eike quebrou o Santander resolveu não honrar a fiança. A filial do banco espanhol no Brasil obteve uma liminar em que justifica o calote sobre a inadimplência de Eike por falta de cumprimento de obrigações da Caixa.
O banco estatal, é claro, discorda da interpretação dada na liminar e está recorrendo contra o calote sofrido do Santander. O total da conta espetada, segundo a Caixa, está em R$ 515 milhões. O caso deve ser julgado pelo Tribunal Regional Federal (TRF), em São Paulo, no mês de dezembro. Ao mesmo tempo acontecerá uma assembleia de credores da OGX.
O Santander tem até o dia 9 para se defender contra o pedido de liminar feito pela Caixa.


O episódio ilustra o modo confuso com que Eike administrava seus negócios. Ele apresentou a fiança do Santander para garantir um empréstimo ponte da Caixa, de R$ 400 milhões, para injetar nas obras do porto de Açu até a entrada de recursos advindos do FMM – Fundo da Marinha Mercante. Mas quando esse dinheiro foi liberado, no valor de R$ 627 milhões, Eike resolveu não quitar sua fatura com a Caixa. Ao acionar o Santander, a Caixa ouviu que também não haveria pagamento.
Nos termos de seu recurso ao TRF, a Caixa alega que o não recebimento do R$ 515 milhões, valor atualizado dos R$ 400 milhões efetivamente emprestados, poderá impactar os critérios de avaliação de risco estabelecidos pela instituição. Em razão dos critérios de governança de Basileia, o calote levaria a Caixa teria reduzida em R$ 4,6 bilhões sua própria capacidade de contrair empréstimos.
Em nota, o Santander registrou que "reafirma seu compromisso com a sociedade brasileira e acredita numa resposta positiva do Poder Judiciário ao seu pleito". A instituição acrescentou que segue com tratativas de resolver "amigavelmente" a diferença.

Poesia do dia

Sou como tua imaginação mandar

sou tua ex
tua atual
teu sonho
tuas mulheres
sou força
sou mansa
sou Alma
sou poema
verso prosa e poesia
assim sou
um sonho...

Alma das Rosas

Fator previdenciário

Não conheço ninguém a favor do fator previdenciário - banqueiro, agiota e rentista não é gente -. Porém, seja o governo e a oposição reconhece a necessidade de extinguir essa bicuda invenção efiagafeciana, por que ainda não extinguiram, se todos são a favor disso?...

Muito simples, para acabar o fator previdenciário é necessário criar outro instrumento que permita o Estado arrecadar muito e usar esse dinheiro para continuar movendo o moinho da agiotagem nacional e internacional.

Governo nem oposição apresentou uma proposta concreta para realizar essa mudança, por que?...

Porque a solução, tecnicamente é fácil de resolver, o problema é político.

Como aprovar uma regra que prejudicará os que hoje estão no topo da pirâmide salarial?...

Mesmo que essa regra seja justa, justíssima - por sinal -.

E qual é essa formula mágica, que ninguém ainda apresentou?

Muito simples.

Basta estabelecer que a aposentadoria será correspondente a média das contribuições pagas durante o tempo de serviço.

Capicce?


Chaves (El chavo del ocho) não é superficial

Pensei nas diversas maneiras de começar esse texto.
Minha maior preocupação ao propor um tema mais sério sobre o programa de comédia mais famoso da América Latina era parecer emotivo demais e acabar confundindo o meu gosto pessoal com uma reflexão sobre alguns pontos sociológicos de Chaves (El chavo del ocho) e Chapolin Colorado, ambos personagens criados por Roberto Gómez Bolaños em 1971, também conhecido no México como Chespirito (“pequeno Shakespeare”), um apelido carinhoso dado pelo diretor de cinema mexicano Augustín Delgado por considerá-lo dono de um talento parecido com o de Shakespeare para escrever histórias.
Porém, por maior que fosse a minha preocupação, não havia como começar diferente disso:
Elenco do Chaves, década de 70
Elenco do Chaves, década de 70
Nasci em 1982, e desde pequeno assisto aos programas Chaves e Chapolin. Hoje, é claro, com muito menos frequência do que vinte anos atrás, mas de vez em quando ainda me surpreendo parado na frente da televisão acompanhando o desfecho de um de seus episódios. Recentemente, inclusive, enquanto esperava para ser atendido num consultório médico — médicos parece ter sempre o costume de atrasar seus horários –, descobri que o Netflix oferece em seu pacote os episódios dos famosos programas mexicanos e decidi assistir alguns enquanto o tempo passava.
Quando era mais novo, achava tudo muito engraçado e, como era natural daquela idade, não questionava tanto os produtos midiáticos que consumia, muito menos uma comédia simples e divertida, que parecia não guardar em si grandes referenciais críticos tão claros. No entanto, conforme ia crescendo e o meu poder de análise foi se ancorando em outras fontes, passei a me perguntar sobre as origens dos programas, os posicionamentos, as influências.
As respostas apareciam com facilidade e, naturalmente, passei a ver um dos meus prazeres favoritos da infância como algo não apenas engraçado, mas também sério e profundo. Assim como grande parte das obras artísticas, que nascem sem criar vínculos conceituais diretos, Chaves e Chapolin não eram pretensiosos e divulgavam suas ideias de modo leve e acessível, assim como Shakespeare e Molière.
Apesar das minhas reflexões tardias, nunca achei importante compilar os pontos de profunda crítica social que os programas levam consigo, nem mesmo na ocasião da morte de Roberto Bolaños, que emocionou a mim e a milhões de pessoas no mundo. Porém, como num agressivo insight sociológico, todos esses argumentos surgiram novamente dentro de mim depois que li um texto veiculado num grande jornal brasileiro que chamava Chaves e Chapolin de superficiais e os brasileiros que os assistiam de ignorantes.
De posse de tão grave acusação, sentei-me para almoçar com minha esposa e um amigo, e passamos a conversar sobre o assunto. E a partir dele, montei alguns tópicos que gostaria de compartilhar com vocês.
O primeiro deles se refere ao estilo de comédia adotado por Chaves (El chavo del Ocho).
Ao ambientar as histórias predominantemente dentro de uma vila, muito semelhante a um cortiço brasileiro, Roberto Bolaños buscou levar a realidade mexicana — facilmente reproduzida em qualquer cenário latino americano — para a televisão, sendo consumida por um público que se identificava com aquelas cenas.
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Dessa forma, seus personagens não se distanciam das pessoas que assistem ao programa em suas casas. Pelo contrário, aproxima-as de tal maneira que elas se sentem representadas na tela da televisão.
“Tudo isso nos une, de Tijuana a Ushuaia; sempre vai ter um vizinho com uma bola que queremos e não podemos ter, sempre vamos apanhar por algo que não fizemos, às vezes seremos expulsos da nossa vila por um crime que não cometemos, e sempre terá Acapulco para irmos nos divertir mesmo sem pagar 14 meses de aluguel.”
Texto divulgado no Facebook do pessoal do Impedimento.
Essa aproximação é um dos elementos-chaves da crítica social apontada por Bolaños. É ela que vai deixar seu programa atualíssimo, mesmo tendo sido feito com um orçamento baixo e com recursos escassos de produção, e vai permitir que crianças nascidas nos anos 2000 o assistam com naturalidade.
Agora, como fazer uma crítica social sem impedir que o público em geral se afaste? Simples. Basta entender que o povo não é burro. E isso ele faz de forma genial.
Ele é genial quando apresenta personagens com características visivelmente negativas e, em vez de condená-los moralmente, humaniza-os.
Vejamos alguns casos:
Seu Madruga (Don Ramón) é um indivíduo desleixado, agressivo e machista, mas é capaz de abrigar e dividir seus poucos ganhos com o menor abandonado que vive em sua vila.
Seu Barriga (Senõr Barriga) é um típico homem de negócios que domina financeiramente os moradores, mas permite que Seu Madruga continue sem pagar o aluguel por eternos catorze meses.
Dona Florinda é uma viúva agressiva e dominadora, que vive como se ainda pertencesse a uma camada social mais rica e que se acha no direito de tratar os outros como seus servos, mas que é capaz de perceber seus erros e os acertos do Seu Madruga.
Quico é uma criança egoísta e mimada, mas empresta seus brinquedos para se divertir com seus vizinhos.
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A decisão de humanizar os personagens é essencial para manter o espírito de cordialidade entre eles, seja em momentos de grande aperto, como no episódio em que uma reforma no encanamento da vila obriga os moradores a passar algumas noites na casa do Seu Barriga, ou de alegria, como durante a Festa da Boa Vizinhança.
E como o programa faz isso?
Estimulando nossas risadas para situações que poderiam acontecer com qualquer um de nós. E não são situações tão simples assim. Para quem não sabe, Chaves foi uma tradução pouco eficaz pra representar “menino pobre”, significado de Chavo. Sendo assim, ninguém da vila, tampouco os espectadores em suas casas, sabem o nome do garoto orfão que se esconde dentro de um barril, que por vezes é agredido por fazer alguma besteira, que é maltratado, que passa fome enquanto os mais ricos desperdiçam comida, que precisa trabalhar e é explorado num restaurante.
Por outro lado, vemos uma criança extremamente mimada como o Quico, que recebe os melhores brinquedos e reproduz o espírito agressivo de sua mãe, chamando de “gentalha” aqueles indivíduos mais pobres. Se você acha que um programa que apresenta esses estereótipos é superficial, sugiro pensar em como seria o Quico quando se tornasse um adulto.
Jean Paul Sartre tem uma resposta bastante existencialista em um dos contos do livro O muro, no qual retrata um criança linda e meiga se tornando um elemento sanguinário na fase adulta.
Tudo isso é apresentado por Bolaños no decorrer das histórias sem cair numa moralidade caricata. Suas conclusões são leves, mas de boa profundidade sociológica. E como ele consegue resumir essas ideias? No riso. Por meio das piadas muito bem encaixadas entendemos que nós também cometemos erros e encontramos compaixão pelos personagens.
‘Chespirito entendeu que “a comédia precisava ter profundidade, precisava ter uma crítica social (…) e se você olha os roteiros de ‘El chavo del ocho’ pode encontrar alguns elementos bem interessante que falam sobre nossa pobreza, nossas carências, da importância da família, do papel da mãe… realmente é o nosso Molière”
Álvaro Cuesta, crítico mexicano de televisão.
A mesma pessoa que nos taxou de “ignorantes” por assistir Chaves também acusou os roteiros de serem estúpidos e as piadas, preconceituosas e machistas.  Por conta disso, penso ser necessário um comentário.
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É provável que essa ideia formada por ela se adeque a outras comédias televisivas brasileiras bastante famosas, mas não ao Chaves. Sabem por quê? Justamente por não apontar para os personagens como modelos de conduta, mas sim para suas realidades muitas vezes degradantes.
Quem gostaria de ser desempregado, ser chamado de gentalha e viver na pindaíba? Quem gostaria de ser um professor admirado por todos, mas que não consegue avançar no relacionamento com a paixão de sua vida? Quem gostaria de ser uma “tiazona” que vive sozinha e é chamada de Bruxa do 71?
Provavelmente ninguém.
Mesmo assim, com características diferentes, podemos ser um deles, mas com conflitos bem parecidos. E é esse choque de realidade que Bolaños provocou nos espectadores desde a década de 1970, fazendo comédia sem ser caricato, criticando sem ser agressivo, sendo engraçado sem ser invasivo.
Resumindo: sendo genial sem fazer esparro.

por Filipe Larêdo

Rir é o melhor remédio

- Mamãe, a tia colocou o nome de Rosangela na minha prima por que ela gosta de rosas?
- Exatamente filhinha.
- Então meu nome é Paula por que a senhora gosta de quê?
- Deixa de perguntar besteira menina, vai estudar.
- Mas... mamãe por que a senhora não me responde?
- Você ainda é muito novinha. Daqui um tempo eu te digo o por quê.

Entrevista relâmpago com Dilma Invocada

Briguilino: Presidenta, que a senhora tem a dizer sobre Aécio Neves afirmar:

"Não retiro absolutamente do que disse", em relação ter dito que foi derrotado por uma "organização criminosa", referindo-se ao PT?

Dilma Invocada: Não vou perder meu tempo, respondendo insultos de um verme! Bom dia!

Briguilino: Presidenta, Presidenta, Presidenta!!!! Aff, ah Muié invocada...


Dilma Invocada desafia o moleque mineiro

Sou filiada ao PT.
Não a uma "organização criminosa", como afirmou o playboyzinho mimado, filhinho de papai e netinho querido que hoje preside o Psdb.
Minha vida é um livro aberto.
Abro mão de qualquer sigilo que eu tenha direito.
Acho que o presidente do maior e mais importante partido de oposição do país deveria fazer o mesmo.