A Agência de Notícias Bloomberg espalhou que o modelo de partilha poderá ser mudado para o de concessão, que significa entregar de bandeja o pré-sal a petroleiras estrangeiras - promessa do Psdb a elas -.
Nesse momento uma canpanha da oposição para doar o petróleo do pré-sal a preço de banana - como fizeram com a Vale - é tudo que o PT sonha. Isso iria unir a esquerda e mesmo os nacionalistas da direita.
Não me admiro que os tucademos deem mais esse tiro no pé.
A incompetência dessa gente não tem limites.
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O jogo pesado, por Saul Leblon
Querem tirar a Petrobras do campo
Pode ser o resultado de um ardil inserido em um parecer técnico capcioso. Pode ser fruto de um revés de mercado impossível de ser previsto, decorrente da transição desfavorável da economia mundial; pode ser ainda –tudo indica que seja– a evidência ostensiva da necessidade de se repensar um critério mais democrático para o preenchimento de cargos nas diferentes instancias do aparelho de Estado.
Pode ser um mosaico de todas essas coisas juntas.
Mas não corrobora justamente aquela que é a mensagem implícita na fuzilaria conservadora nos dias que correm.
Qual seja, a natureza prejudicial da presença do Estado na luta pelo desenvolvimento do país.
Transformar a história de sucesso da Petrobrás em um desastre de proporções ferroviárias é o passaporte para legitimar a agenda conservadora nas eleições de 2014.
Ou não será exatamente o martelete contra o ‘anacronismo intervencionista do PT’ que interliga as entrevistas e análises de formuladores e bajuladores das candidaturas Aécio & Campos? (Leia ‘Quem vai mover as turbinas do Brasil?’)
Pelas características de escala e eficiência, ademais da esmagadora taxa de êxito que lhe é creditada – uma das cinco maiores petroleiras do planeta, responsável pela descoberta das maiores reservas de petróleo do século XXI– a Petrobrás figura como uma costela de pirarucu engasgada na goela do mercadismo local e internacional.
Ao propiciar ao país não apenas a autossuficiência, mas a escala de descobertas que encerram o potencial de um salto tecnológico, capaz de contribuir para o impulso industrializante de que carece o parque fabril do país, a Petrobrás reafirma a relevância insubstituível da presença estatal na ordenação da economia brasileira.
Estamos falando de uma ferramenta da luta pelo desenvolvimento. Não de um conto de fadas.
Há problemas.
A empresa tem arcado com sacrifícios equivalentes ao seu peso no país.
Há dois anos a Petrobrás vende gasolina e diesel por um preço 20% inferior ao que paga no mercado mundial.
Tudo indica que a cota de contribuição para mitigar as pressões inflacionárias decorrentes de choques externos e intempéries climáticas tenha chegado ao limite.
Mas não impediu que a estatal fechasse 2013 como a petroleira que mais investe no mundo: mais de US$ 40 bilhões/ano: o dobro da média mundial do setor.
Ademais, ela é campeã mundial no decisivo quesito da prospecção de novas reservas.
Os números retrucam o jogral do ‘Brasil que não deu certo’.
O pré-sal já produz 405 mil barris/dia.
Em quatro anos, a Petrobras estará extraindo 1 milhão de barris/dia da Bacia de Campos.
Até 2017, ela vai investir US$ 237 bilhões; 62% em exploração e produção. Em 2020, serão 2,1 milhões de barris/dia.
Praticamente dobrando para 4 milhões de barris/dia a produção brasileira atual.
O conjunto explica o interesse dos investidores pela petroleira verde-amarela que está sentada sobre uma poupança bruta formada de 50 bilhões de barris do pré-sal.
Mas pode ser o dobro disso; os investidores sabem do que se trata e com quem estão falando.
Há duas semanas, ao captar US$ 8,5 bi no mercado internacional, a Petrobrás obteve oferta de recursos em volume quase três vezes superior a sua demanda.
O marco regulador do pré-sal –aprovado com a oposição de quem agora agita a bandeira da defesa da estatal–- instituiu o regime de partilha e internalizou o comando de todo o processo tecnológico, logístico, industrial, comercial e financeiro da exploração dessa riqueza.
Todos os contratados assinados nesse âmbito passam a incluir cláusula obrigatória de conteúdo nacional nas compras, da ordem de 50%/60% , pelo menos.
Esse é o ponto de mutação da riqueza do fundo do mar em prosperidade na terra.
Toda uma cadeia de equipamentos, máquinas, logística, tecnologia e serviços diretamente ligados, e também externos, ao ciclo do petróleo será alavancada nos próximos anos.
O conjunto pode fazer do Brasil um grande exportador industrial inserido em cadeias globais de suprimento e inovação –justamente o que falta ao fôlego do seu desenvolvimento no século XXI.
É o oposto do projeto subjacente ao torniquete de manipulação e engessamento que se forma em torno da empresa nesse momento.
Para agenda neoliberal não faz diferença que o Brasil deixe de contar com uma alavanca industrializante com as características reunidas pela Petrobrás.
Pode ser até bom.
O peso de um gigante estatal na economia atrapalha a ‘ordem natural das coisas’ inerente à dinâmica dos livres mercados, desabafa a lógica conservadora.
A verdade é que se fosse depender da ‘ordem natural das coisas’ o Brasil seria até hoje um enorme cafezal, sem problemas de congestionamento ou superlotação nos aeroportos, para felicidade de nove entre dez colunistas isentos.
Toda a industrialização pesada brasileira, por exemplo –que distingue o país como uma das poucas economias em desenvolvimento dotada de capacidade de se auto-abastecer de máquinas e equipamentos— não teria sido feita.
Ela representou uma típica descontinuidade na ‘ordem natural das coisas’.
A escala e a centralização de capital necessárias a esse salto estrutural da economia não se condensam espontaneamente em um país pobre.
Num mercado mundial já dominado por grandes corporações monopolistas nessa área e em outras, esse passo, ou melhor, essa ruptura, seria inconcebível sem forte intervenção estatal no processo.
Do mesmo modo, sem um banco de desenvolvimento como o BNDES, demonizado pelo conservadorismo, a indústria e a economia como um todo ficariam comprometidos pela ausência de um sistema financeiro de longo prazo, compatível com projetos de maior fôlego.
Do ponto de vista conservador, o financiamento indutor do Estado, a exemplo do protecionismo tarifário à indústria nascente –implícito nas exigências de conteúdo nacional no pré-sal– apenas semeiam distorções de preços e ineficiência no conjunto da economia.
É melhor baixar as tarifas drasticamente; deixar aos mercados a decisão sobre quem subsistirá e quem perecerá para ceder lugar às importações.
O corolário dessa visão foi o ciclo de governos do PSDB, quando se privatizou, desregulou e se reduziu barreiras à entrada e saída de capitais.
A Petrobrás resistiu.
Em 1997, até um novo batismo fora providenciado para lubrificar a operação de fatiamento e venda dos seus ativos aos pedaços.
Não seu.
Dez anos depois, em 2007, essa resistência ganharia um fortificante ainda mais indigesto aos estômagos conservadores, com a descoberta e regulação soberana das reservas do pré –sal.
Num certo sentido, a arquitetura de exploração do pré-sal avança um novo degrau na história da industrialização brasileira.
Mais que isso, esboça um modelo.
Se a empresa privada nacional não tem escala, nem capacidade tecnológica para suprir as demandas do desenvolvimento, uma estatal pode –como o faz a Petrobras - instituir prazos e definir garantias de compra que de certa forma tutelem a iniciativa privada deficiente.
Dando-lhe encomendas para se credenciar ao novo ciclo de expansão do país –e até mesmo operar em escala global, inserindo-se nas grandes cadeias da indústria petroleira.
A outra alternativa seria bombear a receita petroleira diretamente para fora do país, vendendo o óleo bruto.
E renunciar assim aos múltiplos de bilhões de dólares de royalties que vão irrigar o fundo do pré-sal e com ele a educação pública das futuras gerações de crianças e jovens do Brasil.
Ou então vazar impulsos industrializantes para encomendas no exterior , sem expandir polos tecnológicos, sem engatar cadeias de equipamentos, nem elevar índices de nacionalização em benefício de empregos e receitas locais.
A paralisia atual da industrialização brasileira é um problema real que afeta todo o tecido econômico.
Asfixiada durante três décadas pelo câmbio valorizado e pela concorrência chinesa, a indústria brasileira de transformação perdeu elos importante, em diferentes cadeias de fornecimento de insumos e implementos.
A atrofia é progressiva.
O PIB cresceu em média 2,8% entre 1980 e 2010; a indústria da transformação cresceu apenas 1,6%, em média. Sua fatia nas exportações recuou de 53%, entre 2001-2005, para 47%, entre 2006-2010 .
O mais preocupante é o recheio disso.
Linhas e fábricas inteiras foram fechadas. Clientes passaram a se abastecer no exterior. Fornecedores se transformaram em importadores.
Empregos industriais foram eliminados; o padrão salarial do país foi afetado, para pior.
É possível interromper essa sangria, com juros subsidiados, incentivos, desonerações, protecionismo e ajuste do câmbio, como está sendo feito pelo governo.
Mas é muito difícil reverter buracos consolidados.
O dinamismo que se perdeu teria que ser substituído por um gigantesco esforço de inovação e redesenho fabril, a um custo que um país em desenvolvimento dificilmente poderia arcar.
Exceto se tivesse em seu horizonte a exploração centralizada e soberana, e o refino correspondente, das maiores jazidas de petróleo descobertas no século 21.
Esse trunfo avaliza a possibilidade de se colocar a reindustrialização como uma resposta política do Estado brasileiro à crise mundial.
Nada disso pode ser feito sem a Petrobrás.
Tirá-la do campo em que se decide o futuro do Brasil: esse é o jogo pesado que está em curso no país.
Quem quiser se iludir, que se iluda.
Pode ficar achando que a mídia está preocupada com a receita da Petrobras ao defender o aumento – necessário, aliás – dos preços dos combustíveis.
Ou que a turma do “vende-país” que se assanha para voltar, de carona com Aécio Neves ou Eduardo Campos – tanto faz, como diz FHC – é que sabe fazer “leilão bão”.
Ou ainda que não insuflam os bem intencionados – mas ingênuos – que acham que se pode deixar o petróleo dormindo lá no pré-sal, esperando que o Divino Espírito Santo nos arranje o dinheiro para explorarmos sozinhos, com tudo o que isso envolve de centenas de bilhões de dólares de investimento.
Agora, que quiser entender, de verdade, o que está por detrás dessa história, olhe o gráfico, divulgado ontem pela Agência Internacional de Energia, em seu relatório anual. A Agência, um órgão da ONU, é aquela em que ficou famoso o egipcio Mohammed El-Baradei, durante a invasão do Iraque,
Sim, é isso mesmo que você está vendo lá nos dados: o Brasil vai contribuir MAIS que o Oriente Médio no crescimento da produção de petróleo mundial até 2025. E o resto do mundo tem previsão de queda na produção.
Entendeu? Vamos ser mais importantes para suprir o crescimento da demanda de petróleo do que a Arábia Saudita, do que o Iraque, do que o Irã, do que o Kuwait somados!
Será que você se recorda do quanto foi investido em guerra, armamento, sabotagem e intervenção nestes países nos últimos 30 anos?
Será que aqui não vale uns tostõezinhos para quem gastou tanto, em dólares e em vidas humanas, para garantir seu suprimento de petróleo?
A partir daí, meu preclaro amigo e minha arguta amiga, deixo por sua conta imaginar.
Só digo ainda dus coisas, apoiado neste segundo gráfico.
A primeira é de que previsão da AIE para o Brasil é modesta e conservadora, sobretudo no segundo período, de 2025 a 2035. O potencial de nosso pré sal é maior que esse e nem está integralmente revelado.
A segunda é para tomar cuidado com a conversa de “fontes limpas” de energia que, embora seja correta e deva ser perseguida por todos os países – e são os ricos que mais resistem a essa obrigação – é usada, com frequência, com a mesma hipocrisia com que se fala da Amazônia, depois de terem devastado as florestas de seus próprios países.
Nossa matriz energética para a geração de energia elétrica é e será muito, mas muito menos, poluidora do que a do restante do mundo, sobretudo a dos países desenvolvidos, que são verdes só no quintal dos outros, depois de terem cimentado os seus.
A poluição é um fato econômico e, como todos os fatos econômicos tem um lado perdedor e um ganhador. O perdedor somos toda a humanidade, mas o ganhador sabemos muito bem quais são.
Ou que a turma do “vende-país” que se assanha para voltar, de carona com Aécio Neves ou Eduardo Campos – tanto faz, como diz FHC – é que sabe fazer “leilão bão”.
Ou ainda que não insuflam os bem intencionados – mas ingênuos – que acham que se pode deixar o petróleo dormindo lá no pré-sal, esperando que o Divino Espírito Santo nos arranje o dinheiro para explorarmos sozinhos, com tudo o que isso envolve de centenas de bilhões de dólares de investimento.
Agora, que quiser entender, de verdade, o que está por detrás dessa história, olhe o gráfico, divulgado ontem pela Agência Internacional de Energia, em seu relatório anual. A Agência, um órgão da ONU, é aquela em que ficou famoso o egipcio Mohammed El-Baradei, durante a invasão do Iraque,
Sim, é isso mesmo que você está vendo lá nos dados: o Brasil vai contribuir MAIS que o Oriente Médio no crescimento da produção de petróleo mundial até 2025. E o resto do mundo tem previsão de queda na produção.
Entendeu? Vamos ser mais importantes para suprir o crescimento da demanda de petróleo do que a Arábia Saudita, do que o Iraque, do que o Irã, do que o Kuwait somados!
Será que você se recorda do quanto foi investido em guerra, armamento, sabotagem e intervenção nestes países nos últimos 30 anos?
Será que aqui não vale uns tostõezinhos para quem gastou tanto, em dólares e em vidas humanas, para garantir seu suprimento de petróleo?
A partir daí, meu preclaro amigo e minha arguta amiga, deixo por sua conta imaginar.
Só digo ainda dus coisas, apoiado neste segundo gráfico.
A primeira é de que previsão da AIE para o Brasil é modesta e conservadora, sobretudo no segundo período, de 2025 a 2035. O potencial de nosso pré sal é maior que esse e nem está integralmente revelado.
A segunda é para tomar cuidado com a conversa de “fontes limpas” de energia que, embora seja correta e deva ser perseguida por todos os países – e são os ricos que mais resistem a essa obrigação – é usada, com frequência, com a mesma hipocrisia com que se fala da Amazônia, depois de terem devastado as florestas de seus próprios países.
Nossa matriz energética para a geração de energia elétrica é e será muito, mas muito menos, poluidora do que a do restante do mundo, sobretudo a dos países desenvolvidos, que são verdes só no quintal dos outros, depois de terem cimentado os seus.
A poluição é um fato econômico e, como todos os fatos econômicos tem um lado perdedor e um ganhador. O perdedor somos toda a humanidade, mas o ganhador sabemos muito bem quais são.
BRASIL AGREGARÁ MAIS PETRÓLEO AO MUNDO ATÉ 2025 DO QUE O ORIENTE MÉDIO
E essa agora? O senador do PSDB e possível candidato à Presidência, Aécio Neves, defendeu ontem a reestatização da Petrobras
Justo eles, os tucanos, que tentaram privatizar a companhia no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Agora Aécio vem com a conversa de que a reestatização seria para reconquistar a confiança dos investidores estrangeiros no Brasil. Ele fez esse discurso ontem durante palestras para empresários em Porto Alegre.
Para ele, é preciso “tirar a empresas das garras do partido”, numa referência ao PT.
Aécio esconde o fato de que a Petrobras hoje é uma das maiores companhias do mundo, teve grande crescimento na última década, tornou-se referência mundial, ampliou seus investimentos, profissionalizou-se cada vez mais, encontrou o pré-sal, inovou em tecnologia e por aí vai. Tudo isso durante o governo do PT.
Muito diferente da época dos tucanos, que tentaram mudar até o nome da empresa para Petrobrax, para facilitar a sua venda.
A diferença em números
Em dez anos, a Petrobras quadriplicou seus investimentos. Em 2002, último ano de FHC, foram R$ 19 bilhões. Em 2012, R$ 84,1 bilhões.
Mais: a produção de petróleo da Petrobras foi de 700 mil barris por dia em 1995 e chegou a 1,5 milhão de barris por dia em 2003. De 2003 a 2012, a produção de petróleo da Petrobras subiu de 1,5 milhão de barris por dia para 2 milhões de barris por dia, e chegará a 2,5 milhões de barris por dia em 2016 e 4,2 milhões de barris por dia em 2020.
E quanto maior é o patamar de produção de uma companhia, maior é o desafio de manutenção e crescimento deste patamar. Isso porque a natureza dos reservatórios de petróleo é o declínio natural da produção.
Há muitos outros números que mostram como a Petrobras mudou – para muito melhor- neste período.
Quem vai acreditar nos tucanos se eles deixaram a Petrobras como deixaram?
José Dirceu
O que norteou o leilão do Campo de Libra
O que norteou o projeto foi a percepção de que as riquezas do pré-sal se constituíam em um risco ou uma oportunidade para o país.
Risco se o país se deixasse contentar apenas com a receita petrolífera.
A oportunidade consistiria em utilizar o pré-sal para desenvolver a indústria nacional e criar uma competência interna no mercado de águas profundas; e para gerar recursos para áreas centrais de cidadania, como a educação.
***
Para atingir esses objetivos, foram criados diversos mecanismos:
1. O sistema de partilha, pela qual o Estado participará diretamente da receita auferida com a exploração dos poços.
2. A criação de uma empresa à parte, a Pré-Sal Petróleo, para administrar os contratos de partilha e receber a parcela da União, seguindo o modelo norueguês.
3. Percentuais de conteúdo nacional na construção das plataformas.
4. A operação sendo exclusivamente da Petrobras, para garantir o pleno domínio sobre as informações e sobre a produção.
5. A garantia legal de que a maior parte da receita dos campos licitados será aplicada em educação.
O que norteia as críticas
Do mercado, partiram as críticas de que as restrições afastariam os grandes players internacionais, reduzindo a competição e os lances pagos. Para se obter o lance máximo, teria que se abrir mão de todos os princípios originais. Para se manter os princípios originais, teve que se abrir mão de um pagamento maior.
Portanto, foi uma questão de escolha.
Os concorrentes – Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC – juntaram-se em um único consórcio e deram o lance mínimo, oferecendo 41,67% à União. Outros 40% do capital são da Petrobras. Tecnicamente, 81,67% do petróleo extraído ficarão com o país.
***
Houve críticas e interpretações algo desconexas. De um lado julgou-se que a preponderância de empresas chinesas marcariauma nova postura geopolítica nacional. Falso! As razões foram puramente comerciais.
Na outra ponta, a interpretação de que, sendo empresas estatais, o estado chinês poderia atropelar contratos com o Brasil. Conspiração por conspiração, os Estados Unidos já montaram diversas operações no Oriente Médio para defender suas petrolíferas.
Onde está o problema?
A operação será toda da Petrobras. Os sócios entraram apenas com capital. Havia dificuldade da Petrobras se endividar mais, para assumir sozinha a operação. Mas a própria Pré-Sal Petróleo poderia ser capitalizada, entrando como investidora.
Este ano, a União enfrenta restrições fiscais momentâneas. Superadas, a exploração de Libra poderia ter sido exclusivamente da Petrobras.
Serão 35 anos de exploração do campo. Internamente, na Petrobras, admite-se que as reservas poderão ser superiores aos 8 a 12 bilhões de barris anunciados.
Nas últimas três eleições, a Petrobras foi o mais eficaz argumento brandido pelo PT. A ponto de, em 2006, o candidato Geraldo Alckmin ter se fantasiado com camiseta de estatais para deter os boatos de que privatizaria as empresas.
Em 2014, o governo terá que encontrar outro discurso.
Para contrariar o velho do Restelo
Petrobras
Batemos, no último dia 18 de maio, novo recorde de produção no pré-sal, com 322 mil e 100 barris de petróleo por dia (bpd).
Esse volume foi 11 mil barris por dia superior ao recorde anterior, alcançado em 17 de abril, quando a produção havia chegado a 311 mil e 500 bpd.
Além dos bons números do pré-sal, outra boa notícia foi o recorde registrado em maio na nossa produção no Espírito Santo, que atingiu a média mensal de 322 mil e 700 bpd, superando o recorde anterior, ocorrido em dezembro de 2011.
OGX fracassa na Bacia de Campos
A empresa de petróleo e gás do grupo Eike Batista admitiu ontem a inviabilidade comercial de 4 campos na Bacia de Campos, incluindo o de Tubarão Azul, seu único produtor de óleo e que vai parar de produzir em 2014. Essas áreas serão provavelmente devolvidas à Agência Nacional de Petróleo. A notícia fulminou as cotações da OGX na bolsa, que caíram quase 30%, e arrastou também outras empresas do grupo.
Com o fracasso das áreas de exploração na Bacia de Campos, restam ao grupo os ativos de gás na Bacia do Parnaíba (onde a empresa é sócia da Petra e da MPX), e ainda 60% do campo Tubarão Martelo, participação que foi dada em garantia à malaia Petronas.
A OGX também tem participação nos campos Atlanta e Oliva, operados pela Queiroz Galvão na Bacia de Santos e que vão começar produzir no fim do ano.
O problema da OGX terá grande repercussão no estaleiro OSX, fornecedor de plataformas marítimas.
Com o fracasso das áreas de exploração na Bacia de Campos, restam ao grupo os ativos de gás na Bacia do Parnaíba (onde a empresa é sócia da Petra e da MPX), e ainda 60% do campo Tubarão Martelo, participação que foi dada em garantia à malaia Petronas.
A OGX também tem participação nos campos Atlanta e Oliva, operados pela Queiroz Galvão na Bacia de Santos e que vão começar produzir no fim do ano.
O problema da OGX terá grande repercussão no estaleiro OSX, fornecedor de plataformas marítimas.
do Valor
EUA é a praga
O NYT distorce a Venezuela, outra vez
Imagine que você foi ver o filme de Steven Spielberg, “Lincoln”, e tudo o que aparece nele é o ponto-de-vista dos senhores de escravos brancos do Sul dos Estados Unidos, durante a Guerra Civil. Isso é análogo ao que você está recebendo em quase toda a cobertura da grande mídia sobre a Venezuela.
Na semana passada, o New York Times fez algo que nunca fez antes — em seu “espaço para o debate” ofereceu pontos-de-vista diferentes sobre a Venezuela. Nos 14 anos desde que Hugo Chávez foi eleito presidente da Venezuela, o Times tem oferecido muitos artigos de opinião e editoriais contra a Venezuela — incluindo seu próprio editorial de apoio ao golpe militar de 2002 (do qual mais tarde recuou, sem pedir desculpas).
Mas o Times nunca se deu ao trabalho de publicar mesmo um único artigo de opinião (ou reportagem) que contraste com a sua linha editorial sobre este país rico em petróleo. Isto contrasta com quase todos os jornais de tamanho médio ou grande, nos Estados Unidos — desde o LA Times, Boston Globe, ou Miami Herald, até mesmo o neoconservador Washington Post, além de dezenas de jornais de outras cidades que publicaram ao menos algum artigo oferecendo o outro lado da história.
Vale a pena revisitar o debate que apareceu na edição do Times online, porque lança luz sobre alguns dos problemas sobre o que lemos e ouvimos sobre a Venezuela.
Moisés Naím afirma que a Venezuela, cuja economia cresceu cerca de 5,5 por cento em 2012, está a caminho de “uma crise econômica de proporções históricas.” (Bem, pelo menos ele disse que “está a caminho” de uma crise. Anita Issacs, cientista política que participou do debate , curiosamente se refere ao ”colapso da economia da Venezuela” — como em “o colapso da economia dos Estados Unidos” em 2004).
Enquanto os cães ladram...
Petrobras anuncia recorde de refino diário de petróleo
No dia 1º de Janeiro, foram processados 2,111 milhões de barris.
10 mil barris/dia a mais que recorde de agosto de 2012.
A Petrobras informou ontem terça-feira (8) que em 1º de Janeiro atingiu recorde de processamento de petróleo nas suas refinarias.
A quantidade refinada, segundo a estatal, foi de 2,111 milhões de barris,
A marca atingida foi resultado dos investimentos para o aumento da eficiência operacional das refinarias e vai contribuir para a redução da importação de derivados.
A Petrobras também anunciou a descoberta petróleo de boa qualidade na área denominada Sul de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, no 5º poço perfurado após a assinatura do contrato de Cessão Onerosa.
O poço conhecido como Sul de Tupi fica ao sul do Campo de Lula, em profundidade dágua de 2.188 metros e a uma distância de 302 quilômetros da costa do Estado do Rio de Janeiro.
A Petrobras comprovou a presença de reservatórios de excelente qualidade, em rochas carbonáticas, situadas abaixo da camada de sal.
Petrobrás: o consumidor em 1º lugar
Graça Foster tem 34 anos de Petrobrás.
Engenheira química, com pós-graduação em engenharia nuclear e especialização em economia.
No programa “Entrevista Record Atualidade”, que vai ao ar nesta segunda feira às 22h15, na Record News, logo após o programa do Heródoto Barbeiro, ela deixa conhecer as características que a tornaram tão respeitada: a técnica, minuciosa, que sabe tudo, que acompanha, pessoalmente, 480 projetos que representam 80% dos investimentos da empresa; e o lema “o consumidor em primeiro lugar”.
Sobre isso, ela fala com entusiasmo da ascensão da Classe C – de consumidores que terão um, depois dois carros – e são consumidores do produto que oferece ao mercado.
Graça Foster lembra a Presidenta que a designou.
E, nessa entrevista, ela revela de que trata a Presidenta Dilma, quando liga – muito – para a Presidente da Petrobrás: quer saber sobre o fornecimento de energia, a garantia de abastecimento, a macro-política energética.
Foster discute a responsabilidade da Petrobrás como a maior compradora da indústria nacional de equipamentos.
Não, ela não aceita que a Petrobrás esteja “puxando a corda” da indústria nacional.
Afinal, para atingir a meta de produzir 6 milhões de barris/dia em 2010, ela vai investir US$ 225 bilhões até 2015 !
E a indústria nacional – e internacional – tem que correr atrás.
Graça Foster foi pessoalmente assistir ao lançamento ao mar do petroleiro “João Cândido” – “espetacular !” – produzido, com atraso, na Atlântico Sul, em Suape, Pernambuco.
Ela acredita que foram tomadas as providências para que não haja mais atrasos.
Foster fala com entusiasmo da política que ela própria ajudou a montar quando trabalhou com a Ministra das Minas, Dilma Rousseff, no Promimp, o Programa de Mobilização da Indústria de Produção de Petróleo e Gás, que exige uma participação mínima de 60% de “nacionalização” no que a Petrobrás compra.
Ela fala também do Cenpes, o Centro de Pesquisas da Petrobrás, onde ela trabalhou, e nos centros de excelência que o Cenpes monta em universidades públicas brasileiras para formar profissionais para o mercado de petróleo – e não só para a Petrobrás.
O que Hillary Clinton conversou recentemente com ela ?
Hillary quer que empresas americanas participem da exploração do pré-sal.
A medida do ter nunca enche
... e/ou farinha pouca, meu pirão primeiro
Em sessão tensa e duradoura –mais de sete horas— o Senadoaprovou na noite desta quarta (19) o projeto que redistribui os dividendos do petróleo.
Inclui a partilha dos royalties e da participação especial, taxa cobrada das petroleiras que exploram jazidas já licitadas ou em fase de exploração.
O texto aprovado, de autoria do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), elimina a vantagem financeira de que desfrutavam os Estados produtores de petróleo.
Estados sem óleo, passam a usufruir de fatias do bolo antes servidas apenas aos produtores Rio, Espírito Santo e, em menor escala, São Paulo.
O embate apagou as fronteiras ideológicas e partidárias. Travou-se uma guerra federativa. De um lado, os poucos produtores. Do outro, o resto.
Produziram-se cenas inusitadas. Por exemplo: o líder petista Humberto Costa (PE) discursou a favor do texto de Vital. Seu “liderado” Lindbergh Farias (PT-RJ), esgoelou-se contra.
Outro exemplo: oposicionistas como Aécio Neves (PSDB-MG) e Demóstenes Torres (DEM-GO) emprestaram apoio pontual a governistas das bancadas dos produtores.
Mais: normalmente afinados com o Planalto, Lindbergh, Francisco Dornelles (PP-RJ) e Marcelo Crivella (PRB-RJ), entre outros, discursaram contra o governo.
Defendiam a tese de que o tônico servido aos sem óleo deveria ser provido de outra maneira: reduzindo-se mais fortemente a fatia da União e tributando-se as petroleiras.
Essas ideias foram acomodadas num projeto alternativo, de autoria de Dornelles. Para que fosse votado antes da outra proposta, o plenário precisaria concordar.
Levou-se a voto um pedido de preferência para o projeto de Dornelles. Caiu por 45 votos contra 20. O resultado só não foi pior porque tucanos e ‘demos’ apoiaram.
Pelo texto que foi aprovado, a participação de Estados e municípios sem óleo na distribuição dos royalties salta, já em 2012, de 8,75% para 40%.
A fatia da União cai de 30% para 20%. O naco dos Estados produtores desce de 26,25% para 20%. O pedaço dos municípios com óleo despenca de 26,25% para 17%.
Numa conta feita por Dornelles, Estados e municípios produtores arrostarão uma perda de algo como R$ 3 bilhões. O senador falou em “falência” do Rio.
“O Rio vai quebrar”, ecoou Crivella. Lindbergh vaticinou até o “fechamento de postos de saúde.”
Quanto à participação especial, cobrada de petroleiras que exploram ou vão explorar jazidas já licitadas, o naco da União cai de 50% para 42% em 2012.
Depois, vai sendo recomposto até atingir 46%, a alíquota defendida pelo governo.
O governista Lindbergh estrilou. Insinuou que o relator Vital do Rêgo rugiu para os Estados produtores e miou para a União.
Não havia divergência quanto à conveniência de incluir os não produtores na divisão do bolo. Discutia-se a forma.
Demóstenes Torres traduziu o espírito do debate: Solucionamos o problema "Estamos às custas do Rio e do Espírito Santo…”
“…A presidente Dilma Rousseff capitaneou a tunga a esses Estados. Votaremos a favor porque nossos Estados ganham. Mas o Brasil perde.”
A proposta seguiu para a Câmara. Ali, vai-se reproduzir o massacre –de um lado três Estados produtores; do outro, 24 unidades da federação ávidas por beliscar do bolo.
Aprovado pelos deputados, o projeto vai à sanção presidencial. Se Dilma não vetar, os produtores irão ao STF.
Entre outras alegações, sustentarão no Supremo a tese segundo a qual a mudança altera contratos já firmados, comprometendo-se o direito adquirido e a segurança jurídica.
Confiante na vitória judicial, Crivella chamou o triunfo dos sem óleo de “vitória de Pirro”. Magno Malta (PR-ES) chamou o êxito dos rivais de “mico”.
Ricardo Ferraço (PMDB-ES) disse que, na tumultuada sessão, “os senadores falaram ao vento”. Por quê?
Acha que, como a palavra final será dada pelo Supremo, “a discussão do Congresso não terá consequencia.”
Quer dizer: os mandarins da política, incapazes de produzir um acordo, judicializam a petro-controvérsia.
por Josias de Sousa
Petrobras
[...] lucro, apesar das más línguas
É isso aí. Apesar de toda a torcida contra, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 10,985 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 42% frente aos R$ R$ 7,726 bilhões registrados em igual período em 2010.
O resultado, para um primeiro trimestre, é recorde.
Também a receita líquida cresceu 9% no trimestre, batendo nos R$ 54,800 bi. José Sergio Gabrielli, presidente da empresa, informou que as reservas cresceram 7,5%, para estimados 15,986 bi de barris. Continua>>>
por Cesar Maia
MUDANÇAS NO PROCESSO ELEITORAL JÁ SERIAM UMA REFORMA!
1. Segue o debate, e o impasse, sobre a reforma eleitoral. Seria melhor deter-se sobre o processo eleitoral em si, fazendo uma análise comparada com os demais países. Três questões se destacam. A primeira questão é sobre o debate na televisão. Em nenhum país, e em especial nas democracias maduras, o debate pode ser feito na semana da eleição -menos ainda na antevéspera. Nos EUA e na Europa, o último debate ocorre duas semanas antes. Vários estudos nos EUA mostram que o impacto da coreografia dos debates na TV se dilui em até quatro dias. O debate deve aprofundar as questões políticas, e não se propor a pegadinhas, a gracinhas e a agressões, ou a dar vantagens aos televisivos. Com um prazo maior, efeitos desse tipo se diluem e o eleitor volta a decidir sobre as questões da campanha.
2. A segunda é sobre as pesquisas. Alguns países exigem currículo dos institutos, evitando que criações pré-eleitorais divulguem seus resultados. A grande imprensa faz sua seleção, mas não é geral. E publicidade paga não se nega. Outro aspecto é o prazo limite de publicação de pesquisas. Alguns países exageram estabelecendo limites amplos. Mas -por outro lado- a divulgação na véspera e no dia da eleição, é um exagero, sempre reforçado pelas manchetes.
3. A terceira questão é a mais grave de todas. A compra de votos, a cada ano, se torna mais escandalosa no Brasil. É feita por meio de um eufemismo: "cabos eleitorais". Milhares são contratados por 90 dias, depois por mais 60 dias, por mais 30 dias e finalmente exponenciados nos últimos três dias. A legislação, ingenuamente, proíbe a boca de urna, mas permite as bandeiras e outras alegorias até no domingo. Em 2010, levantamentos em diversos locais do Rio confirmaram que os pagamentos são feitos de forma ascendente, desde três meses antes, até os últimos três dias, quando valem 20% do salário mínimo ou mais. E que 90% dos "cabos eleitorais" vão votar no candidato que os contrata.
4. Um candidato a deputado bem patrocinado, põe nos últimos três dias 40 mil "cabos eleitorais" pelo Estado. Estima-se que o gasto oculto com "cabos eleitorais" seja maior que todos os gastos de campanha declarados, dos majoritários e dos proporcionais.
Em vários países, aplica-se a lei do silencio a partir da sexta-feira anterior à eleição, no domingo. Isso vale para todo tipo de manifestação, sejam panfletos, colinhas, bandeiras ou carros de som. Esses três dias são chamados de dias de reflexão, para que o eleitor, depois de ter recebido todas as informações e impulsos na campanha, possa tomar a sua decisão sem pressões e sem dinheiro. Corrigir essas três questões vale uma reforma eleitoral. E é questão apenas de vontade.
2005, SEIS ANOS ATRÁS, O "ANDAHUAYLAZO": TENTATIVA DE GOLPE DOS IRMÃOS OLLANTA E ANTAURO HUMALA!
1. Três vídeos curtos de 2 a 5 minutos. Assista. 1, 2 e 3.
2. Manchetes de domingo no Peru. La Razon. Peru 21.
A HISTÓRIA DA HUNGRIA AJUDA A EXPLICAR!
1. Este Ex-Blog, na semana passada, informou que o parlamento da Hungria aprovou uma nova Constituição com claro direcionamento de extrema-direita. Em seguida, tanto na União Europeia como na Alemanha autoridades reagiram, dizendo que aqueles termos divergem dos valores democráticos adotados pela União Europeia. Mas vale a pena lembrar as raízes políticas da Hungria, que, ao que parece, não foram superadas, como o foram na Alemanha, por exemplo.
2. (RV) A Hungria, como sabemos, na segunda guerra, combateu ao lado do nazismo e foi um adversário duro de roer. Somente na tomada de Budapeste, o Exército Vermelho perdeu cerca de duzentos mil homens. Nos últimos dias da guerra e frente à destruição total, o fascista Almirante Horthy rendeu-se aos soviéticos.
3. Em 1956, após a retirada do Exército Vermelho, os fascistas assumem a hegemonia da contrarrevolução (apenas onze anos após o final da guerra -ou seja, como se fosse, para nós, o ano 2000, portanto, literalmente ontem-). Zhukov, cuja influência decisiva retornou com a ascensão de Krutschev, exigiu o retorno do Exército Vermelho, contra a vontade do próprio Krutschev e até de Andropov, residente da KGB em Budapeste na época (e mais tarde Secretário-geral do PCUS, primeiro ministro e presidente da URSS). A ordem do Exército Vermelho foi a de "destruir o fascismo", sem mais delongas.
4. As raízes..., ou as marcas..., parecem ter ficado.
DÉFICIT COMERCIAL EXTERNO COM DERIVADOS DE PETRÓLEO CRESCE US$ 15 BILHÕES EM DEZ ANOS!
(Estado de SP, 24) A situação vai provocar um déficit de US$ 18 bilhões na balança de derivados de petróleo este ano, conforme projeção da RC Consultores. Em 2010, as importações de derivados ultrapassaram as exportações em US$ 13 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento. Em 2000, o rombo era de US$ 3,2 bilhões. A falta de combustível é sanada com importações. "A população pode não perceber, mas vivemos um estrangulamento do setor de combustíveis, um apagão", disse Adriano Pires, diretor executivo do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). O problema é que a situação aumenta a vulnerabilidade externa do País. O déficit em conta corrente (resultado das transações externas do País, incluindo remessas de lucros e viagens internacionais) deve atingir US$ 61,5 bilhões este ano.
KADAFI E SEU MODELO: O IMPERADOR ROMANO (LÍBIO), SEPTÍMIO SEVERO!
(Mayte Carrasco-La Nacion, 22) 1. As ruínas de Leptis Magna são vistas a distância, atrás do magnífico arco da vitória e sob um céu claro, salpicado de nuvens baixas. No fundo, se ouve o som dos caças da OTAN, sobrevoando Misurata, a 90 quilômetros daqui. O azul do Mar Mediterrâneo banha a chamada Roma da África, de incalculável valor histórico, só comparável a Éfeso, agora deserta de turistas desde que a guerra começou há dois meses. É a cidade natal do Kadafi romano, Lúcio Septímio Severo (145-211dc), o único imperador de origem líbia e norte-africana, conhecido por sua natureza ditatorial, conhecido por sua túnica, semelhante à usada pelo coronel Kadafi em suas excêntricas aparições.
2. As semelhanças entre os dois líderes líbios são surpreendentes. O imperador executou dezenas de senadores com acusações de corrupção e conspiração; criou um círculo de pessoas fiéis e sua própria guarda pessoal. Chegou ao poder depois de participar de uma rebelião e fundou uma dinastia perpetuada por seus filhos. É o objetivo de Coronel Kadafi, que quer assegurar sua sucessão através do seu filho Saif al-Islam. Curiosamente, o descendente mais novo de Septímio Severo, foi assassinado por seu irmão, extremo a que não chegaram os Kadafi, embora as relações entre Saif e Mutawasil sejam muito ruins. Sua rivalidade pelo trono do pai está na boca de toda a população de Trípoli.
VENEZUELA ABANDONA O PACTO ANDINO! RAZÕES CONTRADITAM ESTAR NO MERCOSUL!
1. (AP/Estado SP, 22) A Venezuela deixou formalmente a Comunidade Andina das Nações (CAN) na sexta-feira, 22, sem uma definição sobre como serão regidas as relações comerciais com alguns dos países vizinhos. A situação é considerada por muitos um "golpe mortal" ao bloco econômico dos Andes. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou em abril de 2006 que o país sairia do bloco. Na ocasião, dois dos países-membros, Peru e Colômbia, aprovaram acordos de livre-comércio com os Estados Unidos, provocando a decisão de Chávez. A Venezuela estava obrigada a um aviso prévio de cinco anos, que termina amanhã, assim como os direitos e obrigações que o país tem com seus quatro sócios - Bolívia, Colômbia, Equador e Peru - por 38 anos.
2. No caso da Bolívia e do Equador, o governo venezuelano subscreveu um "protocolo de acordo" para regulamentar o comércio com os dois países, cujos termos não são conhecidos. O comércio entre a Venezuela e os outros quatro países do bloco, que em 2006 foi de US$ 6,1 bilhões, passou para US$ 12,4 bilhões em 2008. Mas, por causa da crise financeira mundial, caiu para US$ 4,5 bilhões em 2010.
3. A saída da Venezuela do bloco, formado em 1969, é natural, se vista "de um ponto de vista ideológico", uma vez que interessa muito mais a Chávez reforçar a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA). A organização, criada pelo presidente venezuelano na década passada, é composta hoje por Venezuela, Cuba, Nicarágua, Dominica, Antígua e Barbuda, São Vicente e Granadinas.
4. (Ex-Blog, 22) E por que Chávez insiste tanto em entrar para o Mercosul? Que o Senado do Paraguai continue resistindo em nome da democracia continental e da integridade das regras do Mercosul.
Líbia
...Não está fácil
Rebeldes estão perdendo a guerra na Líbia. Só derrubam o ditador com o escancarado apoio das forças dos Estados Unidos, em mais uma guerra contra os árabes. Estados Unidos já estão mandando armas, embora um de seus comandantes militares ache que os rebeldes são dominados pelas facções radicais de muçulmanos. A guerra contra Kadafi não está sendo fácil de vencer, apesar do apoio do governo dos Estados Unidos.
Sem ressonância
Sinal de que o ditador está bem armado e a oposição não tem a ressonância que os americanos achavam entre a população. Isto lembra aqueles cinco gatos pingados com cara de ocidentais pulando, diante de cinegrafistas ianques, numa praça de Bagdá quando Saddam Hussein caiu. O povo iraquiano recebeu os americanos com bombas e mais resistiria, se não tivesse sido esmagado pela superpotência militar.
Lustosa da Costa
Petrobras - Agiotas contra investimentos
A crítica dos ‘mercados' ao programa de investimentos da Petrobrás (US$ 224 bilhões até 2014), e sobretudo a decisão da empresa de construir cinco novas refinarias no país (US$ 73,6 bi), não se resume a um conflito paroquial entre governo e oposição. Trata-se, na verdade, de mais um embate entre a lógica financista que motivou as tentativas de privatizar a empresa, no governo FHC, e as políticas soberanas de investimento resgatadas pelo governo Lula, mas nunca digeridas pelo mercadismo e seus ventríloquos na mídia.
A campanha contra a regulação soberana do pré-sal e a capitalização da empresa para arcar com a exploração das novas reservas é parte desse jogral da turma do cassino que gosta de jogo rápido e dinheiro na mão (deles). O país pode esperar.
A pressão atual contra o investimento é diretamente proporcional à ganância dos acionistas pela captura dos lucros da empresa. A lógica é simples: o lucro canalizado para a expansão produtiva não será distribuído aos acionistas, leia-se, grandes investidores, bancos, fundos e mega-interesses internacionalizados.
Graças a FHC, hoje 40% das ações da empresa estão nas mãos de capitais estrangeiros, sem qualquer compromisso com o país. Personagens típicos da era da financeirização, eles materializam o imediatismo rentista.
O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, recusa-se a administrar o patrimonio soberano do pré-sal pautado pela ganância infecciosa que levou o mundo à maior crise capitalista desde 1929: "Não investir em refinarias neste momento é suicídio a longo prazo"... "o país está no limite do refino e há um crescimento exponencial (da oferta no horizonte)... se a empresa não der prioridade a seus investimentos, nos próximos anos terá que exportar petróleo e importar derivados", arremata.
É isso mesmo que os entreguistas almejam: transformar a Petrobrás numa Vale do Rio Doce.
A mineradora decidiu distribuir US$ 4 bilhões aos acionistas em 2011, mas se recusa a investir US$ 1,5 bi numa fábrica de trilhos no país. Exportamos ferro bruto para a China; importamos trilhos chineses para as ferrovias do Brasil.
Petrobras: domínio do petróleo
O influente jornal inglês The Guardian acaba de publicar artigo sustentando que a Petrobras está destinada a dominar o setor petrolífero, diante da descoberta das gigantescas reservas de petróleo abaixo da camada do pré-sal.
O jornal publica uma importante entrevista com o diretor-financeiro da Petrobras, Almir Guilherme Barbassa, anunciando que a estatal brasileira de petróleo pretende mais do que dobrar a sua produção, na próxima década, para 5,4 milhões de barris de petróleo e gás por dia, destinando-se a dominar o mercado do setor petrolífero no mundo.
Sonho
A Petrobras acalenta o projeto de se tornar a maior produtora mundial de petróleo de capital aberto, até 2015. Na reportagem de página inteira, publicada nesta última terça-feira, intitulada "Petroleiros do Brasil destinados a dominar", o jornal registra que a série de descobertas de reservas de petróleo na camada do pré-sal "transformaram a sorte da companhia e catapultaram o Brasil em um dos líderes em energia e um dos motores econômicos mundiais". As reservas chegariam a cem bilhões de barris, como anunciou o presidente da Agência Nacional de Petróleo, Haroldo Lima.
Domínio do setor
De acordo com afirmações do diretor-financeiro da Petrobras, a empresa promete ser uma das maiores beneficiárias da legislação brasileira, que lhe dá uma parcela mínima de 30% sobre nova reserva descoberta, além de absoluto controle sobre os novos projetos. Esse predomínio dá uma grande vantagem à Petrobras quanto ao domínio dessas reservas, pois a BP, a Shell e a ExxonMobil, consideradas as maiores empresas petrolíferas de capital aberto do mundo, "terão que ficar em segundo plano atrás da Petrobras pelo acesso às vastas reservas brasileiras".
Ascensão
A reportagem do jornal inglês observa que as grandes descobertas de petróleo em águas profundas, nos últimos anos, estão por trás da "ascensão meteórica" da Petrobras, elevando as reservas comprovadas da companhia de 11,5 bilhões de barris, em 2008, para 30 bilhões de barris. Assinala o The Guardian que a continuidade da exploração poderá fazer com que essas reservas gigantescas abaixo da camada do pré-sal cheguem a 50 ou até 100 bilhões de barris, transformando o Brasil em um dos grandes exploradores do mundo do petróleo, no mesmo nível do Kuwait e da Rússia.
Tarcísio Holanda
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Privatizar o pré-sal
O governo Lula sustou o leilão de áreas do pré-sal, antes de propor a mudança do sistema em favor da partilha, porque a Shell ou outras empresas privadas que não a Petrobras, ganhariam o leilão. Isto teria elevado a participação estrangeira no petróleo brasileiro. Essa argumentação, esgrimida em tom de acusação, parte de outro graúdo tucano, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB-ES).
“Havia um leilão previsto para o fim do ano e vários blocos próximos de Tupi seriam oferecidos. O interesse por essas áreas era enorme e grupos brasileiros e multinacionais estavam se preparando para pagar caro por elas. A Petrobras não ia ter dinheiro para disputar todos os blocos e certamente ia perder alguma coisa para o Eike Batista, a Shell e outras companhias.
Qual seria a consequência?
Em vez de ter 95% do mercado como hoje, a Petrobras ficaria com 92, 93%. Qual o problema para o Brasil? Nenhum”.
Luiz Paulo Vellozo Lucas também, como David Zylbestajn, quer desfazer o que o governo Lula introduziu na exploração do pré-sal e voltar ao sistema anterior onde o pré-sal ficaria nas mãos das empresas privadas, várias delas estrangeiras, em troca do pagamento de uma taxa. Pelo sistema adotado agora pelo governo Lula, o Estado brasileiro é proprietário do pré-sal – gerido por uma estatal – e a Petrobras é exploradora obrigatória em todos os poços.
Fica cada vez mais evidente, o que já tinha sido explicitado na atitude dos deputados e senadores da oposição quando da discussão das mudanças propostas pelo governo federal, que o PSDB vai privatizar o pré-sal e desfazer o que Lula fez para preservar essa riqueza nas mãos do estado brasileiro.
Luiz Paulo Vellozo Lucas defende abertamente a entrada de grupos estrangeiros nos campos de petróleo do pré-sal. Como sempre a justificativa é que “vamos precisar de centenas de bilhões de dólares para explorar o pré-sal e é uma sandice completa achar que a Petrobras e o Estado brasileiro terão dinheiro para tudo”.
Serra poderá repetir, como fez com as declarações de Zylberstajn, que ele fala por ele mesmo e que o que os tucanos dizem fica por conta deles. Mas quem vai acreditar? Por acaso algum deles alguma vez fez campanha em favor das privatizações? Nunca. Parodiando a propaganda tucana, você já ouviu Serra e o PSDB prometer privatizações? Não, mas foram os que mais privatizaram quando assumiram o poder federal e os que mais venderam patrimônio público também no governo paulista.
Até agora Serra não se pronunciou claramente afirmando que vai manter o marco regulatório estabelecido pelo governo Lula para o pré-sal. Seus colegas, senadores e deputados, foram contra esse novo marco regulatório e apresentaram emendas para tentar manter o sistema anterior ou privilegiar os interesses das grandes empresas de petróleo. Zylberstajn, e agora Vellozo Lucas, defendem o sistema anterior. Serra procura se desligar dessas declarações, mas nunca diz ser a favor de manter o atual sistema. Porque?
Luis Favre
Entrevista com Luiz Paulo Lucas Velloso Aqui
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