MUDANÇAS NO PROCESSO ELEITORAL JÁ SERIAM UMA REFORMA!
1. Segue o debate, e o impasse, sobre a reforma eleitoral. Seria melhor deter-se sobre o processo eleitoral em si, fazendo uma análise comparada com os demais países. Três questões se destacam. A primeira questão é sobre o debate na televisão. Em nenhum país, e em especial nas democracias maduras, o debate pode ser feito na semana da eleição -menos ainda na antevéspera. Nos EUA e na Europa, o último debate ocorre duas semanas antes. Vários estudos nos EUA mostram que o impacto da coreografia dos debates na TV se dilui em até quatro dias. O debate deve aprofundar as questões políticas, e não se propor a pegadinhas, a gracinhas e a agressões, ou a dar vantagens aos televisivos. Com um prazo maior, efeitos desse tipo se diluem e o eleitor volta a decidir sobre as questões da campanha.
2. A segunda é sobre as pesquisas. Alguns países exigem currículo dos institutos, evitando que criações pré-eleitorais divulguem seus resultados. A grande imprensa faz sua seleção, mas não é geral. E publicidade paga não se nega. Outro aspecto é o prazo limite de publicação de pesquisas. Alguns países exageram estabelecendo limites amplos. Mas -por outro lado- a divulgação na véspera e no dia da eleição, é um exagero, sempre reforçado pelas manchetes.
3. A terceira questão é a mais grave de todas. A compra de votos, a cada ano, se torna mais escandalosa no Brasil. É feita por meio de um eufemismo: "cabos eleitorais". Milhares são contratados por 90 dias, depois por mais 60 dias, por mais 30 dias e finalmente exponenciados nos últimos três dias. A legislação, ingenuamente, proíbe a boca de urna, mas permite as bandeiras e outras alegorias até no domingo. Em 2010, levantamentos em diversos locais do Rio confirmaram que os pagamentos são feitos de forma ascendente, desde três meses antes, até os últimos três dias, quando valem 20% do salário mínimo ou mais. E que 90% dos "cabos eleitorais" vão votar no candidato que os contrata.
4. Um candidato a deputado bem patrocinado, põe nos últimos três dias 40 mil "cabos eleitorais" pelo Estado. Estima-se que o gasto oculto com "cabos eleitorais" seja maior que todos os gastos de campanha declarados, dos majoritários e dos proporcionais.
Em vários países, aplica-se a lei do silencio a partir da sexta-feira anterior à eleição, no domingo. Isso vale para todo tipo de manifestação, sejam panfletos, colinhas, bandeiras ou carros de som. Esses três dias são chamados de dias de reflexão, para que o eleitor, depois de ter recebido todas as informações e impulsos na campanha, possa tomar a sua decisão sem pressões e sem dinheiro. Corrigir essas três questões vale uma reforma eleitoral. E é questão apenas de vontade.
2005, SEIS ANOS ATRÁS, O "ANDAHUAYLAZO": TENTATIVA DE GOLPE DOS IRMÃOS OLLANTA E ANTAURO HUMALA!
1. Três vídeos curtos de 2 a 5 minutos. Assista. 1, 2 e 3.
2. Manchetes de domingo no Peru. La Razon. Peru 21.
A HISTÓRIA DA HUNGRIA AJUDA A EXPLICAR!
1. Este Ex-Blog, na semana passada, informou que o parlamento da Hungria aprovou uma nova Constituição com claro direcionamento de extrema-direita. Em seguida, tanto na União Europeia como na Alemanha autoridades reagiram, dizendo que aqueles termos divergem dos valores democráticos adotados pela União Europeia. Mas vale a pena lembrar as raízes políticas da Hungria, que, ao que parece, não foram superadas, como o foram na Alemanha, por exemplo.
2. (RV) A Hungria, como sabemos, na segunda guerra, combateu ao lado do nazismo e foi um adversário duro de roer. Somente na tomada de Budapeste, o Exército Vermelho perdeu cerca de duzentos mil homens. Nos últimos dias da guerra e frente à destruição total, o fascista Almirante Horthy rendeu-se aos soviéticos.
3. Em 1956, após a retirada do Exército Vermelho, os fascistas assumem a hegemonia da contrarrevolução (apenas onze anos após o final da guerra -ou seja, como se fosse, para nós, o ano 2000, portanto, literalmente ontem-). Zhukov, cuja influência decisiva retornou com a ascensão de Krutschev, exigiu o retorno do Exército Vermelho, contra a vontade do próprio Krutschev e até de Andropov, residente da KGB em Budapeste na época (e mais tarde Secretário-geral do PCUS, primeiro ministro e presidente da URSS). A ordem do Exército Vermelho foi a de "destruir o fascismo", sem mais delongas.
4. As raízes..., ou as marcas..., parecem ter ficado.
DÉFICIT COMERCIAL EXTERNO COM DERIVADOS DE PETRÓLEO CRESCE US$ 15 BILHÕES EM DEZ ANOS!
(Estado de SP, 24) A situação vai provocar um déficit de US$ 18 bilhões na balança de derivados de petróleo este ano, conforme projeção da RC Consultores. Em 2010, as importações de derivados ultrapassaram as exportações em US$ 13 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento. Em 2000, o rombo era de US$ 3,2 bilhões. A falta de combustível é sanada com importações. "A população pode não perceber, mas vivemos um estrangulamento do setor de combustíveis, um apagão", disse Adriano Pires, diretor executivo do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). O problema é que a situação aumenta a vulnerabilidade externa do País. O déficit em conta corrente (resultado das transações externas do País, incluindo remessas de lucros e viagens internacionais) deve atingir US$ 61,5 bilhões este ano.
KADAFI E SEU MODELO: O IMPERADOR ROMANO (LÍBIO), SEPTÍMIO SEVERO!
(Mayte Carrasco-La Nacion, 22) 1. As ruínas de Leptis Magna são vistas a distância, atrás do magnífico arco da vitória e sob um céu claro, salpicado de nuvens baixas. No fundo, se ouve o som dos caças da OTAN, sobrevoando Misurata, a 90 quilômetros daqui. O azul do Mar Mediterrâneo banha a chamada Roma da África, de incalculável valor histórico, só comparável a Éfeso, agora deserta de turistas desde que a guerra começou há dois meses. É a cidade natal do Kadafi romano, Lúcio Septímio Severo (145-211dc), o único imperador de origem líbia e norte-africana, conhecido por sua natureza ditatorial, conhecido por sua túnica, semelhante à usada pelo coronel Kadafi em suas excêntricas aparições.
2. As semelhanças entre os dois líderes líbios são surpreendentes. O imperador executou dezenas de senadores com acusações de corrupção e conspiração; criou um círculo de pessoas fiéis e sua própria guarda pessoal. Chegou ao poder depois de participar de uma rebelião e fundou uma dinastia perpetuada por seus filhos. É o objetivo de Coronel Kadafi, que quer assegurar sua sucessão através do seu filho Saif al-Islam. Curiosamente, o descendente mais novo de Septímio Severo, foi assassinado por seu irmão, extremo a que não chegaram os Kadafi, embora as relações entre Saif e Mutawasil sejam muito ruins. Sua rivalidade pelo trono do pai está na boca de toda a população de Trípoli.
VENEZUELA ABANDONA O PACTO ANDINO! RAZÕES CONTRADITAM ESTAR NO MERCOSUL!
1. (AP/Estado SP, 22) A Venezuela deixou formalmente a Comunidade Andina das Nações (CAN) na sexta-feira, 22, sem uma definição sobre como serão regidas as relações comerciais com alguns dos países vizinhos. A situação é considerada por muitos um "golpe mortal" ao bloco econômico dos Andes. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou em abril de 2006 que o país sairia do bloco. Na ocasião, dois dos países-membros, Peru e Colômbia, aprovaram acordos de livre-comércio com os Estados Unidos, provocando a decisão de Chávez. A Venezuela estava obrigada a um aviso prévio de cinco anos, que termina amanhã, assim como os direitos e obrigações que o país tem com seus quatro sócios - Bolívia, Colômbia, Equador e Peru - por 38 anos.
2. No caso da Bolívia e do Equador, o governo venezuelano subscreveu um "protocolo de acordo" para regulamentar o comércio com os dois países, cujos termos não são conhecidos. O comércio entre a Venezuela e os outros quatro países do bloco, que em 2006 foi de US$ 6,1 bilhões, passou para US$ 12,4 bilhões em 2008. Mas, por causa da crise financeira mundial, caiu para US$ 4,5 bilhões em 2010.
3. A saída da Venezuela do bloco, formado em 1969, é natural, se vista "de um ponto de vista ideológico", uma vez que interessa muito mais a Chávez reforçar a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA). A organização, criada pelo presidente venezuelano na década passada, é composta hoje por Venezuela, Cuba, Nicarágua, Dominica, Antígua e Barbuda, São Vicente e Granadinas.
4. (Ex-Blog, 22) E por que Chávez insiste tanto em entrar para o Mercosul? Que o Senado do Paraguai continue resistindo em nome da democracia continental e da integridade das regras do Mercosul.
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