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Opera Mundi: Lula declara, em vídeo, apoio à candidatura de Maduro na Venezuela


“Maduro presidente é a Venezuela que Chávez sonhou”. É com essa frase que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclui vídeo em apoio ao candidato à Presidência da Venezuela, Nicolás Maduro. Ao longo do depoimento, obtido com exclusividade por Opera Mundi e divulgado nesta segunda-feira (01/04), Lula lembra o estreito contato com o ex-chanceler durante seu governo no Brasil e aposta que a vitória na eleição – marcada para 14 de abril – significaria a continuidade do projeto pensado por Hugo Chávez para a Venezuela.

Abaixo, o vídeo, na versão de 2 minutos


#Força Chávez


"O pai para com seu filho em frente ao túmulo de Simón Bolívar:

- Quem é este pai?

- É Simón Bolívar filho!

- Está morto?!

- NÃO. Está dormindo filho e acorda a cada cem anos, quando o povo faz revolução!"


Bresser Pereira: a reeleição de Hugo Chavez


Sua retórica dá a impressão de que ele vá implantar o socialismo, mas seus atos deixam claro que não
Se as liberdades e o sufrágio universal estão assegurados, a democracia, garantida, e os cidadãos não estão ameaçados de expropriação por políticos revolucionários, não há razão para cidadãos com espírito republicano votarem em candidatos que defendem interesses dos ricos.
Eles estarão agindo de acordo com princípios de justiça se escolherem candidatos razoavelmente competentes que estejam comprometidos com os interesses dos pobres.
Estas considerações podem ser relevantes para eleitores de classe média decidirem seu voto, mas o que decide eleições é o voto dos pobres, como acabamos de ver na reeleição de Hugo Chávez na Venezuela.
Sua nova vitória comprova que a Venezuela é uma democracia e que os pobres lograram votar de acordo com seus interesses. Mas mostra também que os venezuelanos de classe média que nele votaram não defenderam seus interesses oligárquicos, mas os da maioria. Agiram conforme o critério republicano.
Chávez não é um revolucionário, mas um reformador. Sua retórica relativa ao "socialismo bolivariano" dá a impressão de que está prestes a implantar o socialismo no país, mas seus atos deixam claro que não tem essa intenção nem esse poder.
Essa mesma retórica alimenta a oposição local e dos Estados Unidos -uma potência imperial que, desde que ele foi eleito pela primeira vez, procura desestabilizá-lo.
Mais importantes, porém, são suas ações de governo. Essas apresentaram resultados impressionantes.
A renda per capita, que em 1999 era de US$ 4.105, passou a US$ 10.810 em 2011; a pobreza extrema foi de 23,4% da população para apenas 8,8%; e o índice de desigualdade caiu de 55,4% em 1998 para 28%, em 2008, com Chávez.
A Venezuela é um país muito difícil de governar porque é pobre e heterogêneo. E os interesses em torno do petróleo são enormes.
Nesse quadro de dificuldades, Chávez vem representando de forma exemplar a luta de uma coalizão política desenvolvimentista formada por empresários (poucos), trabalhadores e burocracia pública contra uma coalizão liberal e dependente formada por capitalistas rentistas, financistas, e pelos interesses estrangeiros. A luta de um país pobre para realizar sua revolução nacional e capitalista e melhorar o padrão de vida de seu povo.
Nas últimas eleições, o establishment internacional voltou a apoiar o candidato da oposição. Mas o que tem sido a oposição "liberal" na Venezuela desde a Segunda Guerra?
Essencialmente, uma oligarquia corrupta que se alternou no poder por 50 anos em um simulacro de democracia; uma elite econômica que reduziu a política à partilha das rendas do petróleo entre seus membros; um governo de ricos que sempre se submeteu às recomendações de política econômica do Norte, e exibiu, entre 1950 e 1999, o mais baixo crescimento de PIB da América Latina.
O establishment internacional ainda não foi vencido, e a nação venezuelana não está consolidada. Chávez contou com a ajuda dos preços elevados do petróleo para realizar um governo desenvolvimentista e social. Não a terá sempre.
Mas as últimas eleições mostraram que o povo venezuelano construiu uma democracia melhor do que aquela que o nível de desenvolvimento do país deixaria prever.
E que esta democracia é o melhor antídoto contra a oligarquia interna e o neoliberalismo importado.

Jimmy Carter: A Venezuela tem o melhor sistema eleitoral do mundo


Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA, explica os motivos que o levam a crer na excelência do sistema eleitoral venezuelano. Foto: divulgação
O processo eleitoral na Venezuela é considerado o melhor do mundo pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, que coordena uma instituição de monitoramento de eleições ao redor do mundo há mais de uma década. Em conferência anual do Carter Center, o norte-americano também garantiu que Hugo Chávez venceu de forma “justa” o último pleito presidencial, em 2006.
Carter elogiou o sistema de votação venezuelano por incluir duas formas de contagem, o que dificulta qualquer tipo de tentativa de fraude. No país, os eleitores escolhem o seu candidato em uma urna eletrônica e ainda recebem um comprovante, que é depositado em uma caixa vedada, aberta para confirmar os resultados eleitorais. Além disso, um dos dedos é manchado com tinta indelével.
O democrata disse que enquanto os sistemas de financiamento de campanha nos países latino-americanos melhorou significativamente, nos EUA se consolidou uma “corrupção financeira” alimentada por “resoluções que facilitaram o fluxo de dinheiro privado para as contas dos candidatos”.
Suas declarações vieram no mesmo dia em que jornalistas se reuniram no Carter Center para um workshop sobre a cobertura midiática das eleições venezuelanas. A instituição quer preparar os profissionais para escreverem retratos profissionais e não partidários do próximo pleito no país, que ocorre no dia 7 de outubro deste ano.
“O espaço que o treinamento do Centro fornece para reunir jornalistas de mídia divergentes é uma contribuição importante para diminuir a polarização e fortalecer a democracia venezuelana”, afirmou Andres D’Alessandro que coordenou atividades em junhos deste ano.
“As oficinas me ensinaram que tenho de fazer jornalismo – não jornalismo de oposição ou jornalismo oficial”, disse David Ludovic da ONG Instituto Prensa y Sociedad, que monitora o direito à liberdade de expressão na Venezuela. “Eu devo trazer apenas dados e explicações para o meu público”, acrescentou.
Por mais de uma década, o Carter Center conduziu observações eleitorais e treinamento para jornalistas na Venezuela. A organização norte-americana vai realizar estudo autônomo e independente sobre as eleições presidências deste ano no país, incluindo percepções da população sobre o processo eleitoral.
Marina Mattar, Opera Mundi

A Venezuela mudou. E para melhor


Após 12 anos de governo de Hugo Chávez, a Venezuela mudou. E para melhor. De coqueluche dos Estados Unidos, por conta de suas reservas de petróleo, o país se transformou em um dos maiores opositores da política neoliberal do continente, retomou o controle de sua renda petrolífera e destinou-a aos programas sociais devolvendo a cidadania para os venezuelanos. 

Nesta trajetória arrojada e de assumida independência ante as exigências de Washington, o governo Chávez desagradou – e muito – a direita conservadora nacional e internacional, o que já lhe rendeu um golpe de Estado (em 2002) e a oposição ferrenha, dia e sim e no outro também, da mídia. Mas, segundo Maximilien Arvelaiz, embaixador da Venezuela no Brasil, valeu a pena. “Basta caminhar pela Venezuela para ver o quanto o país mudou”, comemora.

Agora, rumo à consolidação de sua independência, a Venezuela de Hugo Chávez retorna, mais uma vez, às urnas. Com data marcada - 7 de outubro – a eleição venezuelana é o retrato da forte polarização da sociedade venezuelana, conta Maximilien, a da esquerda unida a Chávez e a da direita, representada por Henrique Capriles. 

Nesta entrevista, Maximilien não apenas conta como está a campanha, como nos traz um retrato fiel da sociedade venezuelana, suas conquistas e aspirações. 

Membro do governo Chávez desde o início, Maximilien também explica por que o país é tão combatido pela mídia. E avalia as oportunidades – tanto para eles, quanto para nós – abertas com ingresso recente da Venezuela no MERCOSUL. 

Confira a entrevista e compreenda o que está em jogo na América Latina e por que o ex-presidente Lula afirmou recentemente a Chávez “sua vitória, nossa vitória”. Leia a entrevista Aqui

Venezuela: País menos desigual da América do Sul


Abaixo seguem os links para a segunda parte da reportagem especial sobre Venezuela na era Chávez, que o Opera Mundi começou a publicar dia 21 de agosto. 


Os três textos de hoje versão sobre a redução da desigualdade social e a radicalização do confronto político. 


O primeiro dos artigos busca informar sobre as bases do processo que levaram à hegemonia do campo
liderado pelo atual presidente. 



Os outros dois fazer um perfil tanto da oposição quanto dos setores que apoiam a revolução bolivariana.

Leia a série em português: Venezuela é cenário de forte confrontação política

Reportagem sobre Venezuela, parte I

A eleição presidencial na Venezuela, marcada para 7 de outubro, não será apenas uma disputa eleitoral entre o presidente Hugo Chávez e o candidato da oposição Henrique Capriles. Nas urnas, a população votará pela continuidade ou interrupção de um projeto que vem mudando radicalmente o pais desde 1998,
influenciando fortemente todo o continente.

Opera Mundi, frente à importância dessa batalha política e ao interesse dos leitores em conhecer melhor a experiência venezuelana, enviou uma equipe de repórteres para produzir um retrato da empreitada denominada, por seus próprios autores, de "socialismo do século XXI".


O "tratamento" que a Globo dispensa a Hugo Chaves

O tratamento(sem trocadilho) que as Organizações Globo estão dando ao presidente Chavez nessa fase terrível da sua vida é um verdadeiro atentado aos direitos da dignidade da pessoa humana. Desde segunda que o JN  aborda o assunto com uma crueza só justificável se entendida como ideológica. Os olhos dos apresentadores parecem brilhar quando ecoam o palpite de um médico sobre uma sobrevida de apenas mais um ano para Chavez. 
Merval Pereira tem assinado artigos diários nos quais o mandatário venezuelano não é merecedor de nenhuma réstia de piedade e solidaridade e, sim, de epítetos como mentiroso e quase-ditador. Chega ao auge de vaticinar que Chavez preferiu Cuba à São Paulo para assim esconder a doença. 
Li hoje todo o arrazoado dos princípios(com "p" minúsculo mesmo) editoriais das organizações globo(minúsculas de propósito). Está lá, de forma hipócrita,  na Seção III (Os valores cuja defesa é um imperativo do jornalismo):
 As Organizações Globo serão sempre independentes, apartidárias, laicas e praticarão um jornalismo que busque a isenção, a correção e a agilidade, como estabelecido aqui de forma minuciosa. Não serão, portanto, nem a favor nem contra governos, igrejas, clubes, grupos econômicos, partidos. Mas defenderão intransigentemente o respeito a valores sem os quais uma sociedade não pode se desenvolver plenamente: a democracia, as liberdades individuais, a livre-iniciativa, os direitos humanos, a república, o avanço da ciência e a preservação da natureza. (Os destaques são meus).
Ainda bem que não tiveram o desplante de inserem a palavra ÉTICA nesse amontoado de mentiras e hipocrisias. 

por JB Costa

ORAÇÃO A CHÁVEZ NOSSO

Chávez nosso, que estás na prisão,
Santificado seja teu golpe,
Vinga a todos nós, teu povo,
Faça-se a tua vontade
E a de teu Exército.
Dá-nos hoje a confiança já perdida
E não perdoes aos traidores.
Assim como também não perdoaremos
Aos que te prenderam.
Salva-nos de tanta corrupção
E livra-nos de Carlos Andrés Pérez.
Amém.

Escrita por um anônimo, a oração, além de emblemática, sintetiza de forma significativa, uma das principais, senão a principal, base de sustentação da Revolução Bolivariana: a integração cívico-militar.

por Brizola Neto


Até a direita tem medo da doença de Chavez
A nossa imprensa costuma apresentar Hugo Chávez como um bronco, um desqualificado e, sobretudo, um ditado, embora ele tenha enfrentado – e vencido – uma dezena de eleições em seus 11 anos, quase 12 de poder.
Ele é de fato, a mais perfeita encarnação do que o elitismo costuma chamar de populista.
Não apenas fala com o povo, mas fala ao povo, de uma maneira que, longe de ser simplória, é marcada permanentemente por uma preocupação didática e histórica e continental.
É a ele, desde sua ascensão ao poder, em 99,  antes mesmo de Lula, que se deve o fato de a América Latina ter voltado a ser uma peça no cenário geopolítico mundial, e isso é algo que todo raciocínio honesto, mesmo que não simpático a ele, precisa admitir.
E, de alguma forma, admite, mesmo quando se percebe uma imensa “torcida”  midiática internacional para que seu estado de saúde se agrave e ele seja forçado a deixar o cenário político-eleitoral do país.
Torcida, é verdade, também cheia de medo. Os efeitos do drama pessoal que vive o presidente venezuelano podem enfraquece-lo, fisicamente, mas o ampliam politicamente.
Porque ele tornou-se uma referência para os venezuelanos – tanto para os que o apoiam quanto para os que o combatem, mas também  para os que, sem uma atitude ou outra, perceberam que seu país passou a existir como algo além de uma grande jazida petrolífera.
E para a América Latina, porque provou que é possível sobreviver ao confronto com a grande potência, meio século depois de Cuba ter sido a pioneira sobrevivente.
Mesmo que – e isso parece improvável, hoje – a doença o fragilize para o embate eleitoral de 2012, quando buscará a reeleição, restaria à oposição ter vencido um homem abalado por um mal que não é político, mas humano.
Mas o que parece vir de agora por diante é diferente. O Chávez enfraquecido fisicamente pelas cirurgias que enfrentou e o tratamento que enfrentará não se enfraquecerá politicamente po isso, ao contrário.
As limitações físicas só aumentam sua percepção como símbolo, como o sol do poente aumenta a sombra que alguém projeta. E se Chávez vencer esta batalha médica, irá mais forte do que estava para a batalha eleitoral.

por Cesar Maia

MUDANÇAS NO PROCESSO ELEITORAL JÁ SERIAM UMA REFORMA!
                                          
1. Segue o debate, e o impasse, sobre a reforma eleitoral. Seria melhor deter-se sobre o processo eleitoral em si, fazendo uma análise comparada com os demais países.  Três questões se destacam. A primeira questão é sobre o debate na televisão. Em nenhum país, e em especial nas democracias maduras, o debate pode ser feito na semana da eleição -menos ainda na antevéspera. Nos EUA e na Europa, o último debate ocorre duas semanas antes. Vários estudos nos EUA mostram que o impacto da coreografia dos debates na TV se dilui em até quatro dias.  O debate deve aprofundar as questões políticas, e não se propor a pegadinhas, a gracinhas e a agressões, ou a dar vantagens aos televisivos. Com um prazo maior, efeitos desse tipo se diluem e o eleitor volta a decidir sobre as questões da campanha.
          
2. A segunda é sobre as pesquisas. Alguns países exigem currículo dos institutos, evitando que criações pré-eleitorais divulguem seus resultados. A grande imprensa faz sua seleção, mas não é geral. E publicidade paga não se nega. Outro aspecto é o prazo limite de publicação de pesquisas. Alguns países exageram estabelecendo limites amplos. Mas -por outro lado- a divulgação na véspera e no dia da eleição, é um exagero, sempre reforçado pelas manchetes.
          
3. A terceira questão é a mais grave de todas. A compra de votos, a cada ano, se torna mais escandalosa no Brasil. É feita por meio de um eufemismo: "cabos eleitorais".  Milhares são contratados por 90 dias, depois por mais 60 dias, por mais 30 dias e finalmente exponenciados nos últimos três dias. A legislação, ingenuamente, proíbe a boca de urna, mas permite as bandeiras e outras alegorias até no domingo.  Em 2010, levantamentos em diversos locais do Rio confirmaram que os pagamentos são feitos de forma ascendente, desde três meses antes, até os últimos três dias, quando valem 20% do salário mínimo ou mais. E que 90% dos "cabos eleitorais" vão votar no candidato que os contrata.
          
4. Um candidato a deputado bem patrocinado, põe nos últimos três dias 40 mil "cabos eleitorais" pelo Estado. Estima-se que o gasto oculto com "cabos eleitorais" seja maior que todos os gastos de campanha declarados, dos majoritários e dos proporcionais.
Em vários países, aplica-se a lei do silencio a partir da sexta-feira anterior à eleição, no domingo. Isso vale para todo tipo de manifestação, sejam panfletos, colinhas, bandeiras ou carros de som.  Esses três dias são chamados de dias de reflexão, para que o eleitor, depois de ter recebido todas as informações e impulsos na campanha, possa tomar a sua decisão sem pressões e sem dinheiro. Corrigir essas três questões vale uma reforma eleitoral. E é questão apenas de vontade.

                                                    * * *
        
2005, SEIS ANOS ATRÁS, O "ANDAHUAYLAZO": TENTATIVA DE GOLPE DOS IRMÃOS OLLANTA E ANTAURO HUMALA!
        
1. Três vídeos curtos de 2 a 5 minutos. Assista. 12 e 3.
          
2. Manchetes de domingo no Peru. La RazonPeru 21.

                                                    * * *

A HISTÓRIA DA HUNGRIA AJUDA A EXPLICAR!
          
1. Este Ex-Blog, na semana passada, informou que o parlamento da Hungria aprovou uma nova Constituição com claro direcionamento de extrema-direita. Em seguida, tanto na União Europeia como na Alemanha autoridades reagiram, dizendo que aqueles termos divergem dos valores democráticos adotados pela União Europeia. Mas vale a pena lembrar as raízes políticas da Hungria, que, ao que parece, não foram superadas, como o foram na Alemanha, por exemplo.
          
2. (RV) A Hungria, como sabemos, na segunda guerra, combateu ao lado do nazismo e foi um adversário duro de roer. Somente na tomada de Budapeste, o Exército Vermelho perdeu cerca de duzentos mil homens. Nos últimos dias da guerra e frente à destruição total, o fascista Almirante Horthy rendeu-se aos soviéticos.
          
3. Em 1956, após a retirada do Exército Vermelho, os fascistas assumem a  hegemonia da contrarrevolução (apenas onze anos após o final da guerra -ou  seja, como se fosse, para nós, o ano 2000, portanto, literalmente ontem-).  Zhukov, cuja influência decisiva retornou com a ascensão de Krutschev, exigiu o retorno do Exército Vermelho, contra a vontade do  próprio Krutschev e até de Andropov, residente da KGB em Budapeste na época (e mais tarde Secretário-geral do PCUS, primeiro ministro e presidente da  URSS). A ordem do Exército Vermelho foi a de "destruir o fascismo", sem mais delongas.
          
4. As raízes..., ou as marcas..., parecem ter ficado.

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DÉFICIT COMERCIAL EXTERNO COM DERIVADOS DE PETRÓLEO CRESCE US$ 15 BILHÕES EM DEZ ANOS!
      
(Estado de SP, 24) A situação vai provocar um déficit de US$ 18 bilhões na balança de derivados de petróleo este ano, conforme projeção da RC Consultores. Em 2010, as importações de derivados ultrapassaram as exportações em US$ 13 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento. Em 2000, o rombo era de US$ 3,2 bilhões.  A falta de combustível é sanada com importações. "A população pode não perceber, mas vivemos um estrangulamento do setor de combustíveis, um apagão", disse Adriano Pires, diretor executivo do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).  O problema é que a situação aumenta a vulnerabilidade externa do País. O déficit em conta corrente (resultado das transações externas do País, incluindo remessas de lucros e viagens internacionais) deve atingir US$ 61,5 bilhões este ano.

                                                    * * *
        
KADAFI E SEU MODELO: O IMPERADOR ROMANO (LÍBIO), SEPTÍMIO SEVERO!

(Mayte Carrasco-La Nacion, 22) 1. As ruínas de Leptis Magna são vistas a distância, atrás do magnífico arco da vitória e sob um céu claro, salpicado de nuvens baixas.  No fundo, se ouve o som dos caças da OTAN, sobrevoando Misurata, a 90 quilômetros daqui. O azul do Mar Mediterrâneo banha a chamada Roma da África, de incalculável valor histórico, só comparável a Éfeso, agora deserta de turistas desde que a guerra começou há dois meses. É a cidade natal do Kadafi romano, Lúcio Septímio Severo (145-211dc), o único imperador de origem líbia e norte-africana, conhecido por sua natureza ditatorial, conhecido por sua túnica, semelhante à usada pelo coronel Kadafi em suas excêntricas aparições.

2. As semelhanças entre os dois líderes líbios são surpreendentes. O imperador executou dezenas de senadores com acusações de corrupção e conspiração; criou um círculo de pessoas fiéis e sua própria guarda pessoal. Chegou ao poder depois de participar de uma rebelião e fundou uma dinastia perpetuada por seus filhos. É o objetivo de Coronel Kadafi, que quer assegurar sua sucessão através do seu filho Saif al-Islam. Curiosamente, o descendente mais novo de Septímio Severo, foi assassinado por seu irmão, extremo a que não chegaram os Kadafi, embora as relações entre Saif e Mutawasil sejam muito ruins. Sua rivalidade pelo trono do pai está na boca de toda a população de Trípoli.

                                                    * * *
            
VENEZUELA ABANDONA O PACTO ANDINO! RAZÕES CONTRADITAM ESTAR NO MERCOSUL!
          
1. (AP/Estado SP, 22) A Venezuela deixou formalmente a Comunidade Andina das Nações (CAN) na sexta-feira, 22, sem uma definição sobre como serão regidas as relações comerciais com alguns dos países vizinhos. A situação é considerada por muitos um "golpe mortal" ao bloco econômico dos Andes.  O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou em abril de 2006 que o país sairia do bloco. Na ocasião, dois dos países-membros, Peru e Colômbia, aprovaram acordos de livre-comércio com os Estados Unidos, provocando a decisão de Chávez.  A Venezuela estava obrigada a um aviso prévio de cinco anos, que termina amanhã, assim como os direitos e obrigações que o país tem com seus quatro sócios - Bolívia, Colômbia, Equador e Peru - por 38 anos.
      
2. No caso da Bolívia e do Equador, o governo venezuelano subscreveu um "protocolo de acordo" para regulamentar o comércio com os dois países, cujos termos não são conhecidos. O comércio entre a Venezuela e os outros quatro países do bloco, que em 2006 foi de US$ 6,1 bilhões, passou para US$ 12,4 bilhões em 2008. Mas, por causa da crise financeira mundial, caiu para US$ 4,5 bilhões em 2010.
      
3. A saída da Venezuela do bloco, formado em 1969, é natural, se vista "de um ponto de vista ideológico", uma vez que interessa muito mais a Chávez reforçar a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA). A organização, criada pelo presidente venezuelano na década passada, é composta hoje por Venezuela, Cuba, Nicarágua, Dominica, Antígua e Barbuda, São Vicente e Granadinas.
      
4. (Ex-Blog, 22) E por que Chávez insiste tanto em entrar para o Mercosul? Que o Senado do Paraguai continue resistindo em nome da democracia continental e da integridade das regras do Mercosul.

Ollanta Humala

[...] e Lula vencem o 1º turno no Peru


por Luiz Carlos Azenha
O gráfico acima é do jornal La Republica, do Peru. Reflete o resultado da contagem de votos do primeiro turno das eleições presidenciais. Ollanta Humala e Keiko Fujimori devem disputar o segundo turno.
O candidato “do mercado” era Pedro Pablo Kuczynski, que entrevistei várias vezes quando eu era correspondente da TV Manchete em Nova York e ele, executivo do banco First Boston na cidade.
Foi na mesma época em que eu entrevistava Armínio Fraga como corretor em Wall Street. Ou seja, meu passado me condena.
Ambos são da mesma “extração” de Gonzalo Sánchez de Lozada, o Goni, que se elegeu presidente da Bolívia para “entregar” o gás e o petróleo aos Estados Unidos.
Goni foi derrubado por uma revolta popular e hoje vive exilado… em Washington.
[Clique aqui para assistir ao espetacular Our Brand is Crisis, o documentário sobre os bastidores da campanha de Goni]
No Peru, Ollanta Humala perdeu as eleições anteriores sob a acusação de ser o candidato de Hugo Chávez, o presidente da Venezuela.
[Clique aqui para assistir ao espetacular A Revolução Não Será Televisionada, sobre o fracassado golpe midiático de 11 de abril de 2002 contra Chávez]
Desta vez, foi acusado de ser o candidato de Lula.
Isso porque recorreu aos serviços de uma empresa brasileira tocada pelos petistas Luis Favre e Valdemar Garreta:
Peru: Humala é criticado por receber ‘apoio’ do governo brasileiro
De Reynaldo Muñoz (Agencia France Presse)
LIMA — O esquerdista Ollanta Humala, favorito no segundo turno deste domingo no Peru, está sendo criticado pelo “apoio” que estaria recebendo do governo brasileiro.
A acusação tem como base a assessoria de imagem a cargo de profissionais como Luis Favre, ex-marido da senadora Marta Suplicy (PT) e Valdemar Garreta, considerados por seus detratores ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT), do ex-presidente Lula (2003-2011) e da atual, Dilma Roussef.
Humala admitiu a assessoria mas, segundo ele, isto nada tem a ver.
“Eles possuem uma pequena empresa, que está trabalhando ao meu lado no comando da campanha”, disse o candidato nesta terça-feira, rejeitando a hipótese de que isso signifique uma intromissão externa.
“Não há nada disso, rejeito com veemência, não aceitamos ingerência nem de governos nem de partidos, a assessoria não é do PT”, insistiu.
Humala esclareceu também que os autores da estratégia que levou Lula à presidência nas eleições de 2002 não estão presentes em sua campanha.
A vinculação com os assessores brasileiros surge logo depois de seus detratores ligarem sua imagem a do presidente venezuelano, Hugo Chávez – um dos fatores da derrota de Humala nas presidenciais de 2006.
A presença de assessores estrangeiros é comum no Peru. No começo do ano esteve em Lima o venezuelano Juan José Rendón, especialista em imagem, para aconselhar o ex-prefeito da capital e candidato Luis Castañeda, que vinha perdendo terreno entre o eleitorado.
A cinco dias da eleição, a aspirante Keiko Fujimori (direita) enfrenta a recordação do golpe dado por seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori, no dia 5 de abril de 1992, fechando o Congresso e destituindo magistrados do Poder Judiciário.
Canais de televisão e jornais rememoram a data, assinalando que foi o início de uma etapa de obscurantismo no Peru. Fujimori governou entre 1990 e 2000.
A aspirante, que disputa o segundo lugar num eventual segundo turno com o centrista Toledo e o direitista Pedro Pablo Kuczynski, representa um “fujimorismo renovado”, segundo Alejandro Aguinaga, médico pessoal do ex-presidente e líder do fujimorismo.
“Keiko foi bem clara ao dizer que não haverá outro 5 de abril porque o fujimorismo evoluiu e dá mostras de estar para a par com a democracia”.
Mas Kuczynski afirmou, em Cuzco, que ninguém pode se esquecer do fechamento do Congresso.
“Lembrem-se do dia 5 de abril. É preciso defender a democracia, isso é importante”, expressou Kuczynski.
A candidata disse há alguns dias que seu pai “tinha mensagem forte e clara, necessária para derrotar o terrorismo e pôr de pé a economia do país”.
Grupos de direitos humanos realizaram numa praça central de Lima um dia de repúdio ao golpe, denunciando crimes contra os direitos humanos praticados pelo governo Fujimori e a corrupção generalizada que levou o regime ao descalabro, há pouco mais de uma década.
Humala, um militar da reserva que em 2000 se sublevou contra o governo de Fujimori, tem, segundo as pesquisas, uma vantagem de 7 a 8 pontos sobre o ex-presidente Toledo; Keiko Fujimori e o ex-ministro Kuczynski estão em situação de empate técnico, mas a divulgação de pesquisas estão (ops! AFP) proibidas no Peru desde o dia 4 de abril.

Ollanta Humala - Lula or Chavez Peruvian Andes?

Leftist candidate Ollanta Humala has established itself as a leader in the Peruvian election campaign. In recent surveys, which could not be published in this country, by law, electoral law that determine drought search one week from election-Humala appears with 28% of the vote, followed by Keiko Fujimori with 21%. Keiko is a right-wing populist who is the daughter of former President Alberto Fujimori, Athaliah serving a sentence of 25 years for corruption and human rights violations.
In 2006, when faced Ollanta Humala in the second round and the current President Alan García, the Peruvian Mario Vargas Llosa Nobel likened the dispute to a choice between "cancer and AIDS."Yesterday, in describing a possible runoff between Humala and Keiko said "it would really be a disaster for Peru."
The big question that has plagued analysts and the voters is: Humala really turned into a more moderate candidate, or is just "a wolf in sheep's clothing" as accusing his rival Alejandro Toledo?
To become more palatable to the bulk of the electorate, which fears its aggressive posture and statist, Humala has released its 2011 version - Ollanta Peace and Love. For this, the PT had help Valdemir Garreta and Luis Favre, who work in the candidate's campaign, which was right up his "Letter to the Peruvian people", similar to the Letter to the Brazilian people of Lula.
I talked at length with Salomon Lerner, the head of the campaign Humala. He assures me that this is not just campaign rhetoric. "Ollanta matured, abandoned positions most radical he had in 2006, we learn from history." Humala wants away from Chavez, who has a brim in Peru in the final of the last election and buried the chances of the candidate in the second round of the Peruvian2006 elections. So I guarantee Salomon, Jewish community activist who knew Humala in 2005, when the candidate was accused of anti-Semitic positions. Ended up being very close and he began to lead his campaign.
There was, of course, an "extreme makeover" in the image of Humala. You look out the jungle fighter. Now, wears well-cut suits, or blue shirts. He smiles a lot more. Bears his Catholic faith. In the debate, made much effort to not appear aggressive, has not entered into any dispute with the other candidates tried to answer, and too little.
But among the controversial issues such as contract renegotiations with mining, hydroelectric concessions built by Brazilian companies in the Peruvian Amazon, to reform the constitution, he still needs to explain more. Much of what we propose, in fact, is being studied in Brazil and was made up in Chile in the case of increased mining royalties.Do not break contracts. Simply being negotiated with the companies when the contracts expire, and in Peru, most wins in 2012 and 2013. Or try to anticipate the adjustments through bargaining. All within the capitalist game.
Within the campaign, there is the view that one must follow the Brazilian model of growing the domestic market and not just rely on exporting raw materials. And within that, increase the counterparts of the multinationals who are exploiting resources in the country, either through an increase in royalties, or requiring added value.
The Peruvian people want better income distribution and feels wronged by the exploitation of natural resources of the country, whose wealth do not reach their hands. But they acknowledge that Peru is a success story. Macroeconomic stability built by Toledo and Alan Garcia up, Fujimori, were very important for the current growth. The challenge is to maintain stability, but aggregate social policies.
In the case of Humala, much remains to be explained so that we know if it's more like Lula or Chavez for more. And proposals for constitutional reform, with its echoes chavistas or until Fujimori, still scared.

Ollanta Humala

[...] Lula andino ou Chávez peruano?

O candidato de esquerda Ollanta Humala se consolidou como líder na campanha eleitoral peruana. Nos últimos levantamentos –que não puderam ser publicados no país, por lei eleitorais que determinam lei-seca de pesquisas a uma semana do pleito– Humala aparece com 28% dos votos, seguido de Keiko Fujimori com 21%. Keiko é uma populista de direita que é filha do ex-presidente Alberto Fujimori, atalmente cumprindo pena de 25 anos por corrupção e violações de direitos humanos.
Em 2006, quando se enfrentaram no segundo turno Ollanta Humala e o atual presidente Alan García, o Nobel peruano Mario Vargas Llosa comparou a disputa a uma escolha entre “o câncer e a aids”. Ontem, ao descrever um possível segundo turno entre Humala e Keiko, afirmou: “seria verdadeiramente uma catástrofe para o Peru.”
A grande pergunta que atormenta analistas e parte dos eleitores é a seguinte: Humala realmente se transformou em um candidato mais moderado, ou é apenas “lobo em pele de cordeiro”, como acusa seu rival Alejandro Toledo?
Para se tornar mais palatável ao grosso do eleitorado, que teme sua postura agressiva e estatizante, Humala lançou sua versão 2011 – Ollanta Paz e Amor. Para isso, teve ajuda dos petistas Valdemir Garreta e Luís Favre, que atuam na campanha do candidato, que teve direito até a sua “Carta ao povo Peruano”, nos moldes da Carta ao povo brasileiro de Lula.
Conversei longamente com Salomon Lerner, o chefe da campanha de Humala. Ele me garante que não se trata apenas de retórica de campanha. “Ollanta amadureceu, abandonou posturas mais radicais que tinha em 2006, nós aprendemos com a história.” Humala quer distância de Hugo Chávez, que deu uma rasante no Peru na reta final da eleição passada e enterrou as chances do candidato peruano no segundo turno do pleito de 2006. Assim me garante Salomon, ativista da comunidade judaica que conheceu Humala em 2005, quando o candidato foi acusado de ter posições anti-semitas. Acabaram ficando muito próximos e ele passou a chefiar sua campanha.
Houve, está claro, um “extreme makeover” na imagem de Humala. Está fora o look combatente de selva. Agora, usa ternos bem cortados, ou camisas azuis. Sorri bem mais. Ostenta sua fé católica. No debate, fez tanto esforço para não parecer agressivo, que não entrou em disputa nenhuma com os outros candidatos –e tentou responder muito pouco.
Mas entre os pontos polêmicos, como renegociação de contratos com mineradoras, concessões para as hidroelétricas construídas por empresas brasileiras na Amazônia peruana, reforma da constituição, ele ainda precisa explicar mais. Muito do que propõe, de fato, está em estudos no Brasil e foi feito até no Chile, no caso de aumento de royalties da mineração. Não se rompem contratos. Simplesmente se negocia com as empresas quando terminam os contratos –e, no Peru, grande parte vence em 2012 e 2013. Ou tenta-se adiantar os reajustes, mediante barganhas. Tudo dentro do jogo capitalista.
Dentro da campanha, há a visão de que se deve seguir o modelo brasileiro de engordar o mercado doméstico e não apenas depender de exportação de matérias-primas. E, dentro disso, aumentar as contrapartidas das multinacionais que estão explorando recursos no país –seja por meio de aumento nos royalties, ou exigindo agregação de valor.
O povo peruano quer melhor distribuição de renda e sente-se injustiçado pela exploração dos recursos naturais do país, cujas riquezas não chegam até suas mãos. Mas eles reconhecem que o Peru é uma história de sucesso. A estabilidade macroeconômica construída por Toledo, Alan García e, até, Fujimori, foram muito importantes para o atual crescimento. O desafio é manter a estabilidade, mas agregar políticas sociais.
No caso de Humala, falta muito a ser explicado para que possamos saber se ele está mais para Lula ou mais para Chávez. E as propostas para reforma constitucional, com seus ecos chavistas ou até fujimoristas, ainda assustam.
Patrícia Campos Mello
Patrícia Campos Mello é repórter especial da Folha, Escreve sobre política e economia internacional. Foi correspondente em Washington durante quatro anos, onde cobriu a eleição do presidente Barack Obama, a crise financeira e a guerra do Afeganistão, acompanhando as tropas americanas. Tem mestrado em Economia e Jornalismo pela New York University. É autora dos livros “O Mundo Tem Medo da China” (Mostarda, 2005) e “Índia – da Miséria à Potência” (Planeta, 2008).