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Atesanato - Bonecas de pano

Nada se perde, tudo se transforma. Esse pode muito bem ser o lema das artesãs cearenses que descobriram nos restos de tecidos uma matéria-prima valiosa.

As irmãs Raphaela e Thamylis Miranda, por exemplo, sabem aproveitar cada tirinha de malha na criação de suas obras. Assim, elas fazem peças que, de tão perfeitas, já ganharam espaço num badalado restaurante da cidade de Jijoca de Jericoacoara, onde moram.

Já Iranilda Mendes da Silva, de 25 anos, do município de Quixadá, gosta tanto de seus tapetes de retalhos que tem até pena de vendê-los, mas sabe a importância do apurado para a renda da família.

Com inventividade, muitas artesãs aproveitam os restos de tecidos e constroem peças de encher os olhos. São bonecas, tapetes, almofadas, enfeites para decoração da casa e bolsas. A variedade da arte feita de pano é o tema da quinta edição da série "Mãos que fazem História", que será publicada no próximo domingo, dia 09.
Legado

O trabalho, seja das artesãs dos tecidos, das bordadeiras, rendeiras ou das modeladoras do barro enfrenta o desafio da continuidade. O interesse pelo ofício manual parece não contagiar as novas gerações.

Daí porque o trabalho de jovens mulheres como Raphaela, Thamylis e Iranilda merece incentivo. Ao parabenizar a série, por e-mail, a turismóloga e professora Célia Augusta Ferreira observa que o fato de as artesãs repassarem suas técnicas é uma forma de estimular a sua fixação nos locais de origem e de valorizar o turismo na região. "Ao chegar, o visitante se depara com um grande número de artigos produzidos, oriundos dos mais diferentes locais do Estado, resultado da tradição passada de geração a geração", afirma.

Célia Ferreira faz Mestrado na cidade do Crato, onde pesquisa a importância do artesanato para o turismo cultural. "O artesanato cearense vem revelando sua diversidade, concomitantemente às influências do fluxo turístico no estímulo da produção", observa.

O encantamento com as peças não é apenas dos visitantes. Residente em Fortaleza, a professora aposentada Maria José Ramos Motta, 68 anos, mais conhecida como dona Zezé, se declara apaixonada pelas imagens, peças e paisagens mostradas na série.

"Eu vou guardar todos os cadernos. Leio, releio e não me canso. Essas artistas operam milagre. Fico ansiosa quando chega o domingo para ler o caderno". Até o dia 20 de junho, quando será publicado o último exemplar da série, dona Zezé ainda terá muito o que ler.

O projeto "Mãos que fazem História" é uma iniciativa do Diário do Nordeste e tem o apoio do Governo do Estado do Ceará, da Central de Artesanato do Ceará (Ceart) e do Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Sebrae).

NAIANA RODRIGUES