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Boa vizinhança

Dicas para ser um bom vizinho. Ponha em prática.

Lembro de quando eu era apenas um moleque magrelo, de mais ou menos uns 10 anos, morando com a minha mãe.
Nós vivíamos em um bairro distante, puramente residencial, de Belém. O lugar era bastante tranquilo, apesar das lendas urbanas que volta e meia surgiam assustando professores e obrigando-os a falar para tomar cuidado no caminho da escola pra casa. Isso nem era tão ruim, mas os domingos pela manhã eram infernais.
Belém tem o que chamamos de “aparelhagem”, sistemas de som que variam desde uma parede inteira até caminhões de caixas de som. Tom Zé, quando esteve na cidade, descreveu a sensação causada pela aparelhagem dessa forma:
“Estou como criança viajando no carro de Papai Noel. Parece incrível, toda a vida sonhei com uma coisa dessas, que o som por si só fosse uma palavra, uma vibração, uma ordem. E agora tenho ouvidos no peito, nas pernas, nos braços, no traseiro, em todo lugar.”
Esse vizinho tinha um brinquedo desses, que fazia questão de testar todo domingo de manhã. Tom Zé pode ter achado o máximo participar da festa e sentir a imersão sonora da forma que apenas volumes tão escandalosos conseguem gerar. Porém, anos assim geraram diversas tensões, não só entre minha família e nosso parceiro de cerca, mas também com várias outras das redondezas.
Anos depois, já como um rapazinho crescido, no auge da empolgação juvenil e do fervilhar dos hormônios, me mudei para um apartamento cujo condomínio era povoado por famílias, senhores e senhoras de idade, cachorros e uma síndica furiosa. Nesse período, eu fui o agente causador de incômodos, recebendo visitas, ouvindo e tocando música alta, enfim, sendo um idiota.
Claro que isso não só tornou a vida dos vizinhos como a minha própria em um inferno. Ninguém gosta de viver em uma vizinhança repleta de inimigos.
Depois de ver a felicidade que eles manifestaram quando chegou o dia de carregar o caminhão com minhas coisas e levá-las para outra residência, comecei a me preocupar mais com a relação de vizinhança.

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Tadonori Yokoo, o Andy Warhol japonês?

Celebridades locais costumam ser um prato cheio para olhares curiosos. Especialmente se isso envolve algum tipo de comparação com alguma entidade “mainstream”. É o caso de Tadanori Yokoo, uma espécie de herói nacional da ilustração, muitas vezes referenciado como o Andy Warhol japonês.
Nascido em 1936, foi o responsável por mesclar o estilo ocidental da pop-art, propagandas de Coca Cola e pôsteres de shows a uma linguagem visual mais oriental, com cores vibrantes, colagens e tipografia.
O trabalho dele envolvendo a criação de pôsteres com foco na música também foi muito relevante. Curioso como ele trabalha em um estilo de fotocolagem bastante diferente. Ele trabalhou com criações para vários músicos sensacionais, como Beatles, Miles Davis e Santana.
Você pode ter toda a obra de Tadanori Yokoo por meio do livro “The Complete Posters Tadanori Yokoo“. Se quiser algo um pouco mais raro, tem bastante coisa no eBay.
E aí, o que acharam do trabalho dele?
Luciano Ribeiro


Editor do PapodeHomem, ex-designer de produtos, apaixonado por ilustração, fotografia e música. Ex-vocalista da banda Tranze (rock’n roll). Volta e meia grava músicas pelo Na Casa de Ana. Escreve, canta, compõe e twitta pelo @lucianoandolini.

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O rock não morreu

[...] só mudou de lugar
Lá nas gringas, houve um período no qual o rock perdeu a ingenuidade. Os palcos foram ficando maiores, as drogas mais pesadas, as mortes dos artistas se tornando frequentes. Houveram retornos, tentativas de retomada da velha pureza. Veio o punk e derivados, com sua veia ainda mais transgressora. Mas mesmo ele foi incorporado.
As pessoas e os artistas começaram a notar que ir até os extremos tem um preço e tudo pode ser empacotado e vendido. Entre altos e baixos, o rock tomou as atuais proporções e ocupou os comerciais de quaisquer empresas que queiram ser um pouco mais descoladinhas. Os alarmes foram acionados nos corações das pessoas e parece que todo mundo está notando que tem algo errado.
O rock realmente parece um pouco mais morto.
Porém, talvez isso não seja tão verdade assim. É provável que, pelo contrário, o rock (aliás, não só ele) está, mais do que nunca, na linha de frente, na vanguarda de si próprio, nos lugares onde a vanguarda é feita: os pequenos bares, guetos e periferias.
Como Martin Scorsese diz em sua carta à sua filha, estamos em um dos melhores períodos da história para a criatividade e a arte. Temos equipamento acessível, podemos gravar material de qualidade dentro de casa, temos video-tutoriais por todo lado na internet.
Não faltam recursos, não falta o conhecimento. Porém, mais do que nunca, o fator humano conta. Os fatores limitantes não são mais tão logísticos.
O rock n’ roll sempre deu voz aos excluídos. Não que eles fizesse m rock, mas sempre falavam pra eles ou com eles. Jovens, trabalhadores, mulheres, indígenas mexicanos. A facilidade em tocar e absorver melodia e mensagem, a catarse de se cantar junto, de se movimentar, de inspirar e cuspir frustração e hormônio sempre foi o catalizador do rock.
Hoje, o rap, o hip-hop, o funk tomaram essas qualidades de assalto. Não confunda “não entendi” com “não gostei”. Se você não gosta desses novos estilos, é porque eles não são para você. Liberdade da sexualidade, o desabafo da violência na cidade, música “fácil” feita deles para eles.
O rock já foi assim um dia.
Hoje, o rock

A amizade é um poderoso meio para se progredir.

Nossos amigos podem ser catalisadores de mudanças e avanços na vida, participando dos momentos mais difíceis, da hora em que nada está no lugar, quando a gente pensa em deixar tudo pra trás, desistir. São eles que, em geral, estão lá, para nos mostrar que podemos fazer diferente. São eles que podem vir e nos desafiar, nos tirar do nosso cantinho confortável.
Porém, apesar do que dizem os poetas e os filmes, não acho que sejam os momentos de chifre, de demissão, de derrota, de vergonha, os principais responsáveis por sedimentar a amizade.
Romantizar as dificuldades é tentador, afinal, toda história fica muito melhor com percalços e superações heroicas. Porém, é no tédio, no meio da rotina e do desgostoso marasmo do dia-a-dia que as provas de verdadeira amizade surgem.
Sim, esses tão evitados momentos permeiam praticamente todo o nosso tempo de vida. Não é à toa que fazemos tanta questão de notar e adicionar ainda mais confetes aos momentos felizes e drama aos momentos de dor. Os extremos são raros.
A gente sabe, não é todo dia que se ganha uma promoção ou aumento no trabalho. Não é todo dia que se vai a um show fantástico e, em lágrimas durante uma música emocionante, solta aquele maravilhoso e espontâneo “eu te amo” para a sua namorada(o). Mesmo as tragédias – ainda bem – não acontecem sempre.
E, mesmo quando essas coisas surgem, a gente já sabe como agir. Se um amigo está feliz, é óbvio que devemos ficar felizes também. É óbvio que, se o sofrimento é evidente, a gente deve abaixar a cabeça junto e reunir nossas melhores palavras, fazer uma injeção de energia e trazer o amigo de volta à ação. Mesmo diante da morte, se não sabe o que fazer, a gente faz mesmo sem saber.
Mas não é bem assim quando o tédio vigora.
Quando fazemos nosso itinerário habitual, em meio às pessoas que nos rodeiam, os cumprimentos acabam sendo meio mornos, automáticos. A gente não abraça as pessoas de verdade, não dá um bom dia sincero e nem mesmo pergunta como estão as coisas querendo ouvir algo além de “tudo bem”. Não. A gente passa direto, sobe, liga o computador, põe o fone de ouvido, esquece do mundo, executa as tarefas e volta pra casa.
No meio do tédio, as pessoas não se interessam em oferecer as pequenas gentilezas que, sim, fazem toda a diferença.
Um bom amigo pode olhar uma camisa nova e fazer um elogio. Talvez, possa apertar a mão, dar um abraço e perguntar “tá tudo bem mesmo?”. Pode se oferecer pra lavar a louça que está lá, empilhada, há duas visitas. Pode ficar ao lado, enquanto nada acontece.
Compartilhar uma música, um livro, indicar uma série. Oferecer um almoço, ir ao cinema, visitar outras pessoas. São ações simples que podem ocorrer a qualquer momento.
Mais do que isso, podem acontecer com qualquer um.
A gente gosta de olhar para os outros e colocar cada uma das pessoas que nos rodeiam dentro ou fora do cercadinho da amizade.
Até sentimos alguma dificuldade de encontrar esses seres que possuem as qualidades necessárias para estarem ao nosso lado. Parece que tem algo de muito especial, como se a amizade viesse de algum lugar mágico, como se só os poucos destinados e merecedores fossem abençoados com tal dádiva.
Mais difícil do que dizer que alguém é amigo, é dizer que somos amigos de alguém.
O amigo não é aquele que serve a você, mas aquele por quem você decide dedicar sua generosidade.

É no tédio de todos os dias que os amigos se fazem mais presentes. Cada “bom dia” faz diferença e pode ser especial.

Mas são momentos incríveis e terríveis que acontecem as provas de fogo para as amizades. Toda grande amizade já passou por alguma história épica digna de ser imortalizada.
Pois é isso que Chivas vai fazer. Entre no blog deles e conte para eles algo que você viveu com um amigo e ficou marcado na sua vida. Se você possui bons amigos, certamente viveram excelentes história juntos. 
Conte como essa história mostra o caráter do seu amigo e como ela foi inspiradora para você.
Se ela for escolhida, será transformada em um filme, assim, seus filhos, netos e outras pessoas vão poder se inspirar por ela também.

Luciano Ribeiro


Editor do PapodeHomem, ex-designer de produtos, apaixonado por ilustração, fotografia e música. Ex-vocalista da banda Tranze (rock’n roll). Volta e meia grava músicas pelo Na Casa de Ana. Escreve, canta, compõe e twitta pelo @lucianoandolini.

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A cerveja mais forte do mundo

Essa cerveja tem mais álcool que whisky. Tem mais álcool que vodka. E tem o nome mais foda do universo: *Snake Venom 
A cervejaria escocesa Brewmeister, de Lewish Shand e John McKenzie, criou em 2012 a cerveja chamada Armageddom, cravando o recorde de 65% de teor alcoólico.
Agora, acharam que isso não era o bastante e quebraram o próprio recorde, produzindo uma nova cerveja, dessa vez com 67,5%. A motivação pra isso surgiu quando, ao lançar a Armageddom, o fato dela ser muito gostosa fez com que as pessoas não percebessem a quantidade excessiva de álcool. Muita gente sequer acreditava que ela era mesmo tão forte.
Lewish Shand explica:
“Nós achávamos que, se ela fosse muito forte, as pessoas não gostariam. Mas o problema que encontramos é que as pessoas disseram que nós não deveríamos ter disfarçado a intensidade.”
A nova cerveja é quase mortal (daí o nome) e não foi suavizada em nada. Ela é bem mais áspera, mas ainda é cerveja – ou seja, com um sabor menos agressivo que o do whisky, segundo seus criadores.
Os criadores disseram que é um ótimo presente de Natal, por módicos $81 (mais ou menos R$170 reais), uma garrafa de 275ml.
Lembrem de mim.
Luciano Ribeiro

Editor do PapodeHomem, ex-designer de produtos, apaixonado por ilustração, fotografia e música. Ex-vocalista da banda Tranze (rock’n roll). Volta e meia grava músicas pelo Na Casa de Ana. Escreve, canta, compõe e twitta pelo @lucianoandolini.


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*Tradução: 
Veneno de cobra