Que a caneta sue. Elegeremos Lula

Não duvide
Pode ser no primeiro turno.

Mas além disso

Ciro Gomes deve ver o hoje e o amanhã.

Esta é uma das mais belas danças tradicionais que eu já vi!

Joaquim Barbosa e o Psb

O capitão-do-mato Joaquim Barbosa diz que pode ser candidato a presidente pelo PSB em 2018.

Pergunto:

Quanto ele e a cúpula do partido vão embolsar para servir a Geraldo Alckmin?

Com certeza dará para comprar um AP em Paris ( o de Miami) ele garantiu com o domínio da farsa.

Afinal, o que é um buraco negro? Esse vídeo explica tudo!

[Novo post] Armadilhas que caímos e discursos que compramos

Redação publicou: "Para ofertar serviços públicos como os de países ricos teríamos que arrecadar duas ou três vezes mais impostos per capita. O Brasil, para isso, teria que ter uma carga tributária de mais de 100% do PIB. Isso mesmo Em função do seu PIB nominal, o Bras"

Recordar é viver


Resultado de imagem para tortura

Tem coisas que não admito sob nenhuma hipótese. 
Uma delas é alguém defender a tortura praticada durante a ditadura militar ou em qualquer outro tempo, e seja por qual motivo for. 
Portanto quem defende essa prática, que tenha vergonha na cara e faça-me o favor de me excluir do rol das suas amizades, mesmo que virtual. 
Não me misturo com quem pratica ou apoia esta aberração.

12 se Dezembro de 2012


Dilma: podem me virar de cabeça para baixo


(...) Olha meu querido, Não tenho conta no exterior, não tenho grandes recursos, moro num apartamento modesto, não sou rica. Sou classe média. E mais, neste caso, é algo interessante. Acho que fui vítima. Vi blogs e a própria CPMI levantando a questão do mercado de delação premiada. E posso falar com muita clareza e tranquilidade, porque ninguém vai dizer que sou contra isso, contra investigação. O senador (Romero) Jucá foi gravado dizendo que tinham que me tirar para estancar uma sangria. Depois, fui eu que assinei (a lei) que instituiu o crime do corruptor, como também a delação premiada. Mas há uma distorção da lei que assinei para o que ocorre hoje. Porque sempre vão buscar uma coisa principal, que é a liberdade. E uma segunda coisa também, dinheiro. Ficou claro que há negociações, como o senhor Tacla Duran, que depôs na CPMI e disse claramente que várias contas secretas do casal (João Santana e Mônica Moura) ainda não foram descobertas.

Leia a íntegra da entrevista da presidenta Dilma Rousseff Aqui


[Novo post] Trabalhadores denunciam em atos ameaça à aposentadoria rural

Redação publicou: " Segundo a Contag, Protesto em Belo Horizonte reuniu cerca de 7 mil manifestantes Os agricultores e agricultoras do Brasil realizaram protestos nesta segunda-feira (11) e que prosseguem nesta terça-feira (12) por todo o Brasil contra a reforma da Prev"

Dilma: se vou ser candidata ou não, é uma discussão para 2018


O secretário de Governo de Minas, Odair Cunha, descartou sua candidatura pelo Estado a algum cargo. Isso já é certo? A senhora vai deixar de concorrer para dar espaço a outras figuras do partido?
Não estamos discutindo isso ainda. Essa questão, se vou ser candidata ou não, não é uma discussão presente. Não a abrimos ainda. Vai ser aberta no futuro. Vamos avaliar. Vamos abrir o ano de 2018 e vamos fazer essa discussão, essa negociação.
A senhora tem viajado pelo país falando sobre o atual governo federal, acusando-o de levar retrocessos ao país. Quais seriam eles?
Acho que vivemos um golpe, não um golpe em um ato, é um processo. Ele tem vários atos. O primeiro ato, o inaugural, é o impeachment sem crime de responsabilidade. Pra que foi dado esse golpe? Para um segundo ato, que é o que está ocorrendo, o processo que fundamenta o golpe, o enquadramento do Brasil, no sentido político, econômico e geopolítico, no modelo neoliberal. E esse golpe tem o objetivo de reduzir a presença da população pobre no Orçamento. Tirar os pobres do Orçamento. E depois tem o objetivo de precarizar os direitos trabalhistas. Tivemos uma faculdade do Rio de Janeiro que demitiu todos os trabalhadores para depois recontratá-los em regime de pessoa jurídica. Um absurdo. Tirando todos os direitos.
Governo e especialistas argumentam que uma modernização na legislação trabalhista é necessária. A senhora discorda disso?
Veja bem, no mundo inteiro você teve propostas deste tipo. Qual a constatação? Ninguém vai dizer que o FMI, o Banco Mundial, ou o BIS, o banco dos bancos centrais, são radicais de esquerda. Eles chegaram à seguinte conclusão: não há indicadores de que a desregulamentação do mercado de trabalho aumente a demanda, a produtividade ou algo do tipo. Então, me desculpa, mas estamos fazendo aqui no Brasil algo que começaram a descartar no mundo desenvolvido.
E quanto à reforma da Previdência? É necessária?
Outro absurdo, e duvido que os deputados irão aprovar um suicídio eleitoral como este. Aliás, até por isso, o governo golpista precisa deste processo de golpe, de tempo, porque isso será ligado a garantir que executem um programa que permita a eles vender a Petrobras, a Eletrobras e outras reformas tirando direitos. Eles precisam de tempo, não possuem legitimidade para tomar medidas assim, como vender a Petrobras.
Em seu governo já vinham ocorrendo concessões na Petrobras. Um novo governo petista não promoveria esse mesmo modelo?
Aí que está, o terceiro fator do golpe que falhou é que eles queriam destruir o PT, queriam inviabilizar o Lula e queriam também mudar inteiramente as condições para que um governo deles assumisse depois do Temer. Para eles poderem executar essa política. O que os frustrou é que eles não têm candidato, o nível de desgaste é imenso, é estratosférico, é um governo que passa o tempo inteiro ou tendo os principais componentes sendo presos, ou comprando votos de deputado para impedir que o presidente seja investigado. Há, por parte deles, uma grande preocupação com o golpe. O Lula tem de 36% a 42% dos votos. Depois tem apenas a extrema direita, com o (deputado federal Jair) Bolsonaro.
E os candidatos deles, seja o tradicional, que é (o governador de São Paulo Geraldo) Alckmin, seja aqueles que achavam que era uma experiência, como o João Doria. Não houve sustentação para ele. A Marina perdeu completamente fôlego pelos equívocos de suas posições políticas. E a variante Trump do outsider brasileiro não deu certo, e tampouco por Luciano Huck, que aí teríamos a política social de auditório, patrocinada pela Globo. Aí teríamos uma política social para 100 milhões, como era a nossa, ou de projeto piloto, como a do PSDB, uma política quando a necessidade é de milhões, eles faziam algo pra 10 mil.
Em sua opinião ainda tentam deter uma candidatura de Lula?
Sim, é uma situação de “lawfare”. A utilização de todos os princípios da guerra para liquidar um adversário político. No “warfare”, a arquitetura da guerra, vamos colocar assim, você destrói fisicamente o seu inimigo. No “warfare”, com armas, com bombardeio, destruição de seu adversário, de sua população.
E essa seria a estratégia utilizada para atacar Lula?
Sim, trata-se de acabar com Lula. Por algo fantástico, absurdo. Julgam por corrupção passiva, mas para haver corrupção passiva, é necessário ter duas coisas: o ato, que geralmente chama-se de “ato de ofício”, uma lei ou um decreto, um contrato, alguma ação assim. Algo que caracterize um benefício indevido para alguém. A contrapartida indevida para quem for é uma vantagem, seria essa a vantagem. No caso do Lula, não tem esse ato. O próprio juiz Sergio Moro reconhece que ele não participou de um contrato que permita dizer que ele teve um ato de ofício.
Mas, e o suposto recebimento de um apartamento triplex como forma de propina de empreiteiras?
É a segunda coisa necessária para haver corrupção passiva, que seria a vantagem. Mas o tal do triplex, que não é de propriedade do Lula, não tem a posse dele e integra as garantias dadas pela empresa dona do apartamento direto à Caixa Econômica Federal. Portanto, é algo que não subsiste, é fantasmagórico. Esse processo parece quando se condenou Mandela. O Mandela também foi condenado por processos fantasmagóricos. Esse processo tende a criar maior instabilidade ao país.
Uma possível condenação do Lula no TRF-4 para, depois, ele conseguir uma liminar que o permita ser candidato. Isso não geraria ainda mais instabilidade? Ter um presidente eleito, talvez, mas à base de uma simples liminar. Essa seria a melhor escolha para o PT? Lançá-lo mesmo sendo condenado?
Eu acho que a pior coisa que pode acontecer no país, que de fato cria instabilidade, que cria desconfiança, que não vai levar o Brasil a se reencontrar, é a perseguição e a injustiça. O que não podemos aceitar é que se pratique uma injustiça e que se instaure um regime persecutório. E outra coisa, isso (lançar candidatura ao Planalto) é mais certo porque mostra a importância do Lula no cenário nacional, por conta do fato de eles não terem conseguido destruí-lo. Uma campanha midiática monstruosa que ninguém sofreu igual. Cada vez que ele é perseguido, atacado, mais a popularidade dele cresce. As pessoas perceberam que se trata de uma injustiça.
Isso aconteceu com a senhora? A delação de Mônica Moura atingiu em cheio a senhora, por conta do e-mail que teria sido criado para comunicação entre vocês. A sua popularidade também cresceu após isso?
Olha, meu querido, podem me virar de cabeça para baixo. Não tenho conta no exterior, não tenho grandes recursos, moro num apartamento modesto, não sou rica. Sou classe média. E mais, neste caso, é algo interessante. Acho que fui vítima. Vi blogs e a própria CPMI levantando a questão do mercado de delação premiada. E posso falar com muita clareza e tranquilidade, porque ninguém vai dizer que sou contra isso, contra investigação. O senador (Romero) Jucá foi gravado dizendo que tinham que me tirar para estancar uma sangria. Depois, fui eu que assinei (a lei) que instituiu o crime do corruptor, como também a delação premiada. Mas há uma distorção da lei que assinei para o que ocorre hoje. Porque sempre vão buscar uma coisa principal, que é a liberdade. E uma segunda coisa também, dinheiro. Ficou claro que há negociações, como o senhor Tacla Duran, que depôs na CPMI e disse claramente que várias contas secretas do casal (João Santana e Mônica Moura) ainda não foram descobertas.
Mas, e o e-mail de Mônica Moura? A senhora nega que tenha feito?
Aquilo é falso, fantasma. O e-mail foi registrado em um cartório em Curitiba. Quem é que registrou? Um estagiário do escritório Castor. Quem é esse? Um advogado, irmão de um procurador. Acredito, então, meu querido, que se discuta essa questão das delações. Não para impedir a investigação, não a punição dos corruptos, mas para impedir que se transforme em um mercado. E que se impeça que isso seja usado como arma política. Me diga: você tem visto alguém preso que não seja do PT?
O ex-ministro Geddel.
É o único. Mas aí, né, meu querido, um apartamento com R$ 51 milhões é algo exagerado, né?
A senhora se arrepende de ter nomeado Rodrigo Janot como procurador geral da República? Ele teve uma atuação envolta da Lava Jato na promoção das delações.
Sabe o que aprendi na minha vida? Aprendi que não há arrependimento retroativo. Não tem como resolver o “e se”. “E se eu não tivesse feito”. Nunca na minha vida pude fazer isso. Até porque teve um dia que fui presa, pela ditadura. Já imaginou se eu passasse a minha vida pensando “ah, se eu não tivesse ido naquela hora, naquele dia, 16 de janeiro de 1970, ali”, eu não teria sido torturada, visto gente morrendo. Na vida não podemos pensar em arrependimento. Mas é fundamental que eu perceba que não há garantia quando se nomeia quando há essa situação da corporação. Tenho que olhar o sistema que permite que certas distorções ocorram.
Muitos membros deste atual governo participaram de sua administração. É necessário que se façam alianças assim para que tenha força no Congresso? Para ganhar eleição?
Eu acho que não devia ser necessário. Acho que há uma explicação para isso. Na verdade, não acredito que esse grupo do PMDB da Câmara, como Temer, Geddel, Padilha e Moreira Franco, sejam eles os dirigentes. Acho que o dirigente está preso em Curitiba e dirige esse grupo de lá. O Renan uma vez disse isso, que estava rompendo com o governo porque não é possível mais que ele seja dirigido de Curitiba por Cunha. Por que digo isso? Porque o PMDB no Brasil foi um centro democrático importante. E veja que há setores que se comportam como sendo progressistas e democráticos. Mas na história do PMDB há pessoas como Ulysses Guimarães. Esse centro democrático foi crucial para a governabilidade do país.
E a senhora considera que há uma parte “boa” no PMDB? Uma parte que a senhora toparia se coligar?
Eu coligaria com o senador (Roberto) Requião, de olhos fechados. Sei a trajetória dele.
E o que aconteceu com o PMDB?
Ele foi homogeneizado pela direita, por figuras como Eduardo Cunha. Infelizmente aqueles que apoiavam meu governo se transformaram em golpistas. Então, digo isso: se tem algo que foi um erro, que tenho que ver como erro, foi não ter percebido que a direção do PMDB havia sido homogeneizada pela direita. A direita mais conservadora, mais golpista, mais sem critério. E que ela levou à frente o impeachment. Ele sai não por conta desse pessoal que hoje está no Palácio, mas por conta da liderança nefasta, criminosa, que comprou votos para o impeachment. O Brasil precisa de relações sérias entre os partidos, que não passem pela compra de emendas. Não ter partidos que são sanguessugas, que não têm projetos de governo. Isso é grave e não é fruto da maldade dos homens, mas a cláusula de barreira que possibilitou, com sua queda, uma proliferação de partidos que é um absurdo. São 35 partidos com 35 programas distintos.
A solução seria uma mudança de sistema? Há quem defenda o semipresidencialismo ou o parlamentarismo.
Esse seria o quarto passo do golpe. Parlamentarismo e semipresidencialismo é simplesmente tentar tirar a possibilidade de eleições presidenciais nas quais se dão os maiores processos de transformação e submeter o governo a um Parlamento que sempre foi conservador. Muito mais conservador do que o Executivo, sempre.
Em Minas, ocorre algo parecido, um vice do PMDB que está rompido com o governador e que apoia o governo Temer. A senhora daria alguma dica ou sugestão a Fernando Pimentel para lidar com essa situação? Há uma parte do PMDB mineiro que defende a continuidade da aliança.
Não tenho a pretensão de dar dicas a governador. Não é correto. Mas, como eu disse, há PMDBs e PMDBs. Essa parte que você citou do PMDB mineiro é uma parte em que há uma aliança legítima a se realizada. Ela é importante e é preciso ter uma liderança progressista do PMDB. No Brasil, ou em qualquer Estado, não há como governar sem coalização. E se tem gente de qualidade, como é o caso do PMDB mineiro, que você citou, então é necessariamente uma grande oportunidade para uma boa coligação.
Publicado originalmente no Tempo

Lula: Venceremos canetas e balas


Luis Nassif: Admito que este Xadrez é bastante polêmico. Os movimentos descritos a seguir ainda são incipientes e há dúvidas de monta sobre seus desdobramentos. De qualquer modo, monto o Xadrez, alinhavo o raciocínio, encaixo as peças até para facilitar as análises e críticas. Com a narrativa estruturada, fica mais fácil identificar os pontos vulneráveis dos cenários traçados.

Peça 1 –a polarização eleitoral

Quem se der ao trabalho de conferir os Twitters ou mensagens de juízes punitivistas – como Marcelo Bretas –, ministros politicamente comprometidos – como o corregedor João Otávio Noronha, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - ou procuradores partidários do fake prosecution. verá em comum os mesmos bordões propalados pela ultradireita MLB, mas que antecedem sua fundação.
Por exemplo, criticar a defesa de minorias, como se significasse retirada de direito das maiorias; o deboche do politicamente correto; o tratamento de desperdício a qualquer política social.
Esse pensamento simplório, porém eficaz junto aos setores mais anacrônicos, é a argamassa que une polos contrários, dos que manobram o discurso anticorrupção, à quadrilha que se valeu das manifestações para se aboletar no poder.
Esse discurso de intolerância  começou a ser explorado pela revista Veja na campanha contra o desarmamento. Ali, pela primeira vez, se percebeu o potencial comercial e político do discurso de ódio e preconceito. À medida em que foi se ampliando, embarcaram dinossauros convictos, pequenos oportunistas e organizações criminosas, como a comandada por Eduardo Cunha.
Com o tempo, a reiteração do discurso de ódio ganhou camadas mais amplas, especialmente no Judiciário e no aparelho repressivo.
Vários grupos se apressaram em dar carne fresca ao tigre e aproveitar seu potencial mobilizador: mídia, Lava Jato, juízes punitivistas, PSDB e, finalmente, a quadrilha de Cunha-Temer.
Hoje em dia há uma nítida identidade de pensamento entre esses setores, mas uma disputa entre os punitivistas do Judiciário e do Ministério Público contra o bloco de Temer.
É uma barafunda, um conjunto de peças soltas que não forma um todo. E se mostra incapaz de gerar um projeto de país.
Essa mesma incapacidade assola a equipe econômica, que se valeu do sequestro do Executivo pela quadrilha para impor um conjunto de políticas que não resistem ao primeiro teste eleitoral. E que sequer resistem ao teste da legitimidade. Só um pensamento tecnocrático tosco para apostar em algo assim.
Para as próximos eleições, os desdobramentos dessa polarização são nítidos.
Numa ponta haverá o lulismo – com ou sem Lula -, carregando os erros econômicos dos últimos anos, a estigmatização de quinze anos de campanha diária da mídia, mas com um grande acervo de políticas públicas e de avanços sociais.
Na outra, o antilulismo, brandindo exclusivamente o discurso bilioso e o preconceito em estado puro, e equilibrando-se no discurso moralista.
No meio, um enorme contingente de grupos modernos, muitos decepcionados com os rumos do lulismo mas que, nas últimas eleições, deram a vitória a Dilma Rousseff – menos por convicção, mais pelos espaços mantidos e por se dar conta de que a eleição de Aécio Neves significaria o retrocesso.

Peça 2 – os movimentos da direita moderada

A direita mais moderada – e moderna - já se deu conta de que a vitória só será possível com a consolidação do centro-democrático. Não se trata apenas da viabilidade eleitoral, mas da única possibilidade de uma pacificação nacional, que impeça a guerra interna e o caos decorrente da radicalização.
Mas não conseguiu emplacar ninguém capaz de ocupar esse centro. Doria, Huck, Joaquim, Partido Novo, Marina e o escambau, nada deu certo.
Nenhum dos candidatos a anti-Lula tem dimensão política ou consegue se desvencilhar desse cipoal de preconceitos anacrônicos. E nenhuma das tentativas de empinar uma candidatura menos pesada foi bem sucedida.
A receita tatibitate é a mesma repetida por Geraldo Alckmin na convenção do PSDB: mesmices sobre gestão (ele que não é gestor), sarcasmo sobre direitos sociais e discurso raivoso contra o “inimigo”.
O centro não quer guerra, não quer sangue, não quer radicalização.

É a partir dessa constatação que se monta o Xadrez de Lula.
A enorme dificuldade em encontrar um tertius, a radicalização representada por Bolsonaro ou mesmo por Geraldo Alckmin, a desmoralização crescente com a  atuação da organização criminosa que empalmou o poder, reforçará a percepção de que não existe saída sem Lula.

Peça 3 – os movimentos de Lula

Nos próximos meses crescerá essa percepção no meio empresarial de ponta, aquele que consegue enxergar os desdobramentos da políticos nos negócios, e mesmo no mercado e entre antipetistas.
É cedo para saber se será uma tendência vitoriosa ou se esbarrará no ainda fortíssimo sentimento anti-Lula, cuja contra-ofensiva está concentrada na atuação da mídia, dos juízes punitivistas e dos procuradores militantes dos fake prosecution.
Mas à imagem do país partido ao meio serão contrapostas as lembranças dos melhores momentos do grande pacto nacional representado por Lula, após a Carta aos Brasileiros, a luta bem-sucedida para superar a crise de 2008 e o período de bonança em que todos os setores ganharam.
Na outra ponta, continuará aceso o movimento de satanização de Lula explorando o “mensalão”,  a Lava Jato e os traumas com o governo Dilma.
Independentemente do desfecho, Lula se encaminhará inexoravelmente para o centro, aliás, de onde nunca saiu, colocando-se novamente como o avalista do novo pacto social, para decepção dos grupos que viram brotar cascavéis dos pactos com mídia e mercado.
Esta postura será inevitável por duas razões:
1.     Será a única maneira de conquistar o centro democrático e, através dele, bloquear os avanços da ultradireita morista, de impedir sua candidatura através da Judiciário.
2.     No jogo atual, com as candidaturas postas à mesa, mesmo com os pactos, apenas os grupos mais radicais à esquerda deixarão de apoiar Lula.

Peça 4 – as dificuldades do novo tempo

Não se sabe se será bem-sucedida dada a dose de estigmatização da figura de Lula e o extremo despreparo dos grupos de mídia e de setores empresariais em prospectar cenários futuros. Desde 2006, a cada traulitada na cabeça da mídia, havia uma espécie de aposta: os que apostaram que a mídia nunca aprenderia as lições e se modernizaria ganharam todas as apostas.
O pacto anterior de Lula se consolidou em um período econômico favorável, com o boom das commodities permitindo que os recursos atendessem às políticas sociais, que o mercado continuasse se esbaldando nos ganhos de arbitragem de juros e câmbio, e a indústria e os salários ganhassem com a expansão do mercado interno.
Esse tempo acabou e deixou lições nítidas sobre os erros cometidos, especialmente o não enfrentamento do poder da mídia, do mercado e das corporações públicas.
Agora, a crise fiscal obrigará a montar um pacto menos abrangente que o de 2003 e a escolher estrategicamente os aliados e, principalmente, os inimigos a serem combatidos.
Quem acompanhou o discurso de Lula sabe que, em uma eleição limpa, só param ele à bala ou à caneta de juiz punitivista.
Os desafios pré-eleição são os seguintes:
1.     Montar um pacto que permita driblar a ofensiva jurídica comandada por Sérgio Moro e pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, os braços armados da ultradireita.
2.     Colocar a campo os empresários de confiança, que mergulharam nas sombras no auge da Lava Jato.
3.     Articular a frente dos coronéis do PMDB que abominam o esquema Eduardo Cunha.
4.     Acenar para o mercado que não virão medidas drásticas.
Se eleito, os desafios serão maiores:
1.     Manter a governabilidade com a economia em crise.
2.     Montar um forte pacto com a esquerda não-petista, administrando a ansiedade dos grupos mais à esquerda.
3.     Atacar a questão da dívida pública e do livre fluxo de capitais.
4.     Conquistar corações e mentes do empresariado, em ambiente de crise.
5.     Enfrentar o desafio de enquadrar a Rede Globo.
Montar um pacto na crise é tarefa hercúlea, mesmo para um super-negociador como Lula.

Peça 5 – as probabilidades

A hipótese de avanço do Lula ainda repousa em bases muito incipientes. Importa observar os sinais iniciais desses fenômenos, que acontecerão nos próximos meses, mas ainda não se sabe em qual intensidade:
·   Afirmações  progressivamente mais conciliadoras de Lula;
·  Acenos dos parlamentares do PMDB e de partidos menores, especialmente os nordestinos.
·  Manifestações de empresários. Em off esse movimento já começou. Falta saber quando e se sairá da caixa.
O termômetro maior será acompanhar as manifestações dos grandes empresários e o desempenho da economia.

Temer e Alckmin apostam na recuperação da economia. A única certeza, para o próximo ano, será o estrangulamento fiscal gigante, acarretado pela PEC do Teto, que matará qualquer veleidade do blefe de nome Henrique Meirelles e do chefe Michel Temer.
GGN