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Brasil nos trilhos

O trem bala e o eixo Rio [São Paulo] Campinas 

No próximo dia 29 – a 30 dias do fim do governo – deve ocorrer a maior licitação da Era Lula: 33 bilhões de reais é o preço mínimo da licitação do trem-bala entre Rio e São Paulo.

Eu disse entre Rio e São Paulo? Esse é um erro comum. Mas a verdade é outra: no projeto do moderno trem, São Paulo é “apenas” passagem. O velho eixo Rio/SP já não dá conta da diversidade do Brasil. É simbólico que o traçado do novo trem seja Rio-Campinas, com paradas no Vale do Paraíba e na capital paulista.

Símbolo, eu diria, de um país que avança para o interior. Durante 4 séculos, incluindo os trezentos anos de colonização portuguesa, as principais cidades brasileiras ficavam – todas elas – na nossa imensa costa atlântica. Só no limiar do século XX é que o Brasil – já republicano – veria sua primeira metrópole longe (mas nem tão longe) do litoral: São Paulo. Depois, viriam Belo Horizonte e  – graças ao planejamento dos anos JK – Brasília. Durante a ditadura, nova metrópole longe do litoral: Manaus, cidade encravada no meio da Floresta Amazônica. Até hoje me surpreendo quando chego de avião à capital amazonense. É espantoso ver a dimensão daquela cidade (cheia de problemas, diga-se) que os brasileiros foram capazes de construir.

O traçado do trem-bala é o reconhecimento desse Brasil que caminha – a passos lentos, mas sem retorno - para o interior. O trem ajuda a estruturar e a ampliar esse eixo que já foi Rio-SP, mas hoje avançou cem quilômetros rumo ao interior paulista.

Um eixo que terá, numa das pontas, o atrativo do turismo carioca e da fortíssima indústria do petróleo (a restaurar, espera-se,  o vigor da economia fluminense). E, na outra ponta, o agronegócio, a indústria e os centros de inovação do interior paulista (Campinas, lembremos, é polo de conhecimento e inovação – com a  Unicamp).

Por fim, é bom não esquecer, o Vale do Paraíba, onde o trem deve parar, é sede da indústria de aviação brasileira (e também um território de inovação e conhecimento, com o ITA).

Simbólico que o trem passe por uma área que já foi tomada pelos cafezais no século XIX. Os morros valeparaibanos sem vegetação (a mata foi derrubada pra ceder lugar ao café) são testemunho daquela época. Sobraram os pastos e algumas belas fazendas – históricas – que vale a pena conhecer, tanto do lado fluminense como do lado paulista.

Dali partia o café que sustentou a República Velha e que forneceria os capitais para a incipiente industrialização paulista no entre-guerras do século XX. Agora, esse pode ser o eixo da nova economia do século XXI.

E a capital paulista? Virou passagem. Cidade de serviços (mais do que indústria) São Paulo vai mediar os contatos entre Rio e Campinas. São Paulo seguirá importante. Mas é simbólico – também – que o projeto do trem-bala Rio-Campinas seja obra de um governo (de Dilma) que deve ser o primeiro em 16 anos a afastar a centralidade paulista do poder.

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Resposta aos adversários do trem-bala

A reportagem com o título "Modelo dará ao BNDES controle do caixa do trem-bala" publicada hoje pela Folha de S.Paulo é uma boa resposta às criticas da oposição, da midia e do candidato tucano a presidente, José serra (PSDB-DEM-PPS), todos em campanha contra o Trem de Alta Velocidade (TAV), com projeto de implantação no Brasil inicialmente na ligação Rio-Campinas-São Paulo.

Serra, na entrevista à Globo News esta semana chegou a falar a barbaridade de que não haverá passageiros. E ao questionar o modelo de financiamento fez insinuações quanto a sua viabilidade. Está desmascarado também nesse ponto porque, como vemos na matéria do Folhão, o sistema montado para o financiamento é utilizado em todo o mundo com sucesso e segurança para o agente financeiro - no nosso caso no Brasil, o BNDES.

"Claudio Bonomi, professor da Fundação Getulio Vargas, diz que, no mundo, 85% dos projetos de infraestrutura são financiados dessa forma", diz a Folha que ouviu o especialista sobre o chamado "projetc finance", modelo montado pelo BNDEs para financiar o trem-bala. O projeto prevê que o investimento seja pago com dinheiro gerado na operação do trem. Continua>>>

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"E se não pegar...", torce Serra

É uma barbaridade a comparação que o candidato da oposição a presidência da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS) fez em sua entrevista na Globo News entre metrô e Trem de Alta Velocidade (TAV), ou trem-bala - veículos com finalidades, investimentos e transporte de públicos diferentes. 

Ao contestá-lo, nossa candidata, Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados) matou a pau sua argumentação frágil e atrasada. Primeiro ao afirmar não ser preciso, como coloca Serra, escolher entre fazer o trem-bala (ligação Rio-Campinas-São Paulo) e investir em metrô nas grandes cidades do país, porque é possível fazer os dois investimentos.


“Nós não vamos colocar alternativa trem de alta velocidade x metrô. Não são substitutos um do outro, são diferentes e podemos sim -  e somos capazes - de construir nestas duas direções” afirmou Dilma. A candidata petista lembrou que essa discussão proposta por Serra se remete aos anos 80, quando houve debate semelhante sobre a escolha entre investimentos em metrô ou em sistemas de ônibus. Continua>>>

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Ministro dos Transportes rebate críticas ao projeto do trem-bala

LEONARDO GOY – Agência Estado

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, rebateu hoje críticas ao projeto do trem-bala. Sem se referir diretamente ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, que ontem afirmou que com o dinheiro do trem-bala seria possível construir 300 quilômetros de metrô e investir em rodovias, Passos disse que esse tipo de comparação entre o trem-bala e outras obras públicas “é um falso dilema”. “Quando se coloca a crítica ao investimento no trem de alta velocidade como se a alternativa fosse usar o dinheiro em outro projeto, isso não se sustenta”, disse Passos, que afirmou mais de uma vez que o trem-bala não é uma obra pública.
Segundo ele, dos R$ 33,1 bilhões de investimentos totais previstos no projeto, apenas R$ 3,4 bilhões serão aportados diretamente pelo governo. Todo o restante do investimento, segundo o ministro, será de responsabilidade da iniciativa privada, já que, inclusive os R$ 20 bilhões que o BNDES deverá liberar são empréstimos que deverão ser pagos pelo grupo empreendedor. Os R$ 3,4 bilhões citados por Passos correspondem ao capital da Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (Etav) estatal que o governo quer criar para entrar como sócio no projeto.
Passos também rebateu as críticas feitas por analistas de que a obra deverá custar mais do que R$ 33 bilhões. Segundo ele esse é o cálculo a que chegou com base no traçado referencial, adotado pelo governo para o edital. Mas o grupo que vencer o leilão terá liberdade para propor o seu próprio traçado. “O edital define de modo claro que o risco de construção é do grupo empreendedor. Cabe aos proponentes definir qual o melhor traçado e fazer sua avaliação”, disse Passos, que concedeu entrevista coletiva nesta tarde para falar dos 150 anos do Ministério dos Transportes, comemorados hoje.
O ministro também respondeu às críticas de que o prazo previsto pelo governo para a conclusão da obra do trem-bala, em 2017, não poderá ser cumprido. “Quem diz o prazo é quem fará a obra”, afirmou. Sem citar nomes, Passos voltou a afirmar que o projeto do trem-bala desperta o interesse de empresas estrangeiras e nacionais. “Vocês acham que um projeto com tantos interessados é insustentável?”, perguntou aos jornalistas.

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Impossível não comparar era Lula x FHC

O edital para a construção do trem-bala lançado pelo presidente Lula estabelece que quem vencer o leilão terá o governo como sócio do empreendimento por meio da empresa pública ETAV. O projeto de lei que a cria será enviado hoje ao Congresso Nacional. Temos aí, não explicitada, mas óbvia, uma das razões a mais para a campanha da mídia e da oposição contra o TAV: a existência de uma estatal para as obras e sua operação.

"A verdade é que nós devemos o sucesso disso tudo a uma mulher. Nem poderia falar o nome dela, mas a história a gente não pode esconder por causa da eleição. Dilma assumiu a responsabilidade de fazer esse TAV e foi ela que cuidou. Não podemos negar isso", disse o presidente Lula no lançamento do edital, numa referência à ex-ministra-chefe da Casa Civil, agora sua candidata à sucessão, Dilma Rousseff.

Da mesma forma, foi muito adequada a lembrança do presidente nessa cerimônia, de que seu governo fez os empresários voltarem a investir em infraestrutura - do qual o TAV é um exemplo - e quanto à necessidade de o Brasil formar mais engenheiros.

"Já tivemos em São Paulo recentemente buracos de metrô que não se encontraram", lembrou o presidente Lula, referência à construção pelos governos tucanos paulistas da Linha 4 do metrô. Construída pelo Consórcio (de empreiteiras) Amarelo, essa obra tem se convertido em uma sucessão de problemas, com a abertura até de crateras que provocaram a morte de sete pessoas em janeiro de 2008, próximo a Estação Pinheiros.

Assim, com essa atuação do BNDES, o trem-bala e essa criação de empregos pela obra e sua operação (leia a nota acima), assinala-se o começo de uma nova era no país tendo como principal marca a ligação das capitais e grandes cidades via trens de alta velocidade (TAVs). 

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Edital do trem-bala será lançado hoje

O edital de licitação para o trem de alta velocidade, que vai ligar Rio de Janeiro a São Paulo e Campinas, vai ser lançado hoje pela Agência Nacional de Transportes Terrestres. 

O projeto tem custo estimado em R$ 33,1 bilhões. 

Será também assinada, na mesma ocasião, a mensagem do presidente Lula ao Congresso criando mais uma estatal, a Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S.A. (Etav), que será vinculada ao Ministério dos Transportes. 

A empresa vai integrar a Sociedade de Propósito Específico que será formada para construir o trem-bala. 

O vencedor da licitação será a empresa ou o consórcio que oferecer a menor tarifa-teto para o trecho expresso entre o Rio e São Paulo. 

O preço máximo estabelecido pelo Tribunal de Contas da Uniao para a passagem na classe econômica é de R$ 199,80.
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TCU analisa edital do trem-bala

O TCU - Tribunal de Contas da União - analisa na próxima semana o edital de licitação do TAV - Trem de Alta Velocidade -, o trem-bala que interligará as cidades de Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. 

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já sinalizou que, quando o edital for aprovado pelo TCU, pretende fazer a publicação imediata. 


O projeto anunciado pelo governo está orçado em R$ 34,6 bilhões. 

A extensão das linhas atingirá 510 quilômetros, com 18% em túnel, 21% em pontes e 61% em superfície. 

A expectativa atual do governo é tornar o transporte viável para os Jogos Olímpicos no Brasil em 2016.
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