O Wii U chega no dia 18 de novembro nos Estados Unidos e vai inaugurar uma nova geração de jogos da Nintendo. O anúncio foi feito pelo presidente da Nintendo of America, Reggie Fils-Aime, em um evento realizado para revelar os últimos detalhes sobre o console.
O videogame será lançado em dois modelos. Um deles é o Basic Set, que terá um console branco, um GamePad, um sensor e cabo HDMI, 8GB de armazenamento interno e custará US$ 299. Já o outro, o Deluxe Set, que sairá por US$ 349, terá 32GB e acompanha suporte para o controle e o videogame, além do game Nintendoland e o console na cor preta.
Com o Wii U, a Nintendo entra pela primeira vez na era dos games em alta definição. Seus jogos mostram um poder gráfico comparável ao que Xbox 360 e PlayStation 3 fazem atualmente, com uma novidade que é o controle GamePad. Ele tem o formato de um tablet e conta com uma tela de 6 polegadas que pode ser usada tanto para jogar quanto para exibir informações extras sobre os games.
Os jogos também poderão ser controlados pelo Wii Remote. Apesar do console não acompanhar o controle do seu antecessor Wii, a Nintendo garante que ele é compatível com o que os gamers já tem em casa. Outra opção é o GamePad Pro, um controle tradicional que lembra o do Xbox 360.
do Olhar Digital
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Games
Indústria aprende o português
De olho num mercado em expansão, gigantes do setor lançam produtos totalmente vertidos para a língua
Renata Honorato
Games em português: estratégia para atingir diferentes gerações e reforçar os laços com o público aficionado(Workbook stock/GettyImages)
Gigantes da indústria dos games estão decididos a falar a língua portuguesa.
- A Nintendo lança este semestre seu primeiro aparelho com menus e funcionalidades em português do Brasil, o portátil 3DS, e promete verter também a página de sua loja online, a Nintendo eShop.
- A Sony apresentou em fevereiro seu primeiro jogo para PS3 totalmente traduzido, o Killzone 3, e lança ainda este ano um segundo título de peso, o inFamous 2.
- A Microsoft, que já experimentara a prática de verter títulos importantes em 2007, reforça a estratégia com o lançamento em setembro de Gears of War 3 todo legendado.
Videogame deixou há muito de ser brinquedo de crianças e adolescentes. Em muitos lares, o eletrônico faz as vezes de plataforma multimídia para a reprodução de filmes e músicas. Com isso, a indústria passou a atingir perfis com pouca familiaridade - e eventualmente nenhuma paciência - com o jargão dos games, todo em inglês. É esta plateia que os gigantes do ramo querem mimar. "O videogame saiu do quarto e foi para a sala", resume Guilherme Camargo, gerente de marketing para o Xbox 360 na Microsoft Brasil. "No formato de uma central de entretenimento, ele atinge outro tipo de público: a mãe, o pai, os avós etc."
A tradução de games também é vista como estratégia para aumentar a adesão da classe B e atingir a emergente classe C. No Brasil, os consoles de videogame ainda são artigo de luxo: estão presente em 90% dos lares na classe A, mas em apenas 40% das casas na B e 24% na C, conforme pesquisa NC Games, a maior distribuidora de jogos da América Latina.
Tela em inglês do jogo Halo: Reach, da Microsoft. Versão em português evita a a tradução apressada de 'party' por 'festa'. No contexto do jogo, o termo se traduz por 'grupo'.
Há, é claro, a barreira econômica. Consoles são vendidos no Brasil a um preço até quatro vezes acima do praticado nos Estados Unidos, o que as empresas atribuem à pesada carga tributária. O americano paga 284.99 dólares (cerca de 460 reais) pelo PlayStation 3 160 GB, e o brasileiro, 1.999 reais. O Kinect sai nos EUA por 150 dólares (241 reais) e aqui por 600 reais. O Xbox 360 250GB está à venda lá fora por 299.99 dólares (483 reais), e aqui, 1.899 reais (com direito a dois jogos).
Experiência plena - Além de conquistar um público maior, falar a língua local é também uma maneira de reforçar os laços com os aficionados. É certo que nenhum gamer tropeça em termos como 'game over', 'score' ou 'fatality'. Mas só a fluência no idioma permite vivenciar plenamente games com roteiros cada vez mais elaborados e fases que podem tomar dias e a até semanas do jogador.
“Mesmo quem tem um bom inglês acaba deixando algo escapar", diz Anderson Gracias, gerente da Divisão Playstation na Sony Brasil, cujas operações começaram em 2010. "O vocabulário de um jogo de guerra, por exemplo, é muito específico.” Gracias conta que o retorno obtido por KillZone 3, recém-lançado em português, é animador. “Algumas pessoas que já tinham jogado outros games da franquia em inglês me falaram que só agora conseguiram entender a história”.
PT-BR
Os próximos lançamentos em português
- Gears of War 3X360
- inFamous 2PS3
- Mortal KombatPS3, Xbox 360
- Lanterna VerdeX360, Wii, PS3, 3DS e NDS
- The Sims Vida ao Ar LivrePC
Mais vendidos - "Localização" é o jargão da indústria para a estratégia de adaptar um produto para o idioma ou a cultura local. Requer investimento e exige confiança no mercado. Bertrand Chaverot, diretor da produtora francesa Ubisoft, presente no Brasil desde 2008, explica que a tática exige escala. “Um game traduzido vende 30% a mais do que um jogo em inglês”, calcula. "Para ser adaptado para outro idioma, precisa vender pelo menos 20.000 ou 30.000 unidades."
A empresa filipina Level Up!, que distribui jogos online, faz estimativas bem mais otimistas. “A adaptação de um jogo aumenta em até dez vezes o nosso número de assinantes”, diz Júlio Vieitez, diretor da multinacional no Brasil. Em março deste ano a empresa lançou uma versão do game Allods Online com as vozes do músico João Gordo, do comediante Leandro Hassum e da apresentadora Pietra Príncipe.
A Microsoft foi a primeira no Brasil a sentir no bolso a boa recepção de um jogo vertido para o português. Em 2007, a multinacional lançou para Xbox 360 o game Halo 3, totalmente adaptado. O sucesso fez com que os demais jogos da série (ODST e Reach) também ganhassem traduções, que também se tornaram os títulos mais vendidos da companhia no país. Foi com base nesses resultados que a Microsoft decidiu verter mais três jogos, o Viva Piñata, o Viva Piñata Party Animals e o Joy Ride, para Kinect, o carro-chefe da empresa, lançado em novembro de 2010.
Mercado
A indústria de games segue no Brasil o caminho já percorrido com sucesso em outros países na América Latina (México), Europa (Alemanha e Suécia) e Ásia (Coreia do Sul e China). Em todas essas regiões, as versões de games contribuíram para o crescimento do mercado local. Para efeito de comparação: o México, com uma população quase duas vezes menor, tem hoje um mercado de games três vezes maior que o brasileiro. Diz Claudio Macedo, presidente da NC Games: "Precisamos de volume para fazer a indústria local crescer, e um dos caminhos é falar o português".
Lançamentos da Microsoft permitem jogar com movimentos do próprio corpo e interagir com usuários
A tendência no mercado de videogames são os jogos sensíveis aos movimentos do corpo. Esse novo filão ganhou adesão até de quem não tinha costume de jogar à frente das telas, com o surgimento do Wii, da Nintendo, que inovou com os jogos de ginástica e de esportes em que o usuário se movimenta como se estivesse numa situação real do game. Recentemente, a Microsoft anunciou o lançamento do Kinect, aparelho que incorpora os mesmos recursos ao console de jogos Xbox 360.
O mercado já está na expectativa da chegada do aparelho. Em entrevista ao Diário do Nordeste, o gerente de marketing para Xbox 360 no Brasil, Guilherme Camargo, diz que o Kinect está previsto para desembarcar no país no final deste ano. Junto com o novo produto, a empresa vai também lançar no país, no mesmo período, o seu serviço de jogos online Xbox Live - onde os usuários se conectam para jogar entre si e acessar a recursos como downloads de novos conteúdos e bônus para jogos, participação em torneios e bate-papo por voz com outros usuários.
Essa rede de usuários do Xbox, que só agora chega ao Brasil, já é utilizada por mais de 23 milhões de pessoas em outros países. Além do Brasil, o serviço dá as boas vindas também aos usuários de Chile, Colômbia, República Tcheca, Grécia, Hungria, Polônia, Rússia e África do Sul. Os "gamers" desses países poderão se conectar com pessoas de outros 26 países do mundo, sendo 35 no total.
Guilherme Camargo afirma que ainda não há uma data exata definida para a chegada do Kinect ao mercado brasileiro. O preço do produto também não foi revelado pelo executivo da Microsoft. Ele adiantou que o novo acessório vai funcionar com qualquer modelo do Xbox 360. Quanto ao Xbox Live, também sem data definida, o gerente afirmou que, em estágio inicial, o serviço estará disponível com os recursos de jogos multiplayer, lista de amigos, redes sociais, Gamerscore, o Marketplace. O custo do acesso ao serviço ainda não foi revelado. "Ainda não temos mais detalhes. Todas as informações serão passadas próximo à data de lançamento no Brasil", diz Camargo.
O gerente de Xbox 360 afirma que "o mercado brasileiro de games tem evoluído muito nos últimos anos e o Brasil é um mercado estratégico e importante para a Microsoft", mas o cenário não é dos melhores com a forte presença de produtos piratas e da alta carga tributária que incide sobre os jogos eletrônicos de entretenimento no país. Continua>>>
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