Empreendimentos produtivos são raros no Ceará. Dessa maneira, quando surgem iniciativas capazes de alargar sua geração, elas devem ser acolhidas com entusiasmo. Afinal, são novos negócios em perspectivas para a circulação de riquezas, a dinamização da economia e a abertura de postos de trabalho. A construção de um Centro de Comercialização e Prestação de Serviços de Rochas Ornamentais é a nova proposta prevista para operar na região metropolitana.
O governo do Estado disponibilizou R$ 1,8 milhão no planejamento financeiro para a cobertura dos programas prioritários destinados a sua viabilização. Fomentando essa atividade industrial, ele pretende reunir todas as empresas atuantes na área das rochas ornamentais e estimular as exportações de uma riqueza ainda muito pouco explorada no Ceará, por razões tecnológicas e de mercado.
A primeira iniciativa nesse segmento não logrou os resultados esperados. Faltaram tecnologia, experiência e instrumentos para assegurar a sobrevivência da incipiente indústria de mármore e granito, diante do elevado poder de competividade e dos avanços em tecnologia alcançados pelo Estado do Espírito Santo, onde essa atividade domina a economia regional. A indústria nascente não dimensionou a força do concorrente, nem as dificuldades mercadológicas para sobreviver.
Algumas décadas passadas serviram para o amadurecimento desse ramo industrial. Agora, a tendência se volta para a formação de um polo, congregando todas as empresas apoiadas nesse Centro de Comercialização e Prestação de Serviços, com a redução de custos operacionais e maior penetração no mercado internacional, sem as improvisações de outrora e depois de corrigidas as distorções.
Matéria-prima não falta. O Ceará é detentor de um tipo de granito branco, único no gênero. Até aí a natureza foi generosa. Mas faltavam, em última análise, capital e capacidade empreendedora para transformar essa riqueza enterrada num negócio rentável, como ocorre em outras praças. A concorrência será enfrentada com a qualidade das rochas, a beleza, o preço e a logística de transporte para o exterior.
Idealizado pela Agência de Desenvolvimento do Ceará, o Centro deverá ser localizado em Caucaia, numa gleba de 30 hectares, às margens da BR-222, próxima do traçado da Ferrovia Transnordestina, viabilizando as exportações pelo Porto do Pecém. O terreno será oferecido pelo município beneficiado, como uma contrapartida por sua implantação. Quanto mais rápido for liberada a base física, mais cedo começará a construção de sua estrutura física.
Na primeira tentativa de comercializar rochas ornamentais no mercado externo, o Ceará passou a exportar blocos de granito e de mármore. Agora, deverá haver uma mudança significativa no trato industrial da matéria-prima, agregando valor com seu beneficiamento. Os contatos realizados na Itália e em Portugal por delegações do Ceará encontraram receptividade para a empreitada, sendo possível até que empresas com largo domínio da tecnologia das pedras ornamentais se instalem no Ceará. Atrativos não lhes faltam.
do DN