Acho que Lula terá uma vitória maiúscula. Já é o maior favorito que tivemos em todas as eleições. Nunca tivemos um candidato no início de junho com o tamanho que Lula tem hoje, nem mesmo Fernando Henrique Cardoso [que já venceu uma eleição presidencial no primeiro turno] Lula provavelmente terminará esta eleição com a maior vitória eleitoral da história política brasileira. Vamos parar de cultivar a imagem de que a eleição está em aberto porque, para o povo, não está.
Frase do dia
Acho que Lula terá uma vitória maiúscula. Já é o maior favorito que tivemos em todas as eleições. Nunca tivemos um candidato no início de junho com o tamanho que Lula tem hoje, nem mesmo Fernando Henrique Cardoso [que já venceu uma eleição presidencial no primeiro turno] Lula provavelmente terminará esta eleição com a maior vitória eleitoral da história política brasileira. Vamos parar de cultivar a imagem de que a eleição está em aberto porque, para o povo, não está.
Liderança de Lula nas pesquisas é inédita na história
O febeapá das pesquisas, por Marcos Coimbra
- 1º Por enquanto a população não está empolgada com a eleição...Leia mais>>>
- 2º Pesquisas remotas são de pouca utilidade...Leia mais>>>
- 3º Ano que vem faremos nossa 9ª eleição moderna...Leia mais>>>
- 4º Levar a sério as pesquisas eleitorais pressupõe em respeitar os números...Leia mais>>>
Marcos Coimbra: temos que respeitar os números das pesquisas
A elite e a grande imprensa são tão antilulistas que só veem aquilo que querem nas pesquisas. Quando se metem a fazer contas, ignoram a aritmética da escola primária. Andam tão encantadas com o heroizinho que inventaram que o único que fazem atualmente é especular a respeito do “potencial de Moro”.
Esse cidadão, em pesquisas presenciais, tem algo abaixo de 10%. É “bem conhecido” por 60% das pessoas e apenas 20% dizem não conhecê-lo. Entre os 80% que têm alguma informação a seu respeito, 54% dizem que não votariam nele “de jeito nenhum”. Quando o capitão não está na lista, cresce modestos 5 pontos. Em qualquer critério, é um candidato fraco, com apelo limitado a setores da classe média (na pesquisa Vox mais recente, obtém 2%, quase traço, entre os mais pobres).
Pode crescer? Claro, pois quem é pequeno sempre tem espaço para melhorar. Mas só com muita torcida é possível imaginá-lo disparando para tirar o capitão do páreo. Quanto a Lula, continuará lá na frente, como favorito.
O povo pode ter pouco interesse no dia a dia da politica, até porque sua vida concreta é muito difícil, mas tem lado. As pesquisas mostram qual.
Marcos Coimbra: em 2022 faremos nossa nona eleição moderna
Nove eleições não é tanto, mas não é pouco. Há o que aprender com nossa experiência, se a olharmos direito.
A próxima eleição não está “mais indefinida” ou com “menos votos na espontânea” que as anteriores. A rigor, a um ano das eleições de 2006, 2010 e 2014, o total de respostas nominais à pergunta de voto sem apresentação de listas pouco passava de 35%, de acordo com levantamentos do Datafolha. No mesmo instituto, em setembro último, chegava a 52% e o espaço para o crescimento de novas candidaturas era significativamente menor.
Lula não está “grande demais”, por se contrapor a um desclassificado como Bolsonaro. De 2002 para cá, ele nunca teve menos que 40% das intenções estimuladas de voto, no primeiro turno, em nenhuma eleição, incluindo as duas que venceu, as duas que não disputou porque não quis e aquela em que foi impedido por uma sucessão de atos de força.
Podemos ler as pesquisas atuais torcendo pelo candidato que preferimos. O que não podemos é reescrever o passado.
Marcos Coimbra: pesquisas remotas são de pequena utilidade
Pesquisas políticas por telefone ou internet servem para mostrar o que pensam as pessoas que têm telefone ou computador e se interessam o suficiente por esses assuntos para responder a longos questionários, na maior parte das vezes aplicados sem interação pessoal. Como acabamos de ver, essas são poucas e estão concentradas nas camadas de renda mais elevada.
Depois que voltamos a fazer pesquisas presenciais, à medida em que a pandemia amainou, vimos um retrato da próxima eleição completamente diferente do que tínhamos. Lula ficou maior, Bolsonaro menor e os demais candidatos diminuíram de tamanho. A razão é óbvia: quando o método de pesquisa é adequado, mais gente do povo é ouvida. Seus candidatos ficam maiores, enquanto os das classes médias se apequenam.
Pesquisas remotas ajudam pouco a entender a maioria do eleitorado.
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Marcos Coimbra: Por enquanto, o povo não está interessado na eleição
A população brasileira não se interessa por política, a não ser perto da eleição. O interesse já foi maior, quando as pessoas estavam mais satisfeitas com o país e suas lideranças, mas, de 2013 para cá, depois que atacar os políticos e a política passou a ser moda, o desinteresse subiu.
Na mais recente pesquisa Vox Populi, apenas 24% dos entrevistados disseram estar “sempre” ou “na maior parte do tempo” interessados em política. Igual ao que ocorre com as “campanhas e eleições”: 63% responderam que não se interessam por elas.
Os resultados variam em função da renda: dizem-se interessadas 17% das pessoas de baixa renda e 40% das que ganham mais. Quanto às campanhas e eleições, o mesmo padrão: 50% dos que têm renda maior se interessam e apenas 29% dos de renda menor.
A esta altura da eleição, a maioria do povo está distante e pouco informada acerca das movimentações de partidos e candidatos. O que quer dizer que, na aferição de oscilações conjunturais (provocadas por declarações, novos apoios ou mudanças de partido, por exemplo), as pesquisas se limitam, na prática, a identificar os sentimentos de menos que 20% do eleitorado.
Marcos Coimbra: politicamente, Moro morreu
Ciro pode decidir a eleição, diz Marcos Coimbra diretor do Vox populi
Marcos Coimbra: a fragorosa derrota da mídia
É longa a lista de notícias falsas e interpretações equivocadas que a "grande" imprensa brasileira ofereceu aos leitores no acompanhamento da eleição presidencial. Inventaram candidaturas, imaginaram cenários e fizeram suposições irreais a respeito daquilo que a população queria. Não conseguiram antecipar o quadro que temos hoje.
Marcos Coimbra: Haddad irá para o segundo turno em primeiro lugar
Também Leia: Fato e Foto do dia
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Marcos Coimbra: Lula é um caso único no mundo
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Marcos Coimbra: Lula é eleito no 1º turno ou Haddad vai para o 2º em primeiro lugar
A condenação sem provas, a prisão arbitrária e as ilegalidades praticadas pelos mafiosos de toga (sejumoro, os desembraguinhos do trf4 e os do supremo com tudo), só fez crescer a aprovação do ex-presidente e diminuir o sentimento anti-petista que a grande mídia alimentou. Pesquisas qualitativas do Vox Populi indicam que se Lula for candidato, é eleito no primeiro turno. Se a máfia de toga impedir, Fernando Haddad irá para o 2º turno sendo o mais votado.
Marcos Coimbra: Candidato de Lula pode ter 32% dos votos, no primeiro turno
Como podemos vê, o PT estará no 2º turno. A questão é: contra quem?
- Ciro
- Marina
- Alckmin
- Bolsonaro
O velho Lula de sempre
As cem vidas de Lula, por Marcos Coimbra
Artigo semanal de Marcos Coimbra
Modelo anacrônico
por Marcos Coimbra na Carta Capital
Agora que estamos em clima de disputa eleitoral efetiva, o atraso institucional brasileiro em termos de comunicação política fica evidente. Enquanto caminhávamos para a repetição do confronto entre o PT e o PSDB, o problema era menos premente. A eleição transcorria sem despertar emoções na vasta maioria do eleitorado. Salvo os radicais dos dois lados, eram poucos os apaixonados.
Depois de o acaso (ou a “Providência Divina”, como gosta de dizer Marina Silva) tirar a vida de Eduardo Campos, o ambiente esquentou. Quem acompanha o movimento nas redes sociais constata um crescimento de quase 400% nas menções aos candidatos: Dilma Rousseff saltou de 75 mil postagens ao dia, em média, para 250 mil. Eduardo Campos/Marina, de 7 mil para 150 mil. Aécio Neves de 35 mil para 60 mil.
Desde o acidente, o interesse do eleitorado aumentou. A curiosidade dos eleitores a respeito dos resultados das pesquisas ficou maior. Há mais disposição de assistir aos debates na televisão. Apesar de ainda ser cedo para afirmar, há sinais de que neste ano a audiência dos programas no horário gratuito será elevada.
Isso torna óbvio o nosso atraso. No caso das pesquisas, por que não copiar as democracias maduras? Por que insistir em um padrão de debates televisados antigo e superado? Por que preservar uma velha legislação sobre a propaganda eleitoral na televisão e no rádio?
Nos países adiantados, o acesso às boas pesquisas eleitorais deixou há muito de ser, como aqui, privilégio de poucos. Lá, os interessados não são mantidos na ignorância, limitados a tentar adivinhar como estariam as intenções de voto a cada dia. Os repórteres não dão “furos” com os “vazamentos” de “pesquisas internas”. Não há lugar para as especulações dos espertos nas bolsas de valores, em razão do próximo levantamento.
No Brasil, o cidadão conhece fundamentalmente aquilo que um único grande contratador quer que ele saiba. É a Rede Globo, que diz como e quando (e por meio de que instituto) os eleitores serão informados a respeito das intenções de voto em âmbito nacional. Fora O Globo, jornal do grupo, seus outros “parceiros” na imprensa diária (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo) só sobrevivem neste mercado porque ela consente (mesmo se defendem, provincianamente, como no caso da Folha, institutos próprios).
Além do problema inerente a toda situação de monopólio, há outro, decorrente do modo como atua a Rede Globo, de insistir em submeter as eleições ao modelo de espetacularização que é sua marca registrada. Como faz com tudo, inventa a “pesquisa espetacular”, anunciada e divulgada, com seu costumeiro estardalhaço, como se fosse a verdade revelada.
Já passa da hora de termos mais pesquisas disponíveis para todos, feitas por diferentes entidades, de institutos privados a centros acadêmicos. E de acontecer no Brasil o que é trivial no resto do mundo: pesquisas atualizadas e divulgadas diariamente, que permitem a qualquer interessado conhecer o que os poderosos sabem. Com elas, acaba a “pesquisa espetacular”, desaparecem as especulações e se democratiza a informação.
É também muito ruim o atual padrão de debates entre candidatos na tevê. Confinados ao fim da noite, engessados por regras esdrúxulas, congestionados por candidaturas inexpressivas, são repetidos em cada emissora, pois todas exigem o “seu”. São tantos que nenhum se torna relevante. Até a antevéspera da eleição, quando a Rede Globo faz seu “debate espetacular” (antecedido pela pantomima das “entrevistas espetaculares” com os candidatos).
Nada mais deseducativo que encorajar a decisão tardia, sugerindo ao eleitor retardar a escolha para o último dia. E nada mais autoritário do que constranger os candidatos a comparecer ao “debate da Globo”, sob pena de retaliações no jornalismo da rede na reta final da eleição.
E o horário eleitoral? Alguém considera uma boa a fórmula de os candidatos a presidente se apresentarem colados aos aspirantes a deputado? Isso aumenta ou diminui a audiência dos programas? A exposição de centenas de nomes, que eram e continuam a ser praticamente desconhecidos, amontoados em alguns segundos de visibilidade, facilita ou dificulta a opção pelas candidaturas que deveriam de fato estar na televisão?
Uma eleição como deverá ser a de outubro mereceria condições de comunicação menos despropositadas. Que seja a última tão anacrônica.