Crônica semanal de Luis Fernando Veríssimo

Recebo outra carta da ravissante Dora Avante. Dorinha, como se sabe, não revela sua idade para ninguém, só diz que não é verdade que já viu o Cometa Halley passar duas vezes.
À frente do seu grupo de pressão política e carteado, as Socialaites Socialistas, que lutam pela implantação no Brasil do comunismo soviético na sua ultima etapa, a da volta ao tzarismo, Dorinha se mantém ocupada o ano inteiro, o que não a impede de fazer a coisa que mais gosta, pelo menos entre as publicáveis: viajar.
Ela ainda se lembra do tempo em que mandava fazer vestido especialmente para andar de avião, e todos os seus maridos só viajavam de paletó e gravata, e em viagem você só encontrava contribuintes da mesma categoria tributária que você, ou pelo menos do mesmo grau de sonegação, enquanto hoje...
Mas deixemos que a própria Dorinha faça a sua queixa. Sua carta veio, como sempre, escrita com tinta turquesa em papel lilás, cheirando a “Mange moi”, um perfume recentemente denunciado pelo Papa Francisco para agradar à ala conservadora da Igreja.
Caríssimo! Roto-beijos! Bons tempos em que a gente viajava não para alargar nossos horizontes culturais, mas para, na volta, dar inveja nos que não podiam. Me lembro do tempo em que não se encontrava brasileiros nem em Miami. Encontrava-se muitos cubanos, é verdade. Se por alguma razão você exclamasse ‘Jesus!’ na rua, sempre tinha um por perto que respondia ‘Sí?’
Mas os cubanos eram simpáticos, e todos anticastristas, o que me enternecia a ponto de levar vários para a cama. Hoje Miami é um subúrbio do Brasil, e Orlando sua colônia de férias. Já tive a experiência de viajar para a Flórida num avião cheio de ruidosas crianças brasileiras a caminho da Disneyworld, o que só reforçou minha convicção de que Herodes foi um incompreendido.
Na Europa também era raro se encontrar alguém falando português, inclusive em Portugal. Lembro que um dos meus maridos brasileiros, cujo nome me escapa no momento, insistiu em visitar sua conta na Suíça (era um sentimental) e descobriu que o banco o identificava como ‘El mexicano’. Na época, nem corrupto nacional era reconhecido. Hoje você não pode andar na rua em Paris ou Londres sem ouvir português por todos os lados.
Você não pode, principalmente, falar mal do grupo na mesa ao seu lado porque é quase certo que sejam de Presidente Prudente e estejam entendendo tudo. Você sabe que eu sou uma democrata e até já dei jantar pro Lula — não com a louça boa, claro — mas é preciso haver um limite! Que graça tem chegar de viagem e contar o que eu vi para minha diarista e ela dizer que a catedral de Chartres é bonita, mas não se compara ao Taj Mahal? Assim, decididamente, não dá. Da tua lamurienta Dorinha.

Miruna Genoino não se vê "candidata a deputada federal"

Nós vemos!

por Conceição Lemes

José Genoino, ex-presidente Nacional do PT, e Rioco, sua companheira de 40 anos de vida, amor e luta política, têm dois filhos: Miruna, 33 anos,e Ronan, 30. Genoino tem mais uma filha: Mariana, 29 anos.
Eles sempre foram muito reservados, embora atuantes politicamente. Porém, a condenação de Genoino pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Penal 470, o chamado mensalão, fez com que Miruna se tornasse símbolo da luta pela justiça e resgate da história do pai.
É antológica a sua carta de 9 de outubro de 2012 ao povo brasileiro, lida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), na tribuna do Senado. Vale a pena ser ouvida.
Foi o ponto de partida. Não parou mais. Tornou-se, na prática, a porta-voz da família. Tanto nos momentos de grande dor. O  mais dramático certamente foi quando  Genoino quase morreu devido à dissecção da aorta, em julho de 2013. Quanto nos momentos de alegria, como na semana que passou. A campanha de doações para pagar a multa de R$ 667,5 imposta pelo STF a Genoino  alcançou a meta.
Formada em Pedagogia, Miruna é professora de ensino fundamental em São Paulo. Tem dois filhos, de 7 e 5 anos. Segue a entrevista exclusiva que concedeu ao Viomundo, no final da noite desse domingo, 19 de janeiro.
 Viomundo – Quanto exatamente foi arrecadado?
Miruna Genoino -- Ainda não temos o valor exato final, estamos fazendo toda a contabilidade deste fechamento, mas já sabemos que conseguimos arrecadar o valor necessário para o pagamento da multa. Assim que concluirmos, a família divulgará os valores exatos.
Viomundo — Em algum momento, você temeu que não se atingisse a meta?
Miruna Genoino — Sinceramente, não sei te dizer, porque eu estava tão sobrecarregada com toda a parte prática da campanha, com a criação do site, que eu mesma fiz, e com os emails, cadastro dos doadores, etc, que quase não me sobrava tempo para pensar e temer algo.
Aprendi com este processo que não adianta tentar pensar e antecipar nada, porque tudo é sofrido. E, sofrer por antecipação, não vai ajudar em nada… Nem sempre consegui isso, mas vi com essa campanha que foi importante ter mentalizado a ação e não a antecipação dos possíveis resultados.
Viomundo — Qual o momento que mais te emocionou nessa campanha?
Miruna Genoino — Quando comecei a ler os primeiros e-mails com os primeiros doadores. Eu estava no meio de tanta informação, pressão, incerteza, e, de repente, começaram a chegar mensagens de pessoas doando 20, 50, 100 reais, com toda a alegria, escrevendo palavras de força e de luta, pessoas que eu não conhecia pessoalmente e que, ainda assim, se dispuseram a ter toda a dedicação para nossa campanha… Muito bonito mesmo…
Viomundo — Você poderia mencionar alguns doadores?
Miruna Genoino — Não posso por questão de ética. Não falamos em nenhum momento em divulgação dos nomes. Assim, não seria justo falar de quem doou sem a autorização das pessoas envolvidas.
Viomundo — Desde o início da denúncia do mensalão, nunca Genoino teve uma manifestação tão inequívoca de apoio. Como você  interpreta este momento?
Miruna Genoino — Dentro desse momento muito difícil que estamos vivendo, um momento marcado por separação — eu, meus filhos e marido e meu irmão moramos em São Paulo, e meus pais estão em Brasília –, um momento marcado por incerteza — temos muito medo do que acontecerá quando terminarem os 90 dias de prisão domiciliar –,  pudemos ter a alegria e a emoção de conhecer o tamanho da nossa luta por justiça.
Como estamos totalmente imersos nesta situação, é difícil saber quem está conosco além daqueles que nos conhecem diretamente…
Mas, com essa campanha, pudemos ver materializado o apoio, a ajuda, a crença de tantas pessoas que sabem que meu pai é inocente. Não tenho dúvidas de que esta manifestação marca um antes e um depois no processo do meu pai. Mostra que não somos só nós que estamos indignados com as injustiças, tem muita gente que está conosco e que não duvidou em mostrar explicitamente seu apoio.
Viomundo — Vocês já já sabem o que farão o dinheiro que ultrapassar a multa?
Miruna Genoino -- Estamos já conversando sobre isso e vamos em breve comunicar nossa decisão.
Viomundo — A conta aberta na Caixa Econômica para a campanha será fechada?
Miruna Genoino – Sim.
Viomundo — E o site, vocês pretendem mantê-lo no ar para terem um canal direto com a sociedade?
Miruna Genoino — Ainda não pensamos sobre isso… uma resolução de cada vez…
Viomundo — Poucos políticos sobreviveriam a uma campanha tão brutal como a que sofreu seu pai. Genoino sai maior deste episódio? E a família?
Miruna Genoino –Poucos seres humanos conseguem fazer o que meu pai fez. Acho que é muito importante destacar a matéria feita pelo jornal O povo sobre o Encantado, no Ceará, onde meu pai nasceu e onde até hoje vivem seus pais, meus avós.
Lá nasceu a origem da sua luta, e tudo o que ele sonhou sempre foi muito difícil de conseguir… desde ir à escola, tendo de andar 14 quilômetros sem sapato, até ir a uma cidade grande, depois conhecer a luta política e se dedicar a ela de corpo e alma.
É por isso que meu pai sobreviveu a tudo isso que está acontecendo agora, porque sabe que conseguir coisas grandes, como justiça social, liberdade e mesmo reconhecimento da inocência, é difícil, demora… Mas só se consegue com perseverança e tendo clareza de que não existem dúvidas quando o objetivo é claro… Por isso, ele aguentou.
E hoje, depois desta campanha, não sei se ele sai maior, porque eu como filha sempre o vejo enorme, enorme demais, em todos os sentidos, mas ao menos ele sai muito mais forte, porque está enfrentando este processo não apenas com a nossa ajuda, mas com a força de mais de 2 mil pessoas que disseram bem firme com seu gesto: Genoino não merece passar por isso e vai vencer isso conosco.
Nós, da família nos sentimos muito agradecidos de podermos vivenciar um momento como esse, que nos ajuda, sem dúvida, a continuar nossa luta pela inocência de José Genoino.
Viomundo — Qual o futuro do ex-presidente nacional do PT?
Miruna Genoino — Infelizmente não podemos saber. Por enquanto, o futuro de sua saúde está nas mãos do STF. Espero que sejam consequentes com isso, especialmente com uma pessoa que há menos de 6 meses teve apenas 10% de chances de sobreviver. Se ele venceu na mesa de cirurgia, não podem obrigá-lo a perder a vida dentro de uma prisão…
Viomundo — Os nossos leitores têm perguntado se será candidata a deputada federal nas eleições deste ano. Muitos já disseram que votarão em você, se se candidatar a uma vaga na Câmara dos Deputados. Você será candidata?

Miruna Genoino — Estou hoje retribuindo o que meu pai fez por mim um dia… Quando minha mãe não conseguiu cuidar de mim, pois se recuperava de feridas profundas sofridas na ditadura, meu pai não titubeou e assumiu tudo o que era preciso para cuidar de um bebê ainda muito pequeno. Eu hoje apenas estou retribuindo o que ele fez por mim, cuidando sem titubear de coisas que ele agora não pode cuidar sozinho por conta das injustiças… mas não serei candidata a deputada federal. 
Considero esse incentivo de alguns militantes como uma forma de apoiar meu pai, já que ele não pode mais ser candidato… Conversei com ele hoje [domingo 19] o quanto pensar em mim como candidata é uma forma de aliviar a grande angústia daqueles que gostariam de poder votar no meu pai. Mas não é esse o caminho que pretendo trilhar para mim. Estou agora aparecendo, para o bem e para o mal, porque estou nessa luta incansável pelo meu pai, por tudo aquilo que ele lutou, mas não me vejo de forma alguma como candidata à câmara dos deputados.

Orkut tem público cativo

ALEXANDRE ORRICO
Abandonado pelo próprio criador, infestado por vírus e deixado de lado pela maioria dos visitantes.
Assim está o Orkut hoje, rede social do Google, que já foi a maior do Brasil e hoje amarga um quinto lugar e queda livre no número de visitantes, mês a mês, desde 2011.
Mas se engana quem acha que no Orkut só existem perfis fantasmas, robôs de spam e comunidades às moscas.
Segundo a comScore, mais de 6 milhões de pessoas entraram no Orkut em dezembro do ano passado.
Embora pareça pouco se comparado aos tempos áureos da plataforma, que chegou a ter como membros quase metade da população brasileira com internet (mais de 40 milhões de cadastrados), ainda é um número que não pode ser desprezado.
Sob as ruínas da casa azul e rosa ainda há intensa atividade em comunidades de assuntos específicos, como futebol e séries de TV.
"O Orkut ficou mais legal ainda depois do Facebook. Morreram comunidades inúteis, como 'Eu odeio a segunda-feira', mas fóruns sobre discussões temáticas permaneceram, com a vantagem de não estarem mais lotados", observa o jornalista Aluizio Hamann, 28, frequentador das comunidades "Futebol Alternativo" (7.339 membros) e "São Paulo FC Tricolor" (1.140.772 membros), ambas com dezenas de tópicos com novas postagens diárias.
"Não tem mudanças de design nem anúncios de novas funções. Ficou o ano passado inteiro do mesmo jeito, dá uma tranquilidade, afinal o foco são mesmo as comunidades", diz Carlos Stecher, 25, publicitário, que gosta das comunidades de séries de TV.
Hoje, o usuário que faz login no Orkut recebe uma mensagem do próprio Google oferecendo um "upgrade de perfil". Quem aceita tem todas as fotos e as informações sequestradas para o Google+.
Questionado sobre algum possível plano de desativar o serviço, o Google respondeu à Folha que "o Orkut foi a porta de entrada à internet para milhões de usuários. A rede ainda é uma plataforma social para muitas pessoas".
Além do Orkut, o Second Life é outra rede que saiu dos holofotes da mídia, mas que continua com usuários fiéis que curtem uma praia virtual, paquerar outros avatares, dançar e andar de bicicleta.
Até o jurássico IRC, serviço de comunicação muito popular na década de 1990, ainda é utilizado para troca de arquivos por ser muito leve e prático. 
por Alexandre Orrico na Folha de São Paulo

Jovem muda o mundo?

Há algum tempo eu decidi que gostaria de voltar para universidade e me dedicar ao estudo da Física. Mas não pela grana. É algo que quero fazer pelo conhecimento, pela chance de retribuir ao mundo um pouco do que ele me provê.
Muito mudou desde que tomei esta decisão, mas o objetivo continua traçado.
Um dia, enquanto estudava álgebra, acabei me deparando com a história de Évariste Galois. Fiquei bem impressionado quando descobri que ele morreu aos 20 anos como um ativista rebelde. Mesmo tão novo, seus estudos no campo da matemática seguem com imensa importância até os dias de hoje.
Sendo bem honesto, na hora em que li isso um calor subiu pelo meu estômago e um inevitável sentimento de “o que estive fazendo com minha vida até aqui? Qual foi minha contribuição para o mundo?” começou a ferver dentro de mim.
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Taylor Wilson completa 20 anos em maio. Na primeira vez que o vi falar, foi difícil não esconder meu espanto, ele começou sua fala no TED dizendo:
“Meu nome é Taylor Wilson, Tenho 17 anos e sou um Físico Nuclear.”
Taylor Wilson começou a construir seu próprio reator de fusão nuclear quando tinha apenas 12 anos. Ele também construiu detectores de radiação para o departamento de segurança interna dos Estados Unidos. A invenção do jovem é milhares de dólares mais barata do que os detectores Cherenkov utilizados anteriormente.
Todos nós ouvimos em algum momento de nossas vidas que crianças em regiões pobres África andam quilômetros para conseguir água. Vimos noticiários com fotos de crianças subnutridas, com as costelas aparecendo. Ryan Hreljac também viu, e resolveu fazer alguma coisa.
Aos 6 anos, Ryan decidiu que precisava fazer poços nesses países pobres para facilitar pelo menos o acesso à água. Aos 7 anos de idade, seu primeiro poço foi construído em Uganda. De lá pra cá a Ryan’s Well Foundation concluiu mais de 667 projetos em 16 Países. Aproximadamente 714 mil pessoas agora tem acesso à água potável.
Em maio desse ano Ryan completa 22 anos.
O que mais admiro no arquétipo do jovem é a capacidade de ignorar o senso comum. O conhecimento engessado que os mais velhos se orgulham em adquirir é praticamente ignorado pelos que estão chegando agora. Um bom exemplo disso é a crença de que não podemos prever o futuro.
Com uma ideia bastante engenhosa, Kira Radinsky conseguiu fazer algo praticamente impossível: foi capaz de prever eventos antecipadamente. Kira, que aos 15 entrou na faculdade de ciências da computação e com 26 conquistou seu Ph.D, desenvolveu um algoritmo que coleta dados do arquivo do New York Times, Twitter e algumas entradas da Wikipedia para conseguir determinar eventos futuros. O código desenvolvido pela jovem foi capaz de prever, por exemplo, a recente onda de protestos no Sudão.
O algoritmo ainda não é perfeito, tem suas falhas. A previsão, por exemplo, era de que o governo do Sudão cairia durante os protestos, o que não aconteceu. Outro problema que enfrentaram é que na primeira versão o algoritmo inevitavelmente previa que algo/alguém iria morrer. Já que tantos títulos de matérias são feitos falando de morte. “Infelizmente, a morte gera títulos interessantes”, diz a inventora.
Mesmo ocupada com sua Startup, que utiliza este algoritmo para prever o sucesso de negócios, Kira ainda colabora com um projeto de pesquisas humanitárias. Recentemente, seu algoritmo conseguiu prever uma mortal epidemia de Cólera no Zimbabwe.
Existe muito mais valor na mente dos jovens que a maioria das pessoas consegue ver. Apontamos para estes sonhos que parecem ser impossíveis e rimos. Quantas vezes não ouvimos comentários como “o mundo não funciona assim”“quando você crescer vai ver que as coisas são bem mais difíceis”?
Quanto mais velhos ficamos, mais importância passamos a dar para o que as pessoas pensam. Perdemos a vontade de correr atrás dos nossos sonhos e começamos a procurar nosso lugar nas caixinhas pré-definidas que já existem por aí. Não quero dizer que velhos não podem mudar o mundo, mas que precisam pensar como os jovens para tal.
Este conselho vem de um outro adolescente. O Matemático de 15 anos Jacob Barnett. Em sua fala no TEDx Teen, o jovem autista diz que para começar a fazer coisas de uma forma diferente, precisamos esquecer aquilo que já sabemos e pensar de modo único, usando nossa própria intuição criativa.
Esqueça tudo o que você sabe:
Lembro de um dos meus primeiros dias de trabalho numa antiga empresa, onde um dos funcionários mais respeitados e mais antigos virou pra mim e disse: “Esqueça, não se pode mudar o mundo”. Por um tempo até acho que acreditei nisso, mas estou decidido a tentar.
E você? O que tem feito para mudar o mundo em que vive? Como pretende colaborar com as pessoas, com a economia, o mercado, saúde, e educação? Não precisamos todos cavar poços na África. Cada pessoa tem um potencial diferente, no que está investindo o seu?
Alberto Brandão

Conta sua jornada, falando sobre empreendeorismo e startup no QG Secreto. Treina Taekwondo, Jiu-jitsu, Parkour e MMA. Escreve sobre treinamento físico em seu blog. Recentemente largou tudo para buscar um caminho mais feliz.

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Poesia da madrugada

É *mentira este remorso
Que caminha sempre a meu lado:
Nunca faço as coisas na hora
E nunca acabo as que faço.

É cruel o remorso meu
Todas as manhãs, quando acordo,
E não me levanto, pois quero
Muito mais horas de cansaço.

Seria tudo muito simples
Se eu soubesse o que faço.
Mas, na verdade, caro amigo,
Esqueço até esse detalhe.

 

Roberto Marinho de Azevedo (Rio de Janeiro 1940 - 2003) Foi jornalista, crítico gastronômico e poeta. Robertinho, como era conhecido, assinou por 35 anos, sob o pseudônimo de Apicius, uma coluna de crítica gastronômica no Jornal do Brasil. Publicou em poesia As trufas podres, Cruzeiro turístico e Poemas de amor venal.

O que acontece quando coloco um smartphone no microondas

É ver8