Mensagem da Vovo Briguilina

Inspiração, por Leônia Teixeira

Minha inspiração vem dos teus olhos
É neles que encontro brilho para os meus
É te olhando que me sinto viva...




Olhares se cruzam, se devoram
Falam de desejos sem vergonha
Se permitem amar no mar, remar e reamar...

Não importa se o barco é furado
Se sei ou não nadar
No amor tudo é possível...




Os sonhos tudo realizam
Na paixão tudo se enfrenta
Até amar no mar a remar!

Blablarina plagiando Millôr

Neca, depois de bem ajustado o preço, a gente deve trabalhar bem pela "Nova política".

E a blablarinagem do dia:




[...] ainda assim existem dúvidas a respeito da crescente produção do pré-sal. A influência do etanol desobstaculiza a importância das direções preferenciais no sentido da sustentabilidade progressista transversalitária. Com clareza, não desafirmo que o proalcool será ressuscitado no meu governo.

*Ibop: Tracking dominical 21/09

Se a eleição fosse hoje, a presidente Dilma Roussef seria reeleita no primeiro turno.

Confira os números:


  • Dilma Roussef (PT) 52%
  • Marina Silva (PSB)  27%
  • Nanicos Neves e cia 21%
*Instituto Briguilino de Opinião Pessoal

Um retrato do mais corrupto dos Poderes

Um retrato do Supremo Tribunal Federal
Elio Gaspari - O Globo

Durante um ano, uma equipe de nove pessoas da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas do Rio, dirigida pelo professor Joaquim Falcão, estudou a tramitação de 1,5 milhão de processos e 14 milhões de procedimentos judiciais que tramitaram no Supremo Tribunal Federal entre 1988 e 2013.

Ela concluiu: “Os dados comprovam a urgência de que o Supremo repense sua relação com o tempo. (...) Boa parte dos indicadores mostra que o tempo não necessariamente é influenciado pela quantidade de processos que chegam aos ministros.” (O processo relacionado com o uso de cinto de segurança em coletivos completou 17 anos e oito meses.)

Diz o estudo: “É preciso repensar a gestão dos processos do Supremo. A total autonomia de cada ministro sobre como decidir é inalienável, mas não pode ser confundida com uma total autonomia da gestão processual.”




(O ministro Nelson Jobim retinha processos para os quais pedia vista por uma média de mil dias. Seu colega Sydney Sanches devolvia-os em um mês.)

O Brasil deve ser o único país onde um ministro pode travar o julgamento de um caso pedindo vista e levando o processo para seu gabinete. Em tese, a devolução deveria ocorrer em 30 dias. Em dezembro de 2013, na média, eles eram destravados depois de 346 dias. Um processo retido por vinte anos, passou por três ministros e quando foi julgado o assunto estava prejudicado.

O Supremo não divulga a lista de liminares à espera de decisão do mérito. Liminares decididas liminarmente por Joaquim Barbosa esperaram oito anos pelo julgamento do mérito. Com a lista, seria possível acompanhar o serviço do ministro-relator e a organização dos presidentes do Tribunal e de suas turmas.

Muitos tribunais divulgam suas pautas no início do ano. O STF não faz isso e fica todo mundo, inclusive os próprios ministros, pendurados na vontade do presidente da Casa. Pode-se acreditar que em muitos casos há método nessa desordem, mas de uma maneira geral, o que há mesmo é desordem por falta de método.




A pesquisa, coordenada também pelos professores Ivar Hartmann e Vitor Chaves, traz duas boas notícias. A primeira é a de que o STF tem um banco de dados onde se pode garimpar estudos como esse. Não é pouca coisa, porque a primeira reação do dragão corporativo será sempre a de encerrar o debate sumindo com as informações.

A segunda é a de que a desordem vem de longe e os indicadores melhoraram. A média do tempo consumido à espera de uma decisão sobre uma liminar caiu 42% entre 2004 e 2013. O tempo para a publicação de acórdãos caiu em 79%

Serviço: A íntegra da pesquisa “O Supremo e o tempo”, muito mais sofisticada e abrangente que este comentário, estará amanhã no site supremoemnumeros.fgv.br.

Mais visibilidade e inclusão são desafios das pessoas com deficiência

O Brasil tem cerca de 45 milhões de pessoas com deficiência, uma parcela da sociedade que exige cada vez mais inclusão e democracia. Neste domingo, é comemorado o Dia de Luta da Pessoa com Deficiência, momento especial para lembrar esforços feitos por todos para melhorar o dia a dia desses cidadãos.
Dia_nacional_luta_pessoa_deficiencia
Na última sexta-feira (19), a Secretaria-Geral da Presidência e a Secretaria de Direitos Humanos organizaram evento alusivo ao tema no auditório do anexo do Palácio do Planalto. O secretário-executivo da Secretaria e ministro em exercício da pasta, Diogo Sant’Ana, avalia que a luta pelos direitos da pessoa com deficiência precisa ser contínua.
“É um dia muito especial também porque a gente tá realizando uma série de eventos artísticos e tá recebendo gente do esporte, da música, das artes plásticas, e também são figuras muito importantes na luta da pessoa com deficiência e fazem por meio do seu trabalho, das suas realizações, a mobilização dessa causa”, defendeu Diogo.



Entre os artistas presentes estava Eva Leite, tetraplégica que pintou um quadro com a boca durante o evento. Eva se prepara para lançar um livro com sua história e considera a arte um instrumento de libertação.
“Sempre aparece alguém assim para mim, quando estou pintando: ‘puxa-vida fazia isso e aquilo e parei de fazer e olhando você pintando agora decidi voltar a viver, voltar a sonhar, voltar a realizar alguma coisa’. Sempre a gente pode fazer algo mais”, afirmou a artista.
Ana Paula Feminella, uma das presentes ao evento, comentou que falar em igualdade das pessoas com deficiência não significa negar suas diferenças. “Não somos anjos nem demônios. Não somos coitados. Não cabe generalizar as pessoas com deficiência”, enfatizou.
Com medidas voltadas para essa população, o governo federal busca integrar pessoas com deficiência de maneira natural na sociedade. Em 2011 foi lançado programa de assistência à pessoa com deficiência envolvendo diversos ministérios e com orçamento de R$ 7,6 bilhões.
Para Antonio José Ferreira, Secretário Nacional da Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Direitos Humanos, é um dia de celebração.
“A importância em um dia como hoje é dar visibilidade a esse segmento. É celebrar as ações já alcançadas e também não ficar estagnados achando que tudo já está resolvido. Mas nos inquietarmos para continuarmos avançando”, disse Antonio.

Assistência
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 1.110 municípios fazem parte do esforço conjunto na luta pela pessoa com deficiência. São 102 Centros Especializados em Reabilitação (CER) e 21 oficinas ortopédicas em todo País.





Mais de 4,6 milhões acessam anualmente a rede de atenção disponível para essa população. A Portaria 1.272/2013 incluiu seis tipos de cadeira de rodas na tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM) do SUS. São cadeiras de rodas especiais para cada tipo de deficiência motora. Até fevereiro deste ano, foi aprovada a concessão de 2.911 cadeiras de rodas no Brasil. Também foram concedidas mais de 3,7 milhões de órteses e próteses para pessoas com deficiência.

Obrigado!


pensador.info

Crônica dominical de Luis Fernando Veríssimo

Pós Fukuyama

Francis Fukuyama (lembra dele?) decretou o fim da História com a vitória definitiva das forças do mercado contra o dirigismo econômico. A sua foi uma das frases mais bem-sucedidas do século passado.

O Muro de Berlim caíra em cima do que restava das ilusões socialistas, a frase não tinha resposta e o capitalismo desregulado não tinha mais inimigos. Dominaria o planeta e nossas vidas pelos próximos milênios.

Como o próprio Fukuyama reconheceu mais tarde numa revisão da sua sentença, a História reagiu. O capital financeiro predatório mantém seu poder de ditar a moral e os costumes da época, mas não não tem mais a certeza de um futuro só dele nem a bênção da filosofia sintética e incontestável do Confúcio da direita.

Se pela História tornada irrelevante Fukuyama queria dizer contradição e conflito, tudo o que aconteceu no mundo depois da publicação do seu livro desmentiu sua premissa. Mostrou que a História está viva, forte e irritadíssima. Nenhuma senhora, ainda mais com sua biografia, gosta de ser declarada inválida antes do tempo.

A crise provocada pelo capital financeiro fora de controle levou protestantes para as ruas na Europa e nos Estados Unidos e transformou “austeridade”, a solução receitada para as vitimas da crise, em palavrão.

Ninguém quer pagar, com o sacrifício de gastos sociais, por uma porcaria que não fez. E cresce a busca por alternativas para os dogmas neoliberais e pelo fim do monólogo dos donos do dinheiro.

E o papel da esquerda na História pós-Fukuyama? O socialismo está numa crise de identidade. Como é difícil, hoje, recuperar o sentido antigo, sem qualificativos, de uma opção pelo socialismo, as pessoas se entregam à autorotulagem para se definirem exatamente, (sou dois quartos de esquerda-esquerda, um quarto de centro-esquerda e o outro quarto deve ser gases), o que só atrasa as discussões que interessam.




Quais são os limites da coerência ideológica e do pragmatismo? O que ainda pode ser resgatado das ilusões perdidas? Por que não se declarar logo um neo-neoliberal e ser feliz?

Num livro recém-publicado, a ex-mulher de François Hollande revela que ele tem horror a pobre. Se pode sobreviver a Francis Fukuyama, a François Hollande e a partidos políticos brasileiros que se chamam de “socialistas” com uma certa imprecisão semântica, o socialismo ainda tem um futuro, mesmo que seja apenas um apelido conveniente para o que se quer.

A escolha continua sendo entre socialismo e barbárie. Pode-se não saber mais o que é socialismo, mas para saber o que é barbárie basta abrir os olhos.

Ilimar Franco: para onde vai o Psdb?

O PSDB está mergulhando numa profunda crise. As previsões dos especialistas são as de que os tucanos vão encolher na Câmara, no Senado e nos governos estaduais. Além disso, o partido não terá mais expectativa de poder.
(…)



Uma derrota em Minas deixará o partido ainda mais paulista.
(…)



Avalizado pelo ex-presidente Fernando Henrique, o presidente do PSDB, Aécio Neves, está à procura de uma boia para não afundar. Seguindo nesse ritmo, ele não só perderá em Minas, como terá de pagar a conta de deixar seu partido fora da luta pela Presidência pela primeira vez em 20 anos.
O Globo

Ladislau Dowbor: Voto Dilma, uma questão de bom senso

Achei importante me posicionar relativamente às eleições presidenciais. Os que acompanham o meu trabalho sabem a centralidade que têm, na minha visão, a redução das desigualdades e o resgate da sustentabilidade ambiental. A própria economia, neste sentido, tem de responder a estes objetivos: o que queremos é viver melhor, este é o fim, o resto são meios.


A presente tomada de posição também está ligada à vontade de buscar raciocínio numa área onde com facilidade os argumentos descem do cérebro para o fígado: as pessoas perdem de vista o que realmente importa. O clima de ódio, tão fortemente insuflado em particular pela mídia comercial, realmente não ajuda. Deixem-me dizer desde já que o catastrofismo apresentado é semelhante ao da véspera da Copa, e tem a mesma falta de fundamentos. Leia mais>>>


Ladislau Dowbor: Voto Dilma, uma questão de bom senso

[...] Gostaria também de me proteger contra a imediata rejeição por parte de quem acha que tudo que vem de outra banda é contaminado. Quando Ruth Cardoso, há anos, me pediu para ajudar no Comunidade Solidária, ao lado de Gilberto Gil, Zilda Arns e outros personagens que respeito, participei, sem remuneração, por achar que poderia ser útil. O objetivo maior, para mim, é o bem-estar da população. E também aprendi muito, em particular ao constatar que não basta um pouco de política social, precisávamos de uma política integrada de Estado para reerguer a base do país. Na época me criticaram à esquerda por ajudar o Comunidade Solidária, hoje poderão me criticar por apoiar a Dilma. Deem-me ao menos o crédito de que a minha posição não parte do fígado, mas dos conhecimentos que adquiri aplicando políticas de desenvolvimento e de inclusão em vários países, no quadro das Nações Unidas, e em vários segmentos de gestão pública e privada no Brasil.

O argumento central, de longe, é que o Brasil gerou um círculo virtuoso que não pode ser interrompido. Quanto mais se aproximam as eleições, sem dúvida, mais aparecem gritos de que a economia está quebrada, de que estamos num mar de lama e argumentos semelhantes. Nenhum deles se sustenta. O PIB estar murcho quando a economia mundial está em crise e as commodities básicas perderam mais de 15% do valor no mercado internacional não é surpresa. Tampouco é surpresa aparecer muito mais corrupção quando é combatida: quando tudo funciona a contento, há um silêncio solidário entre quem paga e quem recebe. E num país de 200 milhões de habitantes, 8 milhões de funcionários públicos e 5 milhões de empresas, há muita matéria prima para denúncias. Apresentei o amplo leque de opções de desvios em pequeno livro, Os estranhos caminhos do nosso dinheiro. Recomendo, está online, eu fiz a lição de casa, abri a caixa. Acreditem, já fiz este exercício para vários países, a pedido da ONU, eu sei o que são números e o que é cosmética. Follow the money, siga o dinheiro.

E o que importa mesmo é a dinâmica estrutural e de longo prazo. Aqui os dados são avassaladores. Temos os quase 40 milhões de brasileiros que saíram do buraco negro em que se encontravam, e isto em si já é quase milagroso, num país onde se criou uma ditadura por um miserável aumento de salário mínimo e fragmento de reforma agrária. Temos também os 20 milhões de empregos formais criados, um aumento do salário mínimo real da ordem de 70% e o menor desemprego da história, da ordem de 6%, dados que apontam para um marco de transformação estrutural. Aqui não há voo de galinha. Eu, por ofício de economista, acompanho os números. A esperança de vida ao nascer, efeito de alimentação, saúde e outros direitos básicos, passou de 65 para 74 anos: ou seja, o brasileiro tem praticamente 10 anos de vida a mais para falar como era bom antigamente.

No plano ambiental, a redução de desmatamento da Amazônia de 28 para 5 mil quilômetros quadrados é um imenso avanço. E meio-ambiente é muito mais que o verde. Mais de um milhão de famílias passaram a ter moradias decentes, o financiamento do pequeno e médio agricultor passou de 2,5 bilhões para 25 atualmente, há uma batalha em curso pelo fim dos lixões, criou-se um PAC de mobilidade urbana – desastre acumulado por décadas de descaso do transporte público – tudo isto é meio ambiente. Nesta dinâmica não se deve mexer, a pretexto de eleger políticos que poderão fazer o mesmo de maneira mais eficiente. Para ampliar as políticas atuais e aprofundá-las, em termos de gestão o melhor é manter quem as criou e domina as dinâmicas, do que entrar no caos tradicional da descontinuidade administrativa.

A solidez dos avanços de hoje encontram sem dúvida pontos de apoio fundamentais que foram a aprovação da constituição de 1988, que nos devolveu regras de jogo democráticas, e a ruptura da hiperinflação em 1994, que recuperou o sentido das contas e do cálculo financeiro. Mas também enfrentamos a perversa herança de meados dos anos 1990, que foi a da taxa Selic, com monumentais transferências de dinheiro público para os bancos: as tentativas de reduzi-la encontram a resistência feroz dos mesmos interesses que hoje estão em campanha. Outra herança pesada foi a autorização em 1997 do financiamento corporativo das campanhas eleitorais. O resultado é que temos um congresso com bancadas ruralista, das empreiteiras, dos grandes bancos, das montadoras, da grande mídia, e ficamos à procura da bancada cidadã: os interesses privados estão dentro do sistema público, com todo o desequilíbrio que isto implica. São estes mesmos grupos que dificultam as transformações que querem recuperar o poder. O tripé que realmente interessa é o resgate da representatividade dos eleitos, o controle do sistema de intermediação financeira e o equilíbrio do sistema tributário: reforma política, reforma financeira, reforma tributária.




Os imensos avanços que tivemos nos últimos anos, e que precisam continuar, se deram dentro deste quadro de restrições. De certa forma, o próprio desenvolvimento conseguido exige um marco institucional modernizado. Temos um ministro do STF que “pediu vistas” na votação sobre a inconstitucionalidade que representa o financiamento eleitoral por corporações, apesar de estarem já garantidos os 6 votos que dão a maioria à sua proibição. São mais dois anos de privilégios e de deformação política. A oposição demanda a volta do controle do Banco Central pelos bancos, na linha da chamada “independência”. A direita ostenta o “impostômetro” quando se trata não de aumentar os impostos, mas de torná-los justos. As soluções não estão na volta para trás.

De certa forma, o corpo econômico e social do país cresceu mais do que a camisa institucional que o veste, e que hoje o trava. Nesta tensão, há os que querem a volta ao passado, à restrição das políticas sociais, à redução das políticas públicas, ao travamento da subida da base da pirâmide que os assusta. E há os que querem dinamizar o processo virtuoso gerado por meio de mudanças estruturais. Nos protestos, misturam-se assim por vezes os que são indignados pelos avanços, e os que são indignados porque não se avança o suficiente. A verdade é que estamos sim enfrentando entraves institucionais poderosos – daí a importância de uma constituinte que modernize o sistema – mas para que os entraves sejam rompidos, ou atenuados, precisamos manter e expandir as políticas de desenvolvimento em curso.




Nem a situação internacional preocupante, nem muito menos a dinâmica interna permitem aventuras, voos inseguros em nome da moralidade e do liberalismo, argumentos que clamam por um voto “contra”, mas que não apresentam outra perspectiva senão o da reconstituição do sistema de privilégios de sempre. A verdade é que a máquina administrativa herdada foi feita para administrar privilégios, não para prestar serviços. E os privilegiados a querem de volta. A dinâmica de transformação em curso é preciosa demais para que a travemos com aventuras. Precisamos de mudanças sim, mas de mudanças para a frente, não de um retrocesso liberal.

Confissão

Nunca precisei de "Cotas"
Nunca precisei de "Bolsas"
Nunca precisei de "+Médicos"
Nunca precisei de "Subsídios"
Mas, sei que milhões precisaram
E que outros tantos precisam e ainda precisarão
Por isso
Meu voto é teu Dilma!


Pra desopilar

Antigamente eu ia no mercadinho com hum real, trazia:
Um menthos
Um doritos
Duas paçocas
Uma batata ruflles
Um biscoito recheado e uma coca de dois litros.
Mas agora...
Botaram câmeras...




pinçado do Face do DJ Mandrake


Oito tipos de pessoas para quem você não deve pedir conselhos amorosos

Ele não retornou a ligação porque esqueceu mesmo? Será que estou sendo dura de mais? Devo ou não terminar a relação? Em todo o relacionamento é natural ter dúvidas, e nada melhor do que a opinião de uma pessoa próxima, que forneça um ponto de vista diferente, de quem não está emocionalmente envolvido com a situação, certo? Nem sempre.

“Na verdade, quando pedimos conselhos queremos ouvir algo que confirme o que já estávamos pensando em fazer. Queremos alguém que apoie nossa opinião, para acabarmos de vez com a dúvida”, explica a psicóloga Rafaela Langaro Figueiró.

O problema dos conselhos amorosos, salienta o neuropsicólogo Fábio Riosler, é que esse pretenso distanciamento emocional raramente é isento, o que pode acabar prejudicando a relação de quem pediu o conselho. A verdade é que, mesmo que sem qualquer maldade, algumas pessoas simplesmente não deveriam aconselhar. Seja por estarem passando por um momento ruim ou simplesmente por terem uma visão da vida distorcida por experiências negativas com a vida amorosa.

“O desejo opinar na vida dos outros se encontra enraizado no complexo de onipotência de cada um de nós carrega dentro de si. Isto nos faz pensar que sabemos exatamente como nós e os outros devem se comportar”, aponta Riosler.




É importante lembrar que não existe um perfil fechado de quem pode e de quem não deve dar conselhos amorosos. É preciso bom-senso para identificar se o conselheiro amoroso pode realmente contribuir para a solução do dilema. Aspectos como grau de intimidade, idade e até mesmo visão de mundo, influenciam diretamente nisso. Para quem busca uma opinião sobre relacionamentos amorosos, a principal orientação dos especialistas é jamais esquecer que a decisão final de como lidar com a situação não é de quem dá o conselho, mas sim de quem pede.

Veja a seguir alguns perfis que devem ser evitados na hora de pedir conselhos amorosos e entenda por que essas pessoas provavelmente não vão conseguir ajudar muito: Aqui

Na Folha de São Paulo: O escândalo do silêncio, por Jânio de Freitas

São mais de quatro meses de intensa presença, na política e na imprensa, do múltiplo escândalo envolvendo o doleiro Alberto Youssef, negócios passados da Petrobras com as refinarias Abreu e Lima e de Pasadena, e a corrupção do ex-dirigente da estatal Paulo Roberto Costa. Já é um escândalo mais longo que o desnudamento da Presidência de Collor, de pouco mais de três meses. E, por certo, é o escândalo mais obscuro de todos para a opinião pública, apesar de duas CPIs e vários inquéritos da Polícia Federal com a Procuradoria da República.

Uma de suas faces, porém, está bem nítida. É a obediência à regra fundamental dos escândalos brasileiros de corrupção.




Sem estar sob segredo de Justiça, a investigação sobre as atividades do doleiro Alberto Youssef resultou em razoável quantidade de informações públicas. Mas confusa o bastante para que não se saiba, até hoje, como e quem formou a tal montanha de R$ 10 bilhões que Youssef teria posto no exterior por meios ilegais. O custo da refinaria Abreu e Lima, dezenas de vezes maior do que o previsto, tem números, mas não tem a explicação. Os envolvimentos de políticos na corrupção delatada por Paulo Roberto Costa têm alguns nomes, mas os negócios que se ligariam a esses nomes ficam silenciados.




O elo que reúne todas essas omissões: nenhuma pode ser preenchida sem a revelação, também, do lado corruptor. No qual estão as empreiteiras fortes, como OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Engevix, Mendes Júnior, Coesa (da OAS), e por aí em diante. As intocáveis, portanto.

Cliente de Marina não pediram confidencialidade

Cláusula de confidencialidade usada como justificativa pela candidata Marina Silva (PSB) para manter sob sigilo os clientes e valores individualizados de suas palestras não se aplica a todos os seus contratos, que, juntos, somaram R$ 1,6 milhão; ao contrário do que Marina tem dito publicamente, quatro entidades disseram que não assinaram nenhum acordo para tratar como sigiloso o valor pago a ela; candidata disse que mantém em segredo quem lhe contratou e quanto pagou, alegando que a confidencialidade é imposta por seus contratantes. Continua>>>


Conheça os piores Conselheiros sentimentais

Seu ex
Por mais evoluídos que vocês sejam e por mais que a relação tenha acabado numa boa, pedir conselhos sobre seu novo amor ao ex pode ser uma total furada. Em geral ele conhece coisas bem íntimas sobre você, o suficiente para atacar seus pontos fracos e inseguranças, caso desejar, ou mesmo inconscientemente. Além disso, ele inevitavelmente vai se comparar ao atual na hora de lhe aconselhar e você não vai querer repetir uma história que deu errado, não é? Faça o teste: o que seu ex-namorado representa na sua vida?

A ex dele
Ele pode até dizer que ela é superbacana e que hoje eles são bons amigos. Não acredite nisso cegamente. Ela pode até tentar ser sua amiga, mas é fato que ela também conhece muitos segredos dele e, inevitavelmente, irá se comparar com você. Leia: Guia prático para a atual e para a ex

Familiares dele
Qualquer membro desse grupo é suspeito para falar sobre a sua relação, seja para o bem ou para o mal. Os pais dele podem achá-lo perfeito. Já um primo invejoso pode guardar rancores e expor defeitos que você não conhecia e sobre os quais nem gostaria de saber. Além disso, falar da relação de vocês para a família dele pode ser bem estranho.

Amiga biscate
Independente de vocês serem boas amigas evite falar sobre seu novo relacionamento com ela. Pessoas com esse perfil tendem a enxergar sedução e sensualidade em tudo, o que já direciona a opinião para longe da imparcialidade. Leia mais: O comportamento sexual de uma piriguete

Avó ou tia-avó
O problema de gerações é gritante quando se trata de relações. Apesar de muitos idosos terem uma postura mais moderna, há uma grande parcela que ainda pensa de forma antiquada quando o assunto é relacionamentos.

Prima solteirona
Se ela faz o tipo que teve muitos namorados, mas todos fugiram na hora em que a relação ficou séria, cuidado. Se ela ainda for do tipo considerado de gênio difícil, melhor nem tocar nesse tema com ela. A fama de geniosa deve-se, provavelmente, ao jeito de enxergar a vida e as pessoas. Você não quer isso para você, certo?

Amiga rancorosa
Aqui podemos listar qualquer figura feminina que nutra um profundo rancor pelos homens. Em geral, raiva foi causada por uma ou várias decepções amorosas. Desse tipo de pessoa você só terá uma visão distorcida e voltada para o lado negativo, pode apostar.

Amiga recém-separada
Quem acabou de passar por um processo de separação não tem condições de ser um conselheiro imparcial nos assuntos do coração. A chance de projetarem frustrações e tristezas que viveram na própria história são grandes. É sempre mais prudente esperar um tempo para voltar a tocar em assuntos que envolvam parceria e amor.




Independente de sua situação, pedir conselhos é apenas uma forma de aliviar um pouco o fardo de tomar uma decisão difícil, ou mesmo de rever uma postura exagerada. A menos que seja dado por um profissional capacitado, qualquer “opinião” sobre sua vida é superficial, uma vez que só você sabe o que está sentindo. No final, sempre há a opção de seguir ou não o conselho. Ao que parece, a velha frase “se fosse bom não se dava, se vendia” continua valendo.
do Delas

247 - Clientes de Marina não pediram sigilo em contrato

A suposta cláusula de confidencialidade usada como justificativa pela candidata Marina Silva (PSB) para manter sob sigilo os clientes e valores individualizados de suas palestras não se aplica a todos os seus contratos, que, juntos, somaram R$ 1,6 milhão em receita bruta para a ex-ministra. De acordo com a Folha, ao contrário do que Marina tem dito publicamente, quatro entidades disseram que não assinaram nenhum acordo para tratar como sigiloso o valor pago a ela. Marina tem dito que mantém em segredo quem lhe contratou e quanto cada um pagou, alegando que a confidencialidade é imposta por seus contratantes.

A reportagem do jornal procurou 32 entidades para as quais Marina deu palestras desde 2011, após ter deixado o Senado. Das 17 que responderam aos questionamentos da Folha, quatro revelaram não ter existido nenhum acordo de confidencialidade. Destas, apenas a Fundação Dom Cabral se recusou a revelar o valor das duas apresentações, uma em 2011, em Belo Horizonte, e outra em 2012, em São Paulo.




Mas outras três abriram os dados: a Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais pagou R$ 31 mil, a Associação Brasileira dos Profissionais de Recursos Humanos do Rio repassou R$ 5.000, e o Conselho Federal de Contabilidade, R$ 33 mil. Nenhuma delas firmou qualquer tipo de acordo de confidencialidade.

Outras cinco instituições confirmaram o acordo para manter sob sigilo o valor pago, admitindo não ter sido exigência de Marina, mas procedimento interno padrão, e oito entidades disseram que Marina não cobrou pela apresentação. As demais não responderam aos questionamentos ou se recusaram a dar informações.

Procurada, a assessoria da campanha agora afirma que houve contratos sem cláusula de confidencialidade e sustenta que, posteriormente, a empresa de Marina passou a oferecer essa opção por exigência dos clientes. "É compromisso público da empresa de Marina Silva divulgar o mais breve possível a lista de todos os contratantes dos serviços prestados que não se opuserem à divulgação dos dados dos contratos. Para isso, todos os contratantes estão sendo procurados para autorizar formalmente a quebra da cláusula de confidencialidade", informou a assessoria.


Denise: "Que ela continue no governo para ele continuar avançando!"

Paulo Nogueira: O PSDB é hoje uma obsolescência.

Seus líderes foram cegos para enxergar as demandas do Brasil moderno.

Em vez de abraçarem a causa do combate à desigualdade, que é a grande questão nacional, eles se fixaram na velha, gasta, mentirosa, oportunista, hipócrita ladainha da corrupção.

Fizeram-se de virgens sendo marafonas.

Os tucanos foram espetacularmente desmascarados por Luciana Genro no debate da CNBB. As palavras de Luciana a Aécio, enumerando os atos de corrupção do PSDB, entrarão para a história da política nacional.

Compare o discurso pseudomoralista de Aécio com o de Dilma: qual tem mais apelo?

Dilma fixou sua campanha na questão social. Vem mostrando os avanços sociais brasileiros nestes anos do PT no poder.

De certa forma, todas as informações que sustentam estes avanços parecem novas, não porque sejam, mas porque a mídia não cobriu nada, ou por miopia ou por má fé.

Do Bolsa Família ao Mais Médicos, das cotas para negros ao Prouni, do aumento do salário mínimo ao Pronatec, a lista de realizações sociais é, inegavelmente, grande.

Podia ser maior? Claro que sim. Podia e devia. Mas é muito mais do que, excetuado Getúlio Vargas, qualquer outra administração fez contra a iniquidade.

Dilma tem o que mostrar e o que falar.

Melhor ainda para ela, certas coisas nem é ela que diz. São os outros. Nesta semana, por exemplo, a ONU informou que o Brasil deixou o “Mapa da Fome”.

Enquanto isso, FHC se diz chocado ao ler a Veja e deparar com denúncias, como se fosse um Carlos Lacerda.

Ele quer enganar a quem com esse choque de araque? Quer conquistar que votos? Os dos leitores da Veja? Ora, estes já são do PSDB. São os antipetistas viscerais.

O presente está perdido para o PSDB, e o futuro também estará a não ser que o partido se reinvente.

Mas com quem?

Com FHC, com Serra, com Aécio?

Esqueça.

Considere o caso do premiê escocês Alex Salmond, derrotado no plebiscito que decidiu se a Escócia permanecia ou não no Reino Unido.

Salmond, conhecidos os resultados, anunciou que deixaria a liderança de seu partido e renunciaria, consequentemente, à chefia do governo.

É preciso encontrar novos líderes, disse.

No Brasil, os chefes políticos só costumam sair de cena num caixão, e é uma pena.

Serra já deve estar pensando em 2018. Aécio provavelmente logo estará pensando nisso também.

Uma empresa se renova com sangue fresco. Um partido também. O PSDB, neste sentido, é a quintessência do bolor.

Os tucanos pagam “militantes” para fingir que Aécio é popular. Mas este tipo de expediente apenas demonstra que o discurso velho do partido não comove ninguém.

O dinheiro compra até o amor verdadeiro, escreveu Nelson Rodrigues.

Mas não compra votos, e o PSDB parece desconhecer esta verdade indestrutível.



Brigulinks sabático






El País: A busca pelos ‘excluídos do Bolsa Família’ encontra os brasileiros invisíveis

Na porta de uma das casas de barro da zona rural de Alto Alegre do Pindaré (no oeste maranhense), Lucas, de 3 anos, brinca com um pássaro jaçanã morto ao lado das irmãs Ludmila, 6, e Bruna, 5. Dentro da casa, a mãe, Maria Eliane da Silva, de 22 anos, cuida do filho mais novo de oito meses quando uma equipe da Secretaria de Assistência Social entra para conversar com ela sobre o Bolsa Família.
A família só se cadastrou no programa do Governo federal agora, porque antes não tinha os documentos necessários, apesar de nunca ter tido nenhuma fonte segura de renda na vida. O marido de Maria faz bicos e recebe, quando consegue trabalho, em média 30 reais por dia. Nos meses bons, paga os 50 reais de aluguel da casa de três cômodos e compra comida para os filhos. Nos meses ruins, todos passam dias à base de uma papa feita de farinha e água, contam eles.
No município, seis de cada dez pessoas vive na pobreza, sendo que quatro delas estão em famílias cuja renda per capta não chega a 70 reais –são as consideradas extremamente pobres. As opções de trabalho são escassas: uma pequena rede de comércio no centro e cargos na prefeitura. A maioria das pessoas trabalha como diarista em roças ou no “roço da juquira”, a limpeza de áreas desmatadas para o pasto do gado.Cerca de metade dos moradores depende da bolsa do governo.


O que o

A equipe da prefeitura de Alto Alegre do Pindaré que visitava a casa de Maria Eliane fazia a chamada “busca ativa”, que tem o objetivo de procurar pessoas em situação de extrema pobreza que ainda não estão incluídas no benefício. Estima-se que 25% dos pobres do município que teriam direito à bolsa ainda não a recebem.
O EL PAÍS acompanhou o trabalho da equipe por dois dias na semana passada. Nas visitas, presenciou casos como o de Antônia Costa, de 31 anos, que se prostitui para complementar a renda; de Francilene Araújo, uma adolescente de 14 anos recém-casada que nunca saiu do povoado onde mora, ou de Sara de Jesus, grávida de quatro meses, que passa fome ao lado da filha de quatro anos. Nenhuma foi atrás do benefício ou porque moram longe da secretária, onde é possível fazer o cadastro, ou por não terem os documentos necessários (CPF ou título de eleitor). Ao identificar casos assim, a equipe cadastra as famílias, explica como o programa funciona e explica como tirar os documentos –muitos não sabem que a primeira via é de graça.
A equipe de “busca ativa” atua na cidade há um ano, mas ainda não visitou todos os cerca de 200 povoados porque muitos só são acessíveis por meio de estradas de difícil acesso. A secretaria não tem carro adequado para chegar a esses locais, mas afirma que uma caminhonete chegará nos próximos meses. Um barco também foi comprado para que fosse possível alcançar as áreas ribeirinhas ou que alagam na temporada de chuva, mas o piloto ainda espera a chegada da habilitação para poder manejá-lo. No mês passado, 44 famílias foram “captadas” nas visitas.
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome diz que o governo lançou a ação há três anos e, neste período, as equipes municipais conseguiram localizar 1,35 milhão de famílias. Atualmente, 13,9 milhões de casas recebem o Bolsa Família (cerca de um quarto da população brasileira), quase um milhão delas no Maranhão, onde se concentra a maior proporção de pobres do Brasil.
Para a ONU, o programa teve uma importante participação na redução da fome no país, que nos últimos anos caiu pela metade. Atualmente, cerca de 10 milhões de pessoas não têm o que comer no Brasil.

“É só dormir que a fome passa”

Sara de Jesus Lima, 23, segura a foto do filho que nasceu morto. / ALEX ALMEIDA
Sara de Jesus Lima, 23, interrompe a conversa com a reportagem na área rural de Alto Alegre do Pindaré, vai até o quarto e volta com uma fotografia em mãos. É a imagem do filho, recém-nascido, que morreu no trabalho de parto. A mãe de Samara, 4 anos, está grávida de quatro meses e não recebe o Bolsa Família. “Nunca fui atrás. Nem tirei os documentos”, conta. A família sobrevive do pouco dinheiro que o marido recebe na roça e da ajuda de vizinhos. Não são poucos os dias em que todos passam fome ou comem apenas uma papa de farinha com água ou um mingau de arroz. Na tarde da última quinta, havia apenas quatro garrafas de água e uma de limonada na geladeira. A família mora em uma casa de barro, com teto de palha, mobiliada apenas por duas redes, um colchão de casal apoiado em pedaços de madeira e a geladeira, distribuídos em três cômodos –sala, quarto e cozinha. O banheiro, uma estrutura aberta cercada de palha, fica nos fundos do terreno: é um buraco no chão coberto por uma tampa removível de madeira–uma estrutura bastante comum na área rural da região. Logo ao lado, mora a mãe dela, Terezinha de Jesus Lima, que não sabe a própria idade. Ela, o marido, de 67 anos, e outros dois filhos sobrevivem dos 374 reais que ganham do Bolsa Família, mas não tinham conseguido sacar o rendimento do mês porqueo dinheiro havia acabado na lotérica. “Tem dias que o velho pergunta: ‘Minha velha, o que vamos comer hoje?’ Eu falo: ‘Meu velho, é só dormir que a fome passa. E esperar amanhã por Deus”.

“Eu dou um rolê”

ALEX ALMEIDA
Em um canto da casa de Antônia, 31 anos, estão empilhados quatro grandes sacos de arroz, produto da roça que ela tem com a família. “Isso dá pra meses. Vou comer devagar”, comemora. Ela não recebe o Bolsa Família porque perdeu os documentos e nunca fez outros, a segunda via é paga. No final da tarde da última quinta-feira, ela se preparava para sair de casa para dar um “rolê”, forma como, timidamente, descreve os programas que faz. Na cintura, levava um canivete. Do lado direito do olho, tinha uma mancha escura, que ela diz ser consequência de uma queda. Antônia tem três filhos: o de 5 e o de 9 anos vivem com a mãe dela e estão incluídos no cadastro do Bolsa Família da avó. A de 15 vive sozinha. “Aqui é ruim, não tem como trabalhar”, conta ela, que há alguns anos voltou do Pará, onde exercia a função de cozinheira em um garimpo. Nos “rolês”, ela consegue entre 30 e 40 reais, conta. Quando não tem dinheiro, pesca peixe no rio. “Tem um velhinho também que eu ajudo e ele me ajuda, me dá as coisas.”

“Queria ser doutora, mas vou ficar quieta mesmo”

Francilene, 14 anos, ao lado de uma inscrição com o nome dela e do marido. / ALEX ALMEIDA
Francilene Mendes Araújo, de 14 anos, nunca percorreu os 29 quilômetros de estrada que afastam o povoado de Cajueiro, bairro repleto de pés de caju, do centro de Alto Alegre do Pindaré, onde está o cartório necessário para que ela retire os documentos que ainda não tem. Ela cursa a oitava série do Ensino Fundamental na escola do povoado, que atende 12 crianças em duas salas multisseriadas (que juntam alunos de séries distintas). No ano que vem, deixará de estudar porque só há Ensino Médio em outro município e ela tem que caminhar por mais de uma hora para chegar lá. “No inverno chove e ninguém passa”, conta. Quando questionada se tem algum sonho, ela para, pensa e, com um sorriso tímido, responde: “Queria ser doutora. Mas vou ficar quieta mesmo."


 Alto Alegre do Pindaré (MA)