Mostrando postagens com marcador Discriminação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Discriminação. Mostrar todas as postagens

A pergunta do dia

"Como explicar aos meus filhos dois homens ou duas mulheres se beijando?"

- Você explicou a eles que Eva foi criada da costela de Adão e que eles foram trazidos para casa por uma cegonha, faz parte do time da goiabeira, qual a dificuldade em dizer que é porque Eles (homens e mulheres) se gostam.

Racismo, quidiabeisso?

Mulher denúncia caso de racismo em academia no bairro  Guararapes em Fortaleza:
"(...) achava que eu era a babá", afirmou a oceonagrafa Lívia Nunes (41 anos).

Desculpem a minha ignorância, mas babá é raça? Que eu saiba é uma profissão. E acho de uma soberba imensa a "vítima" julgar que sua profissão é mais importante e digna que outra, seja de babá ou qualquer outra.

Para mim atitudes como essa presta um deservico a movimentos sociais sérios que combatem o racismo. 

Pronto falei!

Feminismo bandido

Empresária cearense proibiu a entrada de homens em sua loja de artigos femininos que possui em São José dos Campos. 

Se fosse um empresário que fizesse o contrário e proibisse a entrada de mulheres numa loja de artigos masculinos seria imediatamente escrachado pelas "feministas", processado pelo MPF e desde logo condenado pelo judiciário. 

Dois pesos e duas medidas. 

Tivesse eu lá queria vê essa discriminadora impedir minha entrada no estabelecimento. 


Eu não entendo

Juro a vocês, tem coisas que não entendo. Hoje em dia o que mais escuto, vejo e leio é:
"Orgulho negro", "Orgulho gay"...
Aí alguém chama um negro de negro e um gay de gay e mais ligeiro que rapidamente o sujeito é processado. Vai entender.
Eu sou iguatuense, cearense e nordestino
Se me chamarem de iguatuense, me ufano
Se me chamarem de cearense, me ufano
Se me chamarem de nordestino, me ufano
Se me chamarem de brasileiro, me ufano também
Eu me orgulho do que sou!

Quem explica?

Lembro que disse várias vezes que o cabelo do jogador de futebol colombiano Valderama era horroroso, ninguém me chamou de racista por isso. Esses dias eu afirmei que o cabelo da belíssima Thais Araujo era feio. Pois não é que choveu comentários me chamando de racista.
Vai entender essa gentalha. 
Vida que segue. 

Geração chata, por Cleber Procknow

“Cresci vendo uma negra como âncora do programa Fantástico (Glória Maria). Cresci vendo um nordestino, um negro, um galã de circo e um caipirinha (Didi, Mussum, Dedé e Zacarias) formando um dos maiores grupos de humor do Brasil, os trapalhões, fazendo piadas e críticas ao sistema que hoje jamais seriam aceitas pela sociedade, como homossexualidade e problemas de dependência química com o álcool.

Também vi um Grupo heterogêneo como o Casseta e Planeta, que tinha negro, branco e homossexual, fazendo piadas de mesmas temáticas que os trapalhões, serem referência de humor, detalhe, ambos na Globo.

Cresci vendo o melhor humorista do Brasil, Chico Anysio e seus personagens negros, brancos, Pai de Santo, gays etc, entrando em nossas casas um dia por semana para nos trazer alegria.

Cresci vendo um travesti participando de todos os programas da família Brasileira, sem nenhum tipo de problema (Rogéria).

Cresci vendo um negro Gay (Jorge Lafond) ser um dos grandes nomes do humor nacional.

Cresci vendo uma transexual ser padrão de beleza feminina e capa de revista masculina (Roberta Close). 

Cresci vendo um Gay, com roupas não ortodoxas, ser um dos maiores cantores e voz do Brasil (Ney Matogrosso).

Aliás, por falar em música, cresci tendo ídolos gays na música, como Cazuza e Renato Russo, Bethania, Marina  e muitos outros.

Quase todos meus ídolos do esporte são negros. Cresci vendo um negro como maior ídolo deste país (Pelé) e uma das figuras mais populares do Mundo.

Testemunhei um cantor gago, ex garçom, se tornar a voz romântica mais famosa desse país (Nelson Gonçalves).

Por falar em Nelson, vi um outro, anão, fazer tanto sucesso quanto (Nelson Ned).

Eu cresci vendo dois homens gordos, zoando suas próprias gorduras e se tornando dois dos maiores apresentadores e mais bem pagos do país (Faustão e Jô Soares).

Cresci vendo um homossexual extremamente requintado, inteligente, com programas para a família brasileira ser amado por muitos e ainda ter virado um dos políticos mais bem votados deste país (Clodovil), explicando que a sexualidade é um direito de cada um, e que isso não tem nada a ver com o seu valor enquanto Ser humano. 

CRESCI OUVINDO MÚSICAS COMO A DO CHACRINHA QUE DIZIA: MARIA SAPATÃO E DE CHICO BUARQUE: JOGA PEDRA NA GENI. 

Cresci vendo que a melhor maneira de defender seus direitos é abertamente, expressando-os de forma educada e inteligente.

Eu cresci entendendo que preconceitos significam estupidez, pois toda a minha formação se deu com bons exemplos de representantes, de todas as classes, em um país que normalizou a presença de todos em programas de televisão, onde tudo era discutido sem qualquer pudor.

Cresci entendendo de verdade o que era *liberdade de expressão*.

Infelizmente, hoje, com esse mimimi chato pra caramba, não temos mais liberdade de expressão.

Tudo que citei, antes normal, hoje seria execrado por essa nova sociedade chata para caramba!!

Essa dita “resistência” do politicamente correto luta contra “monstros” e "rótulos" que ela mesma criou.

Tudo vem sendo conotado como proibido e preconceituoso, ou politicamente incorreto.

*Geração chata !!!*

*Queremos o nosso bom Brasil de volta.*”

Autor: Todos com mais de 50 anos que realmente viveram livres e felizes!

Das coisa que não entendo


Leio e vejo muito nas redes sociais pessoas dizendo:

  • Tenho orgulho de ser gay
  • Tenho orgulho de ser negro
  • Tenho orgulho de ser gordo
  • Tenho orgulho de ser magro 
  • Etecetera...
Aí alguém chama de gay, negro, gordo, nordestino etecetera e eles ficam bravos, prometem processos, quidiabéisso? 
Como entender essa gente?
Eu tenho orgulho de ser Iguatuense, Cearense, Nordestino e Brasileiro se me chamarem por qualquer um desses termos eu acho é bom.
Pronto, falei!


"As vezes caio, mas me levanto e sigo em frente, nunca desisto, porque a mão que me ampara não é a do cão, é a de Cristo"
Vida que segue...

Pergunta para vida inteira


A pegunta pode ser feita sobre, pobres, gays, deficientes, idosos e muitos outros grupos sociais.
Somos uns farsante.
Vergonhoso

B17: Negro na senzal, gay no armário, retardado na Apae

***
O título do post é a reprodução do bilhete (abaixo) que foi colocado na mochila de uma criança com 8 anos que tem síndrome de down. O pior de tudo é que muitos negros, muitos gays e pais de crianças com síndrome de Down votaram no candidato que faz aflorar toda esta discriminação e preconceito imundo.
Como chegamos a isso?


Vida que segue, voltas que a vida dá. Mas de repente, não mais que de repente as coisas mudam de lugar e quem perdeu volta a ganhar...

Preconceito e discriminação de Bolsonaro faz o povo mudar o voto


* Curta Comente Compartilhe Valorize os Anúncios dos patrocinadores. Agradeço

Vergonha alheia

A imagem pode conter: 3 pessoas, pessoas sorrindo, texto

Sabe o que é ainda mais triste?...
É que tem pais negros que concordam com tudo que este racista diz, e alisam os cabelos das filhas e impedem que tomem banho de sol para que branqueem a pele. Tem vergonha da origem e das suas caractéristicas fisícas. 
Eu conheço gente dessa laia e vocês?

***

Um canalha à porta do Planalto, por Francisco Assis

- Milhões de eleitores e eleitoras que sabem quem é Jair Bolsonaro e quais as ideias e ações que ele defendeu até se candidatar a presidente do Brasil, é tão canalha quanto ele. Quanto aos desinformados aconselho que se informem, para não servirem de inocentes úteis e depois virem com a desculpa de que não sabiam -
***


Equiparar Haddad a Bolsonaro constitui um ato moral e politicamente inqualificável. Quem o faz torna-se cúmplice de Bolsonaro.
1. Carlos Alberto Brilhante Ustra foi um dos maiores, senão mesmo o maior torcionário, no tempo da ditadura militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985. Em 2008 foi o primeiro oficial condenado por sequestro e tortura. Comprovadamente, maltratou física e psicologicamente centenas de pessoas e chegou ao limite de obrigar crianças a presenciarem o dilacerante espectáculo do espancamento dos respectivos progenitores. Nunca reconheceu os seus crimes nem manifestou o mais leve arrependimento pelos seus actos desumanos. Era um canalha. Morreu em 2015, em Brasília, na cama de um hospital.
Foi precisamente este torcionário miserável que o então deputado federal Jair Bolsonaro homenageou no momento em que votou a favor do impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Nessa ocasião, Bolsonaro pronunciou uma declaração que o define integralmente: dedicou o seu voto à “memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”. É impossível imaginar, naquele contexto, uma afirmação mais vil, um comportamento mais indigno, uma atitude mais asquerosa. Bolsonaro revelou-se ali o que ele verdadeiramente é: um canalha em estado puro.
O que é um canalha em estado puro? É alguém que contraria qualquer tipo de critério moral e se coloca num plano comportamental pré ou anticivilizacional. Quem elogia o torturador de uma jovem mulher absolutamente indefesa atribui-se a si próprio um estatuto praticamente sub-humano. Bolsonaro é dessa estirpe, desse rol de gente que leva à interrogação sobre o que subsiste de humano no homem que literalmente se desumaniza. Theodore Adorno levou essa questão até ao limite do pensável, quando formulou a sua célebre afirmação: “escrever um poema depois de Auschwitz é um acto bárbaro e isso corrói até mesmo o conhecimento de porque se tornou impossível escrever poemas”. E, contudo, a poesia sobreviveu. O Homem resiste ao que de desumanizador ele inscreve na história. Isso não é razão para renunciar à denúncia da barbárie.
***

Política do AdSense: Não é permitido aos editores pedir que outras pessoas clique nos anúncios nem usar métodos de implementação fraudulentos para receber cliques. Isso inclui, oferecer remuneração para que os usuários visualizem anúncios ou realizem pesquisas, prometer arrecadar dinheiro para terceiros por meio de tal comportamento ou colocar imagens próximas a anúncios individuais.

Caiu na rede

Para os que discriminam os nordestinos e vem passar férias aqui, faço questão de lhes informar que temos lindas paisagens. Sejam bem vindo!


***

Emenda pior que o soneto





O General HamiltonMourão se corrige:
"Só são desajustadas as famílias chefiadas por mães e avôs pobres".

Logo, as ricas não!

É preconceito e discriminação demais para uma pessoa só. Com certeza ele divide com Bolsonaro.

Agradeço o clique na propaganda dos anunciantes
Agradeço o clique na propaganda dos anunciantes

Discriminação é isso

A Moga, marca australiana anunciou que não irá mais trabalhar com modelos brancas. 

Imagine se o anúncio tivesse sido: Não trabalharemos mais com modelos negras.

O mundo cairia...

Isso é discriminação imunda, imoral como toda discriminação é, seja contra quem for.

Quero vê os ativistas dos humanos que estão na moda darem um pio sobre o assunto.

É por isso que continuo perguntando: Racismo, quidiabéisso?



***
***

Cura gay? Existe sim!


Resultado de imagem para tolerância e respeitoSabe quando ela ocorre?
Quando, como vi hoje em um post, o pai pede que o filho dê um beijo no namorado para ele tirar uma foto.


Também ocorre quando o neto pergunta para a avó: “O que a senhora faria se eu trouxesse meu namorado aqui na sua casa?” e a avó responde: “Café.”

Ou quando alguém pergunta a uma pessoa: “O que você acha de um homem se casar com outro homem ou de uma mulher se casar com outra mulher?” e a pessoa pergunta: “Vai ter bolo?”

A cura ocorre quando a culpa desaparece, quando a pessoa deixa de se sentir errada, quando consegue ser feliz sem medo, sem pensar em doença ou pecado.

A cura vem quando se tira o peso das costas, quando não se sente o estranho no ninho, quando a pessoa se sente amada. Desse processo de cura precisamos todos nós. Precisamos nos assumir como somos. Todos nós. E o que é mais legal é que quando eu deixo o outro ser do jeito que ele quer ser (ou simplesmente ser o que ele é) o mundo fica mais fácil para eu ser do jeito que eu sou!"

***
Belo texto. Infelizmente não sei de quem é a autoria. Esse post vale a pena curtir, comentar e principalmente compartilhar em suas redes sociais e grupos no whatsapp.
***

Racismo ou discriminação?

O autor explicou o que motivou a frase infeliz, não adiantou, foi malhado nas redes sociais. Cada comentário (insulto) maior que o outro.  Selecionei apenas hum, confere:

"Esse moleque (youtuber) é um analfabeto de pai e mãe". 

Podem ter certeza, se Júlio Cocielo fosse negro essa frase seria "racista". Mas, como não é fica por isso mesmo.

Sinceramente, esse patrulhamento já passou da conta.

Genial - Laerte

- Vai lá em cima dos petistas
- Aproveita e vai em cima dos professores.
- Puxa, ele também foi em cima dos artistas, das feministas, dos lgbts, dos sem teto, dos sem terra, índios e quilombolas.
- Melhor chamar de volta, não?
- Fiuiu...
***

Maré Vive: Pega a visão!

Militares estão fotografando todo mundo que sai das favelas VIla Kennedy, Coréia e Vila Aliança, na Zona Oeste. Papo que tá rolando até fila nos acessos da comunidade. 

Eu queria ver se isso algum dia vai acontecer no Leblon, Ipanema, Flamengo, Laranjeiras, Barra... qualquer lugar que não a favela. Imagina. Ia aparecer logo um advogado, um filho de juiz, um STF de toga do caralho a quatro, um jornalista vendido, dizendo que isso é proibido, que tá atrapalhando a livre circulação do cidadão de bem.. que não tem motivo de fazer com todo mundo! Me poupem! E vão se fuder com a hipocrisia e comoção seletiva de vocês. 

A intervenção é uma ação pensada pras favelas cariocas. A classe média ta ai fazendo textão de ditadura, tirando onda de sombra de medo, mas quem vai sofrer (e já tá sofrendo) somos nós. Pega a visão. Já começou faz tempo.
***
Discriminação e preconceito, cânceres da humanidade deveria absorver a sapiência dos vermes, que se alimentam de tudo e todos, sem escolher o menu, Ivan Teoritang

Preconceito: mas quem não tem?

Os nordestinos e o preconceito nosso de cada dia
Cezar Brito, ex-presidente da OAB - Ordem dos Advogados do Brasil -, como foi discriminado por ser nordestino
Certa vez, ao terminar uma palestra na XVIII Conferência Nacional da Advocacia, na baiana Salvador, fui procurado por um entusiasmado advogado catarinense. Queria me cumprimentar pelo conteúdo e pela forma com que eu expusera sobre o delicado tema das opções econômicas ou sociais na efetivação da Constituição. Olhando-me com a admiração refletida no forte aperto de mão, soltou sua elogiosa pérola:
– Parabéns, Britto, o senhor mudou a minha opinião sobre os nordestinos. É que eu não sabia que havia pessoas inteligentes no Nordeste. Vou contar ao pessoal sobre o senhor e eles também irão mudar de opinião.
Ele externava, com sinceridade ímpar, o preconceito que guardava tão oculto em seu coração que sequer era percebido por ele mesmo. Diferentemente do que ocorrera em outro episódio catarinense, agora na bela cidade de Balneário Camboriú. Naquela época eu acabara de ser eleito presidente nacional da OAB e estava iniciando o meu périplo pelo Brasil, conclamando a advocacia a combater o resistente Estado Policial. O evento da OAB em que falaria iria acontecer no próprio hotel em que me hospedara. Consciente do meu dever de anfitrião, desci para o auditório 20 minutos antes da abertura. Sempre aproveitei este tempo para conhecer, aprender e interagir com outras vozes. Neste dia, entretanto, o seguinte fato me servira como grande lição:
– Pegue água para mim! –era a ríspida voz de uma senhora advogada, elegante e ricamente trajada, confundindo-me com o garçom.
– Pois não, minha senhora! –respondi, gentilmente, dirigindo-me à copa do hotel em busca do objeto de desejo daquela desavisada pessoa.
– Fique aqui! –disse-me ela, sem qualquer gesto de agradecimento ao receber o seu copo d’água, para depois continuar. –Não saia daqui, pois acho que tudo vai demorar para começar. É sempre assim com esses nordestinos preguiçosos, acho que esse tal presidente sergipano deve ainda estar dormindo no quarto.
Pegue água para mim! –era a ríspida voz de uma senhora advogada, elegante e ricamente trajada, confundindo-me com o garçom
– Pois não, minha senhora! Estou aqui exatamente para servir a senhora e a todos vocês –continuei, calmamente, ao seu lado. E assim permaneci todo tempo, sendo vigiado pelo seu agressivo olhar, até que me convidaram para compor a mesa na qualidade de presidente nacional da OAB.
Não sei se meu gesto de assumida simplicidade serviu de lição àquela advogada que, simultaneamente, destilava preconceito de classe e aos nordestinos. Até porque ela saiu em transloucada disparada, não escutando meu improvisado discurso sobre o dever de servir ao outro como condição essencial ao exercício da advocacia. Eu tinha a esperança de que minha ação pacífica, mas não passiva, a fizesse entender que nossa profissão exige que sejamos o outro na busca por Justiça, e que não se luta eficazmente na defesa do outro sem senti-lo como nós. Ou, como ensinou o advogado Mahatma Gandhi: “O melhor modo de encontrar-se a si mesmo é se perder servindo aos outros”.
Nunca saberei, até porque não mais a encontrei. Eu sei apenas que outras de reação reflexiva também são válidas, a exemplo daquela vivenciada por Gerciane Silva, que trabalha comigo há mais de oito anos. Contou-me ela que estava na sala de aula, ainda no início do curso universitário de administração, na “cosmopolita” Brasília, quando o professor passou a explicar a razão principal que entendia ser determinante na vitória da presidenta Dilma Rousseff no segundo turno. Em tom sério e eivado de “verdade”, afirmara que Aécio Neves perdera em decorrência dos analfabetos nordestinos, abduzidos pelos programas assistencialistas dos governos petistas. Ao término da sua prolação, tão comum naquela época, Gerciane pediu a palavra e, para alegre espanto dos colegas, disse:
– Professor, eu queria dizer ao senhor que sou nordestina, empregada doméstica e estou aqui na universidade em razão dos programas que o senhor está condenando. Também queria dizer que se a minha presença incomoda o senhor é problema do senhor, pois não vou sair daqui.
O Brasil tem uma das mais eficientes legislações de combate ao crime de racismo, ao preconceito e à violência contra a mulher. Mas os que têm a raça, a cor, o gênero ou o local de nascimento do preconceito sabem que o Brasil não é o paraíso da igualdade que costuma declamar em versos e prosas. Os símbolos nazistas que voltam às ruas, a apologia ao estupro que recebe milhares de apoio, os nordestinos que são atacados e responsabilizados pelos resultados negativos do país, a homofobia assassina que estampa as manchetes policiais, o feminicídio que segue desenfeitando as estatísticas oficiais e os negros que permanecem tratados como desiguais desmontam qualquer mito ufanista do Brasil justo. O enfrentamento da questão, portanto, não está restrito ao campo da lei, até porque, como nos adverte a história, é mais fácil mudar uma lei do que a cabeça do homem.
Os que têm a raça, a cor, o gênero ou o local de nascimento do preconceito sabem que o Brasil não é o paraíso da igualdade que costuma declamar em versos e prosas
Daí porque os episódios aqui narrados têm em comum o preconceito extralegal que teima em permanecer ativo no coração brasileiro, ainda quando disfarçado em involuntário elogio. Preconceitos que, repetidamente, são ensinados em chavões nada inocentes, como: “negro de alma branca”, “negro de primeira estirpe”, “futuro ou passado negros”, “ela é inteligente, apesar de mulher”, “ela não merece ser estuprada”, “só podia ser essa gorda e feia”, “o seu sotaque é engraçadinho”, “os nordestinos entendem mesmo é de festa”, “apesar de pobre é limpinho”, “até que ele não é um índio preguiçoso”, “eu até tenho um amigo gay”, “pobre é tudo igual”, dentre outras. Preconceito expostos como vísceras depois que tantos resolveram se esconder atrás dos toques digitais das redes sociais. Preconceito que toma conta, sem disfarce, daqueles que praticam a idolatria a um pré-candidato à presidência do Brasil que destila seu ódio sem qualquer cerimônia. É o que bem observou, assertivamente, o advogado Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender”.
Não que as leis sejam desnecessárias para se combater o preconceito. Elas são fortes aliadas. A guerra ao preconceito se torna complexa por ele se entrincheirar em nossa mente, como se fosse um vírus oculto, insensível à vacina da consciência. Mesmo quando os gestos e as palavras revelam os sinais da grave doença, seu portador não se percebe doente. Ao não perceber a doença que contamina até sua alma, ele a repassa para as outras pessoas, tranquilamente, sem qualquer remorso pela sensação de cometimento de um crime. E assim espalhamos o nosso preconceito, dia a dia, fazendo valer a máxima de Bob Marley: “Que país é esse onde o preconceito está guardado em cada peito? Que país é esse onde as pessoas não podem ser iguais, devido a suas classes sociais?”
 Cezar Britto é sergipano, advogado e escritor, autor de livros jurídicos, romances e crônicas. Foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e da União dos Advogados da Língua Portuguesa. É membro vitalício do Conselho Federal da OAB e da Academia Sergipana de Letras Jurídicas.
***


A rentabilização do Blog é exclusivamente pelos Cliques nos anúncios