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O tempo



A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
                                                                                     Mário Quintana

Faça Hoje, Não Amanhã


Diz o preguiçoso: "Amanhã farei."
Exclama o fraco: "Amanhã terei forças."
Assevera o delinqüente: "Amanhã regenero-me."
É imperioso reconhecer, porém, que a criatura,
adiando o esforço pessoal, não alcançou, ainda,
a noção real do tempo. Quem não aproveita
a bênção do dia vive distante da glória do século.

A alma sem coragem de avançar cem passos
não caminhará vinte mil.
O lavrador que perde a hora de semear
não consegue prever as conseqüências da procrastinação
do serviço a que se devota, porque,
entre uma hora e outra,
podem surgir impedimentos e lutas de indefinível duração.
Muita gente aguarda a morte para entrar numa boa vida.
Contudo a lei é clara quanto à destinação de cada um de nós.
Alcançaremos sempre os resultados a que nos propomos.
Se todas as aves possuem asas, nem todas
se ajustam à mesma tarefa nem planam no mesmo nível.
A andorinha voa na direção do clima primaveril,
mas o corvo, de modo geral, se consagra,
em qualquer tempo, aos detritos do chão.
Aquilo que o homem procura agora surpreenderá amanhã,
à frente dos olhos e em torno do coração.
Cuida, pois, de fazer, sem delonga,
quanto deve ser feito em benefício de tua própria felicidade,
porque o Amanhã será muito agradável
e benéfico somente para aquele que trabalha no bem,
que cresce no ideal superior
e que aperfeiçoa nas abençoadas horas de Hoje.
 Desconheço autoria

Os fatos vistos e revistos por Pedro Porfírio


A guerra suja dos podres poderes com o salário mínimo servindo de bala de festim
E o povo se divide entre os últimos capítulos de "Passione" e o final feliz da novela de Ronaldinho

"Neste momento, é temerário aumentar acima de R$ 540. Se vier diferente, vamos vetar. Não tem risco de termos um aumento acima. O Executivo tem a prerrogativa de vetar",Guido Mantega, ministro da Fazenda, falando como se fosse o presidente da República.

Não há a menor hipótese dessas "divergências" em torno do novo salário mínimo serem  resultantes de compreensões diferentes sobre a justeza política ou técnica de qualquer um dos valores conhecidos.
Para variar, o reajuste virou peça de manobra na corrida desembalada por uma fatia rendosa desses podres poderes. Ou mesmo para definir quem é o gostoso nesse time de pernas de pau que a presidente Dilma Rousseff sacramentou em nome do pai, do filho e do espírito santo.
O salário mínimo entra nessa rusga como Pilatos entrou no Credo. Mas ainda vai dar muitos panos pras mangas. E servir de trunfo para a turma do deixa disso, sempre à espreita de um entrevero para exibir suas receitas de como engolir sapos ensandecidos.

Lupi fala grosso
Que eu saiba, esta foi a primeira vez que o ministro Carlos Roberto Lupi  falou grosso e  se expôs em público num confronto com Guido Mantega, o ministro da Fazenda que sempre criou dificuldades para ele, numa espécie de represália por ter o Ministério do Trabalho escapado ao controle do Partido dos Trabalhadores.

Nascido em Gênova, na Itália, Mantega é uma figura sem carisma, que começou a ocupar cargos públicos como assessor de Paul Singer, quando este era secretário municipal de Planejamento da prefeita Luiza Erundina, no início da década de 90.

Quando Lula assumiu a presidência, pôs Mantega no Planejamento e Paul Singer, um dos mais importantes revisionistas do sistema econômico socialista, no terceiro  escalão do Ministério do Trabalho.
Lupi o encontrou lá, escondido na penumbra, cuidando de formação de empresas auto-geridas, e o prestigiou. Aliás, com seu jeito de ser, o ministro pedetista assimilou praticamente todo a equipe que encontrou, inclusive Luiz Orlando Medeiros, ex-presidente da Força Sindical, que havia sido desbancado por Paulo Pereira da Silva, seu ex-pupilo, com quem Lupi estabeleceu uma aliança de conveniências mútuas, hoje meio barro, meio tijolo.

Mantega, o que quer ser o tal
Como não é segredo, Mantega foi o primeiro ministro indicado por Lula para continuar no cargo, sob o comando de Dilma Rousseff. Medíocre, mas oportunista por convicção, ele sempre foi muito discreto e cumpriu sem pestanejar todas as tarefas confiadas pelo chefe, ao qual passou a assessorar, em 1993, depois de passar alguns anos no CEBRAP, tendo FHC como seu amado mestre.

Mas ele não se manteve no cargo sob os aplausos gerais. Pelo contrário: Dilma o nomeou sem pestanejar, mas colocou na chefia de sua Casa Civil o sanitarista Antônio Palocci, a quem Mantega substituiu no Ministério da  Fazenda, depois que Lula o demitiu em 26 de março de 2006, como consequência do escândalo  da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa.

Ao assumir o ministério que tem poderes excepcionais sobre a vida econômica das empresas e das pessoas, Guido Mantega tratou de montar seu próprio "staff" e definir suas próprias cartadas, livrando-se de quem tinha amores pelo antecessor. Aliás, ele já guardava uma certa mágoa, por achar que Palocci teria tido alguma influência na sua demissão do Ministério do Planejamento, em novembro de 2004.

O ministro que não criava caso
Durante todo o governo Lula, Carlos Roberto Lupi aceitou o confinamento do Ministério do trabalho nos limites do FAT - o Fundo de Amparo ao Trabalhador que tem ajudado também aos empresários - e do CAGED - cadastro que registra admissões e demissões no Ministério do trabalho.

Com o FAT, pôde dar alguma mãozinha a prefeituras e entidades não governamentais que prometiam treinar a mão de obra.  Como os delegados regionais do Trabalho são indicados por seu partido - o PDT - ele incentivou seus partidários a assumirem secretarias do Trabalho nos âmbitos dos Estados e municípios, independente da filiação dos chefes dos Executivos. E aí costurou um "trabalho conjunto".

Já com relação ao CAGED, ele passou a ser o divulgador de suas estatísticas mensais,  criando uma imagem de que o seu ministério tinha alguma coisa a ver com o aumento dos empregos no país.
Fora disso, havia admitido sem espernear a desfiguração de sua Pasta, criada por Getúlio Vargas em 26 de novembro de 1930, no bojo da revolução que se propunha modernizadora das relações de trabalho. Até então, apesar da criação do Departamento Nacional do Trabalho, em 1918, pouco depois de uma rebelião que mobilizou tecelões e metalúrgicos no antigo Distrito Federal, sob a liderança do anarquista José Oiticica, as reivindicações dos trabalhadores eram tratadas como casos de polícia.

Abriu mão da principal função do Ministério, mediar os conflitos trabalhistas. Ficou fora das investigações sobre trabalho escravo nas plantações de cana em São Paulo, da greve dos correios e da ameaça de greve nos aeroportos.

Pior: ficou sozinho, sem nenhum apoio do governo, diante de uma greve dos funcionários do seu Ministério, que durou de abril a novembro de 2009, e terminou sem ganhos, deixando-o mal na fita.

Nenhuma semelhança com João Goulart
Pisando em ovos, sem mandato e sem padrinhos influentes, Lupi não se assemelhou nem de longe a João Goulart, que partiu para o confronto ao lado dos trabalhadores, defendendo e obtendo de Getúlio Vargas o aumento de 100% do salário mínimo, em 1954 (durante todo o governo do general Dutra o mínimo havia sido congelado). O reajuste lhe custou o cargo, com sua demissão em fevereiro do mesmo ano, mas a partir daí Jango se tornou a grande referência dos assalariados.

Lupi preferiu aceitar as regras de um jogo adverso, no qual foi ignorado até na montagem da "reforma trabalhista" concebida por Mangabeira Unger, em estreita colaboração com a equipe do ministro Mantega, mais uma rasteira que ele aguentou calado.

PDT a reboque de olho no amanhã pessoal
Para construir seu "direito a permanecer no cargo", Lupi colocou o PDT a reboque da candidatura Dilma, interferindo para que nos Estados o partido criado por Brizola também fosse caudatário do PT, e operando com dedicação os interesses da candidata. Foi por seu intermédio que o senador Osmar Dias concordou em ser candidato governador do Paraná, mesmo sabendo da força de Beto Richa, do PSDB, a quem poderia ter se aliado para garantir sua reeleição. Nessa negociação, Lupi foi portador de uma garantia do presidente Lula de que Osmar não ficaria no sereno se perdesse a eleição. O pedetista perdeu e já está em maus lençóis com as ofertas de prêmios de consolação humilhantes.

O salário mínimo passou a ser agora uma espada afiada nas mãos de alguns. O PMDB, que se sente mal servido pelas prebendas do novo governo, ameaça virar a mesa e ajudar a votar um mínimo maior do que o concebido pelo governo, a partir do diagnóstico de Mantega.
Paulinho da Força Sindical, defensor de um mínimo de R$ 580,00 por que quer ser mais ele,  resolveu ignorar Lupi e pediu ao deputado Marco Maia, candidato petista à Presidência da Câmara, que o leve à presença da presidente Dilma Rousseff para tratar do assunto, juntamente com dirigentes de outras centrais sindicais.

Entre a cruz e a espada, Lupi, que não é de dar murro em ponta de faca, foi pedir a cobertura de Palocci e surpreendeu ao desautorizar Mantega, que, se achando o rei da cocada preta, avisou ao Congresso que vetará (ele?) qualquer aumento acima dos R$ 540,00 previsto na medida provisória assinada ainda por Lula.

Temos aí mais uma crônica típica do mundo encantado dos podres poderes. É uma queda de braço sobre um assunto do interesse de milhões de trabalhadores. Que pareciam até ontem divididos entre a audiência da novela "Passione" e o desfecho da novela de Ronaldinho Gaucho, agora semideus da nação rubro-negra.
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Eles não conseguem esquecer

A tucademopiganalhada não consegue esquecer Lula...

Faz uma semana hoje que o Brasil mudou de presidente. Como todo mundo viu, saiu Lula, entrou Dilma, um novo governo assumiu, a roda da história girou, a fila andou. Para certos setores da imprensa brasileira, no entanto,  que até hoje não se conformam com a vitória de Lula em 2002 e 2006, e o sucesso dos oito anos de seu governo, aprovado ao final por 87% da população, é como se nada houvesse mudado.

Parece obsessão _ e é. Entre as perturbações mentais mais comuns, a obsessão compulsiva caracteriza-se pela presença de ideias, de imagens ou de impulsos recorrentes, segundo o Manual Muck da Biblioteca Médica Online.

Dia sim, noutro também, eles não conseguem virar o disco, mudar de assunto. Lula continua sendo o assunto dominante nas manchetes, nas colunas, nos blogs. A única diferença é que, quando ele ainda estava no governo, o presidente respondia aos ataques no mesmo tom, dando a sua versão dos fatos, o que levava a imprensa a falar em ameaças à liberdade de expressão.

Agora, não. É um monólogo do pensamento único. Só um lado investiga, denuncia e julga, sem dar tempo para que as instituições se manifestem. Até entendo o comportamente de editores, colunistas, blogueiros e repórteres da grande mídia, que afinal ganham para isso ou pensam mesmo aquilo que escrevem em seu nicho de mercado.

Mas o massacre é de tal ordem que atingiu até alguns leitores do Balaio, principalmente aqueles que usam codinomes; não importa o tema tratado, escrevem comentários com a mesma ferocidade dos tempos da campanha eleitoral que acabou faz mais de dois meses.

Neste clima, pouco importa se o ex-presidente tem ou não razão ou direito nos atos adotados em seus últimos dias de governo e na primeira semana depois de passar a faixa. Nem tudo o que a lei permite é eticamente recomendável, eu sei. Não estou aqui para julgá-lo ou defendê-lo, não ganho para isso. Posso discordar dele em várias coisas, mas me espanta o tratamento raivoso e vingativo dado a Lula fora do governo em comparação aos seus antecessores.

Qualquer coisa que o agora ex-presidente faça ou deixe de fazer é motivo de críticas, denúncias, editoriais irados, como se devesse simplesmente desaparecer do mapa para ter um pouco de paz.

Nestes primeiros dias de 2011, procurei tratar de assuntos mais amenos, fugir da eterna pauta política de confronto entre governo e oposição, mas está difícil. Cada um entende o que quer, enxerga intenções que não tive e usa qualquer argumento para avivar a guerra ideológica. Até quando?

Agora vou à praia, atendendo a um convite do sol.

Bom dia a todos.

Ricardo Kotscho



“SP está cada vez mais preparada para as chuvas”

Diz o secretário Ronaldo Camargo, nomeado por Gilberto Kassab
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PIG é contra a democracia

Trechos do artigo de Silvio Waisbord, professor de Jornalismo e Comunicação Política na  George Washington University. La Nacion (12).
            
1. O que é jornalismo militante? É o que defende um governo ou partido independente dos erros? É ideologicamente puro ou é uma criatura da realpolitik disposta a tolerar qualquer negociação política? É o jornalismo que informa sobre questões que estritamente combinam com a agenda política de um governo?
            
2. A ideia de um jornalismo militante como apêndice de um governo é problemática para a democracia, que não precisa de uma imprensa que sirva de porta-voz de nenhum oficialismo. Idealmente, o jornalismo deve ser cético frente ao poder e não ser crítico apenas segundo a cor política ou ideológica de quem detém o poder. Deve mostrar os dados da realidade porque os governos tendem a produzir e crer nas suas próprias realidades.
           
3. Deve investigar o governo porque o poder quase sempre mantém lugares obscuros. Deve estimular os cidadãos a conhecer o que ignoram, em vez de confirmar suas preconcepções militantes. Deve incrementar oportunidades para a expressão da cidadania e organizações da sociedade civil e não ser ventríloquo dos que estão rodeados de microfones.
           
4. Como destacou Walter Lippmann, um dos colunistas mais influentes nos EUA durante o século passado: "Sem jornalismo crítico, confiável e inteligente, o governo não pode governar". O melhor jornalismo não é aquele que marcha perfilado junto com um governo. A última década da imprensa mundial confirma que o bom jornalismo não joga rosas na passagem das autoridades ou varre a sujeira para debaixo do tapete da lealdade com o governo.



Ex-blog do Cesar Maia

UPP: Também um programa contra a remoção de favelas


Cesar Maia

linha

                 
1. Desde o Plano Agache -1928/1932- que a discussão sobre urbanização/fixação versus remoção/reassentamento de favelas está posta. Ganhou destaque no início dos anos 40, com a remoção das favelas do 'Largo da Memória' (25/05/1942), onde hoje é o BMP da Bartolomeu Mitre no Leblon, e 'Cidade Maravilhosa' (onde hoje é o CR. Flamengo). O prefeito Dodsworth ofereceu como alternativa os Parques Proletários, condomínios fechados de reassentamento popular. O primeiro desses ficava entre -hoje- os Pilotis da PUC e o Planetário da Gávea.
                    
2. O debate seguiu nos anos 40, com o vereador Carlos Lacerda -paradoxalmente- em uma série de artigos, propondo urbanização/fixação. As ações dos proprietários de áreas favelizadas -Mangueira, Turano, Salgueiro...-, pedindo a retomada de posse, foram derrotadas no Supremo Tribunal, defesa que antecipa o uso capião feita por advogados ligados aos movimentos populares. O prefeito Mendes de Moraes realiza o primeiro censo de favelas, chegando a uma proporção de 17% da população. Pressões levaram a  mudar os critérios em relação à altura e número de barracos, de forma a baixar o número encontrado. O censo de 1950, com este novo critério, acusou 9% de favelados no Rio-Distrito Federal.
                    
3. Entre 1957-1958 o debate ganha intensidade com estudo de campo realizado pela PUC e publicado pelo Estado de SP e grupo nomeado pelo prefeito Negrão de Lima com vistas à urbanização, com a primeira experiência em Brás de Pina. Mais tarde, seria Negrão de Lima -governador- que realizaria o maior programa de remoção de favelas (na zona sul), ampliando o programa iniciado pelo governador Carlos Lacerda. Portanto, entre 1960 e 1970 a tese da remoção, apoiada pelo regime de 1964 e recursos da USAID e Aliança para o Progresso, ganha destaque.
                    
4. Com o processo de democratização nos anos 80, o debate retorna, mas já com a hegemonia dos que defendem a urbanização/fixação. Isso soma sociólogos urbanos, urbanistas -de tendências mais a esquerda- que afirmam que as favelas são equipamentos  constituintes da cidade e que, portanto, caberia urbanizá-las e corrigir abusos (áreas de risco, de preservação ambiental...) na margem. O governo Brizola dá base política à tese da urbanização/fixação e implanta um programa de urbanizações pontuais, o Mutirão Remunerado. Nos anos 90, o BID e a Prefeitura do Rio assinam contrato dando a urbanização de favelas -médias e pequenas- o caráter de integração urbana e social à cidade. 600 mil pessoas foram atendidas.
                    
5. Mas o debate retorna nos anos 2000, curiosamente quando o crescimento da população em favelas -conforme mostrou o censo de 2010- passou a ser igual a taxa de natalidade, considerado um piso para o crescimento e um objetivo urbano. Fotos e matérias publicadas voltaram a excitar a tese da remoção, a partir da justificativa de áreas de risco como elemento de legitimação.
                   
6. No entanto, a entrada das UPPs volta a dar destaque, e hegemonia, à tese da urbanização/fixação. Com a saída dos traficantes e o foco nessas comunidades -praticamente todas em bairros de classe média- levando a elas personalidades, eventos, serviços, ideias..., as UPPs têm como desdobramento a percepção de que o problema não eram essas favelas, mas sim o domínio do tráfico de drogas.
                    
7. A cobertura feita pela imprensa -jornais, rádios e TVs- os depoimentos, artigos escritos, análises..., em nenhum deles foi colocado por quem quer que seja que a alternativa seria a remoção. Inclusive, aquela que ocupa morro com a maior inclinação e, portanto, de complexa urbanização, é a que ganhou o maior destaque quanto ao sucesso da UPP e a sua fixação definitiva, intensificada pelas ações que se sucederam. Desta forma, a UPP é hoje um elemento chave que legitima a tese da urbanização/fixação das favelas existentes.
                  
8. Um elemento a mais de atratividade para que a população delas demande suas UPPs. Será a garantia de fixação/urbanização.

                                          

INTRIGANTE AVALIAÇÃO DE PREFEITOS DE CAPITAIS DO NORDESTE!
                    
1. O Nordeste deu ao governo Lula as melhores avaliações entre todas as regiões do Brasil. Deu a maior proporção de votos a Dilma para presidente. A avaliação dos governadores de três grandes estados do Nordeste, feita pelo Datafolha no final de novembro, repetiu essa tendência. Veja só a avaliação de ótimo+bom: Pernambuco 80%, Ceará 65%, Bahia 60%.
                    
2. Mas, no mesmo momento, as avaliações dos prefeitos das capitais desses três estados do Nordeste foram muito negativas. Prefeito de Recife teve 24% de ótimo+bom e 34% de ruim+péssimo. Prefeita de Fortaleza teve 22% de ótimo+bom e 50% de ruim+péssimo. E prefeito de Salvador 18% de ótimo+bom e 45% de ruim+péssimo.
                    
3. Esses três prefeitos são da base do governo, sendo que os de Recife e Fortaleza são do PT. No mínimo, não contribuíram nada -ao contrário- para a vitória de Dilma.

                                                * * *

TAXA DE CÂMBIO E TAXA DE JUROS!
            
(Delfim Neto - Folha SP, 12) Enquanto a diferença entre a taxa de juros real interna e a externa continuar superior ao "risco Brasil", a taxa de câmbio nunca será o velho preço relativo que assegurava o valor do fluxo dos importados com o dos exportados. Continuará a ser o que é hoje: um ativo financeiro nos milhões de portfólios dos agentes que frequentam o imenso mercado internacional de moeda, cerca de 20 vezes maior que o valor dos de bens e serviços comercializados.


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