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Bolsonaro debocha do trabalhador brasileiro


"Tenho dito à equipe econômica que na questão trabalhista nós devemos beirar a informalidade porque a nossa mão-de-obra é talvez uma das mais caras do mundo", afirmou o presidente Jair Bolsonaro hoje, em café da manhã com empresários no Chile.

Bolsominions deveriam pedir para o patrão diminuir o salário deles. Estariam ajudando para o governo do "Mito" dar certo.

Podem ter certeza, tem bolsominion que faz isso...quer dizer, acho.

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Corja togada quer reajuste automático


Magistrados e defensores públicos do Estado apresentaram projeto para ganhar reajuste sempre que for elevado o subsídio dos ministros do STF.

Os vagabundos que não fazem por merecer receber o que recebe -  fora os privilégios - ainda querem mais.

Vão trabalhar bando de vagabundos.

PS:  Não generalizo. Este recado serve apenas para 99,99% deles.

Juízes querem reajuste, plano de carreira e aposentadoria integral


Rachel Duarte
A fim de pressionar o governo e o legislativo brasileiro sobre a questão de seus reajustes salariais, a categoria que recebe alguns dos mais altos salários do funcionalismo cruzou os braços na quarta-feira (7). Segundo a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), quase a totalidade dos juízes federais e trabalhistas do país paralisaram as audiências e a publicação de sentenças e despachos. Em diversos estados ocorreram mobilizações em frente aos tribunais e os atos voltarão a acontecer nesta quinta-feira (8). Além da paralisação, 90% dos juízes também optaram por boicotar a Semana Nacional da Conciliação, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de 7 a 14 de novembro.
Na sétima edição, a campanha envolve todos os tribunais brasileiros, os quais selecionam os processos que tenham possibilidade de acordo, solicitando às partes envolvidas que conversem a fim de solucionarem conflitos. A medida faz parte da meta de reduzir o grande estoque de processos na justiça brasileira. Neste ano, a Semana Nacional de Conciliação promove ações no sábado (10) e no domingo (11). Em 2011, o mutirão fez 349 mil audiências e cerca de 168 mil acordos de mais de R$ 1,07 milhão.
O coordenador do Movimento Gestor da Conciliação do CNJ, conselheiro Neves Amorim, não concorda com o boicote como forma de pressionar pelo reajuste reivindicado pelos juízes. “Não podemos avaliar o impacto que terá na campanha, mas utilizá-la para reivindicar reajuste só prejudica a população. Esta pressão interna feita em cima do CNJ, que é um órgão de gestão e de auxílio dos tribunais e não tem ingerência na atuação política junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), é ineficiente”, considerou.
Os juízes reivindicam recomposição salarial de 28,86%. “Estamos no nosso limite. Já perdemos quase um terço do nosso poder aquisitivo. Não podemos mais conviver com esta indefinição da nossa política salarial”, afirma o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Renato Henry Sant’Ana.
O governo federal ofereceu reajuste de 15,8% até 2015, o mesmo percentual acordado com demais servidores federais em agosto deste ano. Os juízes federais e trabalhistas não aceitaram e propuseram uma readequação para cobrir as perdas dos anos anteriores. Com o protesto, os magistrados esperam sensibilizar os parlamentares sobre a decisão da taxa de reajuste e formas de atualizar salários por tempo de serviço. “Existem três projetos enviados pelo STF, que totalizam os 28% de ajuste, no Legislativo. Não há posição do parlamento, porém, sobre colocá-los em votação”, cobra o presidente da Anamatra.
Juízes defendem que não são os mais altos salários do país

Juízes fazem panfletaço em frente a Justiça do Trabalho no RS./Foto: Carlos Henrique/AmatraIV
Segundo Henry, desde 2005 a categoria não recebe um reajuste. O salário inicial de um juiz do trabalho é R$ 21.776,15, mas Henry defende-se das críticas que acusam os servidores responsáveis pela greve de receberem alguns dos mais altos salários no país. “A divulgação dos salários na internet ajudou a acabar com o mito de que os juízes recebem os maiores salários do funcionalismo. Existem outros servidores, como parlamentares e advogados da União, que no acumulado de gratificações e benefícios ganham muito mais do que o que aparece no bruto da folha”, afirma.
Um juiz substituto recebe um salário bruto de R$ 21.776,15. Quando é titularizado, o valor aumenta em 5%. A cobrança dos magistrados é devido a não haver outros ganhos relativos a tempo de serviço ou progressão de carreira, como outras categorias. “A divulgação dos salários do funcionalismo na internet ajudou a acabar com o mito de que os juízes ganham os maiores salários. Fiscais de tributos e mesmo ministros de estado ganham muito mais do isso, o que significa uma total inversão de valores: os salários dos juízes, que deveriam ser teto, acabaram virando piso dos altos cargos do funcionalismo”, compara.
Ele reconhece que a paralisação de dois dias acarretará prejuízos para os trabalhadores, que são os principais beneficiários da Justiça do Trabalho, mas acredita que a sociedade saberá entender a importância do movimento. “Quando um trabalhador que vive de salário deixa de se preocupar com seus ganhos, é porque arrumou outra forma de conseguir dinheiro. E não é isso que a sociedade espera dos juízes. Além disso, acredito que nossos vencimentos são compatíveis com o grau de responsabilidade do cargo”, acrescentou.
A Ordem dos Advogados do Brasil não se posicionou oficialmente sobre o tema. Já as seccionais tiveram posicionamentos individuais, como a OAB-SP, que criticou o movimento e o classificou como “corporativista”. A OAB-RS não tem opinião formada a respeito, informou o presidente Cláudio Lamachia. “Ainda não tive tempo de discutir com o colegiado”, disse.
No RS 90% aderem a paralisação

Magistrados defendem que bom serviço da justiça à sociedade necessita de valorização salarial para o judiciário./Foto: Carlos Henrique/AmatraIV
A magistratura do Trabalho do Rio Grande do Sul mostrou-se fortemente unida e aderiu de forma significativa ao movimento de paralisação de atividades nesta quarta-feira. De acordo com a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da IV Região mais de 90% das Varas do Trabalho gaúchas (são 126 no Estado) estão com as atividades suspensas, num procedimento que deve continuar até amanhã, de acordo com o calendário nacional de protesto contra a desvalorização da carreira e pela recomposição dos subsídios.
Os juízes gaúchos distribuíram mil folhetos explicando outras razões para a adesão ao movimento nacional. O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região emitiu nota apoiando a paralisação e ao boicote à Semana Nacional de Conciliação, alegando confiança na razão da mobilização. “A Justiça do Trabalho do Rio Grande do Sul, honrando as suas mais elevadas tradições democráticas, sempre respeitou a preponderância da vontade coletiva e a liberdade de expressão”, disse o texto, assinado pela presidenta Maria Helena Mallmann.
Para o juiz do Trabalho do TRT 4, Roberto Siegmann, é necessária a paralisação para a defesa da autonomia do poder judiciário. “A estrutura democrática do país estabelece a separação dos poderes e a autonomia do judiciário. Não podemos ser colocados como o governo federal faz, no mesmo cálculo de recomposições do restante do funcionalismo”, alega. Segundo ele “é constitucional a recomposição anual sobre os vencimentos dos magistrados”, o que não ocorre há seis anos e gerou os quase 30% reivindicados pela categoria.
Os juízes recebiam antigamente os adicionais por tempo de serviço que compunham a remuneração, mas perderam com o ajuste sobre a recomposição ser com base no cálculo sobre o teto dos ministros do Supremo Tribunal Federal. “Queremos a integralidade do que é previsto na lei”, cobra Siegmann. “Como o legislativo e o executivo não tiveram iniciativa, o judiciário protesta porque não pode ficar na mão destes poderes. Se eles quiserem poderão levar à míngua nossos salários”, complementa.
A Semana de Conciliação

Campanha Nacional de Conciliação é boicotada por juízes federais para pressionar por reajuste salarial./Foto: Divulgação
Como a mobilização nacional é voltada para os juízes federais, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) não aderiu o boicote a Semana Nacional de Conciliação. As negociações sobre reajustes em âmbito estadual são feitas direto com o parlamento e governo estaduais, por isso, nesta quarta-feira foi iniciada a conciliação dos 18 mil processos que devem ser mediados durante o período da campanha.
No caso dos juízes federais e do trabalho, o presidente da Amatra IV, Daniel Nonohay, afirma que a paralisação não trará prejuízo à sociedade, pois as audiências que deveriam ocorrer nestes respectivos dias de campanha do CNJ foram adiantadas ou agendadas para datas próximas. “Os juízes comparecem às unidades, despacham. Só não publicam os despachos e sessões ordinárias. Também não realizamos qualquer audiência. Vamos homologar tudo após o dia 15. Não haverá perda para a população”, garante.
Ele qualifica a Campanha Nacional de Conciliação promovida pelo CNJ um evento oportunista e cobra posicionamento da entidade sobre os pleitos dos juízes. “A natureza do nosso trabalho é a conciliação. Já fazemos isso todos os dias do ano. Essa campanha é para promover os membros do CNJ ou acumular dados estatísticos para apresentar à imprensa depois”, critica. E complementa: “Queremos que ele (CNJ) exerça o seu papel. Se não tem poder de deliberar politicamente, que apoie a recomposição para pressionar o Congresso”.
De acordo com a Amatra IV, há outras motivações no rol de reivindicações dos juízes gaúchos para a adesão da paralisação. Ele apresentou uma pauta com a necessidade de um plano de segurança para os juízes que atuam nos conflitos agrários, casos de trabalho escravo ou crime organizado; recomposição inflacionária anual e garantia de aposentadoria compatível com o salário do servidor em atividade. “Temos que ter o padrão compatível com o que ganhamos agora quando nos aposentamos. Nós não podemos exercer atividades comerciais no exercício da nossa profissão. Se justifica a manutenção da previdência integral com o salário recebido”, defende o presidente.
Para o juiz Roberto Siegmann, as reivindicações são importantes, mas o principal é a questão do subsidio. “Todos admiram o trabalho do STF agora (diante do julgamento do Mensalão), mas a justiça trabalha muito. Somos reconhecidos pelo Banco Mundial como uma das justiças que mais trabalha no mundo. Não podemos ter outra atividade remunerada, como declarada ou indeclaradamente parlamentares têm”, justifica.

Professores universitários e mendicância

Os professores universitários em greve à 57 dias  e suas entidades representativas - ANDES, PROIFES etc - fazem questão de passar para a sociedade esta imagem ao lado, e são bem sucedidos, conseguiram fixar exatamente isso no imaginário popular. Os prejuízos causados aos alunos e pais por conta da greve por melhores salários e condições de trabalho deles, não tem nenhuma importância, é irrelevante.

O tempo perdido, custo de alimentação, aluguel, passagens, tudo em dobro? Bobagem!

Tudo muito bom, tudo muito bem mas, você sabe quanto ganha um professor universitário federal com doutorado e dedicação exclusiva?

Favor responder a enquete ao lado. E deixar tua opinião em "comentários" de quanto deveria ser o salário deles. Obrigado!

Mais salário e formalização do emprego diminuem jornada de trabalho

O brasileiro passa cada vez menos tempo no trabalho. Dados do Censo 2010 revelam que o porcentual das pessoas que trabalham mais de 45 horas por semana caiu quase pela metade em uma década. Em 2000, 44% dos trabalhadores do País passavam mais tempo que isso no serviço, número que baixou para 28% em 2010. Isso significa que, em números absolutos, 5 milhões de pessoas deixaram de trabalhar mais de 9 horas por dia.
O número impressiona ainda mais quando se leva em conta que mais de 20 milhões de brasileiros – o equivalente a toda população da Grande São Paulo – ingressaram no mercado de trabalho nos últimos dez anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao mesmo tempo, cresceu a proporção de pessoas que trabalham menos de 14 horas por semana – o salto foi de 3% para 8,3% do total da população economicamente ativa, um ganho de 5 milhões de trabalhadores. A maior parcela da população tem uma jornada semanal que varia entre 40 horas e 44 horas.
A redução da jornada de trabalho nos últimos anos está diretamente ligada ao aumento real no salário do brasileiro – hoje, ganha-se mais por hora trabalhada que em 2000 – e também à formalização do mercado de trabalho. A porcentagem de trabalhadores com carteira assinada pulou de 36% para 44% entre 2000 e 2010 – na contramão, os funcionários sem carteira de trabalho caíram de 24% para 18%. “A formalização do trabalho regula a jornada de trabalho e a hora extra. A empresa ou o empregador vão evitar de pagar hora extra, portanto, vão reduzir a jornada para o que é oficial”, diz Arnaldo Mazzei Nogueira, professor doutor da FEA-USP e PUC-SP.
Pizza. Isso aconteceu, por exemplo, com grande parte dos entregadores da pizzaria Dídio, da Lapa. A profissão era bastante informal no início da década, mas pouco a pouco mais vagas com carteira assinada foram surgindo. Hoje, na Dídio, todos os entregadores trabalham em horário definido, com direito a férias e 13.º. “Dá uma tranquilidade que eu não tinha alguns anos atrás, quando trabalhava em outra pizzaria, não tinha hora para sair e ainda ganhava menos que aqui”, conta Eduardo Evangelista Nunes, de 50 anos.
No Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal, os trabalhadores com carteira assinada já são maioria da população. Mas alguns Estados ainda mantém um baixo contingente de profissionais com carteira de trabalho. Um exemplo é o Maranhão, onde apenas 20,8% são registrados. “Ainda há um grande contingente de trabalhadores sem regulação e que pode estar trabalhando jornadas insuportáveis”, lembra Nogueira.
Mulheres. O mercado de trabalho mais feminino, tendência da última década, também colaborou para reduzir a jornada. A diferença da participação entre homens e mulheres em postos de trabalho caiu de 20 pontos porcentuais para apenas seis em dez anos. “As mulheres costumam trabalhar menos horas do que os homens e a inclusão delas deve ter reduzido a média de horas semanais”, afirmou Regina Madalozzo, professora do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).
No Piauí, Paraíba e Ceará, a mão de obra feminina já supera a masculina. Os outros Estados do Nordeste também lideram a porcentagem de mulheres no mercado. “Isso ocorreu por causa da melhora econômica da região, urbanização e expansão dos serviços e comércio”, analisa Nogueira. O professor lembra que essa redução da diferença entre gêneros não reflete uma igualdade salarial. Levantamento de maio do ano passado, também do IBGE, mostrou que o salário médio da mulher é 20% menor que o do homem.
Qualificação. Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, outro fator que pode ter influenciado a redução da jornada de trabalho foi o aumento da quantidade de pessoas que divide o dia entre trabalho e estudos, de olho numa melhor qualificação. “Pode ser que essas pessoas tenham diminuído um pouco a carga de trabalho para poder ter mais tempo de estudo.”
A formalização e o aumento da idade média dos trabalhadores deverá se acentuar nas próximas décadas. A perspectiva do País de se tornar a quinta maior economia do mundo até 2015 deverá exigir, sobretudo, um aumento da capacitação dos trabalhadores. “A palavra mais importante nos próximos anos será capacitação. O País vai precisar de pessoas capacitadas e qualificadas”, afirma Regina.

por Luiz Guilherme Gerbelli e Luis Bugarelli no (R) Estadão

Emprego com carteira assinada bate recorde

E nossa incompetente oposição(?) persiste com o discurso idiota que Lula, Dilma e o PT venceram as ultimas eleições por conta do "Bolsa Esmola". Que continuem agindo assim porque vão continuar apanhando nas urnas por muito mais tempo. 

por Carlos Giffoni

O mercado de trabalho brasileiro nunca esteve tão maduro e diversificado. Ainda há espaço para avanços, principalmente no setor terciário, onde a informalidade é maior. Mas os números mostram um cenário inédito no país. Em novembro deste ano, a taxa de formalização alcançou 53,4% da população ocupada, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo mês, a taxa de desocupação chegou ao menor nível já registrado: 5,2%.
Isso mostra que o desemprego caiu sem que as pessoas ocupassem vagas informais. A carteira assinada é o primeiro passo para que o trabalhador seja mais valorizado. A isso se somam os benefícios garantidos por lei e, vez ou outra, até mesmo bônus e participação nos lucros e resultados da empresa, que são acordados nas convenções coletivas de algumas categorias. No acumulado de 12 meses que se encerram em outubro de 2011, 70,6% da população ocupada eram contribuintes da Previdência Social. Há cinco anos, o índice era 10% menor (63% da população ocupada), segundo o IBGE.
O grau de maturidade do mercado de trabalho brasileiro não deve dar espaço a uma formalização ainda mais acelerada nos próximos anos. Analistas dizem, inclusive, que a taxa de desemprego em 5,2% é muito baixa, o que pode atrapalhar o crescimento do país, uma vez que o avanço da população economicamente ativa ocorre em maior velocidade que o da geração de empregos.
  
O aumento real de 26,21% do rendimento médio da população ocupada no Brasil entre novembro de 2003 e novembro de 2011 é reflexo direto desse processo de formalização. De acordo com o IBGE, hoje está em R$ 1.623,40, o equivalente a três salários mínimos. Mas não é apenas no formato de salário que o trabalhador com carteira assinada recebe mais. “Há uma série de benefícios no emprego formal que não estão aparentes no salário, como o direito a férias, ao fundo de garantia, ao aviso prévio, ao seguro-desemprego e de saúde, subsídios para o transporte e alimentação. São itens que não entram em forma de dinheiro no bolso do trabalhador, mas que diminuem os seus gastos”, diz Carlos Aguiar, gerente da consultoria Millennium RH.
Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV), lembra que esse aumento na remuneração dos trabalhadores está valendo mais em 2011. Segundo ele, os domicílios brasileiros ficaram 10% menores na última década. Isso quer dizer que há menos pessoas sendo sustentadas por um mesmo salário – que cresceu nesse período.
“O salário cresceu, o emprego cresceu, mas o poder de compra do trabalhador cresceu ainda mais com a expansão do crédito e dos benefícios sociais”, diz Neri. Para ele, a formalização do mercado de trabalho brasileiro ajuda a garantir a disponibilidade de crédito para o consumidor, que hoje pode dar garantias maiores de que vai quitar suas dívidas.
A construção civil se destaca quanto à formalização. Entre 2003 e 2011, o índice de pessoas com carteira assinada passou de 25,5% para 39,9% – o que foi acompanhado de um aumento no salário médio. Somente nos últimos 12 meses, houve um aumento real de 3,4%. “Como falta mão de obra especializada, as empresas do setor têm adotado o sistema de produtividade como forma de remuneração variável. Um trabalhador pode ganhar até 30% a mais do salário em um mês dependendo de quanto ele produzir”, diz Ana Carolina Huss, diretora de recursos humanos da Direcional Engenharia, construtora com investimentos no programa Minha Casa, Minha Vida.
No setor privado, o percentual da população ocupada com carteira assinada passou de 39,5% para 48,9% entre os meses de novembro de 2003 e 2011. Ao mesmo tempo, a remuneração média real cresceu 13,89% nesse período e era de R$ 1.499,60 em novembro deste ano. Os sem carteira, que antes eram 14% da população ocupada, agora são 10,3%. Neste grupo, a remuneração média real cresceu ainda mais na comparação com novembro de 2003: 32,36%, para R$ 1.129,90. Isso é explicado principalmente pela valorização do salário mínimo, que atinge fortemente o emprego informal no país.
O perfil do empregado também mudou. De 2003 para cá, aumentou 40,6% o número de funcionários que trabalham entre 40 e 44 horas por semana. Já os que trabalham entre 45 e 48 horas semanais aumentaram 12,31%, enquanto aqueles que trabalham mais de 49 horas diminuíram 13%. “Se eu mantenho o salário e trabalho menos horas, isso quer dizer que tive um ganho real de remuneração por hora trabalhada. Além de ganhar tempo para o lazer. A redução da jornada reflete no orçamento doméstico”, afirma Neri.
Esse conjunto de alterações nos últimos anos refletiu diretamente na composição da sociedade brasileira. Cerca de 30 milhões de pessoas foram incorporadas à classe média. “A formalização no mercado de trabalho é um dos principais fatores, se não o principal, de formação da atual classe média brasileira”, diz Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da FGV. “O grande desafio é aumentar a produtividade do nosso trabalhador, qualificando a mão de obra disponível.

Uma pimenta refrescante

O governo federal parece decidido a impedir o reajuste dos vencimentos do Judiciário. É uma providência simpática, na opinião pública. Pois emite sinal de austeridade.

Mas significa, além e acima disso, intromissão indevida do Executivo nos assuntos de outro poder.

O leitor ou leitora poderá objetar que a época é de contenção, que o governo precisa cuidar das contas, que os juízes e servidores da Justiça podem esperar.

A objeção terá sua dose de verdade.

Mas também é verdade que menos de um ano atrás, mais precisamente em dezembro passado, deputados e senadores aprovaram megarreajustes para eles próprios, para os ministros e para a presidente da República.

Àquela altura já eleita.

Os ministros receberam 150%. A presidente, 130%. E nenhum deles chiou.

O argumento era objetivo. Equiparar os vencimentos do primeiro escalão do Executivo e do Legislativo aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

E a coisa passou fácil, no vapt-vupt. Quando o país se deu conta, Inês era morta.

O motivo tinha algo de razoável? Talvez. Assim como também é razoável a argumentação dos juízes. Eles reivindicam apenas reposição de perdas.

Aliás, toda tese costuma ser razoável pelo ângulo do beneficiado.

Na política argumentos têm lá sua utilidade, mas vale mesmo é a força. Eles são acessórios dela.

Não fosse assim, não teria sido tão fácil para o governo e o Congresso vetarem qualquer reajuste além da inflação para o salário mínimo, quando o tema foi a voto no começo deste ano.

Contiveram o mínimo e as aposentadorias poucas semanas depois de se autoconcederem um prêmio salarial e tanto.

Sem falar que na mesma época, também no vapt-vupt, os partidos, igualmente pela mão do Congresso, autopresentearam-se com uma generosa verba adicional para o fundo partidário. Uns 100 milhões a mais.

E o Planalto não vetou. Poderia ter vetado, mas não vetou.

O discurso governamental para justificar o endurecimento diante das reivindicações do Judiciário encaixa-se na fala mais genérica sobre a conjuntura, sobre o esforço fiscal, sobre a crise internacional.

Mas não se encaixa nos fatos que o governo e o Legislativo vêm produzindo em benefício próprio.

Austeridade nos olhos dos outros é sempre refrescante.

O país sairá ganhando se aqui for evitado o confronto entre poderes.

Talvez o Congresso Nacional, que tanta generosidade mostrou meses atrás com seus próprios rendimentos e com os do Executivo, possa prestar mais este serviço ao país.

Talvez possa encontrar uma fórmula conciliada.
por Alon Feurwerker

Mais empregos e melhores salários

Mais empregos e melhores salários


ImageO momento é bom quando se examinam as questões de geração de renda e emprego. Estudo divulgado nesta semana pelo DIEESE revela que, no ano passado, 94% de 660 pisos salariais vigentes no país tiveram aumento acima da inflação, 2% obtiveram um aumento igual à inflação e apenas 4% dos pisos tiveram perdas salariais reais no período.


A maioria dos pisos teve um aumento entre 2% e 6% acima da inflação. O maior reajuste representou um ganho real de 34,3% acima da inflação e a maior perda de 8,6%. Este é cenário é considerado positivo pelo instituto paulista. E está associado ao comportamento da economia, ao crescimento do PIB e também ao aumento do salário mínimo de 9,68%, além do crescimento do emprego formal. Apenas em 2010, tivemos a criação de 2,8 milhões de vagas formais, segundo o Ministério do Trabalho.


É bom lembrar, porém, que quase 1/3 dos pisos possui valor de até R$ 550,00. Pouco mais da metade atinge R$ 600,00, e apenas 6% são superiores a R$ 1.000,00.


Manter o crescimento
Estes dados sobre dissídios salariais comprovam o quanto o salário médio tem continuar a crescer no Brasil e como precisamos incorporar tecnologia, agregar valor à nossa cadeia produtiva e de serviços.


57% dos empregadores reclamam da falta de mão de obra


De qualquer forma, criar mais de 2,5 milhões de empregos e ter salários acima da inflação já é um extraordinário avanço. Outra prova disso é o estudo Panorama Global do Emprego da Manpower.

3o. no ranking mundial
A empresa de consultoria de recursos humanos fez uma comparação entre 39 países e concluiu que mais de quatro em cada dez empregadores brasileiros afirmaram que vão aumentar seus quadros de funcionários no próximo trimestre. O Brasil está no terceiro lugar do ranking mundial em intenção de criação de empregos.



Segundo o levantamento, as novas vagas estão, principalmente, nos setores de finanças, seguro e imobiliário (58%), construção (47%), serviços (45%), transportes e serviços públicos (43%).


A Manpower, inclusive, havia realizado no mês passado outra pesquisa que alertava para a carência de mão de obra no nosso país, uma das maiores no mundo, atrás apenas do Japão. Cerca de 57% dos empregadores brasileiros reclamam ter dificuldades para preencher postos de trabalho, principalmente, nas áreas de empregos técnicos, engenharia e em funções como motorista, operário e operador de produção.


Mas não devemos nos acomodar. É fundamentalque mantenhamos o crescimento do emprego e da renda dos nossos trabalhadores. Sem isso de nada adianta inflação baixa e estabilidade. É importante, ainda, que tenhamos um esforço nacional na educação e na inovação.
Zé Dirceu

Tecnologia da Informação

Carreira em alta


Quanto ganham, em média, os profissionais de TI (Tecnologia da Informação) no mercado brasileiro?  A 35ª edição da Pesquisa Salarial da Catho Online – classificado online de empregos e currículos – aponta que, hoje, a remuneração do setor varia de R$ 772,00 para um digitador a R$ R$ 17.985,00 para um diretor de TI.
 
Para chegar a esses valores, o levantamento da Catho, realizado trimestralmente, consultou 158 mil profissionais de 48 ramos de atividade (entre eles TI), de mais de 19 mil empresas, em 3503 cidades de todo o Brasil.

A seguir, acompanhe os resultados específicos dos salários médios para os profissionais de TI, de acordo com a pesquisa da Catho, de maio de 2011:

Do exagero na crítica sempre se recolhe algo útil. Da paz dos cemitérios, nada

Assembleia de cotistas

O Congresso Nacional consumou ontem no vapt-vupt um ato para o qual não tivera coragem, ou força, ou ambas, na passagem de 2006 para 2007: equiparou o salário dos parlamentares ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

E fez isso sem ao menos precisar conceder em outra alternativa, de reajustar sim os vencimentos de suas excelências mas cortando na verba indenizatória. Aquela usada pelos parlamentares para despesas relativas ao mandato.

Tive a curiosidade de fazer uma busca no noticiário daquela época, quando a proposta gerou reações e enfrentou resistência, ao ponto de inviabilizar-se. Autoridades econômicas apressaram-se a negar a possibilidade financeira do aumento. Hoje, os mesmos personagens, nos mesmos postos, recolhem-se ao silêncio.

Houve quatro anos atrás também alguma reação dos movimentos sociais, com destaque para a União Nacional dos Estudantes (UNE). Hoje, nada.

Os personagens não mudaram. Mudou foi o ambiente. Na política, a situação era algo paralela, com Luiz Inácio Lula da Silva tendo conquistado a reeleição. Talvez a diferença hoje esteja na relativa fraqueza dos equipamentos à disposição da sociedade para resistir ao poder. Uns foram absorvidos. Outros, derrotados na recente eleição.

Veremos qual a reação. Se vier, virá de canais insuspeitados. A política insititucional encontra-se acomodada e, digamos, encaixada na arquitetura do exercício do poder. Sua aparência é de uma sociedade por ações.
Mais que um desenho clássico de situação e oposição, parece uma assembleia de cotistas.

O Executivo não reagirá à proposta de aumento porque nela está contemplado. E o Judiciário ficará agora mais confortável, menos saliente, na companhia das outras duas hastes do tripé.

Os parlamentares antes do aumento ganhavam abaixo do razoável? Sim. O salário de quase R$ 27 mil reais é adequado para deputados, senadores, presidente, vice e ministros de Estado? Sim. O problema não é esse.
Preocupante é a coisa ter acontecido sem debate, sem resistência, sem indignação. Vimos transitando de um ambiente de histerias automáticas para um de acomodações automáticas. Tão ruim quanto, ou até pior.

Do exagero na crítica sempre se recolhe algo útil. Da paz dos cemitérios, nada.
L3R ? 3NT40 CL1K4 N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

Muitos governantes podem ser chamados de exterminadores do futuro

O presidente Lula disse nesta hoje, na cerimônia de inauguração do Polo Naval, em Rio Grande (RS), que muitos dos ex-governantes do Brasil deveriam ser chamados de “exterminadores do futuro”. 

Segundo Lula, muitos dos seus antecessores “passavam desesperança” aos brasileiros. 

O presidente comemorou na ocasião, a redução do desemprego em setembro, que segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ficou em 6,2%, e destacou o aumento do salário médio em setembro e a expectativa de injeção, por causa do 13ª salário, de 102 bilhões na economia brasileira até o fim do ano. 

O rendimento real médio dos trabalhadores ficou em R$ 1.499 no mês passado e é o maior desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em março de 2002. 

“É mais gente comprando, mais gente produzindo. É este o país que nós vamos deixar depois de 8 anos de mandato na Presidência da República", disse Lula.
L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

3 notícias, cada uma melhor do que a outra

O IBGE divulgou hoje sua pesquisa de desemprego relativa a agosto com a qual mostra que a taxa ficou em 6,7%, a menor considerando todos os meses, desde março de 2002. No mês de julho deste ano este índice havia ficado em 6,9% e em agosto de 2009 em 8,1%.

Naturais, eu acho, e são taxas auto-explicativas da política econômica e de emprego do governo Lula que, ao final, terá gerado 14 milhões de empregos em 8 anos contra 800 mil criados nos 8 anos da administração FHC/Serra.

Também o salário médio mensal dos trabalhadores em agosto levantado pelo IBGE teve uma alta de 1,4% no país, ficando em R$ 1.472,10 em comparação com o mês de julho pp. Já em relação a agosto do ano passado, a renda média do brasileiro subiu 5,5%.

Este rendimento médio da população tomando agosto em comparação com julho últimos subiu 1,4%. Mas houve um aumento bem maior -  da ordem de 5,5% - se a comparação for com agosto do ano passado. É claro que no cômputo geral, há aí o peso dos aumentos do salário mínimo com reajustes reais e acima da inflação, concedidos pela administração Lula em contraposição à política de arrocho salarial sustentada nos 8 anos do tucanato de FHC/Serra.

É este quadro que leva o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, a prever que o país criará mais de 3 milhões de empregos formais (com carteira assinada e todos os direitos sociais e trabalhistas) já no próximo ano e atingirá a marca de 10 milhões de novas vagas ao longo dos quatro anos do próximo governo, superando até mesmo este desempenho recorde dos últimos anos.

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Salário de aposentado da União triplica em dez anos

Desde 2000, benefícios pagos aos inativos do setor público tiveram reajustes de até 360%. Nos quadros vinculados ao Ministério Público da União, repasses individuais chegam a R$ 30.166 mensais. 

A renda média dos servidores afastados do Judiciário saltou de R$ 7,6 mil para R$ 23 mil, e no Legislativo, de R$ 5,3 mil para R$ 19,9 mil. Na lanterna dos aumentos ficou o Executivo, que hoje paga, em média, R$ 5 mil a seus aposentados e pensionistas — ainda assim, um acréscimo de 172%, acima da inflação registrada no período, que foi de 105%. 

A disparada no valor dos desembolsos preocupa os técnicos do governo, principalmente diante da proposta, que tramita no Congresso, de isentar os rendimentos da taxação de 11%.
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Massa salarial cresce 6,7% no trimestre

Elevação do poder de compra da população decorre do crescimento simultâneo de emprego e renda

Sergio Lamucci – VALOR

O ritmo de crescimento da massa salarial ganhou força nos últimos meses, com a alta expressiva tanto do nível de emprego quanto da renda dos trabalhadores. Na média do segundo trimestre, a massa aumentou 6,7% na comparação com os mesmos meses do ano anterior, já descontada a inflação. É uma taxa bem superior aos níveis registrados no começo do ano, como a alta de 2,1% de janeiro .
Em junho, a contribuição da ocupação e da renda foi quase idêntica para o crescimento da massa salarial: a primeira avançou 3,5% sobre o mesmo mês de 2009, uma taxa expressiva, mas inferior aos 4,3% de abril e maio. No caso da renda real, houve aceleração, com alta de 2,5% em maio e 3,4% em junho, na mesma base de comparação.
Para a segunda metade do ano, as perspectivas continuam positivas, embora pareça provável alguma desaceleração da velocidade de alta da massa salarial, especialmente em decorrência de uma perda de fôlego da ocupação. Ainda assim, a massa continuará a ser uma das principais fontes de sustentação da demanda. As estimativas mais conservadoras apontam para uma expansão em 2010 entre 5% e 7% – mais que os 4% de 2009, mas inferiores aos 7,5% de 2008, sempre acima da inflação.
O mercado de trabalho teve um primeiro semestre extremamente aquecido. As empresas aceleraram o ritmo de contratações, dada a expectativa de que o país continuará a crescer a taxas razoáveis nos próximos trimestres, ainda que inferiores às dos três primeiros meses de 2010. Nas seis principais regiões metropolitanas do país, a ocupação cresceu com mais força a partir de fevereiro, quando aumentou 3,5% em relação ao mesmo mês de 2009, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE). Em abril e maio, a alta foi de 4,3% nessa base de comparação.
Foi um período de forte crescimento do emprego com carteira assinada, com a indústria recompondo o estoque de mão de obra dispensado no pior momento da crise, diz o economista Fábio Romão, da LCA Consultores. Retrato do que se passa no mercado formal, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra uma alta forte das contratações também na construção civil e nos serviços.
Em junho, porém, a ocupação nas seis regiões metropolitanas cresceu 3,5%, um ritmo mais fraco do que nos dois meses anteriores. Para Romão, o ímpeto de contratação na indústria e também em outros setores deverá ser menor daqui para frente, levando a uma alta mais modesta do nível de emprego. Um aumento da ocupação superior a 4% na comparação com os mesmos meses de 2009 não deve se repetir, acredita ele.
O economista Cristiano Souza, do Santander, também acredita que o aumento do nível de emprego poderá perder fôlego nos próximos meses. “Há limites para a alta da ocupação.” Os números do Caged mostram que, em junho, o saldo entre contratações e demissões foi de 213 mil postos de trabalho, abaixo dos 305,1 mil de abril e dos 298 mil de maio.
Se há um razoável consenso de que a ocupação tende a avançar a um ritmo menos exuberante, há mais controvérsia quanto ao que ocorrerá com o rendimento. Romão aposta que também aí haverá uma perda de fôlego.
Segundo ele, a atividade econômica está mais fraca do que no começo do ano, o que limita um pouco o poder de barganha dos trabalhadores, e os índices de preços deverão subir nos próximos meses na comparação com os níveis muito baixos observados em junho e julho – um movimento nada exagerado, mas que contribuirá para limitar uma parte dos ganhos de renda acima da inflação.
“Com isso, nos próximos meses, dificilmente a massa salarial real vai crescer acima de 7% em relação a igual período do ano passado”, diz Romão. Em alguns meses do primeiro semestre de 2008, a massa chegou a avançar mais de 10% acima da inflação.
Já Souza acredita que ainda há espaço para aumentos consideráveis da renda. “O salário dos novos contratatados está subindo, à medida que se esgota o estoque de trabalhadores”, afirma ele, observando que, num mercado aquecido, há trocas de emprego por conta de ofertas de trabalho por salário maior.
A economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Marzola Zara, diz que a renda tem reagido ao mercado de trabalho mais apertado, com demanda forte por mão de obra num momento de menor oferta. “Isso leva a maiores reajustes e, também, a contratações por salários mais altos. Além disso, em alguns setores, há escassez de mão-de-obra qualificada.”
Romão projeta uma alta de 5,3% da massa salarial em 2010, resultado da combinação de crescimento de 3,1% da ocupação e de 2,1% do rendimento. Nas contas de Romão, a ocupação cresce mais na média do ano do que a renda em grande parte por causa da taxa de expansão mais forte registrada no primeiro semestre. Enquanto o nível de emprego subiu 3,2% de janeiro a junho, a alta do rendimento foi de 1,7% no período.
Em 2009, o grande responsável pela alta de 4% da massa salarial foi a renda real, que subiu 3,2%, enquanto a ocupação avançou 0,7%. Em 2008, um ano de forte crescimento econômico, os dois tiveram uma expansão similar, de 3,4%.
Os economistas do Credit Suisse têm uma previsão de 3,5% para a expansão da renda em 2010, mais que o 1,7% do primeiro semestre deste ano, mas inferior ao aumento médio de 3,6% entre 2006 e 2008. O banco aposta que a velocidade de expansão “continuará a ser mais significativa para os trabalhadores com menor escolaridade, cenário que não corrobora uma avaliação de escassez de mão de obra mais qualificada no país”. Para a massa salarial, o Credit Suisse projeta alta neste ano de 7,1%, já descontada a inflação, com alta de 3,6% para a ocupação.

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