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Lawfare

Repetem o mesmo enredo na Argentina, prendem a candidata favorita a presidência, Cristina Kirchner, para que o candidato do mercado, Mauricio Macri ou outro qualquer, seja eleito e continue tirando direitos dos cidadãos e beneficiando bancos e rentistas.

Enquanto isso Maduro é taxado de ditador.

Ê gente, enquanto o povo ficar brigando só nas redes sociais a direita pinta, borda e a miséria se alastra.

Corja!

Todo mundo quer ser bom, mas da lua só vemos um pedaço
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Brasil e Argentina, uma parceria de 1ª grandeza


A presidenta Dilma Rousseff ressaltou a importância da integração entre Brasil e Argentina durante discurso no encerramento da 18ª Conferência Industrial Argentina, nesta quarta-feira (27), em Buenos Aires. A presidenta classificou a parceria entre os dois países como uma sociedade de primeira grandeza, e afirmou que a tarefa primordial é trabalhar por uma mentalidade de negócios verdadeiramente binacional.
“Temos hoje maturidade política e econômica para cooperar. Temos um quadro internacional que nos impõe essa necessidade. (…) Nesse caminho é crucial o fortalecimento dos nossos setores industriais. É estratégica a integração de nossas cadeias produtivas, de forma a construir uma relevante e competitiva indústria regional. Compartilhar processos, produtos e inovação, e cooperar em ciência, em tecnologia e educação. Buscar a nossa integração industrial regional, é disso que se trata.”, afirma.
A presidenta também falou da necessidade de se buscar um equilíbrio maior nas relações comerciais entre os dois países, com uma expansão nas interações. Dilma lembrou as restrições administrativas à importação de produtos brasileiros e citou a integração produtiva no setor automobilístico, que representa, segundo ela, 50% do comércios bilateral.
“Nós não podemos negar o impacto adverso das restrições administrativas sobre o intercâmbio bilateral, mas também é forçoso reconhecer que, em grande medida, os números de 2012 refletem uma diminuição da capacidade produtiva e do consumo, não só no Brasil e na Argentina (…). Não obstante essa realidade, nossos arranjos não podem levar a uma situação de desvio do comércio recíproco em benefício de parceiros extra-regionais. Podemos ter parceiros extra-regionais, mas não em detrimento do avanço da nossa relação de integração regional”, completou.

Mercosul: entrada da Venezuela no bloco tem significado histórico


A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (31), no Palácio do Planalto, após a Cúpula Extraordinária do Mercosul, que o ingresso da Venezuela no bloco, oficializado nesta quinta-feira, tem significado histórico. Segundo a presidenta, a Venezuela vai fortalecer o bloco, que consolida-se como potência energética.
“Foi uma honra e uma satisfação presidir esta reunião do Mercosul, que tem significado histórico. A Venezuela torna-se o 5º Estado Parte do Bloco. Esta é a primeira ampliação de nosso bloco, desde a sua criação, em 1991. Na qualidade de presidenta Pro Tempore do Mercosul, damos as boas-vindas ao povo venezuelano, por intermédio do presidente Hugo Chávez. Há tempos desejamos um Mercosul ampliado em suas fronteiras e com capacidades acrescidas”, disse.
Segundo Dilma, o Mercosul inicia uma nova etapa com o ingresso da Venezuela, passando a contar com uma população de 270 milhões de habitantes e um PIB em torno de US$ 3 trilhões, o que representa cerca de 83% do PIB sul-americano e 70% da população da América do Sul. A presidenta disse ainda que Mercosul torna-se um dos principais produtores mundiais de alimentos e de minérios.

Dilma também comentou a situação do Paraguai, suspenso provisoriamente do Mercosul por causa do processo político que levou, em junho deste ano, ao processo de impeachment do então presidente paraguaio Fernando Lugo. A suspensão vigora até abril de 2013, quando ocorrem as eleições presidenciais naquele país. Dilma disse esperar que o Paraguai normalize sua situação.
“O governo brasileiro, assim como os demais países que integram o Mercosul, apresentamos com toda a clareza nossa visão no que se refere à situação no Paraguai. O que moveu a totalidade da América do Sul foi compromisso inequívoco com a democracia. Os países do Mercosul, assim como os da Unasul, têm agido de forma coordenada nessa questão com o sentido único de preservar e fortalecer a democracia em nossa região (…) Nossa perspectiva é que o Paraguai normalize sua situação institucional interna para que possa reaver seus direitos plenos no Mercosul”, afirmou.

Cristina Kirchner venceu com folga o desafio reeleitoral

[...]  por uma razão simples, bem conhecida e já muito tratada, inclusive aqui. Na comparação com os antecessores, os governos Kirchner têm sido paradigma de eficência, desenvolvimento e preocupação social.

Lá, como cá, o desejo de não retornar ao passado ajudou Cristina. A ponto de ela obter votação recorde.

A Argentina tem seus problemas, com destaque para a fragilidade institucional. Ninguém sabe direito a quantas anda a inflação, aliás falar disso costuma dar dor de cabeça para os jornalistas dali. Pois os preços ali correm rápido.

E as convicções democráticas do casal Kirchner nunca foram uma brastemp.

Mas a economia cresce, gera empregos, há sinais de reindustrialização e a percepção social é que o kirchnerismo defende o país e os mais pobres. Ainda que as nuvens adiante estejam carregadas.

O momento fundador dessa percepção foi a denúncia da dívida externa, lá no começo do governo de Néstor.

Nascida do caos social e político provocado pelo colapso econômico, a necessidade da moratória se impôs, por cima de todas as advertências, ameaças e exibições de dentes.

A Argentina simplesmente não teria como sair do buraco sem ignorar uma parte dos compromissos financeiros. Ou até teria, a um custo social proibitivo.

Mais ou menos como a Grécia agora. A desvantagem dos gregos é fazerem parte de uma união monetária.

E o mais interessante foi a Argentina ter dado o passo no auge da deificação das “ideias certas”. Por exemplo a que prega a santidade e a imutabilidade dos contratos.

Uma ideia muito querida dos ideolólogos do empresariado, ainda que o empresário mesmo, o de raiz, nunca hesite quando denunciar um contrato é bom para o negócio dele.

Eu pelo menos nunca conheci nenhum que aceitasse levar a empresa à falência para honrar um mau contrato.

Os argentinos impuseram aos credores um forte desconto na dívida e não aconteceu nada. O dinheiro continuou chegando, engordando e indo embora, como sempre fizera antes. E como continuará fazendo desde que lhe garantam as necessárias condições de reprodução.

Argumentarão que a Argentina precisou pagar caro para compensar o maior risco.

E quem somos nós para dizer isso?

Aqui se produz todo ano um belo superávit primário. Um pouco mais, um pouco menos, mas sempre belo. Aqui vigora uma Lei de Responsabilidade Fiscal bastante rígida. E aqui a transparência das contas públicas é exemplo para outros países.

Tudo muito bonito.

E mesmo assim pagamos o maior prêmio do mundo a quem traz dinheiro para cá. Nossa taxa real de juros não tem concorrente. Pelo ângulo da engenharia reversa da precificação do risco, talvez sejamos, no fim das contas, um lugar bastante arriscado para investir.

Por incrível que pareça.

Se pagamos juros tão elevados é porque a coisa não vai tão bem assim. Do contrário não precisaríamos remunerar tão maravilhosamente quem traz o dinheiro.

Como curiosidade, os Estados Unidos, que estão na draga, pagam juro tendente a zero e mesmo assim qualquer marolinha planetária provoca um tsunami a favor dos títulos do Tesouro americano. E não contra.

Ainda que esse detalhe possa enfraquecer o argumento central da coluna, pois um trunfo dos Estados Unidos é a garantia pétrea de que honrarão seus compromissos.

A realidade é mesmo contraditória.

Vindo para a economia doméstica, a reeleição de Cristina Kirchner explica bem por que a colega do lado de cá da fronteira sustenta a política de redução de juros agora praticada pelo nosso Banco Central. Uma política agressiva, nas circunstâncias.

Governos espertos olham, em primeiro lugar, para o emprego e a renda. E procuram reger as demais variáveis em função das duas.

Mas, e a inflação? A verdade é que a América Latina já esqueceu dela. A memória mais recente é a da estagnação.

Com as devidas consequências políticas.
por Alon Feurwerker

Cristina Kirchner fulmina Tucademopiganalhada argentina

[...]  nas urnas
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Cristina Kirchner
Os resultados das eleições argentinas revelarão que, não apenas Cristina Kirchner foi reeleita pelo governo que fez, como a direita simplesmente desapareceu da eleição. Os adversários de Cristina foram Hermes Binner, um socialista, Eduardo Duhald, que já foi presidente e é peronista. Por fim, há também Raul Alfonsín, de centro. Se somarmos as intenções de votos de Binner e de Cristina – segundo os institutos de pesquisa locais, às vésperas do pleito, eles representavam entre 70% a 75% das intenções de votos - vamos ter uma ideia da estrondosa vitória das forças populares, nacionalistas e progressistas na Argentina.

Assim como teremos a exata noção do tamanho da derrota da direita e de toda mídia que lá, como aqui, faz oposição aberta e desesperada aos Kirchner. Podem escrever o que quiseram, até que a ignomínia de que Cristina teria vencido porque ela teria explorado a sua viuvez e seu luto, como insiste a revista Veja. Podem mentir à vontade. Mas a verdade pura e simples está nas urnas, na vontade popular. Não há como negar, lá, como aqui, o povo está onde sempre esteve, com aqueles que o defendem.
Em bom português, a vitória de Cristina foi acachapante – ou seja, esmagadora mesmo. Só perdeu um governo de província dentre 9.  Venceu, ainda, em todas as cidades importantes do país. Mais. Cristina venceu nas disputadas Santa Fé e em Córdoba – um feito inédito. Ganhou 89 das 130 cadeiras em disputa na Câmara e 17 das 24 no Senado, reconquistando a maioria absoluta nas duas casas legislativas, o que muda totalmente o quadro político argentino.

Oposição progressista

O socialista Hermes Binner manteve-se como segunda força parlamentar e se firmou como oposição progressista. Chama a atenção nesse cenário o papel da juventude na recuperação e na vitória de Cristina Kirchner, depois da derrota, em 2008, para os ruralistas e, em 2009, nas eleições nas províncias.
A União Cívica Radical (UCR), de Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-89), ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais, não vencendo em nenhuma província.

A propósito, uma constatação para os que fazem oposição sem posição, na base do moralismo udenista: Elisa Carrió, Coalición Cívica (CC), obteve dez vezes menos votos que quatro anos atrás. Neste domingo, foi a grande perdedora dos votos, chegando a modestos 1,5% dos votos, quando em 2007 obteve 24%. Os resultados indicam meros 400 mil votos ante os mais de 4 milhões que já obteve no passado.

Hegemonia e vitória histórica

Para resumir: a direita desapareceu. Com maioria no Congresso, Cristina Kirchner vai poder, agora, fazer as reformas que a Argentina necessita para consolidar seu crescimento econômico. E o mais importante, o Peronismo tem agora uma líder inconteste. Seus adversários internos foram derrotados, consolidando não apenas sua liderança, mas sua hegemonia no movimento mais importante da Argentina. Uma vitória histórica que consolida a era das reformas e da inclusão na Argentina e na América Latina.
por Zé Dirceu

Deu o óbvio

Tivesse o resultado sido o contrário...o escritor mudaria algumas palavras e manteria o titulo do artigo. Faz parte do oficio dele manipular palavras. Triste quando manipulam a realidade em troca de $$$.

A presidente Cristina Kirchner venceu com facilidade o ensaio geral da eleição argentina marcada para outubro. Lá tem disso. Dois meses antes de ir à urna para decidir de fato, o eleitor precisa comparecer para um faz-de-conta.

A viúva de Néstor deu de lavada, confirmou os prognósticos. Os adversários ficaram na poeira. Apesar das recentes derrotas dos candidatos dela em eleições locais, em regiões importantes.

Lá como cá o eleitor não vota em bloco. Não mistura as coisas. Pode perfeitamente caminhar de um jeito para prefeito, ou governador, e de outro para presidente da República. A maioria do eleitorado não olha para partidos, mas para pessoas, linhas.

Os Kirchner conseguem recolher a confiança popular por uma razão singela. Porque a Argentina deixou para trás a bagunça econômica legada por etapas desastrosas sucessivas. Um trabalho de desconstrução nacional sistemático.

Da desindustrialização dos militares à fantasia cambial de Carlos Menem, passando pela hiperinflação de Raúl Alfonsín. Uma bagunça que culminou no colapso do governo de Fernando de La Rúa.

Que pagou o pato pelas maluquices acumuladas, não mostrou energia para montar o touro bravo e precisou sair pela porta dos fundos. Ou pelo teto. De helicóptero.

Aí veio Néstor Kirchner, eleito na onda antimenemista, e teve a coragem de dizer que a dívida argentina era mais que impagável, até por já ter sido paga.

E impôs aos credores um deságio forçado dos títulos. A banca e os representantes dela chiaram, como esperado, mas a situação do país legitimava a ousadia.

O sucesso político de hoje dos Kirchner apoia-se naquela ruptura. Naquela recusa a tratar o “respeito aos contratos” como religião.

Kirchner fez apenas o que qualquer empresário faz quando pega uma firma com um monte de maus negócios em andamento. Entre morrer agarrado aos contratos e exigir a renegociação deles, vai sempre pela segunda opção.

Ainda que na hora de tratar com o governo o mesmo empresário prefira rezar pela cartilha do respeito aos contratos a qualquer custo.

A partir daquele passo a Argentina pôde entrar na trilha do crescimento econômico robusto e com estabilidade.

É pouco? Para os argentinos parece ser muito, daí as seguidas vitórias eleitorais do kirchnerismo.

Falta ainda à Argentina um arcabouço institucional para perenizar esse progresso com estabilidade. O governo investe sistematicamente contra a imprensa. A cultura política do confronto produz turbulências periódicas.

E a inflação é desagradavelmente alta. Sem que ninguém saiba direito qual é o número de verdade.

Mas na comparação com o antes a dupla Kirchner vai longe na frente. Os números comprovam. E as urnas também.

Inexplicável

Dilma Rousseff adverte para o necessário cuidado com a nossa jabuticabeira, a árvore que fornece a maior taxa básica de juros e o maior spread do planeta.

Desculpe, leitor, se às vezes aqui a coisa fica meio repetitiva. Mas se os problemas são os mesmos não há muito como fugir.

No discurso das nossas autoridades o Brasil é um portento planetário. Aqui as crises não chegam, ou chegam só como marolinha.

As nossas contas públicas são exemplares, produto da disciplina fiscal que o governo cultiva com mão de ferro.

No entanto, o governo brasileiro é o que tem mais dificuldade para rolar suas dívidas. Para pegar emprestado precisa pagar juros maiores do que qualquer outro país.

Jornais e revistas já organizaram séries com intervenções de sábios. Seminários discutem aprofundadamente o tema. Papers acadêmicos mostram o produto da imensa energia intelectual investida no assunto.

E os especialistas têm lá suas explicações, sempre proferidas com jeitão de verdade absoluta.

Mas o problema continua no mesmo lugar. Sem uma explicação simples e direta.

De duas uma. Ou 
1) somos tudo o que acreditamos ser e então os juros aqui são um escândalo ou 
2) nossos juros são necessários e o surto pátrio de autoestima hiperbólica é apenas o retrato de uma farsa.  

por Marcos Coimbra


Cristina e Dilma

Entre várias coisas em comum e algumas diferenças, Argentina e Brasil compartilham, hoje, uma característica relevante de seu sistema político: os dois países são governados por mulheres, ambas eleitas para dar continuidade a administrações populares.
Cristina Kirchner e Dilma já participavam dos governos anteriores, cada uma à sua maneira. A brasileira era a principal ministra e peça fundamental do governo Lula.
Sua colega argentina, a esposa de Nestor Kirchner, que a escolheu como sucessora em 2007, depois de avaliar que as perspectivas de sua própria reeleição eram incertas (fora os problemas de saúde pelos quais passava e que acabaram por levar a seu precoce falecimento em 2010).
Cristina, como Dilma, é a primeira mulher eleita presidente de seu país. Mas não é a primeira a ter papel central no governo.
Contrariando a modernidade da cultura argentina em tantas dimensões (arte, literatura, ciência, humanidades, etc.), Cristina é a terceira esposa de um líder político a ter essa função no país. Eva e Isabel, suas duas antecessoras, foram casadas com Juan Domingo Perón.
Evita nunca teve cargo no governo (salvo a presidência da Fundação Eva Perón) e morreu (em 1952) sem disputar a vaga de vice-presidente na chapa encabeçada pelo marido na eleição de 1951, apesar dos apelos das bases peronistas.
Mas foi a figura mais decisiva da vida política de seu país por um largo período, sem a qual Perón não teria se tornado quem foi. Isabelita é que foi candidata a vice de Perón, na sua volta à Argentina em 1973, e o sucedeu quando ele morreu. Ficou, no entanto, menos de dois anos no poder, sendo deposta por um golpe militar.
Embora Cristina tivesse carreira política própria (pois tinha sido o equivalente a deputada estadual e a deputada federal por sua província, assim como senadora por três mandatos), ela muito dificilmente chegaria à presidência da Argentina se não fosse casada com Nestor. Seja na eleição, no governo e até morrer, ele era bem mais que o “primeiro cavalheiro” do país.
Embora alguns vejam analogias entre ela e Dilma nesse aspecto, argumentando que Lula seria equivalente a Nestor Kirchner no papel de “inventor” da candidatura da brasileira e “tutor” de seu governo, a ausência de qualquer vínculo familiar e não-político entre eles é mais decisiva.
O que é acessório na relação entre Lula e Dilma (a diferença de gênero) é essencial na relação marido/mulher que existia entre Nestor e Cristina.
Ambas têm muitas coisas em comum. Algumas são grandes e significativas, outras parecem pequenas e irrelevantes. Mas não são.
As duas gostam, por exemplo, de ser chamadas “presidentas”. Mas externaram a preferência de maneiras completamente distintas.
Ainda na campanha, Cristina deixou mudos seus simpatizantes quando interrompeu um comício em que a palavra de ordem “Cristina presidente” era entoada por milhares de pessoas. Enraivecida, deixou claro que considerava a expressão uma manifestação de machismo. Com o dedo em riste, disse a todos que teriam que se acostumar com a nova forma e repetiu “presidenta” esticando a pronúncia do “a” final, como um mantra: “presidentaaa”.
Consta que, nos primeiros tempos na Casa Rosada, seu cerimonial devolveu centenas de correspondências endereçadas com a grafia que repudiava. Nas entrevistas, não responde se for tratada como “presidente”.
Aqui, a mídia procura ridicularizar quem faz como Dilma pede. Que não é qualquer atentado ao vernáculo: todos os principais dicionários registram “presidenta”. É por pura antipatia que nossos jornais insistem em lhe negar o direito de escolher o tratamento.
Cristina, face à permanente intransigência da grande imprensa contra seu governo, tem respondido com retaliações diretas e indiretas.
A Ley de Medios que seu governo propôs (e que o Parlamento aprovou por larga maioria) procura romper os oligopólios de comunicação e franquear o acesso de entes públicos e comunitários à radiodifusão.
Há quem diga que seria bom para a Argentina se Cristina aprendesse algumas coisas com Dilma (a educação e a paciência, por exemplo). Mas a recíproca talvez valha: e se Dilma tivesse mais de Cristina, o que diria muita gente por aqui?

Uma agressão gratuita da SIP ao presidente

Um ataque grosseiro, absurdo, absolutamente gratuito, essa declaração de Alexandre Aguirre, presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), de que o presidente Lula "não pode ser chamado de democrático", é uma ameaça a democracia e tenta aprovar no Congresso leis que limitam a liberdade de imprensa.

A Venezuela, segundo o falatório de Aguirre é o país da América Latina onde mais claramente se expressa a tendência de interferência do governo na mídia.  Já o que mais caracteriza do governo do presiente Lula, na opinião de Aguirre, é sua proximidade com os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, Evo Morales, da Bolívia e Cristina Kirchner, da Argentina (leia nota abaixo).

E o  pior dessa história: A Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo ao darem guarida a esta declaração  (e o Estadão a leva para manchete da 1ª página) sem a contestarem e sem questionarem o autor transformam-se em verdadeiros panfletos e retratam bem sua credibilidade - zero.

Que lei o presidente Lula tentou aprovar limitadora da liberdade de imprensa que, no Brasil, é garantida pela Constituição? Aguirre quer embasar suas declarações, ainda, na forma como é usada publicidade oficial e nas relações do governo do Brasil com os da Venezuela, Bolívia e Argentina.

O que há de errado na distribuição da publicidade oficial? Que ponto em torno de seu uso pode ser levantado como exemplo de antidemocrático? Pelo contrário, a grita é porque o governo descentralizou essa publicidade, há décadas despejada só nos grandes conglomerados de comunicação e agora, no governo Lula, distribuída igualitariamente pela mídia de todo o país, inclusive a do interior.

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