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Frase do dia

O Brasil vive hoje uma epidemia de:

  • Moralistas sem moral
  • Capitalistas sem capital
  • Patriotas sem patriotismo
  • Cristãos sem cristianismo
por Tiago Nogueira
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Um representante do povo tem que ter reputação ilibada

Ele tem que ser um exemplo de comportamento para o povo. 

Ele tem uma responsabilidade de agir com honestidade e ética. 

Agora se agarrar a letra da lei para se manter no poder não é uma atitude patriótica, independentemente do partido. 

Eu acho que Eduardo Azeredo deveria ter renunciado ao mandato logo que surgiram as denuncias contra ele. 

Para representar o povo não pode haver nem sombra de dúvida com relação a honestidade do parlamentar. 

Não precisava nem de julgamento. 

Basta ter vergonha na cara e hombridade, o que está faltando a nossos parlamentares do TODOS os partidos.

A moralidade é uma virtude disputada


[...] Mesmo aqueles que dela conhecem apenas o nome gostam de falar sobre virtudes morais como se fossem íntimos de longa data.
Em época eleitoral, por exemplo, somos obrigados a acompanhar o espetáculo lamentável de moralistas de última hora, que parecem acreditar no pendor infinito da população ao esquecimento e à indignação seletiva.
Melhor seria que eles se abstivessem de falar de moral antes de meditar profundamente a respeito da passagem do Evangelho que exorta a primeiro tirar a trave no seu próprio olho antes de retirar o cisco no olho do próximo.
Por exemplo, o Brasil vive um momento importante com o corajoso julgamento do chamado mensalão. Espera-se, com justiça, que daí nasça uma nova jurisprudência para crimes de corrupção eleitoral. Espera-se também que ninguém saia impune desse caso vergonhoso.
No entanto é tentar resvalar a moralidade à condição de discurso da aparência e da esperteza ver políticos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seu candidato à Prefeitura de São Paulo tentarem utilizar a justa indignação popular em benefício eleitoral próprio.
Caso eles realmente amem os usos das virtudes morais em política, melhor seria se começassem por fazer uma profunda autocrítica sobre o papel de seu partido na criação do próprio mensalão, da acusação de compra de voto na emenda da reeleição, assim como fornecer uma resposta que não fira a inteligência quando membros de seu partido -como Marconi Perillo, Yeda Crusius e Cássio Cunha Lima- aparecem envolvidos até a medula em casos de corrupção.
Seria bom também que eles explicassem por que apoiam incondicionalmente um prefeito que chegou a ter seus bens apreendidos pela Justiça no ano passado devido ao caráter da contratação da empresa Controlar, e por que a Justiça suíça e a francesa investigam propinas que a empresa Alstom teria pago a políticos do governo paulista em troca de contratos com a Eletropaulo.
Por fim, seria uma boa demonstração de respeito aos eleitores que o candidato Serra se defendesse, de preferência sem impropérios, a respeito das acusações sobre o processo de privatização de empresas federais no período FHC.
Sem isso, toda essa pantomima lembrará uma velha piada francesa sobre um sujeito que dizia a todos em sua pequena cidade ser amigo de Charles de Gaulle. Eis que um dia, De Gaulle aparece na cidade. Para não ser desmascarado, o sujeito resolve chegar perto do presidente e, com um tom de cumplicidade, perguntar: "E aí, Charles, o que há de novo?". "De novo", respondeu De Gaulle,"só mesmo essa intimidade".
VLADIMIR SAFATLE

Quanto mais rico, mais trapaceiro


Pessoas de classe social alta, com mais recursos econômicos e educação, tendem a comportamentos menos éticos do que as com menos recursos.
A afirmação é do pesquisador Rodolfo Mendoza-Denton, professor do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA), que assina o trabalho com colegas da Universidade de Toronto (Canadá).
"Realizamos 7 estudos experimentais que nos levaram a conclusões surpreendentes, disse ele em entrevista à agência de notícias Efe. Normalmente se pensa que as pessoas com menos recursos têm mais motivação para se comportar de maneira imoral, antiética e violar a lei."
A equipe, liderada por Paul Piff, efetuou 2 testes em situações normais para avaliar as probabilidades de os motoristas fecharem o cruzamento de outros veículos em uma intersecção muito transitada de duas ruas, bem como de pedestres em uma esquina da mesma área de San Francisco.
O fator de referência foi a marca do veículo, a idade e aparência do motorista para apontar sua classe social.
Os autores descobriram que uma porcentagem mais alta dos motoristas de veículos caros ("um Porsche ou uma Ferrari", disse Mendoza-Denton) se antecipava ao cruzamento de outros veículos ou dos pedestres, comparado com os motoristas de veículos de menos luxo.
Outros cinco experimentos realizados em laboratório com estudantes e pela internet, com uma amostra de alcance nacional de adultos, revelaram que os participantes que se consideravam de "classe alta" tinham mais tendência a tomar decisões antiéticas do que os de "classe baixa".
Entre esses comportamentos está furtar objetos valiosos de outras pessoas, mentir em uma negociação ou aumentar as possibilidades de ganhar um prêmio e dar aval a uma conduta incorreta no trabalho.
"O importante não é apenas a conclusão de que as pessoas que estão mais acima tendem a se comportar menos eticamente, mas avaliar por que o fazem", declarou Mendoza-Denton.
"Descobrimos que as pessoas de classe baixa ou que se percebem como tal estão mais expostas a perigos, têm menos recursos e um trabalho que não é estável, o que torna suas vidas menos previsíveis", disse o pesquisador.
"Os cidadãos desse nível social trabalham mais para garantir que as relações humanas serão fortes e duradouras", acrescentou.
Por outro lado, os membros da classe alta, "como têm mais recursos, se sentem mais seguros, têm o luxo de ser mais independentes, tendem a focar os pensamentos e as emoções em si mesmos e pensam menos nas consequências que seu comportamento tem para outros", concluiu.
Pessoas de classes mais altas também demonstraram ser menos propensas a dizer a verdade em uma negociação hipotética de emprego, na qual atuaram como empregadores tentando contratar alguém para um trabalho que sabiam que seria encerrado em breve.
E, quando receberam um recipiente com doces, que os pesquisadores informaram ser para crianças que participavam de experiências em um laboratório vizinho, os mais ricos tiraram mais balas do que os demais, quando informados que poderiam pegar algumas.
Os mais ricos também parecem ser mais focados em suas metas, veem a ganância de forma mais positiva e têm sentimentos mais fortes de autoindulgência, revelou o estudo.
"A busca do interesse próprio é uma motivação mais fundamental na elite da sociedade e o desejo aumentado, associado a maior riqueza e status podem promover más atitudes", destacou o estudo, publicado na revista especializada "PNAS".

Os valores tradicionais não são tão importantes quanto os conservadores gostariam que nós acreditássemos

Dinheiro e Moral

por Paul Krugman

A desigualdade se tornou assunto de debate nacional. Entre os países ricos, os Estados Unidos se destacam como aquele no qual o status social e econômico tem maior probabilidade de ser transferido de geração a geração.
E isso tornou inevitável o que aconteceu a seguir: os conservadores subitamente começaram a nos dizer que a questão real não é de dinheiro, mas sim de ordem estritamente moral.
Mas será que a questão é realmente moral? Não: ela gira principalmente em torno de dinheiro.
É justo ressaltar que “Coming Apart: The Status of White America, 1960-2010″, o livro de Charles Murray que embasa o ataque conservador, ilumina algumas tendências notáveis.
Entre os norte-americanos brancos com nível educacional de segundo grau ou inferior, o número de casamentos e a participação masculina na força de trabalho estão em queda, enquanto o número de crianças nascidas fora do casamento está crescendo.
Fica claro que a classe operária branca mudou para um comportamento que não parece bom. Mas a primeira pergunta a ser feita deveria ser: as coisas vão realmente tão mal no que tange aos valores?
Murray jamais menciona a queda no número de gestações na adolescência entre todos os grupos raciais, desde 1990, ou a queda de 60% no número de crimes violentos, da metade dos anos 90 até os dias de hoje.
No entanto, para os homens com nível educacional mais baixo, tudo vem sendo negativo. Ajustado pela inflação, o salário inicial de um homem com educação de segundo grau caiu em 23%, de 1973 para cá. Enquanto isso, os benefícios dos trabalhadores despencaram.
Em 1980, 65% dos formandos recentes no segundo grau empregados pelo setor privado contavam com planos de saúde oferecidos pelos empregadores; em 2009, essa proporção havia se reduzido a somente 29%.
Assim, nos tornamos uma sociedade na qual os homens com menor nível de educação encontram grande dificuldade em encontrar empregos com salários decentes e bons benefícios.
Mas ainda assim devemos nos surpreender por esses homens se inclinarem menos a entrar na força de trabalho ou se casarem, e concluir que a causa só pode ser algum misterioso colapso moral causado por progressistas entojados.
E Murray também nos informa que os casamentos na classe trabalhadora, quando acontecem, se tornaram menos felizes. Estranho? É preciso considerar que problemas de dinheiro em geral têm essa consequência.
Assim, deveríamos rejeitar os esforços para desviar o diálogo nacional da desigualdade cada vez mais alta para as supostas deficiências morais dos norte-americanos que estão sendo deixados para trás.
Os valores tradicionais não são tão importantes quanto os conservadores gostariam que acreditássemos -e, de qualquer forma, as mudanças sociais em curso na classe trabalhadora norte-americana são fundamentalmente consequência de uma alta acentuada na desigualdade, e não sua causa.
Tradução de PAULO MIGLIACCI

Infeliz daquele que prega uma moral que não pratica

Má procedência 1
O porteiro do prédio entrega, por engano, a um morador o jornal que pertence a outro morador e lá está o número do apartamento escrito à mão, na capa do exemplar, de forma bem nítida. E o condômino, que não é dono do jornal muito menos seu assinante, se faz de desentendido e o leva para casa. Pergunto: quem age dessa forma tem moral para criticar os políticos, ainda que seja Paulo Maluf ou Jader Barbalho?


Má procedência 2
No Brasil, as pessoas têm o hábito de exigir honestidade dos outros, todavia se recusam a praticá-la. O que se apossou do jornal do vizinho, nem sabe o que é isso.



Má procedência 3

Pelos pequenos gestos dá para aferir a educação doméstica e o caráter de alguém. Estacionar o carro ocupando duas vagas, impos- sibilitando que outro tenha onde parar. Ocupar espaços destinados a portadores de deficiência, é outra prática comum, bem como furar filas. Convoco todos a uma profunda reflexão a esse respeito. Vamos começar por nós mesmos.

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