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Serra e pig, unha e cuticula

Momento 1 - explodem os casos Asltom e da máfia dos fiscais da Prefeitura. Entram na linha de fogo dois lugares-tenentes do esquema Serra: Andrea Matarazzo e o ex-Secretário das Finanças do município Mauro Ricardo. O caso de agrava quando se conatata que a controladoria do município abriu inquérito contra a máfia e Mauro Ricardo engavetou sob a alegação de que as denúncias anônimas não traziam provas. A fogueira esquenta.
 
Momento 2 - acuado, Serra amarela e dá entrevista à Folha interrompendo momentaneamente a retórica da radicalização. Mostra-se o mais cordato e democrático dos brasileiros e o mais solidário dos tucanos, disponível até para apoiar Aécio Neves.
 
Momento 3 - aí, a cobertura da mídia corrige a inconfidência inicial e, apesar de Mauro Ricardo já ter admitido publicamente ter sido responsável pelo arquivamento das investigações, são divulgadas apenas grampos no qual o acusado menciona Kassab. E o fogo de encontro afasta a fogueira que ameaçava se alastrar sobre o esquema Serra,
 
Momento 4 - sentindo que mais uma vez a cobertura consegue desviar o foco dele, Serra recobra a agressividade e volta a acusar o PSDB de leniente como oposição. Não passou nenhuma semana depois do ato de contrição.
 
Não sei até quando a velha mídia vai sustentar esse jogo de cena de ignorar o histórico de Serra. Há um conjunto de investigações que ganhou dinâmica própria e um volume expressivo de informações disponíveis sobre a atuação do esquema Serra desde seus tempos de Secretário do Planejamento de Montoro. 
 
É questão de tempo para se desfazer a blindagem. 
 
Quando a barragem explodir, como irão se explicar para seus leitores.
LUIS NASSIF

Tenha calma

Viva sem pressa pois a vida se vive aos poucos 

Qual a frase mais dita na história da humanidade?

- Não sei.
- Exatamente!

Marina de vice?

Para que?
Isso não é um sonho psicodélico
É um pesadélico político eleitoral

Ser vice para quê? Essa é a pergunta que começa a ser feita cada vez mais por membros do Rede Sustentabilidade, de Marina Silva.

Um integrante do Rede revelou à Carta Maior que a ideia de ser ou não ser vice de Eduardo Campos não está “sacramentada”; vai ficar para 2014 e será submetida ao “coletivo”. Esse é o compromisso que Marina teria assumido diante da perplexidade e, aos poucos, da insatisfação que tem sido gerada entre seus seguidores na relação com o PSB nacional e nos estados.

Segundo esse integrante, que participou recentemente da reunião em São Paulo que juntou dirigentes do PSB e membros do Rede, ambos os partidos estão ainda se conhecendo melhor, e as arestas a serem desbastadas são muitas.

A ideia de Marina ser vice não teria sido um compromisso. Foi simplesmente isto: uma ideia. Tendo sido proposta pela própria Marina, ela não estaria impedida de tirar o time de campo. O único acordo definitivamente selado entre os dois é o de que o candidato é Eduardo Campos. Marina, em hipótese alguma, disputará a cabeça de chapa do PSB.

Mesmo que quisesse romper esse acordo, o Rede sabe que não teria como derrotar a indicação mais que previsível do PSB. Além do controle de Campos sobre os diretórios estaduais, Marina Silva tem adversários à esquerda e à direita, no PSB, como, respectivamente, Roberto Amaral (primeiro vice-presidente nacional da sigla) e Márcio França (deputado federal e presidente do Diretório Estadual de São Paulo).

A chance de uma reviravolta na vaga para a vice-presidência não é o desejo pessoal de Marina Silva, que, como diria Vicente Matheus, entrou na chuva para se queimar. Por enquanto, também não é um assunto sequer cogitado por Eduardo Campos. Mas cresce, entre integrantes do Rede, a convicção de que não vale a pena estar na chapa presidencial.

Os argumentos contrários a se compor a vice do PSB são fortes e, paulatinamente, se tornam mais convincentes.

Até 2014, os pontos centrais da decisão vão depender, primeiro, do quanto Eduardo Campos conseguir receber de transferência de intenções de voto antes endereçadas a Marina. Segundo, de essa transferência ser capaz não apenas de provocar segundo turno, mas de fazer Campos superar Aécio. Por enquanto, o cenário atual, confirmado por pesquisas sucessivas, indica vitória de Dilma em primeiro turno, com Aécio em segundo, bem atrás de Dilma, e Campos em terceiro, bem atrás de Aécio.

Claro que eleições são ganhas ou perdidas durante uma campanha, assim como corridas são ganhas nas pistas, a cada curva, e não no grid de largada. Mas a estratégia precisa estar definida pelo piloto antes de ligar os motores.

A preocupação maior de setores ligados a Marina é a de que ela já fez demais por Campos e precisa se preservar para 2018. Esta seria a grande aposta, com uma candidatura “puro sangue”, com o Rede já constituído enquanto partido. Hoje, sendo inquilinos no senhorio do PSB, a parte que lhes cabe nesse latifúndio é considerada cada vez mais estreita, incômoda e constrangedora.

Marina Silva adoraria mostrar que transfere votos para quem bem desejar, mas a tarefa não parece tão simples. De todo modo, sem precisar estar na vice, ela poderia perfeitamente continuar fazendo campanha ao lado de Campos e aparecer de forma ostensiva no programa eleitoral, como aconteceu recentemente. E daria outra prova de desprendimento, dizem.

Além do mais, fora da chapa, estaria livre inclusive para associar sua participação em um eventual governo a um acordo mais amplo com o PSB, o que não pôde ser feito na filiação decidida atabalhoadamente, da noite para o dia.

Pensando em 2018, fora da vice, o Rede estaria livre até para se desvencilhar completamente de um governo Eduardo Campos. Em sua experiência como governador, Campos não tem um único traço da tal “nova política”. É adepto incontestável do presidencialismo de coalizão, ou seja, de coalizões grandes o suficiente para garantir maioria legislativa, e de equipes governamentais multipartidárias, contemplando todas as siglas de sustentação parlamentar.

A tal “nova política”, de que Marina muito fala, mas pouco explica, foi melhor esclarecida pelo deputado Márcio França (PSB-SP). Ele patrocina o acordo do PSB com o PSDB pela reeleição do governador Geraldo Alckmin, inclusive com a possibilidade de ser o candidato a vice. Contrário à ideia de candidatura do marineiro Walter Feldman e mesmo da correligionária Luíza Erundina (PSB-SP), ele explicou a Feldman, há poucos dias, que o acordo com Alckmin já estava fechado antes do Rede aportar nas praias do PSB.

Sua irônica exegese da bula marinada da nova política foi a de que, como Marina disse que é pra governar com os melhores do PT e do PSDB, está mais que confortável em apoiar Alckmin, que ele, por conta e risco, considera “um dos melhores” do PSDB. A nova política, assim, corre o risco de virar uma lista dos bons e dos justos escondida na cachola de Marina Silva, enquanto outros têm suas próprias listas guardadas no bolso.

Os sonháticos começam a perceber que seu partido barriga de aluguel, o PSB, e a candidatura a vice de Eduardo Campos estão mais para pesadélicos do que psicodélicos.

Antonio Lassance

No PSDB sem direção sobra critica e confusão

247 - O senador Aécio Neves (PSDB-MG), provável presidenciável tucano, não gostou nada da imagem usada por José Serra para se referir ao partido. Segundo o ex-governador, o PSDB age como Madame Bovary, personagem criado por Gustave Flaubert para abordar o tema adultério. De acordo com Serra, o PSDB age como se buscasse a aceitação do PT.

Aécio deixou o tom cordial de lado e reagiu, acentuando a crise interna: "Cada um contribui com o partido do jeito que pode. Eu estou aqui em Manaus falando bem do PSDB e mal do PT, né? Agora, não me acho a melhor pessoa para falar de complexos."

A comparação de Serra do PSDB ao romance de Flaubert foi feita para uma plateia de 60 pessoas em evento em São Paulo. Na ocasião, ele ainda alfinetou a estratégia de campanha de Aécio.

"O PT faz um leilão mal feito como o do campo de Libra. E o que faz o PSDB? Sai dizendo: 'Olha aí, eles [petistas] sempre foram contra a privatização e agora estão fazendo a privatização'. Isso dá voto? Nenhum", disse Serra.

As manifestações públicas do ex-governador contra o tucano têm incomodado o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que em recente entrevista disse que Serra deveria dar um tempo.

Soneto de corrupção

De repente do riso fez-se o pranto
zuadento e branco como a bruma
e das bocas unidas e silenciosas fez-se a delação premiada
e das mãos recheadas de propina fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se a tormenta
que dos olhos desfez a última chama
e o ladrão teve o pressentimento
e da denúncia com provas fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
fez-se de Serra o cúmplice mandante
e deixou sozinho o Kassab que se fez inocente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se de vítima o político errante
de repente, não mais que de repente.

Malú - Haddad precisa de apoio

O que o Haddad está fazendo nunca foi feito, ao menos não tive notícias. Tentar limpar a área governamental de corrupção, seja a qualquer nível, municipal, estadual ou federal, como já disse, é mexer em vespeiro. O Haddad está sendo e vai continuar a ser muito criticado por isso, pela imprensa, pelo aparelhamento dos governos anteriores e até dentro do seu próprio partido. É preciso muita coragem para enfrentar o que ele está enfrentando, pois aqui em nosso país, corrupção em governos é uma coisa imexível. Testemunhei várias vezes, em outro Estado, na troca de governo entre partidos diferentes, após ter garantido em campanha que iria apurar tudo quando chegasse lá. Via que eles apuravam realmente, havia sindicâncias e mais sindicâncias, auditorias e mais auditorias. Daí eu pensava, agora vai. Ia nada. Eles pegavam os resultados das auditorias e... engavetavam. Ninguém jamais ouvia qualquer coisa sobre o assunto. Quer dizer, quem entrava apurava tudo de errado que havia no governo anterior e guardava o resultado apenas para ter o rabo do outro preso, o povo sempre foi o grande enganado. Isso sempre aconteceu em governos após governos. E pior, muitas vezes, o novo governo apenas achava com a apuração, o caminho das pedras e continuavam praticando as falcatruas do governo anterior. Por isso é que digo que o Haddad precisa de muito apoio, porque o que ele está enfrentando e vai enfrentar é barra pesada, não se mexe nessas melecas impunemente.

Gentili devia explicar na cadeia por que ofereceu banana a um negro no Twitter

Se tivesse oferecido banana a um branco poderia ser no Twitter, Facebook, G+1, Tumblr o escambau não veriam nada de mal.

Quando leio coisas assim como o título deste post, a primeira coisa que me vem a cabeça é aquela campanha publicitária que fizeram durante bastante tempo em todos os meios de comunicação - rádio, tv, revistas e jornais, e que consistia na seguinte pergunta:

"Onde você esconde seu racismo"?

Eu gostaria muito que me fizessem esta pergunta, no horário nobre, no programa de maior audiência do Brasil.

Minha resposta seria:

NO SEU CU FELA DA PUTA!
VAI SE FODER!
COLOCA O CU NO ARMADOR E RASGA FIDIRAPARIGA.

Marina Silva faz escola


Até no cinema estão usando o marinês para dizer tudo que não significa porra nenhuma. Como bem diz o Bode: Não existe coisa mais besta que gente besta.

Confiram:
Orgânico. É este o novo conceito de filmes eróticos com as mulheres no comando. A luz é natural, o ritmo mais lento e as cenas são recheadas de beijos e carícias. “Em vez de sexo explícito, faço filmes sensuais, cujo foco é o prazer feminino. Isso inclui música boa, diálogos bem construídos, preliminares apaixonadas e trajes elegantes”, conta a sueca radicada em Barcelona Erika Lust , diretora mais famosa do gênero...

É babaquice demais. Aff

Variações da pedra de Tavinho

No meio da pedra tem um caminho
E no meio do caminho tem o mar
Ele lá está
E no meio dele tem uma pedra e um caminho.

Será que a pedra e o caminho é um meio para navegar?...

Porque se tem um caminho no meio da pedra
E no meio da pedra tem um caminho
Por onde passa o mar? 

Joel Neto



PT é a favor de fiscalização e divulgação de doadores das campanhas eleitorais. O PSDB é contra

Com apoio tucano – inclusive com o voto do senador Aécio neves (PSDB-MG) pela derrubada – a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ) rejeitou esta semana uma proposta que ampliaria, e muito, as possibilidades de fiscalização das contas dos partidos, via internet. Em votação apertada, por 10 a 9 os integrantes da CCJ-Senado rejeitaram o projeto de se divulgar periodicamente na internet a lista de doadores de campanhas políticas.
Todos os senadores do PT, mais uma boa parte dos senadores de partidos da base aliada – PMDB, PR, entre outros – votaram pela aprovação do projeto. Mas, ele foi derrubado pela oposição ao governo, incluindo o voto do presidente nacional do PSDB e pré-candidato a presidência da República, senador Aécio Neves (MG), que votou contra a proposta.
Parlamentares derrotados, como o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), anunciaram que vão apresentar recurso ao plenário para tentar reverter a decisão. Mas o projeto já poderia estar tramitando em outras comissões, se encaminhando para o plenário…
Projeto elevava de duas para cinco as datas de divulgação das doações
“É importante levar essa matéria para o debate em plenário”, disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), um dos apoiadores da iniciativa de divulgação. A proposta é de autoria do senador Pedro Taques (PDT-MT) e determinava que, durante a campanha, candidatos, partidos e coligações teriam de divulgar na internet a lista dos doadores de campanha e seus respectivos valores.
Pela proposta de Taques, a divulgação das doações se tornava obrigatória em cinco datas: nos dias 21 de julho, 6 de agosto, 21 de agosto, 6 de setembro e 21 de setembro. O descumprimento poderia levar os responsáveis à multa de até R$ 10 mil, dobrada em
reincidência.Desde 2006, por causa de uma mudança na Lei das Eleições, candidatos, partidos e coligações precisam discriminar numa página eletrônica os valores recebidos e gastos só nos dias 6 de agosto e 6 de setembro.

Mas essas duas divulgações, se não ocorrerem, não são passíveis de punição. Atualmente, a obrigação de revelar os doadores só ocorre na prestação de contas final da campanha, após a votação.
Só o financiamento público de campanha acaba com o Caixa Dois
Nós continuamos favoráveis à proposta rejeitada e vamos ver se são bem sucedidas as tentativas de reapresentação. Sem esquecer que somos favoráveis ao financiamento público de campanhas eleitorais, porque só ele porá um fim no problema do Caixa Dois já que reduzirá os gastos de campanha a 1/3 de hoje.
Financiadas pelo poder público, as campanhas passarão a custar à nação muito menos do que custam hoje com o Caixa Dois generalizado e o elevado gasto do sistema uninominal (das nossas eleições proporcionais). Qualquer outra sistema, voto em lista, distrital puro ou misto, distritão, custará bem menos. Campanhas eleitorais financiadas pelo poder público são o preço da democracia.
por José Dirceu

O PCdoB contra o terrorismo midiático

O secretário de Comunicação do PCdoB, José Reinaldo Carvalho, apresenta ao 13º Congresso do Partido o balanço da "atividade de agitação político-ideológica" e "luta de ideias". Ele assinala que a ação do Partido foi fértil no desenvolvimento dessa batalha, na qual é flagrante a desigualdade de forças entre os inimigos, de um lado, e o PCdoB e o conjunto das forças progressistas, do outro. Segundo o secretário, o Portal Vermelho tem sido um veículo fundamental na luta de ideias.

É cada vez mais vasto e poderoso o arsenal de ideias retrógradas e obscurantistas, de que fazem parte também a ideologia e a política da social-democracia. O Partido desenvolveu sua atividade de agitação político-ideológica e de comunicação imerso em uma conjuntura caracterizada por embates entre as forças conservadoras e as progressistas, pela crise do capitalismo, abalos na ordem mundial e por lutas dos povos por sua emancipação nacional e social. Leia mais>>>

Mensalao - a maior ficção do Brasil

O deputado licenciado José Genoino (PT-SP) enviou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) um recurso contra sua condenação no processo do mensalão. Em 25 páginas, sua defesa cita Chico Buarque e chama de ingênuo quem acreditou na história de compra de apoio parlamentar no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

"Por maior respeito que se tenha por aqueles que ingenuamente acreditaram na maior ficção do Brasil, a história do mensalão - urdida pelo maligno rancor de Roberto Jefferson (...) fato é que reuniões entre presidentes de partidos visando apoio ao governo não constitui, por óbvio, a prática de qualquer ilícito", diz trecho do recurso.

Repleto de palavras de ordem, a defesa de Genoino intercalou frases de efeito sobre a inocência do deputado com versos da música "Cancion por la unidad latinoamerica", de Chico Buarque e Pablo Milanés. "José Genoino não merece a pecha de bandoleiro. José Genoino não integra quadrilha. José Genoino Neto, sem favor algum, merece absolvição", diz o recurso pouco depois de citar trecho da ´Cancion´: "a história é um carro alegre / cheio de um povo contente / que atropela indiferente / todo aquele que a negue".

Mostrando indignação não somente por sua condenação por formação de quadrilha, na qual obteve os quatro votos necessários para apresentar o novo recurso, conhecido como embargos infringentes, Genoino também critica a mídia, para ele "panfletária e reacionária".

TCU - imoral reduto dos sem votos

Dilma Rousseff tem razão ao condenar a recomendação do Tribunal de Contas da União, que pede a paralisação de sete grandes obras em andamento no país e a retenção parcial de recursos para oito empreendimentos.

Estamos falando de investimentos de bilhões de reais, um dinheiro do povo, que deve voltar a ele na forma de melhorias que estão sendo pagas através de impostos que, como nós sabemos, costumam atingir especialmente o bolso dos mais pobres.

As obras envolvem investimentos necessários. Incluem trechos da Ferrovia Norte-Sul e também da Leste-Oeste, esgotamento sanitário no Piauí, pontes e rodovias, uma refinaria de petróleo em Pernambuco, trens urbanos em Fortaleza e em Salvador. Tudo aquilo que se diz, todos os dias, que o país precisava para ontem e anteontem.
Não conheço nenhuma análise capaz de demonstrar que elas não irão beneficiar nossa infraestrutura, uma carência tão óbvia de nosso desenvolvimento que em breve será estudada por crianças de jardim de infância.

O debate é outro. O TCU encontrou indícios de irregularidades e, em nome delas, pretende que sejam paralisadas. Assim, como se fosse um esporte.
Caso se demonstre que as irregularidades não eram tão irregulares assim, os trabalhos podem ser retomados – dentro de meses, anos, quem sabe décadas.
Mas como é sempre possível encontrar indícios que levem a outros indícios, a paralisação pode se arrastar indefinidamente. Enquanto isso, as obras ficarão mais caras – caso não sejam abandonadas no meio do caminho. Boa parte do trabalho já feito terá de ser refeito. O desperdício ficará ainda maior.
Será uma boa ideia?

Não acho. Creio que ninguém tem dúvidas de que a busca do bem-estar da população é o primeiro princípio moral para toda atividade política legítima.
Desse ponto de vista, o mais adequado é fazer o possível para levar um investimento até o fim, tomando as providências cabíveis na medida em que as irregularidades sejam efetivamente comprovadas.
Os responsáveis podem ser obrigados, inclusive, a devolver recursos que foram desviados.
Pode não ser a solução ideal mas, na prática, é o mal menor. Em qualquer caso, aprende-se também no jardim de infância que a interrupção de uma obra serve, inclusive, para novas chantagens para que seja retomada de qualquer maneira.
Veja-se o caso do metrô paulistano.
É cada vez mais difícil negar que ele foi construído por empresas cartelizadas, que pagavam propinas para autoridades.
Lembrando que as primeiras irregularidades já eram conhecidas há duas décadas, pergunto se teria sido uma boa ideia suspender a construção do metrô até que tudo fosse esclarecido. Imagino quantas estações não teriam sido construídas, quanta linhas teriam sido paralisadas – e tento fazer uma ideia de como milhões de paulistanos estariam se virando para ir de casa para o trabalho. Penso no trânsito, no congestionamento de helicópteros e bicicletas, quem sabe no retorno de charretes à avenida Paulista.
Basta considerar todos os benefícios que o metrô – mesmo superfaturado – oferece à população da maior cidade brasileira para dar a resposta. O erro não foi construir o metrô, apesar dos deslizes e desvios, mas deixar de apurar as irregularidades e desvios quando eles foram descobertos.
É certo que teremos, agora, com as denuncias do TCU, uma pressão muito maior pela interrupção imediata.
A questão é política. Pode-se até imaginar que, como subproduto da insanidade ideológica dos fanáticos pelo Estado mínimo, pretende-se impedir os poderes públicos de levantar até aqueles investimentos que a iniciativa privada não tem a menor possibilidade de colocar de pé com seus próprios meios. Não duvide da ousadia de personalidades cada vez mais distantes da vida real e das aflições da maioria dos brasileiros. Sem votos junto a maioria do eleitorado, eles tentarão se valer de qualquer instrumento, inclusive um tribunal, para impedir qualquer iniciativa que possa beneficiar seus adversários.
Em ano pré-eleitoral, interessa à oposição bloquear investimentos que possam render melhorar a qualidade de vida da população e, por essa razão, engordar o cesto de votos do governo. E vice-versa.
É um engano achar, no entanto, que apenas o governo Dilma será prejudicado. Esta atitude representa uma tentativa de boicote ao desenvolvimento do país.

Quem perde, na prática, é a população que deixará de receber melhorias e serviços que já foram pagos.
E isso é verdadeiramente imoral.

Pernambuco pode mais

Em setembro, o presidenciável Eduardo Campos devolveu para Dilma Rousseff os cargos federais que o seu PSB ocupava e saiu por aí dizendo que "o Brasil pode mais''. Se quiser, já pode exigir um dinheirinho do senador Armando Monteiro por plágio.

Candidato ao governo de Pernambuco em 2014, Armando entregou a Campos, em outubro, os cargos estaduais que o seu PTB ocupava. Na noite desta sexta-feira (8), levou ao ar peças de propaganda baseadas no lema segundo o qual os pernambucanos esperam mais.

- Moral: quem com esperteza fere com esperteza será ferido.

Josias de Souza