Nascer, morrer, renascer
Evoluir e progredir sempre
Alan Kardec
Conte comigo, mesmo sem contar a mim tanta coisa que lhe pesa no coração, que lhe amargura e resseca o fundo d\'alma.Conte, nas horas mais abandonadas da vida, quando o olhar, vagando em derredor, só divisar deserto.Conte comigo, mesmo sem vontade de contar com ninguém ou certo de que não vale a pena contar com mais ninguém, nesta vida.Conte comigo, devagarinho, deixando que a boa vontade vá dizendo, sem nada forçar, à medida em que acreditar.Conte, durante as agonias, que, de um tempo para cá, não deixam em paz seu cansado coração, pois o bom da vida consiste em encontrar um amigo.Conte, nas horas inesperadas, quando as tempestades despregam repentinas e tombam por cima da sua cabeça triste.Conte comigo, para re-aprender a cantar, durante a vida, e a viver de serenas e pequeninas felicidades.Conte comigo, para eu ajudá-lo a ter rosto bom e quieto, ao menos na presença dos filhinhos menores, que vivem dos rostos abertos.Conte, para auxiliá-lo no amargo carregamento da cruz.Conte comigo, para ficar sabendo, de experiência, que há na vida muita coisa linda, coisa escondida, prêmio de quem se venceu na dor.Conte, para triunfar, no ritmo vagaroso do dever, na cadência da paz diária, aprendendo a teimar com as teimas da vida madrasta.